Paraisópolis: diagnóstico de mobilidade

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Transcrição:

Foto: Irene Quintáns Banco Mundial. BRAZEEC Project Component 2: ICT Solutions for Equitable and Sustainable Transport Provendo modalidades de transporte mais equitativas e sustentáveis para populações vulneráveis na comunidade de Paraisópolis, São Paulo, Brasil

O Projeto é uma iniciativa do Banco Mundial, quem financia programas para otimizar e melhorar: Gestão do Transporte de Cargas Coordenação das Políticas de Transporte e de Uso do Solo, Melhoria do Transporte Público, Estímulo ao Transporte Não Motorizado Gestão da Demanda do Transporte Motorizado Individual. Os objetivos gerais do Projeto em Paraisópolis são: (i) reduzir as emissões de gases de efeito estufa, fomentando o menor consumo de energia pelos modos de transporte (ii) promover a aplicação de políticas e marcos regulatórios para o desenvolvimento de sistemas de transporte sustentáveis.

Foto: Irene Quintáns O objetivo deste projeto é desenvolver um diagnóstico de mobilidade que identificará os principais gargalos sofridos pela comunidade de Paraisópolis para acessar às atividades diárias e posteriormente sugerir oportunidades para melhorias.

Embora a comunidade tenha recebido atenção e recursos tanto do setor público e dos setores privados nos últimos anos, a acessibilidade da comunidade e dos seus moradores continua sendo difícil.

Fotos: Irene Quintáns contexto A comunidade recebeu melhorias nos serviços básicos como água encanada, eletricidade e lixo, porém não foram implementadas intervenções de mobilidade significativas dentro da comunidade para solucionar a distribuição injusta de espaço público, que vem sendo ocupada pelos carros privados. A crescente motorização da comunidade contribui ao congestionamento, o qual reduz as velocidades de viagem para sistemas de transporte que servem à comunidade e ameaça a resposta rápida dos serviços de emergência; entre outros problemas, incrementa a insegurança e dificuldades para os meios de transporte não motorizados: pedestres, bicicletas.

contexto PARAISÓPOLIS: A segunda maior favela da cidade por área e pela população 12 vezes mais densa do que a própria cidade Localizada no centro da cidade, não periferia Ruas estreitas e congestionadas (taxa de motorização de 10% em 2007 33% em 2011) Os pedestres são forçados a usar a rua devido a calçadas inexistentes ou ocupadas A maioria das viagens dentro da comunidade são a pé Linhas de ônibus operam em saturação Duas estações de monotrilho estão planejadas para servir a comunidade nos próximos anos

Foto: Irene Quintáns A diagnose identificará como os indivíduos na comunidade viajam, para onde e quais são os tipos de trabalho, estudo, lazer e outras atividades que acontecem, calculando os efeitos da implementação de infraestrutura de transporte planejada como as linhas de metrô 4, 5 e 17. O projeto também tem foco na acessibilidade dos pedestres para as atividades que acontecem dentro da comunidade, assim como o acesso ao transporte coletivo como o metrô existente e sistemas de ônibus que servem a comunidade. objetivos do projeto

objetivos do projeto Enquanto a coleta de dados e análises serão aplicados exclusivamente para a comunidade de Paraisópolis, os resultados informarão aspectos de mobilidade para outros projetos de urbanização de favelas, tentando melhorar a conhecida falta de informação disponível sobre mobilidade urbana na periferia das cidades.

O diagnóstico avaliará a mobilidade dos moradores de Paraisópolis: (1) Dentro da comunidade, onde se desenvolvem atividades comerciais, sociais, de estudo, esporte e lazer (2) No perímetro da comunidade, na interfase com a Av. Giovanni Gronchi (3) Nos deslocamentos para os outros bairros da cidade

Provendo modalidades de transporte mais equitativas e sustentáveis para populações vulneráveis na comunidade de Paraisópolis, São Paulo, Brasil O que é vulnerável? nome do projeto Na sociedade, um indivíduo vulnerável é aquele que possui condições sociais, culturais, políticas, étnicas, econômicas, educacionais e de saúde diferente de outras pessoas, o que resulta em uma situação desigual O que gerou a situação desigual? O acceso desigual a oportunidades, às posibilidades de melhorar

ver os dois lados Foto: Irene Quintáns

Foto: Irene Quintáns

Foto: Irene Quintáns Porque estudar a mobilidade das pessoas de Paraisópolis?

para melhorar o acesso às oportunidades

Foto: Irene Quintáns Oportunidades para você...

Foto: Irene Quintáns e oportunidades para mim

Foto: Irene Quintáns A vida é uma sucessão contínua de oportunidades Gabriel García Márquez

metodologia Fase 1 Coleta de dados e análise Coleta de dados e analise de dados existentes Seleção de aplicativo de smartphone para coletar dados de viagens Diagnóstico do mapa de usos do territorio

dados Censo 2000-2010

atualização

atualização

Novos dados: -atividade econômica -capacitações -empreendedores

Foto: Irene Quintáns Construção de novas escolas

Fotos: Irene Quintáns Logística das mercadorias e serviço ao cliente

primeiros estudos de mobilidade - Contorno oficial as favelas de São Paulo (Prefeitura SP, 2014) - Buffer de 300 metros. - 25 pontos de ônibus, nenhum metrô/trem/monotrilho. - 14 linhas, com 84 partidas programadas que saem (ou cruzam) a região. - 6 linhas atuam dentro da comunidade. - Nem toda população pode acessar todos os serviços (principalmente região de borda)

Linhas mais usadas e horários Linhas ônibus Horas do dia

Tempos medios de viagem: Origem Paraisópolis - Destino outros bairros da cidade

Tempos medios de viagem até integrações em outros bairros Tempo até Integrações Importantes Metrô Faria Lima: 52 minutos. Santo Amaro: 29.7 minutos Itaim Bibi (bairro): 47.5 minutos Avenida Paulista: 1h 21 min.

metodologia Fase 2 Primeiro teste da metodologia Identificar grupo de pessoas para o teste Instalação do aplicativo e treinamento Primeiros testes com o aplicativo Análise dos dados e metodologia

Piloto com 30 voluntários

Fase 3 Implementação da pesquisa na escala maior Identificar grupo de pessoas para a amostra Instalação do aplicativo e treinamento Aplicativo para as escalas de estudo Análise dos dados e pesquisa de seguimento para uma sub-amostra

Fase 4 Componente 1: Consultas à comunidade Debates sobre os resultados de pesquisa, possíveis intervenções Componente 2: Intervenções propostas e diretrizes Desenvolvemos relatório final Componente 3: Conhecimento e aprendizagem Seminário Internacional/ Workshop para disseminar o estudo

Fase 5 Uma outra possibilidade interessante é Complementar os dados coletados com a interrelação entre os hábitos de mobilidade urbana e a saúde das famílias

Alguns pesquisadores apontam que se houvesse uma redução de 10% nos poluentes na capital, entre 2000 e 2020, poderiam ser evitados nada menos que: 114 mil mortes, 118 mil visitas de crianças e jovens a consultórios, 103 mil a prontos-socorros (por causa de doenças respiratórias), 817 mil ataques de asma, 50 mil bronquite aguda e crônica, além da perda de atividades em 7 bilhões de dias e 2,5 milhões de ausências ao trabalho. Em apenas um ano (2011) a poluição da atmosfera contribuiu para 17,4 mil mortes no Estado de São Paulo

Segundo um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS), a região metropolitana de São Paulo tem a maior ocorrência de problemas mentais em todo o mundo, com cerca de 30% da população. De acordo com os pesquisadores, a alta incidência de problemas mentais é causada pela alta urbanização juntamente com privações sociais. A ansiedade é o problema mais comum, afetando 19,9% dos 5037 entrevistados pela pesquisa. Os mais afetados são homens migrantes e mulheres em regiões de instabilidade social

Uma pesquisa americana (Estudo na "Brain, Behavior and Immunity ) sugere que filhos de pais estressados ou deprimidos são mais vulneráveis a doenças e a infecções.

MULTIENTIDADES UBS I, II, III; AMA, CAPS, EINSTEIN_Agentes de saúde CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) SASF (SASF Serviço de Assistência Social à Famílias) )_Agentes sociais PAVS (Programa Ambientes Verdes e Saudáveis)_Agentes ambientais GTs MULTIENTIDADES (SAÚDE, CULTURA, MOBILIDADE, MEIO AMBIENTE )

Muito obrigado! Pamela, 6 anos, CEU Paraisópolis desenhando seu caminho CASA-ESCOLA