21 de dezembro de 2010 Missão do PNQS já de volta da Espanha Já estão voltando ao Brasil os 45 representantes de empresas e serviços de saneamento que foram à Espanha em missão de estudos do PNQS Prêmio Nacional da Qualidade em Saneamento. Os representantes brasileiros, sob a liderança da presidente da ABES, Cassilda Teixeira de Carvalho, participaram em Madri de um seminário sobre os serviços públicos e privados de saneamento naquele país. Foram apresentadas as empresas ACS, Cobra e Tedagua, Emasesa e Águas da Cidade de Madri. Nos dias imediatos, divididos em quatro grupos, os brasileiros fizeram diferentes visitas técnicas a empreendimentos de água e esgoto. O grupo brasileiro no início da missão de estudos do PNQS 2010 Integração A presidente da ABES disse que essa integração entre empresas brasileiras e estrangeiras - que atuam de modo diferente e estão em diferentes estágios de gestão - é muito importante pela troca de experiências que proporciona. Em seminários de apresentação, palestras, exposições técnicas e visitas a empreendimentos de águas e esgotos, os integrantes da Missão Benchmarking 2010 tiveram aulas ao vivo sobre as soluções que a Espanha está dando aos seus problemas de saneamento dentro do contexto da Comunidade Europeia Boas Festas!
2 Cassilda: Espanha deu salto em 15 anos Cassilda na visita à empresa Canal de Isabel II A presidente da ABES, Cassilda Teixeira de Carvalho, que liderou a Missão Benchmark à Espanha, disse que fica cada vez mais clara a relevância dessa etapa do PN- QS, quando ocorre uma grande integração entre os representantes das empresas brasileiras agraciadas na premiação anual e as empresas estrangeiras visitadas. O que ocorre é uma grande integração, uma oportunidade única de discutir a atuação das empresas brasileiras com outras que atuam em realidades diferentes, portes diversos e outros estágios de gestão, disse Cassilda. A troca de experiências, ressalta a presidente da ABES, é um resultado tão importante quanto o conhecimento de formas exitosas de atuação de empresas de fora do país. Cassilda diz que a Espanha, há 15 anos, vivia uma situação muito similar à do Brasil em termos de água e esgoto. Há 15 anos a Espanha deu um salto, fez parcerias importantes entre os diversos níveis de governo e, mesmo entendendo que a Comunidade Europeia injetou recursos, a Espanha fez mais que isso, estabeleceu regras, prazos e condições. A gestão do saneamento é pública, como tem que ser, mas trouxe a iniciativa privada, contratando soluções e investindo na eficiência, explicou. Cassilda disse que experiências bemsucedidas como essa da Espanha confirmam o que vem dizendo, que é possível universalizar os serviços de saneamento básico no Brasil até 2020, fazendo um novo desenho e um grande pacto entre os governos federal, estaduais e municipais. Canal de Isabel II, um grande sistema de Madri Um dos maiores sistemas visitados na viagem do PNQS foi a empresa pública Canal de Isabel II, da municipalidade de Madri, que administra o abastecimento de água na capital da Espanha. Ela atende a 179 municípios dos 183 da região, tem 1,3 milhão de clientes. Predomínio de contas individualizadas em condomínios (46%) e casas (28%). Qualquer demanda dos clientes tem de ser respondida no prazo de 5 dias, sob pena de multas pecuniárias por dia de atraso (mas 52% dos protocolos se referem a mudanças de dados cadastrais). O tempo médio de espera para atendimetno em suas agências é de 3 minutos. Uma característica interessante: os imóveis não usam reservatórios de água, uma vez que a topografia da cidade permite o abastecimento contínuo por gravidade. A tarifa, estabelecida pelo governo, é em média de 1,50 euro (R$ 3,37) por metro cúbico. A tarifa é mais cara no verão e conforme as faixas de consumo. Metade da leituras bimestrais dos 350 mil hidrômetros eletrônicos é terceirizada. Participaram do grupo que visitou a Canal de Isabel II os seguintes representantes: Francisco de Macedo Fraietta e Rodrigo Varella Bastos (da Copasa); Leonard Canargio Freire de Almeida e Milton de Oliveira (da Sabesp); Grazielo Gloria Aragones e Sandro Reolon Zanella (da Corsan); Rita Ivone Camana (Sanepar); Domingo Sávio Cardoso Braga (Cagece); e Zoé Aparecida Fontes Pereira (Caesb).
3 Nos Pireneus, o planejamento das águas A Missão Benchmark do PNQS 2010 levou um grupo de brasileiros a Saragoça, capital da província de Aragão, a 300km de Madri. A província fica na região dos montes Pireneus, quase na divisa da França, e tem 1,3 milhão de habitantes. Os visitantes foram conhecer a gestão de saneamento e as parcerias público-privadas para redução do déficit de tratamento de esgoto. O modelo de gestão do sistema concede a exploração durante 20 anos à empresa construtora e operadora, que recebe seu faturamento em função da qualidade do esgoto tratado. A parceria foi montada porque a legislação europeia exigia o tratamento de 100% do esgoto até 2015, mas Aragão tinha limitações orçamentárias sérias (e prazos muito curtos). Enquanto o orçamento de Aragão é de 30 milhões de euros (R$ 67,5 milhões), os investimentos necessários alcançavam 1,4 bilhão de euros (R$ 3,15 bilhões). Em Aragão, o planejamento das águas é integral O sistema opera 425 estações de tratamento de esgoto. O tratamento era igual a zero em 1980, alcançando 90% em 2008 e, de acordo com o Plano Pireneus, da Comunidade Europeia, deve alcançar 100% Uma viagem inesquecível de tratamento em 2015. O sistema é composto de 9 estações de tratamento, e o esgoto é predominantemente doméstico. Cada família (de 3 pessoas) paga ao governo um imposto anual de depuração de 103 euros (R$ 283,25), que é repassado à empresa contratada. O imposto doméstico fixo é de 3,90 euros (R$8,77) mais 0,517 euro (R$ 1,17) por metro cúbico. Foram relatores da viagem: Samanta Ivonete S. Oliveira e Fernando Flores Catta Preta (da Sabesp); Valério Máximo G. Parreira e Luiz Nogueira de Oliveira (da Copasa); Sandro Adriani Camargo e Paulo Roberto Cervi (da Corsan); Liliane do Rocio Rigoni (Sanepar); Carlos Anderson S. Pedreira (Deso); e Fabiana Coutinho Raposo (Cesan). Carlos Anderson Pedreira, da Deso, de Sergipe, elogiou o tratamento recebido dos espanhois e a cidade de Saragoça, que considerou encantadora. Em depoimento para este boletim especial, Anderson disse que as visitas técnicas foram todas muito produtivas, as formalidades foram cumpridas e que tudo foi muito além do formal, o que, segundo ele, demonstra a precupação com o aprendizado e com a melhor maneira de se fazer. Esta é a essência do benchmark, disse Anderson. Elogiou os integrantes do seu grupo ( indiscutivelmente uma seleção dos melhores profisionais que o mercado de saneamento pode oferecer ) e disse que a multidisciplinariedade dos profissionais reforça o aprendizado com No trem de volta de Saragoça, o grupo de Anderson prepara o relatório a troca de experiências do trabalho. Anderson considerou a viagem inesquecível.
4 Cedex, o grande gerente do Manzanares O Cedex, órgão público do governo espanhol, foi outra visita que atraiu a atenção dos brasileiros. Foi implantado na década de 60 e fica às margens do rio Manzanares, que nasce no centro da Espanha e cruza Madri. É vinculado aos ministérios do Fomento e Meio Ambiente, Meio Rural e Marinho. Compõe-se principalmente de um centro de estudos hidrográficos, de estudos de transporte e laboratórios de hidráulica (que tem 80 estações de monitoramento de rios) e de geotecnia. Os clientes mais habituais do Cedex, que tem 170 técnicos sob contrato por demanda, são o próprio governo e empresas privadas que constróem barragens. O sistema do Cedex apoia o Plano Nacional de Saneamento e Drenagem, estuda processos de tratamento (inclusive reúso de água) e ministra cursos. Os visitantes conheceram alguns dos 29 tanques de acumulação de águas pluviais existentes em Madri, lá chamados de tanques de tormenta. Integram o chamado Plano de Qualidade das Águas do Rio Manzanares. A capacidade dos tanques varia de 3 mil a 400 mil metros cúbicos. A finalidade desses tanques é acumular as águas pluvais, fazer o tratamento preliminar e enviar para tratamento posterior em estações depuradoras. Foram relatores da visita: Rosana Dias e Cláudio Vieira Oliveira (da Sabesp); Mauricio Paulo Pereira e Mário César de Sá Horta (da Copasa); O rio Manzanares, que corta a cidade de Madri Maria Ângela Dumont Sargaço e Luiz Carlos Braz de Jesus (da Sanepar); Aline Martins Brito (Cagece); Tácito Marques Castelo Branco (Casal); Germanir Leal Santos (Caesb) e Michele Assumpção Deboita (Corsan). Simulações hidráulicas no laboratório do Cedex e tanques de acumulação de águas pluviais com capacidade de até 400 mil metros cúbicos
5 Os sanitaristas brasileiros na Europa Os quatro grupos de representantes de companhias e serviços de saneamento brasileiros que foram à Espanha na missão do PNQS 2010 para absorver a experiência daquele país europeu na solução dos problemas de abastecimento de água e tratamento de esgoto EXPEDIENTE ABES Informa é um informativo eletrônico da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental - ABES, atualizado semanalmente e enviado via Internet para todos os sócios da entidade. Diretor Responsável: Cassilda Teixeira de Carvalho Presidente Nacional da ABES SUPERINTENDENTE EXECUTIVA: Maria Isabel Pulcherio Guimarães Editor de conteúdo: Romildo Guerrante (MTB 12.669-RJ) Projeto Gráfico: Flap Design/ Nena Braga Editoração eletrônica: ABES/ Thiago Oliveira Lobão e-mail: abes@abes-dn.org.br Clique aqui para ver as edições anteriores