As novas medidas para a rastreabilidade dos medicamentos no Brasil



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Transcrição:

As novas medidas para a rastreabilidade dos medicamentos no Brasil O mercado farmacêutico está ciente sobre a consulta pública número 8, de 4 de março de 2008, que propõe a definição de mecanismos de rastreabilidade e autenticidade de medicamentos. Recentemente, a Anvisa fechou a consulta pública, que teve duração de um ano. Os pontos indicados após a finalização tiveram destaque na operação e na tecnologia que podem ser adotadas para a fiscalização e rastreamento dos produtos. Segundo esclareceu o presidente da Anvisa, Dirceu Raposo de Mello, o sistema sugerido é o data matrix -uma solução que permite o acesso de registros específicos, em tempo real por meio da web, exatamente na posição em que os dados são coletados, pela extensão inteligente do código de barras. Essa tecnologia possibilita o rastreamento das cargas, permitindo o combate à falsificação de medicamentos no Brasil e ao roubo de mercadorias. Outra medida que pode ser adotada é a marcação dos medicamentos por meio da tinta forense - método que permite a inclusão de dados sobre o medicamento. A utilização desse recurso pode ser uma "redundância", segundo a Anvisa, porque haverá a inserção do data matrix para a coleta e rastreamento de dados. Mas, de acordo com Dirceu Raposo de Mello, o objetivo é obter ainda mais segurança na fiscalização dos fármacos. Dados do Ministério da Saúde demonstram que o setor farmacêutico movimenta 10 bilhões de dólares ao ano. No entanto, apenas no ano de 2008, a Anvisa apreendeu cerca de 130 toneladas de produtos sem registro, contrabandeados e falsificados no mercado. Esses números evidenciam o benefício da rastreabilidade e autenticidade de medicamentos no país. Valor: o sobrenome do novo profissional de vendas Em épocas passadas, com um número menor de ofertantes de determinado produto ou serviço, um número ainda menor de canais de distribuição e, ainda, um mercado fechado ao mundo, o vendedor não precisava de nada mais que "tirar o pedido" de um mercado ávido por comprar ou, no mínimo, sem muita opção de oferta. Hoje, adequar o perfil da sua equipe de vendas ao tipo de produto e mercado no qual a sua empresa atua faz a diferença para o sucesso de uma organização. A questão básica a ser respondida é: qual o valor que o vendedor deve agregar ao processo de concretização da compra?

"Tirar o pedido", ao contrário do que se pode pensar, pode ser uma das formas de agregação de valor. Discorda? Então veja: considere duas variáveis simples - o valor da compra e a complexidade do produto ou serviço ofertado. Em uma transação de baixa complexidade e baixo valor envolvido, como na compra de material de escritório, por exemplo, agregar valor significa uma transação rápida, valores justos, canais eletrônicos para colocação da ordem de compra. Tirar o pedido! De forma simples, eficiente e sem burocracia. Já em outra indústria, tecnologia da informação, por exemplo, teríamos uma compra de alto valor e alta complexidade. Fica claro que a abordagem de vendas teria que passar longe da citada anteriormente. Mais adequado, no caso, seria a venda consultiva, ou seja, com profundo conhecimento das especificidades técnicas e do problema específico do cliente, capaz de fazer recomendações confiáveis e pertinentes à situação encontrada. Fácil notar que o perfil do vendedor mais adequado a cada uma das situações exemplificadas é completamente diferente. As competências que o profissional de cada caso deve possuir são distintas, assim como distinta deve ser a sua forma de remuneração. Faça outro cruzamento - alta complexidade e baixo valor de compra - e terá que contar com um profissional diferente dos outros dois já citados. Celulares, por exemplo. O vendedor deverá ser capaz de fazer a recomendação do produto e ganhará credibilidade na medida em que demonstrar alto conhecimento técnico e boa didática. É a venda de especialidade. Não bastassem a maior complexidade do mercado e a maior concorrência, o novo vendedor deve estar preparado para lidar com o chamado novo consumidor. Edison Tamascia é empresário do setor farmacêutico há mais de 30 anos, presidente da Febrafar e membro efetivo da Câmara Brasileira de Produtos Farmacêuticos (CBFARMA), da CNC (Confederação Nacional do Comércio). Com o advento da internet e, em especial, da banda larga, o cliente atual não é mais agente passivo na relação de consumo. Ele é conectado, tem um poder de comunicação por meio das redes sociais que, não raro, supera o de muitas empresas, e é infinitamente mais informado que no passado. Assim como acontece com os médicos - em que os seus pacientes buscam informações (certas e erradas) na rede, sobre exames e sintomas, nos demais mercados os potenciais compradores comparam preços, visitam blogs de discussão sobre a marca de determinado produto, tiram as dúvidas sobre tecnologia. E não só: a concorrência deixou de ser a loja ou empresa ao lado e passou a ser, potencialmente, qualquer empresa no mundo que fabrique o mesmo produto que o seu. Saber lidar com este novo perfil da demanda não é tarefa simples. Estar muito bem preparado e saber escutar o cliente para ajudá-lo a organizar a avalanche de informações a que foi submetido pode ser um começo. Mais que isso, ouvir esse novo cliente, tão mais complexo, passa a ser vital não somente para o fechamento da venda em si, como também para toda empresa que queira desenvolver um sistema de informações de mercado eficaz. Não aproveitar a proximidade da equipe de vendas desse cliente em mutação pode significar não ter as informações necessárias às próprias mutações que a empresa deve sofrer para continuar sobrevivendo de forma

lucrativa no mercado. Ao contrário do velho dilema de "quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha", para vendas, não há dúvidas: é a nova realidade de mercado que fez surgir o novo perfil do vendedor. Não há que se falar no contrário. É esse novo perfil de compra que determina as mudanças na forma de venda, na relação com o cliente, no perfil exigido do vendedor. Roberto Sagot - Gerente de Marketing e Professor da FDC O desafio da terceirização da mão de obra Empresas se preocupam em terceirizar a equipe de trabalho com o objetivo de reduzir custos. Mas para adotar essa estratégia é preciso ter cuidados na contratação para que não haja prejuízos com questões trabalhistas. Contratar terceiros para minimizar os investimentos na área de recursos humanos da empresa é o principal motivo que leva as companhias a adotarem esse processo, que cresce ano a ano em todo o mundo, em vários segmentos econômicos. De acordo com o IBGE, os empregos terceirizados aumentam à taxa de 3% a 6% ao ano. "A terceirização representa um desafio para os profissionais de RH. É necessário saber gerenciar e lidar com uma empresa composta por pessoas que não têm subordinação direta e incentivá-las para a realização de atividades em parceria por metas comuns. Esse trabalho faz com que o modelo de gestão, com a construção de um organograma, fique extinto", explica Ronaldo Fernandes Barbosa, gerente de Recursos Humanos do Ponto Extra - empresa da área de gestão do Grupo InterPlayers. Um dos segmentos que utiliza a terceirização de mão de obra é o farmacêutico. As aplicações dessa operação são amplas para a área e garantem resultados significativos ao tomador. "Realizamos ações de curta duração, como blitz em pontos de venda e programas de relacionamento com grupos de farmácias, por exemplo, e também, atividades em períodos mais prolongados, como a formação de equipes comerciais para relacionamento com grupos de varejistas", diz Barbosa. O setor explora essa atividade, que dá margem a outras operações terceirizadas, como o merchandising para produtos liberados - degustação e distribuição de materiais aos consumidores no ponto de venda - e ações de defesa de marca. "Essa é uma importante iniciativa para promoção de produtos maduros. Por falta de espaço na grade promocional, muitas marcas já consolidadas deixam de ser promovidas na propaganda médica e perdem valor com o tempo. Fazemos esse trabalho, poupando a indústria na contratação de uma equipe para essa atividade", exemplifica o executivo do Ponto Extra. O gerente de Recursos Humanos alerta, entretanto, que contratar um serviço terceirizado exige cuidado e investigação, para que não haja problemas futuros. "Muitos casos geram prejuízo. O tomador acha que vai diminuir o investimento em contratações e acaba gastando muito mais com os problemas gerados", afirma o executivo. Segundo ele, é preciso ficar atento aos problemas judiciais, um dos mais

preocupantes, pois a companhia que utiliza profissionais terceirizados deve ter cuidado para não configurar vínculo empregatício. "Em algumas empresas, os terceirizados dividem o mesmo ambiente de trabalho, por exemplo, com os demais profissionais. Como eles não possuem encarregados, não são avaliados formalmente e não são treinados. Por isso, cabe ao tomador verificar as condições da empresa contratada, para que ela esteja em operação conforme todas as leis do mercado", aconselha. Ronaldo Fernandes Barbosa indica os principais pontos que devem ser avaliados antes da terceirização: Idoneidade da empresa - verificar se a empresa cumpre os requisitos legais. É importante saber se o terceirizado segue as leis fiscais e trabalhistas; Capacidade de gestão - a administração de pessoal é um dos fatores importantes para que o tomador esteja seguro sobre a administração da equipe terceirizada; Potencial de capital - a empresa terceirizada precisa ter um capital próprio para manter os custos da operação, bem como o pagamento dos profissionais contratados. Muitas empresas aguardam o pagamento do tomador para realizar o pagamento dos benefícios dos colaboradores. Se esse processo for adotado, coloca em risco o contrato da terceirização; Ferramentas de mensuração - para o tomador é importante saber a produtividade e os resultados do trabalho. É importante que a empresa contratada tenha um sistema informatizado que possa mensurar os gastos gerados e as atividades do trabalho para apresentar ao contratante; Expertise no segmento de atuação - conhecimento do mercado, experiência nos processos decorrentes das peculiaridade de cada segmento, permitindo assim ganhos de performance e melhor produtividade. A saudável aproximação entre a indústria e o varejo Melhorar as negociações de compra e ter o volume de uma grande rede. Esses foram os principais objetivos para a criação da Assifarma - Associação das Redes Independentes de Farmácias, há 10 anos. Hoje, com 12 associados, a entidade é dirigida por Ricardo Cançado, que tem como objetivo ampliar a participação de redes em locais estratégicos do país e apoiar o crescimento consistente das médias redes no mercado farmacêutico. Qual a representatividade da Assifarma no mercado? Ricardo Cançado - Hoje, a Assifarma é formada por 12 redes, em cinco estados e o Distrito Federal, contemplando 280 lojas. Em 2008, o faturamento conjunto dessas rede chegou a R$ 800 milhões. Como as redes de médio porte se comportam diante da crise econômica que vem afetando os diversos setores? Ricardo Cançado - A Assifarma foi criada há 10 anos com um objetivo: juntar forças para comprar melhor; é isso: ter volume de compras de uma grande rede. A meta era conseguir maior poder de barganha junto aos fornecedores e, atualmente, estamos nesse caminho. Hoje, com a crise econômica, fica

muito mais evidente que, sem a Assifarma, seria muito mais difícil para as 12 redes associadas gerirem os negócios, mas podemos afirmar que, diante de todo esse cenário, estamos numa situação estável, por causa da integração e da união do grupo. E qual tem sido o impacto da Nota Fiscal Eletrônica? Ricardo Cançado - A Nota Fiscal Eletrônica veio para colocar um fim na informalidade, ou seja, todos passam a ter as mesmas condições fiscais e obrigações com os impostos e, com isso, muitas farmácias passavam por dificuldades, pois dependiam da informalidade como sobrevivência. Nos últimos anos, a indústria de marca busca uma forte aproximação junto ao varejo, visando retomar o relacionamento comercial e institucional com essas empresas, em especial com as redes de médio porte, que se abasteciam diretamente dos distribuidores. O que o senhor tem a dizer sobre isso? Ricardo Cançado - Realmente, nos últimos 5 anos, a indústria se aproximou muito mais do varejo, pois ela sabia - e sabe - que os grandes negócios são efetivados no ponto de venda. Demorou muito tempo para as indústrias perceberem que os distribuidores não conseguiam atender 100% das farmácias com eficiência e, portanto, as indústrias se aproximaram de praticamente 10 mil pontos de vendas, que representavam 80% das vendas do varejo. O restante ela deixou para os distribuidores trabalharem diretamente no canal. Quais as principais indústrias de marca que lideram esse movimento? Quais as diferenças entre elas? Ricardo Cançado - Eu seria muito injusto em enumerar essas indústrias, pois poderia deixar algumas delas fora, mas tenho algumas principais, que lideraram esta retomada ao varejo farmacêutico, como Sanofi - Aventis, Boeheringer Ingelheim, Farmasa - hoje Hypermarcas, Aché, AstraZeneca, entre várias outras. A postura comercial é clara, além de criar um canal de compras via "Operador Logístico", como por exemplo, Conexão, da Sanofi - Aventis. Elas proporcionam maior competitividade ao medicamento de marca, pois muitos deles perderam vendas com a entrada dos genéricos e isso mostra uma grande oportunidade de não deixar cair as vendas dos medicamentos de marca por conta dos genéricos. O que ainda precisa melhorar nessa relação? Ricardo Cançado - Há muito que melhorar. Há muitas indústrias que ainda estão longe do PDV e observam suas vendas despencarem por conta dos genéricos. Essas não fazem nada para conter essa perda, parecem derrotadas e, talvez, seja por isso que estamos vendo grandes fusões e aquisições em parte da indústria farmacêutica. Como a Drogal participa dessa iniciativa? Ricardo Cançado - A Drogal é uma empresa 100% interiorana e de portas abertas para todas as indústrias do mercado, aceitando sempre novos projetos. Algumas vezes, ajustamos alguns pontos, pois, na maioria dos casos, a indústria tem dificuldade em fazer contas de rentabilidade e isso é uma das únicas coisas que preservamos dentro

da empresa, além da ética e profissionalismo. A Assifarma também colabora nesse relacionamento? Ricardo Cançado - Claro. Temos um escritório em São Paulo, exclusivo para atender a indústria farmacêutica, independentemente do tamanho e modelo de trabalho. Estamos sempre aptos a iniciar novos projetos, portanto inovamos parcerias junto às indústrias. Precisamos estar perto das indústrias. As empresas que ainda contam com a administração familiar são prejudicadas com as mudanças? O senhor acha que ainda falta profissionalização nesse modelo? De forma nenhuma. A Drogal é uma empresa com comando familiar, por exemplo. A gestão familiar, aliada ao processo de profissionalização, possibilita uma maior integração entre o varejo e seus clientes, em razão da proximidade com essa comunidade local e do profundo conhecimento das características da população que atende. O importante, nesse caso, é que a administração da empresa siga o profissionalismo e se adapte ao crescimento do mercado, sem reservas a culturas familiares. Rede Sesi Farmácia integra dados e obtém lucros com alta tecnologia Agilidade, facilidade no gerenciamento, economia e segurança. Essas foram algumas das vantagensobtidas pela Rede Sesi Farmácia - empresa com 85 lojas localizadas em Santa Catarina - com a implantação do E-Pedido, sistema de pedido da Pharma Link. Hoje, após quatro anos de implantação da tecnologia, a empresa comemora os resultados obtidos. "Uma das dificuldades da Rede era integrar os pedidos gerados por todas as lojas em um único sistema. Cada loja efetuava um pedido e recebíamos a solicitação separada. O lojista precisava preencher uma planilha com dados das vendas e enviava por malote para o comprador. Essa operação demorava muito", explica Idinei da Silva Soares, consultor da Rede Sesi. Com o E-Pedido, a solicitação das unidades é gerada e centralizada em um sistema único que é enviado, eletronicamente, para a Pharma Link. Após o recebimento, o pedido é encaminhado ao distribuidor e a compra é efetuada. "O que levava mais de uma hora, consigo realizar em cinco minutos. Além disso, com a unificação dos dados, podemos rastrear e gerenciar as transações comerciais de todas as filiais", analisa Idinei. Além da agilidade do processo, o E-Pedido garantiu à rede todas as regras comerciais no momento da compra. As regras envolvem as vantagens concedidas pela carteira de clientes da Pharma Link, que contempla várias indústrias farmacêuticas. Para se ter uma ideia, no mês de março deste ano, foram realizados por volta de 85 mil E-Pedidos, cada solicitação inclui cerca de 20 unidades, somando 1.700 unidades naquele mês. "Todo pedido gerado, que faz parte do escopo de fármacos dos clientes Pharma Link, recebe, automaticamente, o desconto da indústria. Esse benefício não existia quando negociávamos direto com o distribuidor. É importante ressaltar que o

desconto que eu recebo da indústria nunca é menor que o desconto que o distribuidor me concede, ou seja: é maior ou igual.", comemora o consultor da Rede Sesi. Segundo Idinei a adaptação da solução não apresentou dificuldades. O E-Pedido foi implantado junto ao software da rede, sem mudanças de processo. "O lojista entra no programa e preenche os dados, que estão bem detalhados. Cada lojista pode escolher o distribuidor de preferência, a forma de pagamento e digitar os detalhes dos itens, como quantidade, por exemplo. Esse processo é muito simples e conta com todo o suporte técnico da Pharma Link", aponta o consultor. As vantagens foram evidentes para toda a rede, a implantação da operação permitiu a agilidade, o monitoramento e a segurança no gerenciamento comercial. "O E-Pedido possibilitou a agilidade no faturamento dos pedidos e diminuiu possíveis erros nas compras realizadas manualmente. A implantação do sistema, realmente, nos deu resultados positivos na captação e geração de negócios", finaliza Idinei.