Finanças Públicas. Setor Público e Bem Estar - Função bem estar social - Escolha Social - Papel do Setor Público

Documentos relacionados
Finanças Públicas. Setor Público e Bem Estar - Função bem estar social - Escolha Social - Papel do Setor Público. Cap.

Capítulo 32 BEM-ESTAR

Finanças Públicas. Federalismo Fiscal CAP. 26 STIGLITZ

Finanças Públicas. Federalismo Fiscal CAP. 26 STIGLITZ

Bem-estar. Graduação Curso de Microeconomia I Profa. Valéria Pero. Varian, H. Microeconomia. Princípios Básicos. Editora Campus (7ª edição), 2003.

Finanças Públicas BENS PÚBLICOS CAP. 7 STIGLITZ

Economia do Trabalho OFERTA DE TRABALHO. CAP. 2 Borjas

Economia Pública. 1º Semestre 2012/13. Economia Pública. 1.5 Provisão/produção pública e decisão colectiva

Instituto Federal de Brasília CST em Gestão Pública - Finanças Públicas Lista de exercícios - 2

Finanças Públicas BENS PÚBLICOS CAP. 7 STIGLITZ

Economia Pública. Decisão Colectiva

Economia Pública 2º 2 Semestre 2009/09

Escolha Social e Proteção Ambiental. Kolstad - Capítulo 3

Finanças Públicas. Provisionamento Público: EDUCAÇÃO CAP. 16 STIGLITZ

INFORME ESPECIAL ASSESSORIA PARLAMENTAR Nº 01

Conceitos Fundamentais

Finanças Públicas. Provisionamento Público: SAÚDE CAP. 12 STIGLITZ

ÍNDICE. As funções económicas tradicionais do Estado: uma introdução. O peso do Estado na economia APRESENTAÇÃO DA 2ª EDIÇÃO 13 APRESENTAÇÃO 15

3 Mercados e Bem-Estar Econômico

Justiça. Universidade Federal de Santa Catarina. From the SelectedWorks of Sergio Da Silva. Sergio Da Silva, University of Brasilia

Economia e Finanças Públicas Aula T7. Bibliografia. Conceitos a reter. Obrigatória: Cap. 2 - Despesas públicas: teoria e prática

3 Mercados e Bem-Estar Econômico

Defending the One Percent

Finanças Públicas. Imposto sobre a Propriedade & Ilusão Fiscal

Questões de AFO para ESAF IGEPP 2016 Prof. M. Sc. Giovanni Pacelli. Tópico 8

UNIDADE III TRIBUTAÇÃO RECEITA PÚBLICA ORÇAMENTO PÚBLICO. Orçamento Público. Orçamento Público

Professor: Carlos Eugênio da Costa Finanças Públicas Monitor: Alexandre Sollaci

Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto USP Departamento de Economia

Teoria Microeconômica I. Prof. Marcelo Matos. Aula 16

TEORIA MICROECONÔMICA I N

MACROECONOMIA. O problema é que às vezes alguns pormenores importantes são omitidos.

Escola Brasileira de Economia e Finanças - EPGE/FGV Graduação em Ciências Econômicas - Ciclo Pro ssional. Finanças Públicas Gabarito - Lista 8

Preferências. From the SelectedWorks of Sergio Da Silva. January Notify Me of New Work. Start Your Own SelectedWorks.

Economia e Gestão do Setor Público. Profa Rachel

Teoria da Escolha do Consumidor

Matemática e Cidadania

PARTE I As Finanças Públicas e o Papel do Estado

Varian, H. Microeconomia. Princípios Básicos. Editora Campus (7ª edição), TROCAS. Graduação Curso de Microeconomia I Profa.

Democracia e Sistema Eleitoral Brasileiro

Teoria da Implementação

INSTITUIÇÕES DE DIREITO

As propostas da Reforma Política que pode ser votada na Câmara em abril

Capitulo 6: A Teoria do Consumidor

ECONOMIA NO SETOR PÚBLICO AULA 2-06/03

Processo Seletivo. 3. Caderno 1 Prova da 2. a Fase. Matemática. 1.º Semestre de Confira seus dados impressos na capa deste caderno.

Eleições e Financiamentos de Campanhas no Brasil

Resumo das propostas de reforma política

Teoria Microeconômica I. Prof. Marcelo Matos. Aula Introdutória

DESENHO DE MECANISMOS (1)

Finanças Públicas. Bem-Estar e Redistribuição de Renda CAP. 15 STIGLITZ

FINANÇAS PÚBLICAS Teoria dos Ciclos Político Econômico

Economia do Trabalho TÓPICOS EM OFERTA DE TRABALHO. CAP. 3 Borjas

Introdução à Microeconomia. Renata Lèbre La Rovere. Grupo de Economia da Inovação IE/UFRJ. Aula para Prova Final

Perguntas a Serem Respondidas. 21. Teoria da Escolha do Consumidor. A Restrição Orçamentária. Oprtunidades do Consumidor

DEMOCRACIA, ÉTICA E CIDADANIA

Microeconomia II. Cursos de Economia e de Matemática Aplicada à Economia e Gestão

REFLEXOS DA REFORMA POLÍTICA NAS ELEIÇÕES DE 2016

As Finalidades da Tributação e sua Disseminação na Sociedade

Teoria da Decisão. Abordagem científica para o suporte à decisão. Modelos formais de representação de preferências Aplicações em.

Capítulo 9. Economia política da política comercial

PROJETO ELEIÇÃO. Estamos em ano de eleições Será que os alunos sabem o que fazem aqueles políticos que querem o voto dos eleitores?

Curso Intensivo de Revisão e Exercícios CACD MÓDULO 1 MICROECONOMIA Aula 1/6

Comportamento do consumidor Parte Preferências do Consumidor 2. Restrições Orçamentárias 3. A Escolha do Consumidor

Microeconomia II. Competição Imperfeita Oligopólio. Pindyck Cap: 12

Processo Seletivo. 1.º Semestre de Caderno 1 Prova da 2. a Fase. Matemática. resolução h

Microeconomia II. Licenciatura. 2º Semestre João Granja 2º Teste 12 de Junho de 2006

Finanças Públicas. Políticas de Tributação CAP. 17; 18; 19 STIGLITZ

Seminários de Estudos em Epistemologia e Didática (SEED) Eleições: os limites fixados pelo Teorema de Arrow

UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA INSTITUTO SUPERIOR DE ECONOMIA E GESTÃO MICROECONOMICS 2009/2010

Prof. Marcelo Matos. Aula 21

Definição como se transformam votos em poder

nativo para a terra. Apesar dos resultados serem relativamente robustos e bastante significativos, não há como estabelecer um teste conclusivo apenas

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO DO SUL ESCOLA SUPERIOR DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS ESPECIALIZAÇÃO GESTÃO PÚBLICA GABARITO OFICIAL

EAE0111 Fundamentos de Macroeconomia. Lista 3

Saneamento Básico: Recuperar o Tempo Perdido

2010 Diagrama Entidade - Associação

Noções de Economia. Michelle M. Miltons CACD 2016 Aula 1 de 24

Eixo II MECANISMOS DE CONTROLE SOCIAL, ENGAJAMENTO E CAPACITAÇÃO DA SOCIEDADE PARA O CONTROLE DA GESTÃO PÚBLICA

. Prefácio...xix Apresentação da 1" edição... xxii Agradecimentos... xxiv Nota dos autores à 3" edição... xxiv Os autores... xxvii

The Political Economy of the Kuznets Curve

Economia. A teoria da escolha do consumidor. Introdução à. N. Gregory Mankiw. Tradução da 6a. edição norte-americana

Pesquisa de Opinião Eleitoral Reforma Política Abril e Maio de 2009

Escola Brasileira de Economia e Finanças - EPGE/FGV Graduação em Ciências Econômicas - Ciclo Pro ssional

Para dar seu voto consciente, o eleitor deverá:

FÓRUM NACIONAL DE PRÓ-REITORES DE PLANEJAMENTO E DE ADMINISTRAÇÃO DAS IFES

TEORIA MICROECONÔMICA I N

Universidade Federal de Roraima Departamento de Economia

Rondônia. Tabela 1: Indicadores selecionados: mediana, 1º e 3º quartis nos municípios do estado de Rondônia (1991, 2000 e 2010)

Como atrair professores para escolas de difícil lotação? Gregory Elacqua

Dossiê DPI, custos de transação e governança. Alain Herscovici, out I) The problem of social cost: Coase versus Stigler? 1) A problemática geral

Dez Princípios de Economia

O JOGO DAS ELEIÇÕES A C T I V I D A D E S M A T E M Á T I C A S

Prof. Marcelo Matos. Aula 24

INCENTIVOS FISCAIS PARA AS NOVAS TECNOLOGIAS JOZÉLIA NOGUEIRA

Consumidores, Produtores e a Eficiência dos Mercados

Aula de hoje: Introdução aos sistemas eleitorais (conceitos básicos)

O programa Parlamento dos Jovens é uma iniciativa da Assembleia da República (AR) dirigida aos jovens do 2.º e do 3.ºciclos do ensino básico e do

Pobreza e Desigualdade de Renda

Temas. A Matemática, a Origem do Estado e o Significado da Democracia. Significado da Democracia. Tardes Matemáticas

Transcrição:

Finanças Públicas Setor Público e Bem Estar - Função bem estar social - Escolha Social - Papel do Setor Público

1. PAPEL DO SETOR PÚBLICO Intervenção do governo devido: Falhas de mercado Redistribuição Governo estaria preocupado com: Eficiência: melhor uso dos recursos disponíveis Equidade: se os benefícios são distribuídos Igualmente Desafio para o desenho da política: qual o valor relativo da desigualdade quando comparado com eficiência?

1. PAPEL DO SETOR PÚBLICO Como a sociedade faz o balanceamento entre níveis de utilidade de diferentes indivíduos? Economia do Bem Estar: Estudo dos determinantes do bem estar da sociedade Discute os determinantes da eficiência e como incorporar redistribuição na sociedade Nível do bem estar da sociedade é determinado tanto pela eficiência social como pela distribuição igualitária dos recursos

2. FUNÇÃO BEM ESTAR SOCIAL Função que reflete como o bem estar da sociedade se relaciona com o bem estar dos seus membros Fornece uma base para alocação de recursos: Sociedade escolheria alocações que produzissem níveis mais elevados de bem-estar Do ponto de vista econômico deve-se preferir alocações Pareto eficiente

2. FUNÇÃO BEM ESTAR SOCIAL Bem estar da sociedade depende da função utilidade de seus membros: W = F(U, U,...) 1 2 Função bem estar pode ser representada por um conjunto de curvas de indiferença Curvas de indiferença social representam como a sociedade deseja trocar a utilidade de um indivíduo pelo do outro

2. FUNÇÃO BEM ESTAR SOCIAL Aumento de bem estar é representado por curvas de indiferença social mais elevadas

2. FUNÇÃO BEM ESTAR SOCIAL Justiça social é uma justificativas para intervenção do Governo Nível de bem estar pode ser aumentado por políticas desenhadas para aliviar desigualdades Posso representar preferências da sociedade por equidade por meio de diferentes tipos de curvas sociais

2. FUNÇÃO BEM ESTAR SOCIAL Função de bem estar social utilitária Todos os indivíduos recebem o mesmo peso na função utilidade social Sociedade é indiferente entre trocas de utilidade entre ricos e pobres U = U1 + U2 + + Un

2. FUNÇÃO BEM ESTAR SOCIAL Função de bem estar social Rawlsiana Sociedade deve maximizar o bem estar dos mais pobres Nenhum aumento no bem estar dos mais ricos compensa decréscimo no bem estar do mais pobre U(min) = (U1 + U2 + + Un)

3. BEM ESTAR SOCIAL 1. Descrição do conjunto de oportunidades (sinaliza o balanceamento do bem estar dos Indivíduos) 2. Descrição das preferências da sociedade (via curva de indiferença social) 3. Governo adota políticas públicas que aumentam bem estar social Análise da política pública costuma considerar que os governos pretendem maximizar bem estar social

4. TEORIA DA ESCOLHA PÚBLICA Discute como o governo traduz as preferências dos seus membros (sociedade) em ações coletivas Assumo que o tamanho e composição do gasto público refletem as preferências dos indivíduos Assumem que os indivíduos veem o governo como um mecanismo para maximizar o seu auto interesse

4. TEORIA DA ESCOLHA PÚBLICA Decisão coletiva da sociedade é difícil de ser medida Difícil de obter a preferência dos indivíduos (qual o nível de bens públicos desejados) Indivíduos tem preferências diferentes e estas dependem da renda e do sistema tributário

4. TEORIA DA ESCOLHA PÚBLICA Mecanismos para Agregar Preferências Individuais: - Votação majoritária em políticas públicas Eleitores votam em políticas públicas Ex: plebiscito - Democracia Representativa Eleitores não escolhem políticas públicas diretamente; Votam em representantes que deveriam considerar preferências públicas (agregar) na hora de escolher nível de provisionamento

5. DEMOCRACIA REPRESENTATIVA Na ausência de escolhas consensuais prevalecem preferências da maioria ou do maior grupo de influência Regra do Voto Majoritário Maioria simples dos eleitores deve concordar com uma determinada medida para aprovação Mecanismos de escolhas públicas podem não produzir equilíbrio

5. DEMOCRACIA REPRESENTATIVA Teorema do Eleitor Mediano Eleitor mediano: Eleitor cuja preferência está no meio do conjunto de todas as preferências dos eleitores Candidatos procuram maximizar nº de votos recebidos Nesse caso, eleição majoritária produz resultado estável, e a escolha reflete as preferências do eleitor mediano

5. DEMOCRACIA REPRESENTATIVA Teorema do Eleitor Mediano Se o candidato propõe gastar mais ou menos do que a quantidade preferida pelo eleitor mediano, ele reduz seu número de votos Candidatos precisariam entender apenas as preferências do eleitor mediano ( e não a distribuição completa) para vencer as eleições

5. DEMOCRACIA REPRESENTATIVA Modelo político: Utilidade do eleitor cai uniformemente a medida que ele se afasta da sua escolha preferida Como os gastos são financiados por impostos as decisões vão seguir as preferências dos eleitores de renda média

5. DEMOCRACIA REPRESENTATIVA

5. DEMOCRACIA REPRESENTATIVA Teorema do Eleitor Mediano Premissas do modelo: Eleitor apresenta preferências unidimensionais Candidato só se preocupa em maximizar votos (sem ideologia) Ignora efeito de campanhas Eleitores e candidatos apresentam informação completa

6. PROBLEMAS NA ESCOLHA SOCIAL Voto cíclico pode ocorrer em votações majoritárias, sobretudo se existirem mais de duas alternativas Paradoxo do voto Preferências da comunidade são inconsistentes, mesmo com as preferências dos indivíduos sendo consistentes

6. PROBLEMAS NA ESCOLHA SOCIAL Ex: Políticas A, B e C Eleitor 1 : A > B > C Eleitor 2: C > A > B Eleitor 3: B > C > A Seja política A vs. B Eleitor 1 e 2 escolhem a A Seja política A vs. C Eleitor 2 e 3 escolhem a C Então escolha social é C. Mas B é preferido a C

6. PROBLEMAS NA ESCOLHA SOCIAL Paradoxo do voto Resultado depende da ordem na qual os votos são considerados Controlar a ordem da votação garante poder de manipulação da agenda Processo de organizar a ordem dos votos para garantir um resultado favorável

6. PROBLEMAS NA ESCOLHA SOCIAL Votação Majoritária - Pode não produzir equilíbrio - Tende a produzir resultados que não são eficientes (Pareto eficiente) - Não indica em que proporção um indivíduo prefere uma política a outra Preços de Lindahl - Produz equilíbrio (consensual) - Solução eficiente - Difícil obter o valor verdadeiro do serviço público