COMPORTAMENTO TEMPORAL DA MORTALIDADE NEONATAL PRECOCE EM SERGIPE DE : um estudo descritivo RESUMO

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Transcrição:

COMPORTAMENTO TEMPORAL DA MORTALIDADE NEONATAL PRECOCE EM SERGIPE DE 2010-2015: um estudo descritivo Lucas Correia Santos (Graduando em Enfermagem, Universidade Tiradentes)* Axcel Silva Alves (Graduando em Enfermagem, Universidade Tiradentes) Elisiane Mendes (Graduanda em Enfermagem, Universidade Tiradentes) Luiz Eduardo Rezende Lima (Graduando em enfermagem, Universidade Tiradentes) Marcio Lemos Coutinho (Doutorando em Saúde Coletiva, Universidade Tiradentes) *e-mail: lucaselshadday@outlook.com RESUMO Desde 1990, no Brasil, a mortalidade neonatal constitui-se como principal componente da mortalidade infantil, em 2010 foram registrados 11,2 óbitos por mil nascidos vivos grande parte destes ocorrendo no período neonatal precoce (0-6 dias) (LANSKY et al 2014). Mas, com a implantação do Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento criado pelo Ministério da Saúde em 2000 houve uma notável redução na mortalidade infantil que não aconteceu de igual modo na mortalidade neonatal precoce, o objetivo deste estudo é através dos dados do DATASUS descrever o comportamento temporal da mortalidade neonatal precoce em Sergipe de 2010 a 2015. Os dados obtidos demonstraram uma linearidade no período de 2010-2012 com redução em 2013 que não se perdurou nos anos posteriores. Isso chama a atenção para a necessidade de estudos mais específicos para: identificar as causas e avaliar eficácia das políticas reducionistas como a qualidade dos serviços prestados à mulher e neonato. Palavras-chave: Mortalidade Infantil. Mortalidade Neonatal. Taxa de Mortalidade Infantil. Coeficiente de Mortalidade. Nascidos Vivos. INTRODUÇÃO Desde 1990, no Brasil a mortalidade neonatal tem se constituído como principal componente da mortalidade infantil sendo que em 2010 foram registrados aproximadamente 11,2 óbitos por mil nascidos vivos. Observando esta estatística pode-se perceber que grande parte dessa mortalidade ocorre na fase neonatal precoce (0-6 dias) e a outra grande parcela ocorre nas primeiras 24 horas subsequentes, o que permite pressupor uma relação entre a mortalidade e a atenção dispensada ao parto e ao nascimento propriamente dito (LANSKY et al., 2014). No entanto, tem se observado que nas últimas três décadas houve uma redução na taxa mortalidade infantil (TMI) no país sobretudo pelo decréscimo na mortalidade pósneonatal (óbitos que ocorrem do 28º dia até um ano de idade) a partir da implantação de programas como o Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento criado pelo Ministério da Saúde em 2000. O referido programa além de viabilizar o acesso universal com qualidade à gestação, ao parto, puerpério e período neonatal estabelece critérios indispensáveis para a realização do Pré-natal (Portaria nº 569/GM, de 1º de junho de 2000) visando reduzir os

índices de mortalidade. No mesmo ano foi instituído também como instrumento de apoio o SISPRENATAL, um software desenvolvido pelo DATASUS que possibilita o acompanhamento das gestantes cadastradas no Programa através da realização de consultas nos intervalos predefinidos, solicitação de exames de acordo com os protocolos e verificação do estado vacinal (VIELLAS et al., 2014; FERRAZ et al., 2013; BARBOSA et al., 2014). No entanto, mesmo com tais mudanças, não se tem notado tendências satisfatórias nos índices de mortalidade neonatal, fato que segundo SILVA et al. (2014) pode estar diretamente relacionado a fatores como: (1) Assistência inadequada na pré gravidez, gestação, parto e ao recém-nascido, e (2) Falha na distribuição de leitos intensivos neonatais. Segundo o Sistema Nacional de Vigilância em Saúde através do Relatório de Situação de Saúde publicado em 2009, o Brasil apresentou no período de 2000 à 2007 uma redução de 26,9% na taxa de mortalidade Infantil, e em Sergipe nesse mesmo ano a taxa foi de 30,0 óbitos por mil nascidos vivos um valor relativamente alto quando comparado à outras regiões do Brasil e isso é preocupante principalmente quando estamos falando de um estado com pequenas dimensões geográficas composto por 75 municípios, com um território de 21.910,3 Km², e uma população estimada para 2017 de 2.288.116 pessoas (IBGE, 2010; BRASIL, 2009). Diante de tal realidade constitui-se de extrema relevância descrever o comportamento temporal do coeficiente de mortalidade neonatal precoce em Sergipe de 2010 a 2015. METODOLOGIA Trata-se de um estudo descritivo com dados sobre mortalidade neonatal e nascidos vivos obtidos do DATASUS (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde) relativos ao período de 2010 a 2015 individualmente para o estado de Sergipe. Calculouse a Taxa de Mortalidade Neonatal por 1.000 nascidos vivos utilizando-se o coeficiente de mortalidade neonatal precoce. Foi utilizado o programa TabWin disponibilizado pelo próprio DATASUS, para obtenção das taxas de nascidos vivos sendo consultado o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos SINASC filtrando-se na linha todos os municípios do

Estado, na coluna o ano do nascimento (2010 à 2015) e no conteúdo, nascimento por residência da mãe, para obtenção da taxa de mortalidade foi consultado o Sistema de Informações sobre Mortalidade SIM e selecionados os filtros, óbitos infantis de 0 à 6 dias de 2010 à 2015 individualmente e por causas evitáveis aplicando-se em seguida o cálculo direto para obtenção do coeficiente de mortalidade neonatal precoce a seguir disposto: Números de óbitos de residentes de 0 à 6 dias de idade X 1000 Número de nascidos vivos de mães residentes RESULTADOS Os principais resultados deste estudo sobre a razão de óbitos neonatais precoce em Sergipe encontram-se dispostos na tabela 1. Os dados obtidos pelo Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos SINASC e Sistema de Informações sobre Mortalidade SIM do DATASUS demonstraram que os resultados do coeficiente de mortalidade neonatal precoce permaneceram constantes nos períodos de 2010 à 2012, com 8,7 óbitos por 1000 nascidos vivos nos três anos consecutivos, com destaque para o ano de 2011 onde ocorreu o maior número de óbitos por residência (304) e 2013 com o menor número (270 óbitos por residência). No ano de 2013 houve uma considerável redução no coeficiente de mortalidade com um valor de 7,8 óbitos por 1000 nascidos vivos, fator que pode estar ligado à um aumento no número de consultas e melhor assistência no pré-natal. Já no ano de 2014 ocorre um aumento em relação ao ano anterior passando de 7,8 óbitos por 1000 nascidos vivos para 8,3 óbitos por 1000 nascidos vivos. O ano de 2015 é marcado por uma pequena diminuição no coeficiente de mortalidade. Outro fator que pode influenciar na análise da Mortalidade Neonatal é a subnotificação dos casos. Além disso com relação às estimativas da mortalidade infantil encontram-se dificuldades metodológicas e imprecisões inerentes às técnicas implementadas, cujos pressupostos podem não se cumprir, por variações na dinâmica demográfica.

Tabela 1 Número de óbitos por residência, nascidos vivos por mães residentes e Coeficiente de mortalidade neonatal precoce. SERGIPE 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Número de óbitos por 298 304 297 270 288 284 residência Número de nascidos vivos por mães residentes 34.016 34.925 34.108 34.228 34.369 34.917 Número de óbitos por mil nascidos vivos em Sergipe 8,7 8,7 8,7 7,8 8,3 8,1 Gráfico 1 - Fonte: Dados obtidos pelo DATASUS, Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos SINASC, Sistema de Informações sobre Mortalidade SIM. 8,8 8,6 8,4 8,2 8 7,8 7,6 7,4 Comportamento temporal da mortalidade neonatal precoce por causas evitáveis em Sergipe no período de 2010 a 2015 7,2 2010 2011 2012 2013 2014 2015 CONCLUSÃO Diante do estudo em questão percebeu-se uma linearidade quanto ao comportamento temporal da mortalidade neonatal precoce em Sergipe principalmente nos

anos de 2010 à 2012 observado no gráfico 1. No ano de 2013 houve uma notável redução que curiosamente não se manteve nos anos seguintes onde houve pouca diferença nos resultados. Mesmo com os limites para o estudo observa-se que grande parte dos óbitos neonatais são evitáveis constatando mesmo que parcialmente (pois necessita-se de mais estudos para a determinação de causas) que ainda existem problemas relacionados à assistência materno-infantil indicando também a necessidade de investimentos nos serviços e efetividade na capacitação dos profissionais para atender a mulher no ciclo grávido-puerperal e o neonato, prioritariamente no pós-parto imediato. Identificar às causas de morte e em destaque as evitáveis constitui-se ferramenta primordial para avaliar a eficácia das políticas e a qualidade dos serviços prestados os quais tem relação direta com o número de óbitos. REFERÊNCIAS BARBOSA, J. T. C.; VETTORI, T. N. B.; SALDANHA, B. L. et al. Sisprenatal como ferramenta facilitadora da assistência à gestante: Revisão Integrativa da Literatura. Revista de Atenção à Saúde, v. 12, n. 42, p.42-47, out./dez. 2014. BRASIL. IBGE. Censo Demográfico, 2010. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/se/panorama>. Acesso em: 22 mar. 2018. BRASIL. Ministério da Saúde. Relatório de Situação em Sergipe. Sistema Nacional de Vigilância em Saúde.Brasília-DF;2009. FERRAZ D. D.; RODRIGUES, M. S.; RODRIGUES, T. S. et al. Atenção Pré-natal segundo indicadores de processo do SISPRENATAL através do programa de humanização do pré-natal e Nascimento. Rev Enfermagem Revista, v.16, n. 2, maio/ago. 2013. LANSKY, S.; FRICHE, A. A. L; SILVA, A. A. M. et al. Pesquisa Nascer no Brasil: perfil da mortalidade neonatal e avaliação da assistência à gestante e ao recém-nascido. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 30 Sup:S192-S207, 2014. SILVA, C. F.; LEITE, A. J. M..; ALMEIDA, N. M. G. S. et al. Fatores associados ao óbito neonatal de recémnascidos de alto risco: estudo multicêntrico em Unidades Neonatais de Alto Risco no Nordeste brasileiro. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 30, n. 2, p. 355-368, fev. 2014. VIELLAS, E. F.; DOMINGUES, R. M. S. M.; DIAS, M. A. B. Assistência pré-natal no Brasil. Cad.Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 30 Sup:S85-S100, 2014.