CONTRIBUIÇÕES DA PRÁTICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR PARA PORTADORES DE DEFICIÊNCIA AUDITIVA

Documentos relacionados
Girleane Rodrigues Florentino, Bruno Lopes Oliveira da Silva

CARTILHA DE ORIENTAÇÕES

Autores: CHRISTIANE CABRAL E HUGO RODRIGUES

ATENA CURSOS GREICY AEE E O DEFICIENTE AUDITIVO. Passo Fundo

Oficina para Comunicação Assistiva em Deficiência Auditiva

A EDUCAÇÃO INCLUSIVA SOB A ÓTICA DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: CONCEPÇÕES DOS PARTICIPANTES DO CURSO DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO PARA ALUNOS SURDOS

INCLUSÃO DO SURDO NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA: A ATUAÇÃO DO NAPNE NA GARANTIA DESSE DIREITO

CAPÍTULO II NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS. Maristela Rossato

PROGRAMA DE DISCIPLINA

COMUNICAÇÃO: UM DESAFIO ENFRENTADO POR ALUNOS SURDOS NO ENSINO REGULAR

O PROCESSO DE INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA: A VISÃO DOS PROFESSORES

SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ. Alfabetização bilíngüe para surdos:uma prática a ser investigada

A INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA NO ENSINO DE CIÊNCIAS E A NECESSÁRIA FORMAÇÃO DE PROFESSORES. Emília Gomes Santos 1 Ana Cristina Santos Duarte 2

DEFICIÊNCIA AUDITIVA: VAMOS FALAR SOBRE ISSO

INCLUSÃO DOS ALUNOS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NAS ESCOLAS ESTADUAIS DE BOA VISTA RORAIMA.

CONTRIBUIÇÃO DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS PARA O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA DOS ALUNOS SURDOS NO ENSINO FUNDAMENTAL

A INCLUSÃO DA CRIANÇA COM TEA NA ESCOLA SOB O OLHAR DE PROFESSORES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO

Pp Elaine Laranjeira Souza

O direito à Educação das pessoas com deficiência intelectual SAMIRA ANDRAOS MARQUEZIN FONSECA

Universidade Estadual de Goiás Unidade Universitária de Itaberaí-Goiás. Fabiana dos Santos Santana Flávia Cristina da Silva

ESTRATÉGIAS DIDÁTICAS DE PROFESSORES DE QUÍMICA DAS ESCOLAS PÚBLICAS DA CIDADE DE ARARA PB NA PERSPECTIVA DA INCLUSÃO ESCOLAR.

A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS E A SUA IMPORTÂNCIA NO ÂMBITO EDUCACIONAL E SOCIAL: A Prática De Educacional e Social.

A PERCEPÇÃO DE FUTUROS PROFESSORES ACERCA DA LIBRAS NA EDUCAÇÃO DE SURDOS 1

EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO REGULAR: A VISÃO DOS PROFESSORES ESPECIALISTAS

DIFICULDADES DE ALUNOS SURDOS NO APRENDIZADO DE MATEMÁTICA

CURSO: PEDAGOGIA EMENTAS º PERÍODO

A ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA PARA CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL CONGÊNITA E ADQUIRIDA ATRAVÉS DE JOGOS PEDAGÓGICOS.

TGD - O POSICIONAMENTO DA ESCOLA REGULAR NA INCLUSÃO DE ALUNOS COM AUTISMO. PALAVRAS - CHAVE: Autismo. Ações pedagógicas. Escola inclusiva.

PROFESSORES DE ENSINO FUNDAMENTAL E A INCLUSÃO ESCOLAR

Educador A PROFISSÃO DE TODOS OS FUTUROS. Uma instituição do grupo

OS GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA E O PROCESSO DA INCLUSÃO NA ESCOLA

TÍTULO: A EDUCAÇÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA- SURDOCEGUEIRA: UM DESAFIO EDUCACIONAL NO ESTADO DE SÃO PAULO.

Caderno 2 de Prova AE02. Educação Especial. Auxiliar de Ensino de. Prefeitura Municipal de Florianópolis Secretaria Municipal de Educação

Alunos, professores, demais profissionais da educação e de outras áreas interessadas nos temas.

ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA SURDOS: DEFINIÇÃO DE ETAPAS PARA A PRODUÇÃO DE TEXTO ARGUMENTATIVO

Ementário das disciplinas

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL VOLTADA À INCLUSÃO SOCIAL

LIBRAS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES: CURRÍCULO, APRENDIZAGEM E EDUCAÇÃO DE SURDOS

Algumas discussões relacionadas à educação inclusiva no contexto social e principalmente o escolar

GEOGRAFIA E EDUCAÇÃO INCLUSIVA: AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ENSINO DA CARTOGRAFIA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

PREFEITURA MUNICIPAL DE BLUMENAU SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DIRETORIA DE PROGRAMAS E PROJETOS INTEGRADOS

CONTRIBUIÇÃO PARA EDUCAÇÃO ESPECIAL: O USO DAS TECNOLOGIAS ASSISTIVA

EDUCAÇÃO INCLUSIVA. Julho de 2018

AS EMOÇÕES NA EDUCAÇÃO PARA AS CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA

AS DIFICUDADES NO ENSINO DA MATEMÁTICA PARA ALUNOS SURDOS NA EREM MACIEL MONTEIRO NO MUNICÍPIO DE NAZARÉ DA MATA, PE

CÂMARA DOS DEPUTADOS. Projeto de Lei n.º, de 2017 (Do Sr. Aureo)

SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS

Formação de professores a distância e em serviço através de ambientes digitais A VIVÊNCIA DO PROINESP

IDENTIFICAÇÃO CÓDIGO DISCIPLINA OU ESTÁGIO SERIE IDEAL EES71 Prática de Ensino aos Deficientes Físicos 4º ano OB/OPT/EST PRÉ/CO/REQUISITOS ANUAL/SEM

Material elaborado pela professora Tásia Wisch - PNAIC

A inclusão dos portadores de necessidades especiais no atual contexto socioeducacional

1 o Semestre. PEDAGOGIA Descrições das disciplinas. Práticas Educacionais na 1ª Infância com crianças de 0 a 3 anos. Oficina de Artes Visuais

Curso online Super Professores Voe mais alto. Seja Super! Ao vivo Pedro II Professora Márcia Gil LDB e ECA

INCLUSÃO E EXCLUSÃO NO ÂMBITO ESCOLAR

O TRANSTORNO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO NA PERSPECTIVA DA INCLUSÃO ESCOLAR: ANALISE, REFLEXÃO E FORMAÇÃO EM FOCO.

A partir da década de 1990, no Brasil e no mundo, o paradigma tende a ser deslocado da integração para a inclusão. A Educação Inclusiva surgiu, e vem

SILMAR PAES DE LIMA FILHO,

Projeto de Pesquisa em Adaptação de Materiais Didáticos Especializados para Estudantes com Necessidades Especiais

EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA EM POLÍTICAS EDUCACIONAIS BRASILEIRAS

R E S O L U Ç Ã O. Itatiba, 7 de junho de Prof. Carlos Eduardo Pizzolatto Presidente

LEI N /1990 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

A INCLUSÃO DOS ALUNOS COM DEFICIÊNCIA NO CAMPUS NATAL-CENTRAL E A QUALIFICAÇÃO DOS PROFESSORES: DESAFIOS E PROPOSTAS

Palavras-chave: Deficiência Intelectual, aluno, inclusão. Introdução

I ENCONTRO ESTADUAL DE COORDENADORES REGIONAIS. Defesa de Direitos e Mobilização Social. Informática e Comunicação. Artes

Desafios na formação de profissionais na área da surdez

EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

NOVAS METODOLOGIAS DE ENSINO: UMA PESQUISA SOBRE O USO DO SOFTWARE GEOGEBRA NO PRIMEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO

SECRETARIA DOS DIREITOS HUMANOS. Presidência da República

REFORÇO ESCOLAR PARA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

Para fins de aplicação desta Lei, consideram-se: DO DIREITO À EDUCAÇÃO

Palavras-chave: Educação de surdo; Educação Matemática; Linguagem de Sinais

FORMAÇÃO INICIAL DOS PROFESSORES E A INCLUSÃO DOS ALUNOS PÚBLICO ALVO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais

GT1: Formação de professores que lecionam Matemática no primeiro segmento do ensino fundamental

SURDOS SINALIZANTES: ACESSO AO CURRÍCULO. Profª Mcs Gisele Maciel Monteiro Rangel Professora Libras IFRS Campus Alvorada Doutoranda PPGE/UFPEL

PRÁTICAS DE LETRAMENTO DE ALUNOS COM SURDEZ NA PERSPECTIVA BILÍNGUE EM ESPAÇOS DE AEE MINICURSO

ESCOLAS ATENDIDAS POR INTÉRPRETES DE LIBRAS NA CIDADE DE JOÃO PESSOA/PB

EDUCAÇÃO INCLUSIVA E DIVERSIDADE JUSTIFICATIVA DA OFERTA DO CURSO

A Proposta Pedagógica em questão: caminhos e descobertas 1 Alunas do Normal Superior da Faculdade Montserrat

Material Para Concurso

A INSERÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA CLASSE ESPECIAL. EIXO TEMÁTICO: Relatos de experiências em oficinas e salas de aula

CONHECIMENTO DOS PROFESSORES ACERCA DA TECNOLOGIA ASSISTIVA PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA NO ENSINO REGULAR

PREFEITURA MUNICIPAL DE PARAISO

A INCLUSÃO ESCOLAR NA CIDADE DE AREIA (PB): CARACTERÍSTICAS DOS ALUNOS E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

A DEFICIÊNCIA AUDITIVA NO CONTEXTO DA INCLUSÃO ESCOLAR E O ACOLHIMENTO A DIVERSIDADE

NAPNE: UMA FERRAMENTA EM CONSTRUÇÃO PARA POLÍTICAS INCLUSIVAS DE ACESSO A EDUCAÇÃO.

A MATEMÁTICA E O ALUNO SURDO: INCLUSÃO, DESAFIOS E ESTRATÉGIAS NO CAMINHO DA APRENDIZAGEM

PRÁTICAS PEDAGÓGICAS: O USO DAS METODOLOGIAS DE ENSINO NA EDUCAÇÃO DE SURDOS NA SALA REGULAR.

Educação inclusiva: deficiências da formação e da prática docente

RE(PENSANDO) AS PRÁTICAS INCLUSIVAS NO PROEJA 1

Palavras-chave: Cálculo Diferencial e Integral. Inclusão. Libras. Surdos.

CURSO PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Inclusão sustentável. Versão 3

PROGRAMA DE ERRADICAÇÃO E COMBATE AO TRABALHO INFANTIL. Araucária 2016

Escola para todos: Inclusão de pessoas com deficiência

PERCURSO FORMATIVO CURRÍCULO PAULISTA

Disciplina: Fundamentos da Educação dos Surdos Professora: Karin Lilian Strobel

ESTADO DO ESPIRITO SANTO PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARAPARI SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO ANEXO I

Transcrição:

CONTRIBUIÇÕES DA PRÁTICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR PARA PORTADORES DE DEFICIÊNCIA AUDITIVA Michel Henrique Queiroz Magalhães Lorena Cristina Dias Macedo Marcia Cristina da Silva RESUMO Este estudo busca analisar de que forma, a prática pedagógica dos professores de Educação Física pode beneficiar os portadores de deficiência auditiva nas escolas estaduais de ensino fundamental em Quirinópolis, bem como observar nas aulas de educação física escolar como os alunos portadores de deficiência auditiva estão sendo incluídos. Palavra Chave: Deficiência Auditiva, Professores de Educação Física INTRODUÇÃO. Nós escolhemos este trabalho devido a convivência com um portador de deficiência auditiva na família. Pretendemos abordar este tema porquê queremos saber e demonstrar os benefícios que a educação física escolar pode contribuir para a melhora da qualidade de vida dos deficientes auditivos, uma vez que convivendo com crianças com esta deficiência observamos a dificuldade que os mesmos tem com a comunicação e a sociabilização. Sabemos que o acesso a educação de alunos com deficiências ou outras necessidades especiais iniciou - se em escolas especializadas para esses alunos com profissionais, salas, recursos especializados. Porém hoje podemos notar que devido as políticas públicas educacionais muitos desses alunos estão no ensino regular. Muitas leis foram incorporadas na legislação brasileira que amparam e protegem essas crianças entre elas podemos destacar a lei nº 8069/90 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE de 13 julho de 1990 onde a mesma estabelece no art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais. 774

Embasados nesta lei e entre outras como a Declaração de Salamanca onde foi definido um novo termo para as Necessidades Educativas Especiais por Necessidades Educacionais Especiais. Onde o termo engloba todas as crianças consideradas diferentes na escola seja elas por classe social, elevado indíce de aprendizagem ou dificuldade de aprendizagem e também as crianças com necessidades vinculadas a deficiências físicas. Neste estudo nos pautaremos nas crianças com deficiências físicas em específico as crianças como deficiência auditiva. Desta maneira temos como o interesse analisar de que forma a educação física escolar pode contribuir para uma melhor qualidade de vida para esse grupo mencionado. Utilizaremos uma das fontes a autora Soares (1999), onde a mesma ressalta que a educação de surdos definiu como seu principal objetivo a capacitação do aluno para adquirir um código lingüistico e fornecer certa instrumentalização para o trabalho, que a surdez ou o surdo-mudez não se constitui em fator de impedimento para a aquisição do conhecimento escolar e que o currículo pode ser o mesmo utilizado na educação comum, exigindo somente adaptações. Pretendemos nos embasar em autores que já mencionaram as probabilidades de crianças com essas deficiências, terem a possibilidade de viverem com dignidade e igualdade nas escolas, e ainda buscar de que forma a educação física escolar pode contribuir para esta conquista. Alguns autores como Salles (2004), recomenda que a educação dos surdos seja efetivada em língua de sinais, independentemente dos espaços em que o processo se desenvolva. Assim, paralelamente às disciplinas curriculares, faz-se a utilização de materiais e métodos específicos no atendimento às necessidades educacionais buscando incentivar o surdo. De acordo com Goldfeld (2002), os educadores, assim como atualmente, criaram diferentes metodologias para ensinar os surdos. Alguns se baseavam apenas na língua oral, e outros pesquisaram e defenderam a língua de sinais, criada através de gerações pelas comunidades de surdos. Assim podemos perceber que a língua de sinais é essencial para a ajuda na aprendizagem do portador de deficiência auditiva. Tudo depende de que exigências fazemos da educação da criança surda e quais objetivos que esta educação persegue. Se só exigimos o domínio exterior da linguagem e a adaptação elementar para uma vida independente, então o problema da educação da linguagem se soluciona com relativa facilidade e prosperidade. Se exigimos a ampliação sem limite, como se ampliam em nosso caso, se o objetivo é a aproximação máxima da criança surda, integral em todos os aspectos e que só apresenta como diferença com a criança normal a deficiência auditiva, se nosso objetivo for a aproximação 775

máxima da escola de surdos com a escola de crianças normais, então percebemos uma divergência tremenda entre o desenvolvimento global da criança surda e o desenvolvimento de sua linguagem. (Vygotsky apud Goldfeld 2002 p. 100) Segundo Bueno e Resa apud Cidade e Freitas (1997), o planejamento de atividades com portadores de deficiência auditiva deve considerar: a posição do educador no momento das instruções; a clareza das explicações; a utilização de sinais visuais; adequação do número de participantes nas atividades em grupo e utilização de recursos materiais para enriquecer a aula. Sabemos também que nem todas as escolas estão preparadas para receber o aluno portador de uma deficiência auditiva e por vários motivos, entre eles, porque os professores não se sentem preparados para atender adequadamente as necessidades daqueles alunos e porque os escolares que não têm deficiência não foram preparados sobre como aceitar ou brincar com os colegas com deficiência. A integração de portadores de necessidades especiais na sala regular necessita de trabalho do professor, não podemos incorrer no erro de exigir deste profissional e da instituição escolar o conhecimento especializado em toda a gama de diferenças...mas necessita de supervisão desses profissionais em diferentes intensidades, de acordo com cada caso e da experiência de cada instituição...(omote, 2004, p. 93) Assim acreditamos que para o portador de necessidade auditiva ser inserido no meio escolar e principalmente aceito é preciso que haja uma série de mudanças tanto no que se refere a cumprimento de leis e normas já existentes, como na própria prática pedagógica do professor na escola, não e só papel do professor mas é através dele que as mudanças podem acontecer, e buscando entender de que forma esses educadores e principalmente o profissional de Educação Física tem atuado na Escola para que esses alunos possam de fato ter seus direitos de crianças, cidadãos na sociedade escolar. Enfatizando como o profissional de Educação Física tende a trabalhar seu método pedagógico para passar aos portadores de deficiência auditiva. As instituições escola, como parte integrante da sociedade, tem medo do aluno diferenciado(...)o professor despreparado para trabalhar com as características da chamada anormalidade se sente impotente diante do que foge ao estabelecido. A formação do professor não o prepara para a diversidade, não lhe oferece possibilidades técnicas de fugir do trabalho coletivo; ao mesmo tempo, os que o cercam lhe cobram resultados. (OMOTE, 2004, p.93) 776

Buscaresmos analisar de que forma o profissional de Educação Fisica poderá contribuir para minimizar esse medo do aluno diferenciado e principalmente o que tem sido feito para que o mesmo não seja excluido das aulas e principalmente as aulas de Educação Física Escolar. Por tudo isso as questões norteadoras deste estudo são: - Como tem sido a prática pedagógica dos professores de educação física em relação as pessoas com deficiência auditiva nas escolas estaduais de ensino fundamental em Quirinópolis? - Como a escola tem se organizado pedagogicamente em relação aos alunos com deficiência auditiva? Objetivos: Analisar de que forma, a prática pedagógica dos professores de Educação Física pode beneficiar os portadores de deficiência auditiva nas escolas estaduais de ensino fundamental em Quirinópolis. Buscar documentos e leis que amparam as crianças deficientes auditivas e asseguram sua matricula e permanencia em escolas regulares. Observar nas aulas de educação física escolar como os alunos portadores de deficiência auditiva estão sendo incluídos. Metodologia Nesta pesquisa científica utilizaremos a pesquisa bibliográfica e estudo de campo, de acordo com Gil (2002), a pesquisa bibliográfica pode ser desenvolvida com material já elaborado por outros autores constituidos por livros, publicações periódicos e impressos diversos, utilizaremos esta pesquisa para identificarmos as teorias existentes com relação ao estudo dos deficientes auditivos e sua inclusão na escola e principalmente nas aulas de educação física. O estudo de campo de acordo com Gil (2002 p. 53) Estuda um único grupo ou comunidade em termos de sua estrutura social, ou seja, ressaltando a interação de seus componentes. Desta forma, o estudo de campo tende a utilizar muito mais técnicas de observação e interrogação. Posteriormente faremos a coleta de dados onde observaremos 3 escolas da rede estadual da cidade de Quirinópolis, onde tem se constatado a presença de 5 alunos portadores de deficiência auditiva, a qual iremos abordar o método pedagógico dos professores de educação física nas escolas acima citadas, após faremos uma entrevista semi-estruturada com professores com a intenção de analizar e fazer uma relação entre o que já foi estudado e analisado na teoria e o resultado que tivemos nas observações e na 777

entrevista para então concluirmos nossa pesquisa buscando responder nossas perguntas iniciais e chegarmos aos objetivos propostos. Referências OMOTE, Sadão. Inclusão: Intenção e Realidade. Marília: Fundepe, 2004. SALLES, Heloisa Maria Moreira Lima. Ensino da Lingua Portuguesa para Surdos: Caminhos para a Prática Pedagógica. MEC, SEESP, 2004. DUARTE, E.; WERNER, T. Conhecendo um Pouco Mais Sobre as Deficiências. In: Curso de Atividade Física e Desportiva para Pessoas Portadoras de Deficiência: Educação à Distância. Rio de Janeiro: ABT: UGF, 1995, v. 3. SOARES, Maria Aparecida Leite. A Educação do Surdo no Brasil. Campinas, SP: autores; Bragança paulista, SP: EDUSF, 1999. F R E I T A S, P. S. d e ; C I D A D E, R. E. A. Noções Sobre Educação Física e Esporte para Pessoas Portadoras de Deficiência : U m a A b o r d a g e m p a r a P r o f e s s o r e s d e 1 º e 2º G r a u s. U b e r lâ n d i a, G rá f i c a B r e d a, 1 9 9 7. G O I A S ( E s t a d o ). Lei Federal 8.069/1990. Estatuto da Criança e do Adolescente. C o n s e l h o E s t a d u a l d o s D i r e i t o s d a C r i a n ç a e d o A d o l e s c e n t e. A p o i o f i n a n c e i r o : C O N V Ê N I O F U N C A D M i n i s té r i o d a J u s t iç a / S e c r e t a r i a d o s D i r e i t o s d a C i d a d a n i a. G o i a n i a 1 9 9 7. G O L D F E L D, M a r c i a. A Criança Surda : L i n g u a g e m e C o g n i çã o n u m a P e r c e p t i v a S o c i o i n t e r a c i o n i s t a. 2º e d. Sã o P a u l o : P l e x u s E d i t o r a, 2 0 0 2. G I L, A n t o n i o C a r l o s. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4º e d. S ã o P a u l o : A t l a s, 2 0 0 2. 778

779