IDC FINANCIAL CONNECTION Anuário TIC para os Sectores da Banca, Seguradoras e Outras Entidades Financeiras



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IDC FINANCIAL CONNECTION Anuário TIC para os Sectores da Banca, Seguradoras e Outras Entidades Financeiras Os dados falam por s.i. Apoio Institucional

FICHA TÉCNICA Promoção IDC Portugal - Marksearch, Estudos de Mercado, Lda Contribuinte nº 507 510 453 - Capital Social 10.000 C.R.C.L.14.862 Av. António Serpa, 36-6º 1050-027 Lisboa Tel.: 21 796 5487 Fax: 21 796 5476 Email: portugal@idc.com www.idc.pt Revisão Gabriel Coimbra Publicidade Bibiana Coimbra Concepção Gráfica e Paginação Monica Kalman Pré Impressão e Impressão Textype Periodicidade Anual Tiragem 2.500 exemplares Sobre a IDC A IDC é a empresa líder mundial na área de market intelligence, serviços de consultoria e organização de eventos para os mercados das Tecnologias de Informação, Telecomunicações e Electrónica de Consumo. A IDC ajuda os profissionais de Tecnologias de Informação, decisores empresariais e investidores a tomarem decisões sobre tecnologia e estratégias de negócio baseadas em factos. Mais de 850 analistas da IDC em 50 países fornecem conhecimento profundo sobre oportunidades, tendências tecnológicas e evolução dos mercados a nível global, regional e local. Há mais de 42 anos que a IDC tem fornecido informação estratégica para ajudar os seus clientes a atingirem os objectivos de negócio. 4 6 10 14 20 Prefácio Editorial IDC Sector Financeiro, Sondagens e Previsões 2005 2010 A Visão da Accenture O Desafio da Diferenciação A Visão da Associação Portuguesa de Bancos Algumas Reflexões sobre a Banca Portuguesa Listagem Principal Listagem Principal com todas as Empresas Todos os direitos reservados. A informação contida neste anuário não pode ser reproduzida, no todo ou em parte, qualquer que seja o método utilizado, salvo autorização expressa da IDC. Os artigos e opiniões constantes deste anuário são da responsabilidade dos próprios autores aos quais agradecemos a disponibilidade, empenho e confiança na concepção deste anuário. www.idc.pt

ÍNDICE 52 56 Hardware OKI Impressão Profissional que Permite Reduzir Custos e Aumentar Produtividade das Organizações Listagem de Empresas de Hardware 102 106 Listagem de Empresas com Soluções Transversais para Relação com Canais Externos Soluções Específicas para a Banca IDC Banca - Linhas Orientadoras e Prioridades 62 Software Listagem de Empresas de Software 110 CSC CSC Transforma Pagamentos com Solução PAT 68 72 74 78 84 Serviços de TI IT Peers Grid Computing A Nova Arquitectura para o Sector Financeiro Link Focar no Cliente. Optimizar os Processos. Reduzir o Risco. PT Prime PT e o Sector Financeiro, uma Aposta Renovada Listagem de Empresas de Serviços TI Telecomunicações Novis Líder da Inovação em Portugal 112 117 122 124 126 Datacomp Tecnologia no Sector Financeiro Desafios e Oportunidades Listagem de Empresas com Soluções Específicas para a Banca Soluções Específicas para Seguradoras CSC SICS Cede, a Solução da CSC para o Resseguro Cedido IDC Seguros - Linhas Orientadoras e Prioridades Listagem de Empresas com Soluções Específicas para Seguradoras 86 92 Listagem de Empresas de Telecomunicações Soluções Disponibilizadas Suporte de Processos Transversais Listagem de Empresas com Soluções para Suporte de Processos Transversais 130 134 Soluções Específicas para Outras Instituições Financeiras Listagem de Empresas com Soluções Específicas para Outras Instituições Financeiras Outras Soluções Específicas APC E-banking A Infra-estrutura Crítica das Tecnologias de Informação 96 Soluções Transversais para Relação com Canais Externos Altitude Software A Revolução IP: Tendências e Impacto no Centro de Contacto 138 142 Crédito Agrícola A Nova Rede de Comunicações do Grupo Crédito Agrícola: Projecto Trevo Listagem de Empresas com Outras Soluções Específicas 3

PREFÁCIO É com grande satisfação que a IDC publica o 1º Anuário TIC para os Sectores da Banca, Seguros e Outras Instituições Financeiras. Com a edição deste documento pretendemos alargar o conjunto de informação independente acessível ao mercado. Para os fornecedores, o objectivo é projectar as soluções hoje disponíveis no mercado, enquanto que para as organizações FINANCEIRAS este directório significa a possibilidade de consulta de um tipo de informação facilitadora no que toca a tarefa de consulta e decisão. Pretendemos assim, transformar este anuário numa ferramenta de trabalho de referência para identificar as principais tendências e os players deste sector. Embora as empresas apresentadas neste directório sejam consensualmente consideradas como as mais proeminentes no mercado de TIC, será bom notar que a lista não é de forma alguma exaustiva. Na realidade, a grande fragmentação existente no mercado torna proibitiva uma análise completa. Também por essa razão, embora a IDC tenha feito todos os esforços para apresentar a informação mais correcta possível, algumas empresas eventualmente foram excluídas devido à falta de dados disponíveis. Por fim, resta acrescentar que, este é o directório que nos abalançamos a realizar em um segmento que notoriamente estava por cobrir no nosso já vasto portfólio. Esperando preencher essa lacuna, temos a consciência que ainda muito ficará por aperfeiçoar. O que, cremos verdadeiramente, as próximas edições se encarregarão por fazer. Para isso é fundamental a participação de todos os nossos leitores, através de comentários e sugestões para o email portugal@idc.com de elementos que devam ser considerados em edições futuras. Uma última nota: a menos que expressamente referido, as opiniões constantes deste documento são da responsabilidade dos próprios autores. GABRIEL COIMBRA RESEARCH & CONSULTING DIRECTOR DA IDC PORTUGAL GCOIMBRA@IDC.COM 4

5

EDITORIAL IDC SECTOR FINANCEIRO, SONDAGENS E PREVISÕES 2005 2010 Apresentamos aqui o resumo do estudo Sector Financeiro, Sondagem e Previsões, 2005 2010, publicado no primeiro semestre de 2007 pela IDC Portugal. Este estudo tinha por objectivo fornecer uma panorâmica da situação actual e tendências de investimento por parte das organizações do sector Financeiro em Tecnologias da Informação e Comunicação. Para tal, a IDC conjugou diversas metodologias de pesquisa, sendo a principal fonte de informação a realização de uma pesquisa descritiva com base numa sondagem junto de 71 instituições financeiras, incluindo bancos, seguradoras e outras instituições financeiras (35 organizações com menos de 100 colaboradores, 21 com mais de 100 e menos de 500 colaboradores e 15 com mais de 500). Como já o afirmámos nos outros estudos publicados desde o início do ano, não nos parece que a retoma dos mercados surja já em passo acelerado, apesar de podermos considerar como ponto assente que a recessão económica que abalou a Europa está finalmente ultrapassada. É previsível que as cautelas no investimento persistam por mais uns tempos e que, por outro lado, as empresas, ou de uma forma geral, as organizações dirijam a despesa em TI para as áreas que mais directamente suportam as actividades essenciais de negócio, designadamente aquelas onde a contenção provocou uma quebra na capacidade de desempenho, em função do que lhes é exigido. 6

Entretanto, é de ter em conta as directivas emanadas pela União Europeia, com especial destaque para o FSAP Financial Services Action Plan, instrumento pelo qual a UE pretende reduzir ou eliminar a maioria das diferenças que ainda existem entre os diversos países membros, no que respeita aos mercados de serviços de banca, seguros e mercados de capitais, como importante alavanca de crescimento da despesa em TIC, em todo o Sector Financeiro. Adicionalmente, haverá que considerar que a forte evolução em termos de oferta de produtos e serviços, própria do sector, pressiona fortemente os sistemas informáticos e os processos que eles suportam, potenciando o investimento em TIC Tudo somado, são, no entanto, de prever avanços s i g n i f i c a t i v o s, d e s i g n a d a m e n t e n a interoperabilidade entre sistemas aplicacionais e na utilização da Internet como veículo de contacto com as outras empresas, com o Estado e com os clientes. Por essa ordem de razões, o ritmo de crescimento tenderá a ser de assinalar, prevendo-se que no período de 4 anos que agora se inicia as receitas geradas cresçam cerca de um terço. O investimento em TI no sector financeiro, em Portugal, representa 24% do volume global do mercado, equiparando-se o realizado em equipamento e em serviços, representando ambos sensivelmente o dobro do realizado em software. Em termos de segmentos, a banca comanda claramente, deixando os seguros e as restantes instituições financeira a larguíssima distância. Resumindo, o ritmo de crescimento acaba por ser de assinalar, sendo expectável que ocorra a um ritmo de quase 7% ao ano, no decurso dos próximos anos. Em termos de produtos, destaque maior pertencerá ao equipamento, enquanto o segmentos apresentarão índices de crescimento que em pouco diferirão entre si. O INVESTIMENTO EM TI NO SECTOR FINANCEIRO, EM PORTUGAL, REPRESENTA 24% DO VOLUME GLOBAL DO MERCADO... 7

EDITORIAL IDC DESPESA EM TI NO SECTOR FINANCEIRO POR PRODUTO, 2005 2010 Milhões de Euros 900 800 700 600 500 400 300 200 100 0 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Serviços Software Hardware DESPESA EM TI NO SECTOR FINANCEIRO POR SEGMENTO, 2005 2010 Milhões de Euros 900 800 700 600 500 400 300 200 100 0 2005 2006 2007 2008 2009 2010 OUTROS SEGUROS BANCA Fonte: IDC, Dezembro 2006 8

PRIORIDADES DO NEGÓCIO PARA 2007 P: QUAIS AS DUAS PRINCIPAIS PRIORIDADES DA SUA ORGANIZAÇÃO PARA 2007? ÁREAS DE MAIOR INVESTIMENTO EM HARDWARE P: QUAIS AS DUAS ÁREAS CONCRETAS DE MAIOR INVESTIMENTO AO NÍVEL DO HARDWARE EM 2007? Melhor serviço ao cliente Aumentar as receitas Maior eficiência operacional Internacionalização Servidores Sistemas de armazenamento PCs desktop PCs portáteis Sistemas biométricos Inovação ao nível dos processos 0% 10% 20% 30% 40% 50% Impressoras e multifuncionais 0% 10% 30% 50% 70% PAPEL DAS TI NOS OBJECTIVOS DE NEGÓCIO P: QUAL O PAPEL DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO PARA PODER ATINGIR OS OBJECTIVOS DE NEGÓCIO? % de organizações que responderam ser importante ou muito importante ÁREAS DE MAIOR INVESTIMENTO EM INFRA- ESTRUTURA DE REDE P: QUAIS AS DUAS ÁREAS CONCRETAS DE MAIOR INVESTIMENTO AO NÍVEL DA INFRA-ESTRUTURA DE REDE EM 2007? Equipamento para a LAN Sector Financeiro SAN Telefonia IP Firewall/VPN Restante Sectores Económicos Acesso remoto e WAN Cablagem 0% 20% 40% 60% 80% 100% 0% 10% 20% 30% 40% 50% OBJECTIVOS FINANCEIROS E OPERACIONAIS DO INVESTIMENTO EM TI P: QUAIS OS DOIS PRINCIPAIS OBJECTIVOS, FINANCEIROS E OPERACIONAIS, PRETENDIDOS COM OS INVESTIMENTO/GASTOS EM TI PREVISTOS PARA 2007? Aumento global da produtividade Adaptar aos requisitos legais/normativos Garantir a continuidade das actividades Eficiência de custos Eficácia na aquisição e gestão de clientes ÁREAS DE MAIOR INVESTIMENTO EM SOFTWARE P: QUAIS AS DUAS ÁREAS CONCRETAS DE MAIOR INVESTIMENTO AO NÍVEL DE SOFTWARE EM 2007? Software de Segurança Aplicações de gestão / ERP Gestão documental e de conteúdos Aplicações CRM Software tipo Office Portais empresariais Software de storage 0% 20% 40% 60% 0% 10% 20% 30% 40% Fonte: IDC, Fevereiro 2007 9

A VISÃO DA ACCENTURE O DESAFIO DA DIFERENCIAÇÃO Como já tem vindo a ser hábito ultimamente, as Instituições Financeiras Portuguesas têm estado presentes nos media, pelas mais diversas razões, seja nas primeiras páginas dos jornais, seja na abertura dos telejornais dos diversos canais de televisão, bem como em todos os meios e canais que mantêm o público informado, sobre tudo aquilo que de mais relevante acontece em Portugal. São notícias, acontecimentos ou questões que de alguma forma estão na agenda da população em geral, como é o caso, por exemplo, dos aumentos das taxas de juros, em particular do crédito à habitação, os temas relacionados com instabilidade criada com as fraudes com os meios de pagamento, ou a divulgação de novos produtos e serviços. Existem outros tipos de notícias que geram no mínimo curiosidade e opiniões diversas a um grupo mais ou menos restrito de cidadãos como é o caso da(s) OPA(s), dos modelos de governance, das reuniões de accionistas, ou dos excelentes resultados financeiros alcançados ano após ano pelas principais Instituições Financeiras Portuguesas. Tais eventos, e pelas mais diversas razões, não são mais do que a prova do dinamismo e desempenho que desde há várias décadas tem sido apanágio do sector financeiro, e que o colocam como referência e exemplo aos demais sectores de actividade nacionais, bem como em certos casos digno de referência a nível internacional. Na verdade, e desde há vários anos, o sector financeiro Português tem dado provas de ser empreendedor e inovador, muito por força de um ambiente de elevada competitividade propício a retirar o maior partido dos sistemas de informação. É visível a sua capacidade de lançar produtos e serviços que dão resposta e antecipam até as necessidades dos seus clientes, de rigor e excelência de gestão, dando uma resposta atempada aos constantes novos requisitos que provêm de regulamentação e regulação, e principalmente pela procura continua de melhores níveis de eficiência.... O RECONHECIMENTO PELOS PRINCIPAIS EXECUTIVOS DE QUE AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO SÃO UM ACTIVO ESTRATÉGICO PARA AS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS, FOI E CONTINUARÁ A SER UM FACTOR DETERMINANTE PARA O FUTURO DAS MESMAS. 10

Estamos certos que as tecnologias de informação têm sido um factor determinante na forma como contribuíram, e seguramente continuarão a fazê-lo de uma forma ainda mais significativa, para que o desempenho do sistema financeiro português continue a ser francamente reconhecido, tanto interna como mesmo internacionalmente. Acreditamos ainda, que o reconhecimento pelos principais executivos de que as tecnologias de informação são um activo estratégico para as Instituições Financeiras, foi e continuará a ser um factor determinante para o futuro das mesmas. Ao afirmarmos que as tecnologias de informação são um activo estratégico, acreditamos poder ter a concordância, da grande maioria daqueles que trabalham no sector em causa, pois é por todos reconhecido, as vantagens e benefícios que decorrem de um sistema de informação que dê resposta aos objectivos e desafios estratégicos de qualquer Instituição Financeira possibilitando que as mesmas tenham um alto desempenho. Sem entrar em detalhes técnicos siglas e demais nomenclaturas que fazem parte do mundo das tecnologias de informação é importante mencionar e referir algumas das questões que no nosso entender são relevantes na contribuição das TI s para a obtenção de um alto desempenho das Instituições Financeiras. A disponibilização de uma infra-estrutura tecnológica que dê suporte aos requisitos de processamento, com os adequados níveis de serviço, é no nosso entender fundamental e essencial. A disponibilidade da infraestrutura tecnológica é seguramente o primeiro garante de que, e de entre outras questões como o atendimento a clientes ou a obtenção de informações, no momento e local em que são necessárias, estão salvaguardadas, permitindo dessa forma um adequado nível de serviço. Por isso mesmo, acreditamos que tanto quanto possível a simplicidade da infra-estrutura tecnológica, correctamente dimensionada, é um objectivo a perseguir, pois minimiza potenciais riscos de indisponibilidade, aliado a um incremento de eficácia e eficiência. Ao falarmos de simplicidade, algo que no nosso entender deve estar presente em tudo que se refere ao universo das tecnologias de informação, estamos a referir-nos, de forma muito pragmática, ao desejável número reduzido de plataformas que suportam os diversos processos de negócio e requisitos de processamento. Partindo do pressuposto que a eficiência da infraestrutura tecnológica está salvaguardada, têm especial relevância, na procura contínua de altos níveis de desempenho, os sistemas de informação, ou seja, as aplicações informáticas que suportam os processos de negócio. Sabendo que o universo das aplicações informáticas tem que dar resposta a diversos e distintos requisitos, obrigando por isso a distintas abordagens e definições, é deveras relevante, no nosso entender, ter uma clara visão daquilo que deve ser a arquitectura de sistemas de informação. 11

A VISÃO DA ACCENTURE Indubitavelmente, os sistemas de informação e a arquitectura que os suportam representam um factor diferenciador para as Instituições Financeiras, num mercado que é cada vez mais competitivo e global, no sentido em que constituem um dos pilares para que inove na oferta de produtos e serviços. Simultaneamente, a construção de uma arquitectura deverá ser uma arte, e uma ciência que permita desenhar uma estrutura de sistemas de informação, bem como os mecanismos, os processos e as pessoas que a salvaguardem, como uma garantia para a obtenção de altos níveis de eficiência e desempenho das áreas de tecnologia das Instituições Financeiras, pois a mesma contribuirá significativamente para o aumento da produtividade dos recursos e para a diminuição de anomalias e re-trabalho com os consequentes custos associados. Tal contribuição torna-se mais visível pela maior rapidez e qualidade em disponibilizar novas funcionalidades nas aplicações informáticas, possibilitando entre outras: um aumento na capacidade em disponibilizar produtos e serviços face aos concorrentes; elevados níveis de automatização minimizando necessidades de intervenção manual; maior flexibilidade na adequação aos diferentes canais; melhor conhecimento das necessidades e comportamentos dos clientes; um menor esforço na adequação a requisitos de regulamentação. 12

Também a cada vez maior sofisticação das formas de violação dos sistemas, associadas a uma crescente utilização dos canais directos disponibilizados pelas Instituições Financeiras, acessíveis através de computadores pessoais ou telemóveis, fazem com que outro dos grandes desafios presentes no desenvolvimento dos sistemas de informação, esteja relacionado com a questão da segurança. De facto, a disponibilização das condições tecnológicas e processuais que garantam um ambiente seguro para a execução das transacções de negócio e que salvaguardem a privacidade dos intervenientes é um factor primordial para garantir a manutenção da credibilidade da instituição. Seguramente que o referido anteriormente, tem ainda outros impactos positivos no desempenho das Instituições Financeiras. A existência de uma arquitectura de sistemas de informação, desde e quando bem desenhada e implementada, contribui também para uma correcta heterogeneidade das plataformas tecnológicas, quer sejam as relativas à infra-estrutura, as relativas a ferramentas de desenvolvimento, aos sistemas de gestão de base de dados ou a outras. Uma correcta heterogeneidade, além da directa contribuição para potenciais reduções de custos em tecnologia, ajuda seguramente a simplificar o universo dos sistemas de informação, potenciando, por exemplo, um melhor dimensionamento dos recursos humanos necessários à sua operação e manutenção, o que facilita a organização e gestão corrente das áreas de tecnologia. Contribui igualmente, para a padronização dos processos de desenvolvimento e qualidade das aplicações, facilitando por isso a obtenção de certificações de qualidade, que claramente são um contributo para o valor das Instituições. A contribuição para o valor das Instituições Financeiras deve ser assim o principal objectivo das áreas de tecnologia, traduzindo-se isto na constante procura em disponibilizar as melhores soluções, de acordo com os seus planos de negócio, investimentos e orçamentos EXISTE UMA CRESCENTE CONSCIENCIALIZAÇÃO DE QUE OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PODERÃO SER UM DOS FACTORES DIFERENCIADORES NUM MERCADO CADA VEZ MAIS COMPETITIVO E GLOBAL previstos, nos prazos adequados, e com excelência na qualidade. Dessa forma a criação de vantagens competitivas e a concretização de reduções de custos, com eficiência e qualidade, serão uma realidade para que as Instituições Financeiras, bem como o reconhecimento da contribuição das áreas de tecnologia e seus profissionais. É neste contexto que existe uma crescente consciencialização de que os sistemas de informação poderão ser um dos factores diferenciadores num mercado cada vez mais competitivo e global, o que tem feito surgir no seio das Instituições Financeiras, a necessidade de definir o modelo de Governance de tecnologias de informação que permita estabelecer o fórum para a comunicação entre os executivos das diferentes áreas de responsabilidade, criando as condições para construir consensos em como e onde deverão ser aplicados os investimentos em sistemas de informação, de forma a atingir os resultados definidos e que permita ao departamento de sistemas de informação elaborar um plano de acção coeso. Em suma, a preocupação das Instituições Financeiras deverá estar em tomar as melhores decisões que permitam um alinhamento adequado entre os recursos e capacidades tecnológicas e os objectivos estratégicos e requisitos de negócio. A PREOCUPAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS DEVERÁ ESTAR EM TOMAR AS MELHORES DECISÕES QUE PERMITAM UM ALINHAMENTO ADEQUADO ENTRE OS RECURSOS E CAPACIDADES TECNOLÓGICAS E OS OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS E REQUISITOS DE NEGÓCIO LUÍS PEREIRA, VICE-PRESIDENTE DA ACCENTURE E RESPONSÁVEL PELA ÁREA DE SERVIÇOS FINANCEIROS 13

A VISÃO DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE BANCOS ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE A BANCA PORTUGUESA O relatório do Fundo Monetário Internacional Portugal: Financial System, Stability, Assessment Coutry Report divulgado em Outubro de 2006, após uma análise profunda desenvolvida ao longo de vários meses e fundamentada em múltiplos contactos com autoridades, supervisor, instituições bancárias e associações representativas, caracteriza a situação, condicionantes e ameaças do sector, com particular incidência na prevenção de riscos e nas orientações de supervisão. Em síntese, este relatório afirma que o sistema financeiro português é sólido, bem gerido e competitivo, salientando que, apesar da sua pequena dimensão, compara bem como os de outros países da União Europeia, em termos de eficiência, qualidade de activos e solvabilidade. Avalia, também, de forma muito positiva, a qualidade da supervisão dos bancos e das instituições financeiras em geral, destacando em particular a forma como se tem processado a transição para as regras do novo quadro internacional. Contribuirá certamente para esta avaliação o facto do sector bancário português ser formado por um conjunto relativamente alargado, considerando a dimensão do país, de instituições e variado em termos de vocação (banca universal, banca de investimento, banca especializada), ser aberto (para além dos bancos de raiz nacional encontramos um número significativo de instituições detidas por interesses sediados no estrangeiro), e ser também essencialmente de natureza privada, com a situação peculiar da única instituição pública encabeçar a liderança do sistema segundo alguns dos critérios de ranking usualmente utilizados. Esta estrutura e as condições de funcionamento têm permitido assegurar um quadro geralmente considerado competitivo, apesar da extensão do processo de consolidação já alcançado no passado, e níveis satisfatórios de rendibilidade, segundo os padrões de referência europeus. EM SÍNTESE, ESTE RELATÓRIO AFIRMA QUE O SISTEMA FINANCEIRO PORTUGUÊS É SÓLIDO, BEM GERIDO E COMPETITIVO, SALIENTANDO QUE, APESAR DA SUA PEQUENA DIMENSÃO, COMPARA BEM COMO OS DE OUTROS PAÍSES DA UNIÃO EUROPEIA, EM TERMOS DE EFICIÊNCIA, QUALIDADE DE ACTIVOS E SOLVABILIDADE. 14

Fundamentalmente, porém, o que verdadeiramente parece distinguir o sector bancário no contexto empresarial português terá mais a ver com a dinâmica, o sentido de inovação e a capacidade de adaptação que tem demonstrado perante o quadro de incerteza que tem caracterizado a evolução da economia, o crescente grau de exigência do ambiente regulamentar e os desafios colocados por uma globalização acelerada dos mercados financeiros que tem sido acompanhada por uma realidade cada vez mais complexa e em permanente evolução que é característica do universo de instrumentos financeiros colocados à disposição de investidores e aforradores. O dinamismo do sector tem-se evidenciado em várias vertentes, constituindo a consolidação verificada após a conclusão do processo de privatização da banca nacionalizada um marco significativo, só por si, na história recente do sector. O processo de internacionalização da banca portuguesa, iniciado há já alguns anos, registou recentemente, apesar de alguns contratempos pontuais de percurso, um novo impulso, constituindo actualmente um factor importante de crescimento para algumas instituições, a avaliar pelo peso da operação no exterior nas suas contas consolidadas. A par do processo de ganho de dimensão das principais instituições do sector, o qual tem sido concretizado através de aquisições mas também pela via do crescimento orgânico, assistiu-se à sua entrada no mercado de capitais com a cotação das suas acções em Bolsa, constituindo actualmente a banca o sector mais representado na Euronext Lisboa, facto que reforça, pela via das exigências que tal estatuto comporta, as características de rigor, transparência e credibilidade que são típicas do negócio de confiança que é característico da actividade bancária. Consciente também da necessidade de pessoal qualificado à altura da crescente complexidade da actividade, a banca levou a cabo uma profunda reestruturação dos seus recursos humanos, marcada, por um lado, por uma continuada redução do número de efectivos e por outro, por uma significativa recomposição qualitativa dos seus trabalhadores (perto de 42% já dispõe de formação universitária), acção que tem sido acompanhada de consideráveis investimentos na formação, nomeadamente através do IFB Instituto de Formação Bancária, vocacionado para a reciclagem e a formação (geral e especializada, com nível superior) orientada especificamente para a actividade bancária. 15

A VISÃO DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE BANCOS A inovação tecnológica, traduzida essencialmente no crescente recurso às novas tecnologias de informação, tem sido uma constante nas políticas desenvolvidas pelos responsáveis das instituições do sector, sendo particularmente relevantes os progressos registados nos sistemas de pagamentos (apoiados basicamente na expansão geográfica e no crescente alargamento das funcionalidades da rede Multibanco, na implantação do sistema de débitos directos e mais recentemente nos desenvolvimentos do home banking, via Internet). Entre os novos projectos que se perspectivam implementar a curto prazo, refere-se o programa PRODIGI que irá dar satisfação aos objectivos que ficarão consagrados na Directiva dos Serviços de Pagamento, em fase final de aprovação nas instâncias europeias. A criação da SEPA e a sua subsequente implementação entre 2008 e 2010 constituirá para o Sistema de Pagamentos de Retalho Português, que apresenta elevado grau de integração e disponibiliza um leque alargado de funcionalidades (cerca de 30), um desafio de monta, ao obrigar que o cartão Multibanco seja compatível fora do país e ao impor que uma marca tenha mais do que uma entidade processadora, exigência que alterará consideravelmente as condições em que a SIBS tem feito a gestão da rede Multibanco. Por outro lado, a exclusão dos efeitos e cheques e ainda do numerário do âmbito da Directiva, tendo por base o entendimento de que a natureza física destes meios de pagamento apresenta ineficiências consideráveis, deu lugar à recomendação que sejam descontinuadas ou reduzidas a nível nacional. As duas metas do PRODIGI mais relevantes nesta vertente são as de reduzir, em três anos, o uso do numerário em 20% e o peso do uso do cheque em pagamentos em 50%. A banca tem também demonstrado de forma consistente, ao longo das últimas décadas, uma excepcional capacidade de adaptação ao evoluir das condições de enquadramento da sua actividade, com referência particular para a forma como soube ajustar-se às dificuldades de transição do modelo regulamentar essencialmente administrado do passado (de que são manifestações mais marcantes as taxas de juro fixadas pelo Banco de Portugal, os limites à concessão de crédito e a sujeição da abertura de balcões a condicionamento) para um regime de mercado liberalizado, processo cujo sucesso é em parte importante explicado pelo realismo com que o Banco de Portugal, como autoridade de supervisão, tem usado os seus poderes de autoridade, realidade que desmente a asserção geralmente aceite de que o poder público no nosso país não é sensível aos problemas empresariais. A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA, TRADUZIDA ESSENCIALMENTE NO CRESCENTE RECURSO ÀS NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO, TEM SIDO UMA CONSTANTE NAS POLÍTICAS DESENVOLVIDAS PELOS RESPONSÁVEIS DAS INSTITUIÇÕES DO SECTOR. 16

Relativamente ao passado mais recente, importará salientar a forma como os bancos conseguiram dar cumprimento à introdução das Normas Internacionais de Contabilidade a partir do início de 2005, processo que teve profundas consequências em termos de organização contabilística, reporte, análise do negócio e exercício da gestão. A curto prazo, novos desafios se perfilam, em particular o grande esforço que terá que ser realizado no quadro da aplicação a partir do corrente ano do Novo Acordo de Capital, conhecido como Basileia II, que se traduziu em novas Directivas que foram recentemente transpostas para o nosso direito interno. Esta nova regulamentação das exigências de capitais próprios, sendo mais sensível à avaliação dos riscos incorridos pelas Instituições vai permitir o uso de modelos sofisticados, que os bancos mais importantes vão adoptar, e confere um papel acrescido à intervenção do Banco de Portugal como autoridade de supervisão. Não obstante os êxitos alcançados no passado, os bancos continuam a confrontar-se com desafios e dificuldades consideráveis. Primeiro que tudo, um problema estrutural, resultante da reduzida dimensão do nosso mercado doméstico e consequentemente do modesto lugar que as nossas maiores instituições ocupam no ranking internacional, característica que é agravada pelas dificuldades de crescimento no mercado doméstico, especialmente quando as consequências da consolidação no grau de concorrência e nos seus reflexos sobre as relações com os consumidores são analisadas numa óptica essencialmente de mercado interno. As condições de enquadramento económico, legal e fiscal não são também as melhores. O fraco desempenho da economia, com níveis muito baixos de crescimento, a par do elevado grau de endividamento do Estado, das autarquias, das empresas e das famílias, para além de não serem favoráveis ao crescimento do negócio bancário potenciam factores de perturbação, como o crescimento do crédito em incumprimento, cuja resolução, dada a lentidão e reduzida eficácia dos tribunais, só pode ser racionalmente feita na maioria dos casos através da reestruturação/renegociação dos empréstimos concedidos. A existência de um quadro fiscal complexo e instável, pouco amigo do investimento e desincentivador do esforço individual, que compara desfavoravelmente com os regimes existentes nalguns países da UE a 15 e ainda mais com os dos países que integraram os últimos alargamentos, tem também contribuído para afastar o investimento directo estrangeiro e reforçar debilidades nacionais que estão na raiz do processo de deslocalização que tem flagelado o sector industrial. 17

A VISÃO DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE BANCOS As perspectivas em termos de negócio não são também animadoras. Para além do enquadramento macro-económico desfavorável já referido, tem-se assistido a uma persistente erosão da margem financeira, componente que continua a ser o principal suporte do produto bancário. Não obstante os desenvolvimentos registados em novas áreas, as quais têm gerado receitas com importância crescente, como é o caso das comissões derivadas de serviços prestados aos clientes e dos ganhos de intervenção das instituições nos mercados monetários e de capitais, a componente dos juros, correspondente à função de intermediação financeira, muito embora se tenha mantido como a principal fonte de proveitos (em 2006 representou 54% do produto bancário), tem-se vindo a reduzir, essencialmente por duas ordens de razões: o elevado grau de concorrência no sector e a persistência de uma divergência crescente entre o crescimento do crédito e dos depósitos, situação que tem determinado o recurso a fontes alternativas de financiamento (operações de titularização de empréstimos, emissão de dívida e recurso ao mercado interbancário) a um custo geralmente superior ao associado à captação de depósitos de clientes. O sector bancário enfrenta ainda o continuado desafio da produtividade, apesar dos esforços feitos nos últimos anos tendo em vista a sua melhoria, nomeadamente através da realização de pesados investimentos em novas tecnologias, da racionalização de efectivos, em que a concretização de extensos programas de reformas antecipadas com significativos reflexos nos encargos com fundos de pensões - foi acompanhada de uma vaga de admissões de pessoal com qualificação superior, da reformulação organizacional das instituições (com o abandono progressivo do modelo em que o exercício das actividades especializadas era feito através de instituições juridicamente distintas) e do permanente investimento em formação dos recursos humanos. A avaliar pelo posicionamento pouco confortável das nossas instituições no ranking dos indicadores habitualmente utilizados para medir produtividade e eficiência (produto bancário gerado por trabalhador e cost to income) teremos que concluir que será necessário perseguir com determinação novos ganhos de eficiência, por forma a podermos competir em pé de igualdade com as instituições mais evoluídas, em particular com aquelas que sejam capazes de mais directamente influenciar o desempenho dos nossos bancos no mercado doméstico...teremos QUE CONCLUIR QUE SERÁ NECESSÁRIO PERSEGUIR COM DETERMINAÇÃO NOVOS GANHOS DE EFICIÊNCIA, POR FORMA A PODERMOS COMPETIR EM PÉ DE IGUALDADE COM AS INSTITUIÇÕES MAIS EVOLUÍDAS... 18