Módulo 6 Cultura organizacional, Liderança e Motivação Um ambiente em constante mutação, com alterações cada vez mais rápidas e significativas, exige uma empresa com capacidade de adaptação crescente ao seu ambiente. Exige se das organizações um processo de transformação intenso, no qual o comportamento humano assume uma grande importância. Neste contexto, as organizações precisam desenvolver uma postura pró ativa, buscando novas maneiras de gerenciamento, novos processos de trabalho e elaboração de estratégias compatíveis com as exigências do ambiente. Além disso, as organizações devem ser flexíveis e resilientes, estando sempre abertas a novas idéias e percepções, desenvolvendo intensamente a criatividade e as inovações, de maneira a ampliar a capacidade e agilidade de resposta às alterações do ambiente, afirma Robbins (1999). A cultura organizacional e seus valores são fundamentais para promover a interação entre o ambiente externo e as estratégias da organização, de forma a se constituir num facilitador do processo de adaptação às mudanças. Para Dinsmore (1989) a cultura pode ser compreendida como um conjunto de normas, comportamentos e valores compartilhados entre um grupo de pessoas. Muitas destas forças sociais podem influenciar (motivar) fortemente o comportamento humano e por isso, são extremamente importantes em um processo de transformação. As novas práticas introduzidas com a transformação devem necessariamente ser ancoradas nas normas e nos valores dos grupos. Assim sendo, compreende se a cultura organizacional como resultante da interação dinâmica da estratégia, estrutura, sistemas, trabalhos, pessoas e liderança. Neste cenário, o líder tem papel estratégico, pois ele será o elo entre o empresário e o trabalhador, decodificando toda a cultura organizacional. 6.1 Abordagem antropológica da cultura organizacional A antropologia organizacional demonstra que as organizações iniciam suas atividades baseadas nas experiências de seu fundador que como tal, dissemina e influencia a seus comandados na postura, na forma de agir, na forma de vestir e no entendimento do mercado em que atua. Enfim cria o que chamamos de cultura organizacional. Para seu melhor entendimento listamos algumas definições: CULTURA ORGANIZACIONAL: Compreende os aspectos formais, um conjunto de regras não escritas que condicionam as atitudes tomadas pelas pessoas na organização, assim sendo, podemos dizer que a cultura envolve um conjunto de pressupostos psicossociais, tais como normas, valores, recompensas e poder. NORMA: São padrões ou regras de conduta nas quais os membros da organização se enquadram e que as pessoas obedecem sem levar em conta o lado bom ou mau. Quanto maior conformidade existir entre as normas, mais desenvolvida e eficaz será a organização (não estamos levando em conta seu grau de aprimoramento técnico / tecnológico / mercadológico).
VALORES: É o conjunto daquilo que a força de trabalho julga, positivo ou negativo numa organização. Vale ressaltar que normas e valores existem interdependentemente. RECOMPENSAS: São as formas de reconhecimento que servem como estímulo aos trabalhadores na execução dos trabalhos. PODER: É mensurado pela posição hierárquica dentro da organização, influindo direta ou indiretamente na definição da metodologia. A aplicabilidade, grau de centralização ou descentralização da autoridade, norteiam o sucesso ou fracasso da estratégia de atuação da organização. É de fundamental importância que estes aspectos sejam compreendidos quanto à avaliação da evolução ou retração de qualquer organização no mercado, pois toda cultura organizacional é alicerçada nestes princípios. Alguns aspectos devem ser levados em conta para que a organização mantenha seu foco voltado para o desenvolvimento. Aspectos tais como: Responsabilidade, liderança e comprometimento dos líderes 6.2. Liderança... esperar não é saber; quem sabe faz a hora, não espera acontecer. Geraldo Vandré Iniciamos nossa explanação sobre liderança com um trecho desta conhecida música, para relembrarmos a importância do processo de mudança de paradigmas no contexto organizacional contemporâneo, bem como da relevância do líder que é pró ativo e percebe a necessidade de acompanhar esse processo. Os líderes transmitem a responsabilidade, liderança e comprometimento para a criação de um ambiente propício ao sistema da qualidade, por meio de suas ações, constâncias e alocação de recursos necessários. Os líderes devem: Promover a melhoria da organização por meio de comunicação a todos os envolvidos, dos objetivos e metas a serem alcançados; Fomentar e incentivar um ambiente de comunicação aberta em todos os níveis da organização; Incentivar o trabalho em equipe e o respeito mútuo pelo indivíduo; Delegar autoridade para que todos melhorem os seus processos de trabalho.
Um ambiente propício a melhoria sistemática da empresa requer a adoção de um novo conjunto de valores, atitudes e condutas, que compartilhados e entendidos por todos da organização, fazem seu sucesso. Peter Drucker anunciou líder é aquele que tem seguidores, pois ele não controla as pessoas, ele ensina, mas também aprende com sua equipe. Ele atua com base na seguinte filosofia as coisas estão no mundo, só que eu preciso aprender (Paulinho da Viola), portanto ele é humilde e assim, consegue conquistar a confiança de sua equipe. Apresentamos abaixo uma breve explanação sobre alguns tipos de liderança e seus impactos no desempenho das equipes de trabalho: Pressionador: assume as responsabilidades dos outros, motiva se pela possibilidade de dominar e controlar a situação, seu conhecimento representa poder. Prima pela quantidade de informações que detém e não pela qualidade, não tem espírito de equipe, podendo ser agressivo e impaciente. Gera temor na sua equipe que age com medo das censuras que seu líder possa fazer; Social: é uma pessoa agradável e compreensiva, evita dizer não aos outros e não gosta de conflitos. Procura criar um clima amistoso no ambiente de trabalho, fornecendo apoio e consolo. Geralmente não vai à fundo nas problemáticas. Gera um clima amistoso na sua equipe, mas pode apresentar dificuldades por não tomar um posicionamento mais centrado, exatamente porque não deseja trazer insatisfação para ninguém; Paternalista: é um ditador condescente, pois ao mesmo tempo que pressiona também atua como social. Sempre dá conselhos, buscando grande lealdade de sua equipe. Geralmente é uma pessoa protetora, perfeccionista e que determina tudo. Gera um ambiente ambíguo, pois ao mesmo tempo que a sua equipe se ressenti de suas exigências, não o questiona pois o consideram uma pessoa muito boa, um paizão; Apático: acata, adia e toma uma postura de espectador diante dos fatos. Exime se de responsabilidades e de críticas. Toma uma atitude de distanciamento, neutralidade, não contribuindo nas decisões. Gera um clima de insegurança, pois sua equipe sabe que não pode contar com ele nos momentos díficeis.
Conciliador: geralmente é cauteloso, conformista e indireto. Prefere as certezas, o meio termo, seguindo aquilo que já foi testado anteriormente. Procura amenizar divergências, evitando tomar posicionamento e agindo vagamente. Gera desconfiança na sua equipe, pois não sabem exatamente em que posição ele está. Gestor: é confiante, direto e decidido. Explora os fatos e focaliza os problemas. Possui espírito realizador, inovador. Suas prioridades são claras, estabelecendo metas desafiadoras. Estimula a participação de sua equipe, pois acredita que só assim, poderão obter bons resultados. Gera motivação e comprometimento de sua equipe, pois se considera como um membro dela. O comportamento do líder poderá influenciar de forma preponderante na motivação de sua equipe. Alguns pontos devem ser atentados para que o líder auxilie na criação de um ambiente organizacional favorável à motivação, são eles: Estimular atitudes de pró ativa e de confiança nos indivíduos; Recompensar o bom desempenho; Recompensar desempenhos diferentes de formas diferentes; Explicitar e tornar claro as expectativas em relação às atividades e postura do trabalhador. Para que uma organização consiga trabalhar a cultura organizacional de forma motivacional, deve atuar em parceria com seus líderes focando os seguintes aspectos: Concentrar as atenções na satisfação das necessidades do cliente interno e externo; Deixar claro para todos os envolvidos o comprometimento da alta administração; Enfatizar a melhoria do processo como sendo a melhoria do trabalho individual e em equipe; Estabelecer canal de comunicação aberto em todos os níveis da organização; Promover o trabalho em equipe e o respeito aos indivíduos; Abordar os problemas e solucioná los, buscando sempre a melhoria do processo; Tomar as decisões baseadas na análise dos dados; Envolver toda a cadeia, desde o fornecedor até o cliente. É inegável, que toda cultura reinante na empresa é oriunda de seus líderes e que a quebra dessa cultura passa por enormes dificuldades, desde a quebra de paradigmas até a mudança de pessoas que a compõem. Concluímos então que a cultura reinante na empresa é intrinsecamente ligada a outros dois fatores estrutura e poder e que para mudá la, obrigatoriamente tem se que alterar estes outros fatores e vice versa. Diante do exposto, concluímos quão é importante a cultura organizacional para a sobrevivência, manutenção e desenvolvimento da organização, pois dela depende e advêm as decisões tomadas pelos seus líderes, bem como a motivação dos seus trabalhadores temática abordada no módulo III. Para a área de Gestão de Pessoas fica a missão de coordenar esse processo, pois apesar de ser uma responsabilidade de linha (líderes) é uma função de staff
(estratégica). Mas uma difícil e importante missão para esta área. E ainda tem organização que não lhe dá o devido valor!!!