Material Suplementar. Quim. Nova, Vol. 38, No. 10, S1-S10, 2015

Documentos relacionados
Bioinformática RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR - RMN. Disciplina de Bioinformática Alunas: Rayssa H Arruda Pereira Taciane Barbosa Henriques

Rubens Rodrigues Teles

Métodos Físicos de Análise - RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR. Métodos Físicos de Análise. Métodos Físicos de Análise

Princípio da técnica FT em RMN 1) Mudança da orientação da magnetização, produzida por núcleos atômicos, através de um pulso curto de RF.

Métodos de RMN no estado sólido

A perda de magnetização (sinal) pela relaxação transversal é predominante: COM relaxação: sinal observado pela bobina

RMN em proteínas pequenas

Revisão do conceito de acoplamento indireto spin-spin

Departamento de Química Fundamental, Universidade Federal de Pernambuco, Brasil Palavras-chave: ligação de hidrogênio; cetonas; cálculos ab initio.

Resumo de pontos fundamentais

Espectrometria de Ressonância Magnética Nuclear

QFL (a) Aqui se trata de mero uso de fórmula e uso da constante magnetogírica do próton. 2πν

E = - N m i ħb o E = N ħb o

Aula 1. Organic Chemistry 4 th Edition Paula Yurkanis Bruice. Espectroscopia de RMN

Relembrando - RMN. quebra a degenerescência dos níveis de energia. provoca transições entre os níveis de energia

1-propanol. 2-propanol

Material Suplementar. Quim. Nova, Vol. 33, No. 8, S1-S25, 2010

RIBECÁNCER. Tiago J. Bonomini

NOTAS DE AULAS DE ESTRUTURA DA MATÉRIA

Análise de Compostos Orgânicos RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR. Acoplamento Spin-Spin Espectro do etanol em baixa resolução

NOME: QFL ª Prova (15 pontos) Tabela de deslocamentos químicos de 13 C em sistemas orgânicos

Estudos Sobre a Síntese de Heliangolidos pela Reação de Diels-Alder

Ressonância Magnética Nuclear

Educação. Quim. Nova, Vol. 30, No. 8, , 2007 CÂNFORA: UM BOM MODELO PARA ILUSTRAR TÉCNICAS DE RMN

Fundamentos da Ressonância Magnética Nuclear

uma expansão livre, a pressão externa é 0, de modo que w pext dv 0 e q = 0. No Processo 2, o trabalho é dado pela equação

ν L : frequência de Larmor.

Seminarios de Ressonância Magnetica Nuclear

Resumo dos pontos importantes

Experimento 1D. Consiste de dois períodos, nos quais sequências complexas de pulsos intercalados com tempos de espera podem ocorrer.

Disciplina: SiComLíMol 1

no âmbito da história da Física Moderna e suas atuais aplicaçõ

H α H β H γ H δ H ε H ξ H 6562,2 Å 4861,3 Å 4340,5 Å 4101,7 Å 3970,1 3889,1

PGF Física Atômica e Molecular

02/06/2013. Espectros de RMN com desacoplamento de spin: técnica comum em espectroscopia de 13 C

Aplicação de cálculos químicos no estudo de espécies de cromo relacionados com o processo de curtimento R.M.M. Paiva, A.B.D.Moura and F.

RESUMO TÍTULO. Aplicação da Técnica Difusional DOSY de RMN no Estudo de Produtos Naturais AUTORES

Geralmente, fazemos simplificações e desenvolvemos modelos. A matéria é composta por átomos e moléculas

Métodos de Química Computacional

Forma e estrutura das moléculas Atkins e Jones, Princípios de Química, cap. 3, p (5 a edição)

O amplificador operacional Parte 1: amplificador inversor não inversor

Métodos de RMN no estado sólido

Capítulo 11 - Projeto de Testes e Escolha de Estruturas

Material Suplementar. Quim. Nova, Vol. 33, No. 10, S1-S9, 2010

Supplementary Information

Capítulo 5 Carga Axial

3 Análise do sistema baseado em demodulação óptica usando dois filtros fixos para interrogar sensores a rede de Bragg em fibras ópticas

08/05/2013. QFL ª Parte: Ressonância magnética nuclear. Algumas aplicações de RMN

ESTUDO DOS EFEITOS DE GRUPOS RETIRADORES OU DOADORES DE ELÉTRONS EM CÁLCULOS DE BARREIRAS ROTACIONAIS INTERNAS DE COMPOSTOS AROMÁTICOS.

ESTUDO DO COMPORTAMENTO DE UM GÁS POR DINÂMICA MOLECULAR.

CÁLCULO DA ESTRUTURA ELETRÔNICA DO ÓXIDO DE GRAFENO

Cap. 5 Espectroscopia Molecular ESPECTROSCOPIA DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR

Comentários sobre a 3a Prova

Estrutura física da matéria Difração de elétrons

OLIMPÍADA BRASILEIRA DE QUÍMICA Fase VI (final)

P1 de Álgebra Linear I Gabarito. 27 de Março de Questão 1)

4 Determinação Experimental das Propriedades Estatísticas das Fibras de Carbono

Física Experimental III

7 Extração de Dados Quantitativos

Supplementary Information

Capítulo 12. Ângulo entre duas retas no espaço. Definição 1. O ângulo (r1, r2 ) entre duas retas r1 e r2 é assim definido:

Métodos de RMN no estado sólido

6 Modelo Gamma-Cetuc (GC)

Apostila de Laboratório. ZAB0474 Física Geral e Experimental IV

ESTUDO DA SOLUBILIDADE DO PARACETAMOL EM ALGUNS SOLVENTES UTILIZANDO O MODELO NRTL

Mecânica Técnica. Aula 2 Lei dos Senos e Lei dos Cossenos. Prof. MSc. Luiz Eduardo Miranda J. Rodrigues

Cálculos de Propriedades Elétricas de Cadeias de HCN

Introdução. Teste e avaliação de modelos. Teste e avaliação de modelos. Teste de modelos. Avaliação de modelos

Aula 12. (quase) Tudo sobre os átomos. Física Geral F-428

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO Departamento de Pesquisa

Universidade Federal de Viçosa Departamento de Química Programa de Pós-Graduação em Agroquímica

Determinação Estrutural de Proteínas e Peptídeos por RMN. Fábio C. L. Almeida

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA. Deivid Metzker da Silva

Estatística Aplicada ao Serviço Social

Rafael Cardeal Tavares (Aluno de ICV), Prof. Dr. Paulo Renato Silva de Carvalho(Orientador, Depto de Física UFPI)

Instituto Federal de Alagoas, Campus Piranhas, Avenida Sergipe, s/n, Xingó, Piranhas AL, Brasil

Supplementary Information

Objetivo: Determinar experimentalmente a resistência elétrica de um resistor a partir da curva V x I.

Halliday Fundamentos de Física Volume 3

Lista de Estudo para a Prova de 1º Ano. Prof. Lafayette

SUGESTÕES DE EXERCÍCIOS PARA A SEGUNDA AVALIAÇÃO

3 Fundamentos teóricos para a montagem experimental

J. Delgado - K. Frensel - L. Crissaff Geometria Analítica e Cálculo Vetorial

ESTUDO DA REAÇÃO PH 2 + NH 2

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA

Aula 12. Ângulo entre duas retas no espaço. Definição 1. O ângulo (r1, r2 ) entre duas retas r1 e r2 se define da seguinte maneira:

Modelagem Comparativa de Proteínas

Física Molecular Estrutura das Ligações Químicas

1304 Difração de elétrons

Química Orgânica Ambiental

Radiação de corpo negro, f.e.m. termoelétrica, dependência da resistência com a temperatura.

Geometria Molecular. A forma geométrica de uma molécula é determinada pelo arranjo dos pares eletrônicos em torno dos átomos.

PROVAS Ciência da Computação. 2 a Prova: 13/02/2014 (Quinta) Reavaliação: 20/02/2014 (Quinta)

Prof. Hugo Braibante Química - UFSM


RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR CURSO BÁSICO

Prof. Henrique Barbosa Edifício Basílio Jafet - Sala 100 Tel

Transcrição:

Quim. Nova, Vol. 38, No. 10, S1-S10, 2015 ATRIBUIÇÃO DA ESTEREOQUÍMICA DA α-santonina ATRAVÉS DAS MEDIDAS DO ACOPLAMENTO DIPOLAR RESIDUAL Rubens R. Teles a,b, José A. A. França a,c, Armando Navarro-Vázquez a e Fernando Hallwass a, * a Departamento de Química Fundamental, Universidade Federal de Pernambuco, Avenida Professor Moraes Rego, 1235, Cidade Universitária, 50670-901 Recife PE, Brasil b Instituto Federal da Paraíba, Campus Princesa Isabel, Rodovia PB 426, s/n o, 58755-000 Princesa Isabel PB, Brasil c Instituto Federal de Alagoas, Campus Piranhas, Avenida Sergipe, s/n, Xingó, 57460-000 Piranhas AL, Brasil RMN de 1 H e de 13 C Composto 1: α-santonina-(3s,3as,5as,9bs)-3,5a,9-trimetil- 3a,5,5a,9b-tetrahidronafto[1,2-b]furano-2,8(3H,4H)-diona Dados de RMN de 1 H (399,75 MHz, DMSO-d 6, 0,13 M, ppm) δ: 6.92 (d, J 9,8Hz, 1H); 6,14 (d, J 9,8Hz, 1H); 5,07 (d, J 11,3Hz, 1H); 2,60 (dq, J 6,9Hz/11,3Hz, 1H); 1,98 (s, 3H); 1,88 Material Suplementar (m, J 13,5Hz/4,5Hz/4,0Hz/2,7Hz, 1H); 1,85 (m, J 11,2Hz/4,0Hz/3,8Hz, 1H); 1,78(m, J 11,3Hz/11,3Hz/2,7Hz/9,5Hz, 1H); 1,70 (m, J 13,5Hz/9,5Hz/10,9Hz/3,8Hz, 1H); 1,32 (dt, J 11,2Hz/4,5Hz/10,9Hz, 1H); 1,28 (s, 3H); 1,10 (d, J 6,9Hz, 3H). 13 C NMR (100,51MHz, DMSO-d 6, 0,13 M, ppm) δ: 185,67; 178,05; 156,63; 153,32; 126,37; 124,73; 80,69; 53,06; 41,55; 40,00; 37,41; 24,57; 22,03; 12,22; 10,66. Figura 1S. Espectro de RMN de 1 H (DMSO-d 6, 400 MHz) da α-santonina: tempo de aquisição 4,98 s, largura espectral 3289,5 Hz, 16 transientes, 16 k pontos de memória, temperatura 298 K *e-mail: hallwass@ufpe.br

S2 Teles et al. Quim. Nova Figura 2S. Espectro de RMN de 13 C{ 1 H} (DMSO-d 6, 100 MHz) da α-santonina: tempo de aquisição 1,57 s, largura espectral 20833,3 Hz, 1024 transientes, 32 k pontos de memória, temperatura 298 K, tempo de espera 1 s Figura 3S. Espectro DEPT 13 C (DMSO-d 6, 100 MHz) da α-santonina, tempo de aquisição 1,57 s, largura espectral 20833,3 Hz, 512 transientes, 32 k pontos de memória, temperatura 298 K

Vol. 38, No. 10 Atribuição da estereoquímica da α-santonina através das medidas do acoplamento dipolar residual S3 Figura 4S. Espectro gcosy (DMSO-d 6, 400 MHz) da α-santonina, tempo de aquisição 0,62 s, 2048 X 256 pontos de memória usados nas dimensões F 1 e F 2, respectivamente, largura espectral de 3289,5 Hz, 8 transientes, temperatura 298 K Figura 5S. Espectro ghsqc 13 C{ 1 H} (DMSO-d 6, 400 MHz) da α-santonina, tempo de aquisição 0,62 s, 2048 X 256 pontos de memória usados nas dimensões F 2 e F 1, respectivamente, largura espectral de 20833,3 Hz ( 13 C) e 3289,5Hz ( 1 H), 16 transientes, temperatura 298 K

S4 Teles et al. Quim. Nova Figura 6S. Espectro ghmbc 13 C{ 1 H} (DMSO-d 6, 400 MHz) da α-santonina, tempo de aquisição 0,62 s, 2048 X 256 pontos de memória usados nas dimensões F 2 e F 1, respectivamente, com largura espectral de 3289,5 Hz ( 1 H) e 20833.3 Hz ( 13 C), 32 transientes, temperatura 298 K

Vol. 38, No. 10 Atribuição da estereoquímica da α-santonina através das medidas do acoplamento dipolar residual S5 Figura 7S. Espectro J-resolvido (expansão) (DMSO-d 6, 400 MHz) da α-santonina, tempo de aquisição 1,037 s, 4000 X 128 pontos de memória nas dimensões em F 1 e F 2 com janela espectral de 3,8 khz, 16 transientes, temperatura 298 K Figura 8S. Espectro de NOESY (DMSO-d 6, 400 MHz) da α-santonina, tempo de aquisição 0,62 s, 2048 X 256 pontos de memória nas dimensões em F 1 e F 2 com largura espectral de 3289,5 Hz, 16 transientes, temperatura 298 K

S6 Teles et al. Quim. Nova Atribuição dos prótons diastereotópicos com base nos valores das constantes de acoplamento 3 J(H,H) e do efeito NOE Para atribuir os sinais dos prótons diastereotópicos das posições C4 e C5, bem como o sinal do H3a, foi realizado o experimento J-resolvido. De acordo com os valores das constantes de acoplamento medidas neste experimento (Tabela 4S) estes sinais foram atribuídos da seguinte maneira: δ H : 1,88 (H4α), 1,85 (H5β), 1,70 (H4β), 1,32 (H5α) e, por fim, 1,78 (H3a). Para confirmar estas atribuições foi realizada uma simulação do espectro, considerando o sistema de spins composto pelos hidrogênios: H9b, H3a, H3, C3-CH 3, H4β, H4α, H5β e H5α, aplicando o programa SpinWorks, 1 usando a análise espectral de rotina NUMMRIT. 2 Os deslocamentos químicos e as constantes de acoplamento medidas experimentalmente foram utilizados como dados de entrada para os cálculos de predição do espectro de RMN de 1 H. A Figura 9S mostra o espectro de RMN de 1 H simulado (superior) e experimental (inferior). A similaridade entre os dois confirma que os valores medidos experimentalmente estão corretos. A Tabela 1S mostra os valores dos ângulos diedros formados por H9b-C9b-C3a-H3a e H3a-C3a-C3-H3 otimizados por cálculos de mecânica molecular para α-santonina e os outros sete diastereoisômeros. Foi aplicado o nível de teoria do funcional da densidade (DFT), usando o funcional hibrido B3LYP e um conjunto de bases 6-31G* implementados no programa Gaussian 09. Estes ângulos foram escolhidos porque são significativos para determinar a estereoquímica da molécula, pois os mesmos estão associados aos hidrogênios ligados a dois estereocentros. Os ângulos diedros formados por H6-C6-C7-H7, (H4β/H4α)-C4-C5-(H5β/H5α), e (H4β/H4α)-C4-C3a-H3a são aproximadamente os mesmos para todas as oito estruturas, portanto, não contribuem para diferenciação entre as mesmas. Comparando os valores das constantes de acoplamento escalares obtidos experimentalmente: 3 J H9b-H3a e 3 J H3a-H3 (ambos 11,3 Hz) e a geometria das oito estruturas, observa-se que os valores experimentais são compatíveis com ângulos diedros na faixa de 0-20 ou 140-180 como mostrado pelos valores calculados no programa MSpin. Analisando os dados da Tabela 1S, observa-se que a configuração relativa dos diastereoisômeros i e ii são os únicos que demostram compatibilidade com as faixas possíveis dos ângulos experimentais, podendo-se excluir todos os outros diastereoisômeros. Para obter maiores informações sobre as estruturas foi realizado o experimento NOESY H-H. Este espectro mostrou correlações entre os prótons C5a-CH 3 -H9b e H3-H9b. A configuração relativa ii é inconsistente com estas correlações, porque C5a-CH 3 e H9b estão em lados opostos na estrutura, bem como o H3 e o H9b. Por outro lado, a estrutura i é completamente consistente com as correlações detectadas no NOESY H-H. Vale salientar que as correlações entre H6-H7, H6-C5a-CH 3, H3-C3-CH 3, H4α-H5α, H5β-H4β não são relevantes para elucidar a estereoquímica da molécula, pois estas interações estão presentes em todos os diastereoisômeros. Figura 9S. Parte do espectro de NMR de 1 H da α-santonina 1 em DMSO-d 6 (espectro inferior), espectro simulado do sistema de spins envolvendo H9b, H3, H4β, H4α, H3a, H5β, H5α e C3-CH 3 (espectro superior), usando o programa SpinWorks Tabela 1S. Análise do acoplamento escalar 3 J dos oito diastereoisômeros da α-santonina* Configuração Relativa Ângulo diedro (1) H9b-C9b-C3a-H3a ( o ) Ângulo diedro (2) H3a-C3a-C3-H3 ( o ) Acoplamento escalar c (Hz) ângulo diedro (1)/ ângulo diedro (2) i 172,4 170,1 10,1/10,0 ii 178,0 173,9 10,3/10,2 iii 35,5 168,7 5,5/9,9 iv 40,3 97,4 5,1/1,7 v 171,8 35,0 10,1/5,6 vi 42,2 40,9 4,8/5,1 vii 177,5 38,3 10,2/5,3 viii a 32,9 32,1 5,8/6,0 viii b 36,7 38,9 5,5/5,3 * a primeira conformação; b segunda conformação; c acoplamento escalar J predito no programa MSpin, 3 usando a equação de Karplus 4 sobre as geometrias otimizadas.

Vol. 38, No. 10 Atribuição da estereoquímica da α-santonina através das medidas do acoplamento dipolar residual S7 Cálculos teóricos de deslocamento químico e constantes de acoplamento As blindagens químicas foram calculadas ao nível PBE0/ pcs-1//b3lyp/6-31g* e convertidas a deslocamentos químicos após calcular a blindagem do TMS, ao mesmo nível de cálculo, e logo depois escalonados mediante regressão linear aos valores experimentais. Os menores desvios quadráticos médios foram obtidos para os diastereoisômeros i e v com valores de 5,69 e 5,53 ppm, respectivamente. As constantes de acoplamento escalares vicinais próton-próton foram também calculadas ao mesmo nível e também escalonadas mediante regressão linear aos valores experimentais. Novamente, os menores desvios foram observados para os diastereoisômeros i e v com valores de 1,7 e 2,1 ppm, respectivamente. A Figura 10S apresenta os gráficos dos deslocamentos químicos experimentais vs deslocamentos químicos calculados: Figura 10S. Correlação dos valores de deslocamento químico do 13 C experimentais e teóricos

S8 Teles et al. Quim. Nova Tabela 2S. Valores dos deslocamentos químicos (ppm) de RMN de 13 C experimentais e calculados para os oito diastereoisômeros da α-santonina. Os valores de RMSD, R 2, a e b para o ajuste linear estão incluídos Carbono Experimental i ii iii iv v vi vii viii(a) viii(b) C8 185,67 189,75 192,05 189,79 190,16 189,73 190,08 192,09 189,80 190,33 C2 178,05 183,40 183,57 184,27 185,47 184,04 184,64 184,29 185,54 182,9 C9a 153,32 158,22 156,07 159,15 157,06 159,14 157,57 156,83 160,50 157,63 C9 126,37 139,52 147,53 145,78 147,45 139,91 147,57 147,95 143,83 149,46 C3 40,00 43,75 46,12 37,26 47,26 41,26 44,39 41,06 41,61 42,03 C6 156,63 162,00 163,90 162,98 165,72 161,99 165,85 164,21 163,03 163,03 C7 124,73 135,65 135,54 135,81 134,87 135,69 134,97 135,67 135,73 133,36 C9b 80,69 84,69 82,36 80,38 79,09 83,53 79,65 81,23 82,12 79,76 C3a 53,06 56,25 44,27 48,80 46,34 51,70 45,24 39,75 43,62 42,70 C5a 41,55 44,35 44,75 43,33 42,34 44,08 42.63 44,96 43,26 41,00 C5 37,41 41,29 31,54 33,85 38,04 41,02 38,05 31,75 37,30 35,72 C4 22,03 26,32 23,30 21,81 25,82 22,96 20,82 19,38 21,59 21,95 C5a-CH 3 24,57 27,26 32,33 26,22 27,08 27,18 27,10 32,20 25,86 34,15 C3-CH 3 12,22 14,58 14,63 14,75 16,60 11,63 11,56 10,39 15,38 11,58 C9-CH 3 10,66 11,79 15,76 14,58 11,09 11,88 11,19 15,80 13,52 16,45 RMSD 5,69 7,97 6,81 7,57 5,53 7,36 8,38 6,87 7,97 R 2 0,99814 0,99039 0,9939 0,99241 0,99761 0,99293 0,98872 0,99417 0,98899 a 1,02535 1,04052 1,05181 1,04418 1,03969 1,05749 1,05888 1,05195 1,04287 b 2,68293 1,08233-0,85333 0,82424 0,61885-1,15561-1,52154-0,60305 0,10866 Tabela 3S. Valores das constantes de acoplamento escalar (Hz) experimentais e calculadas para os oito diastereoisômeros da α-santonina. Os valores de RMSD, R 2, a e b para o ajuste linear entre os valores experimentais e calculados estão incluídos Hidrogênios Experimental acoplando i ii iii iv v vi vii viii(a) viii(b) C3-CH 3 / H3 6,9 5,2 5,2 5,2 5,8 5,8 5,4 5,8 5,8 5,5 H9b/ H3a 11,3 8,6 9,8 5,7 3,4 8,9 3,0 10,1 6,3 3,4 H6/ H7 9,8 8,5 8,4 8,4 8,4 8,5 8,4 8,4 8,4 8,4 H3/ H3a 11,3 9,2 9,1 10,0 0,2 5,9 4,9 5,8 6,6 5,5 H3a/ H4α 2,7 2,6 8,6 1,0 4,8 2,6 4,5 9,0 0,7 11,2 H3a/ H4β 9,5 9,5 6,2 4,9 9,4 9,9 9,6 6,6 6,1 2,2 H4α/ H4β 13,5 13,6 14,4 15,0 14,4 13,6 14,4 14,3 15,2 14,1 H4α/ H5α 4,5 2,7 7,3 3,3 2,7 2,9 2,7 7,1 4,1 5,5 H4α/ H5β 4,0 1,7 6,1 1,7 2,2 1,7 2,3 0,5 1,3 9,4 H4β/ H5α 10,9 10,4 7,1 11,2 11,2 10,3 11,1 7,5 11,2 6,4 H4β/ H5β 3,8 3,3 7,6 3,3 2,7 3,3 2,7 7,5 3,9 6,2 H5α/ H5β 11,2 14,0 14,5 14,0 14,0 14,0 14,0 14,5 14,1 14,3 RMSD 1,7 3,0 2,6 4,2 2,1 3,3 3,4 2,7 4,9 R 2 0,87061 0,26620 0,74265 0,27437 0,02601 0,45513 0,23227 0,69574 0,08982 a 1,08472 0,46715 1,11116 0,75620 2,75534 0,85430 0,56084 1,05258 0,10150 b -1,54343 4,82208-2,22912 0,33614-7,20670-0,15976 3,44605-1,74390 6,83426

Vol. 38, No. 10 Atribuição da estereoquímica da α-santonina através das medidas do acoplamento dipolar residual S9 Geometrias dos oito diastereoisômeros otimizadas utilizando o programa Gaussian09 Figura 11S. Geometria dos oito diastereoisômeros otimizadas, utilizando o programa Gaussian09

S10 Teles et al. Quim. Nova Atribuição completa dos sinais de RMN de 1 H e de 13 C da α-santonina Tabela 4S. Deslocamentos químicos dos núcleos de 1 H (δ H em ppm) e constantes de acoplamento (J em Hz) do composto 1 em DMSO-d 6 Hidrogênio δ H C3-CH 3 1,10 (d, 6,9Hz, 3H) C9-CH 3 1,98 (s, 3H) C5a-CH 3 1,28 (s, 3H) H9b 5,07 (d, 11,3Hz, 1H) H6 6,92 (d, 9,8Hz, 1H) H7 6,14 (d, 9,8Hz, 1H) H3 2,60 (dq, 6,9Hz/11,3Hz, 1H) H3a 1,78(m, 11,3Hz/11,3Hz/2,7Hz/9,5Hz, 1H) H5α 1,32 (dt, 11,2Hz/4,5Hz/10,9Hz, 1H) H4α 1,88 (m, 13,5Hz/4,5Hz/4Hz/2,7Hz, 1H) H5β 1,85 (m, 11,2Hz/4Hz/3,8Hz, 1H) H4β 1,70(m, 13,5Hz/9,5Hz/10,9Hz/3,8Hz, 1H) Tabela 5S. Deslocamentos químicos dos núcleos de 13 C (δ C em ppm) do composto 1 em DMSO-d 6 Carbono δ C C8 185,7 C2 178,1 C9a 153,3 C9 126,4 C3 40,0 C6 156,6 C7 124,7 C9b 80,7 C3a 53,1 C5a 41,6 C5 37,4 C4 22,0 C5a-CH 3 24,6 C3-CH 3 12,2 C9-CH 3 10,7 Tensor de alinhamento calculado para α-santonina (estrutura i) referente à orientação standard da α-santonina no Gaussian 09 Distribution size=64 Distribution type=gaussian RDC general Std.Dev=0,5 Hz Alignment tensor <A x> = 1,328e-06 Std.Dev = 2,849e-05 <A y> = -1,892e-05 Std.Dev = 3,659e-04 <A z> = 1,759e-05 Std.Dev = 3,873e-04 Quality factors statistic <Q> = 0,286 StdDev(Q) = 0,044 Highest Q = 0,412 Lowest Q = 0,196 Exp [Std.Dev] Hz Comp [Std.Dev] Hz* C6,H6 5,70[0,30] 4,96[0,28] C7,H7-3,20[0,50] -3,20[0,47] C3-CH 3, C3-CH 3 4,80[0,90] 5,02[0,47] C9-CH 3, C9-CH 3-1,60[0,40] -1,43[0,09] C5a-CH 3, C5a-CH 3-1,80[0,20] 0,75[0,35] C3,H3 3,30[0,50] 3,11[0,56] C3a,H3a 3,50[0,90] 4,70[0,44] C5,H5β -1,30[0,20] -0,41[0,39] C5,H5α 5,90[1,00] 6,44[0,67] C4,H4β 5,40[1,00] 3,97[0,43] C4,H4α 3,60[1,00] 3,63[0,77] Análise de RDC Tabela 6S. Valores do Fator de Qualidade (Q) obtidos para as quatro permutações possíveis dos oito diastereoisômeros do composto 1 Configuração Permutações relativa A B C D i 0,286 0,495 0,277 0,502 ii 0,617 0,350 0,624 0,313 iii 0,516 0,593 0,547 0,601 iv 0,440 0,651 0,485 0,646 v 0,382 0,651 0,313 0,642 vi 0,540 0,560 0,559 0,517 vii 0,654 0,687 0,701 0,750 viii 0,595 0,710 0,611 0,691 Figura 12S. Representação dos eixos principais dos tensores de alinhamento computados para os sessenta e quatro bootstrapping data sets; azul, Az; verde, Ay; vermelho, Ax REFERÊNCIAS 1. SpinWorks 3.1.8.4.; Marat K., University of Manitoba, Winnipeg, Manitoba Canada, http://www.umanitoba.ca/chemistry/nmr/spinworks. 2. Quirt, A. R.; Martin, J. S.; J. Magn. Reson. 1971, 5, 318. 3. Navarro-Vázquez, A.; MSpin 2.0 beta, MestReLab Research S. L., Espanha. 4. Karplus, M.; J. Am. Chem. Soc. 1963, 85, 2870.