CUIDADOS INTENSIVOS NO TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR Viviane Cordeiro Veiga

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Transcrição:

1-7 TISMO Viviane Cordeiro Veiga Elaine Aparecida Silva de Morais Erica Cristina Alves dos Santos Olga Oliveira Cruz Andreia Maria Marchesini I - Definição: O Trauma Raquimedular (TRM) constitui o conjunto de alterações, temporárias ou permanentes, nas funções motora, sensitiva ou autonômica, consequentes à ação de agentes físicos sobre a coluna vertebral e os elementos do sistema nervoso nela contidos. O acometimento da coluna cervical acontece em 2/3 dos pacientes com TRM e frequentemente apresentam lesões simultâneas, como trauma torácico, abdominal e lesões vasculares do sistema vértebro-carotídeo. II - Fisiopatologia: Primária: lesão imediata ao trauma devido contusão mecânica e hemorragia Secundária: eventos bioquímicos que levam à disfunção e morte celular. III - Diagnóstico: 1. Clínico: - choque medular: ausência total de reflexos, sensibilidade e motricidade, abaixo do nível da lesão. A ausência de tônus esfincteriano indica vigência de choque medular. 2. Radiológico: - Radiografia simples de coluna (ântero-posterior e perfil) - Tomografia computadorizada de coluna - Ressonância nuclear magnética de coluna (melhor método para avaliar integridades de estruturas não ósseas) IV - Tratamento: 1. Cuidados primários: A abrir vias aéreas se necessário, uso de ventilação não invasiva/intubação orotraqueal. Atenção especial nos pacientes com lesão cervical não postergar ventilação

2-7 mecânica, atentando-se aos cuidados no momento da intubação, evitando-se a hiperextensão; B respiração confirmação ventilação (fixação IOT, presença de murmúrios vesiculares) C circulação obter acesso venoso (periférico). 2. Imobilização da coluna. Manter colar cervical e a prancha rígida até afastar ausência de lesão medular ou ligamentar, pela ressonância nuclear magnética. 3. Protetor gástrico: omeprazol, esomeprazol ou pantoprazol. 4. Pressão arterial: manter pressão arterial média (PAM) entre 85 90mmHg, preferencialmente nos primeiros dias após o trauma. 5. Sonda vesical de demora na admissão, após toque retal. 6. Sonda nasogástrica 7. Dieta: iniciar dieta o mais precocemente possível, assim que condições clínicas permitirem, seja oral, enteral ou parenteral. 8. Controle de temperatura manter normotérmico, se necessário, uso de colchão térmico. 9. Analgesia: - dipirona - opióides (morfina, tramadol) - anti-inflamatórios não hormonais, caso não haja contra-indicação 10. Profilaxia de trombose venosa profunda: meias elásticas, dispositivo anti-trombótico, mobilização precoce (quando possível) e utilização de heparina de baixo peso molecular (Enoxaparina 40mg SC 1x/dia) 11. Em casos em que a equipe neurocirúrgica optar pelo uso de corticóide (metilprednisolona), atentar-se para: - pode ser utilizada até 8h do trauma - Posologia: Até 3 horas do trauma: - 30 mg/kg em 15 minutos

3-7 - após 45 minutos: 5,4 mg/kg/hora em 23 horas Entre 3 e 8 h do trauma: - 30 mg/kg em 15 minutos - 5,4 mg/kg/hora em 47 horas Dose total: 154,2mg/Kg em 24 horas - Contra-indicações ao uso de metilprednisolona: - pacientes com lesão aberta (ferimento por arma de fogo) - pacientes com risco iminente de vida - idade inferior a 14 anos - mulheres grávidas - Nos pacientes que receberem metilprednisolona, deve ser prescrito albendazol 400mg/dia por 3 dias, para prevenir a síndrome de Loeffler. 12. Tratamento cirúrgico: à critério da equipe de neurocirurgia, baseado no quadro clínico e exames complementares e tem por finalidade, a descompressão medular e a fixação dos elementos ósseos da coluna vertebral. V - Cuidados de enfermagem 1. Imobilização da coluna: uso do colar cervical e prancha rígida 2. Mobilização em bloco. 3. Manter o alinhamento rigoroso no eixo da cabeça-quadril, permanentemente e/ ou durante qualquer procedimento com o paciente. 4. Observar alinhamento da coluna cervical, mantendo coxins sob as regiões escapulares e região occipital, permanentemente. 5. Fazer o reposicionamento do paciente em bloco, quando escorregar em direção aos pés da cama através da ajuda de quatro funcionários. 6. Orientar o paciente e/ ou família quanto à necessidade de alinhamento da coluna cervical.

4-7 7. Observar sinais de perda da força e sensibilidade dos membros inferiores, caso presente comunicar imediatamente ao médico. 8. Minimizar a possibilidade de ocorrência de aspiração traqueobrônquica por alimentos ou líquidos enquanto imobilizados. 9. Manter o sistema de aspiração ao lado da cabeceira do paciente para uso imediato por 24 horas. 10. Oferecer líquidos nos intervalos das refeições ao paciente, através de canudinho, orientando-o para sugar pequenas quantidades e deglutir lentamente. 11. Oferecer alimentos de fácil mastigação e deglutição durante as refeições. 12. Observar presença de sinais e sintomas de náuseas, caso presentes, comunicar o médico. 13. Manter vias aéreas pérvias, se necessário: aspiração para manter boa oxigenação. Se o paciente apresentar lesões faciais ou sangramento nasal, não aspirar as narinas. 14. Orientar o paciente e/ou acompanhante sobre: a) a necessidade do paciente ingerir líquidos pausadamente e alimentos de fácil mastigação. b) a necessidade de aspiração em caso de vômitos inesperados. c) a importância de comunicar à enfermagem os sinais e sintomas de náuseas e vômitos. 15. Higiene corporal, relacionado à imobilização. a) Proporcionar auxílio durante os procedimentos de higiene corporal enquanto imobilizado. b) Auxiliar no bochecho com solução padronizada para higiene oral, orientando para desprezar pela comissura labial na cuba rim, sempre após as refeições. c) Realizar banho no leito, utilizando a mudança de decúbito em bloco, somente em caso de extrema necessidade. d) Fazer a troca de lençol da cama todas as vezes que estiver úmido ou sujo, através do deslizamento do lençol no sentido dos pés para a cabeceira da cama, mantendo o paciente alinhado em decúbito dorsal. e) Manter o paciente em cama desprovida de farelos alimentares e dobras de lençol. f) Fazer massagens de conforto, intensificando-a nas proeminências ósseas após o banho. g) Observar presença de áreas hiperemiadas pela extensão corporal durante o banho.

5-7 h) Manter calcâneos em salva-pés. i) Preservar a tonicidade muscular e ativar a circulação dos membros superiores e inferiores, enquanto imobilizado. 16. Prevenir atelectasia pulmonar, enquanto acamado. 17. Evitar obstipação intestinal por imobilização na cama. 18. Auxiliar nos exercícios passivos e ativos na cama de membros inferiores e superiores 3x/dia. 19. Retirar o colar cervical de 8 em 8 horas e se necessário, em decúbito dorsal, para avaliar a integridade cutânea e realizar higiene. 20. Colocar protetores (compressas) nos pontos de apoio do colar mandíbula, esterno e região occipital. 21. Manutenção da pressão arterial média em torno de 85-90mmHg. 22. Sonda nasogástrica. Em caso de lesão facial ou trauma de base de crânio (confirmado ou suspeita), é contra-indicado a passagem por via nasogástrica, devendo a sonda ser introduzida por via orogástrica. 23. Avaliar distensão, hematomas e dor em região abdominal. 24. Avaliar eliminações fecais (pesquisa melena/enterorragia) 25. Sonda vesical de demora manter por 24 horas ou até estabilidade clínica. Após este período, se necessário, cateterismo intermitente (sonda de alívio). 26. Regulação térmica manter normotérmico, utilizar colchão térmico se necessário. 27. Cuidados com a pele: a) mobilização de decúbito em bloco 2/2h, após liberação da equipe da neurologia. b) colchão caixa de ovo c) protetores de calcâneos d) protetor de cabeça e) proteger proeminências ósseas com bóia-gel ou travesseiros f) manter hidratação com hidratante

6-7 g) inspecionar couro cabeludo, genitálias, membros (inferiores e superiores) e condutos auditivos para pesquisar abaulamentos, ferimentos corto-contusos e saída de secreções. 28. Profilaxia para trombose venosa profunda (ver protocolo TVP) 29. Discutir introdução de dieta assim que condições clínicas permitirem. VI - Fisioterapia 1. Avaliação neurológica 2. Inspecionar possíveis contusões, ferimentos e fraturas. 3. Avaliação déficit motor/sensitivo e reavaliações após o período de choque medular. 4. Avaliar presença de automatismo medular. 5. Mobilização precoce das extremidades, mantendo a imobilização (colar cervical e prancha rígida). 6. Realizar mobilização em bloco enquanto persistir instabilidade da coluna. 7. Manter vias aéreas pérvias. Não realizar aspiração nasal caso haja traumatismo facial. 8. Manter oxigenação adequada (SatO2 > 95%). Avaliar necessidade de cateter, máscara de nebulização, máscara de Venturi para PaO2 entre 80 e 120). 9. Estimular musculatura respiratória e estimular a tosse, para mobilizar possíveis secreções. 10. Avaliar necessidade de ventilação não-invasiva em casos de desconforto respiratório (CPAP, BIPAP, RPPI). Contra-indicações de ventilação não-invasiva: - presença de traumas orofaciais - enterorragias - sangramentos no conduto auditivo, que pode estar relacionado à fratura de articulação têmporo-mandibular.

7-7 - rebaixamento do nível de consciência. - alteração na deglutição e/ou dificuldade de manipular secreções. - deterioração respiratória. - agitação ou não adaptação a ventilação não invasiva. 11. Avaliar necessidade de intubação orotraqueal, caso a ventilação não invasiva não tenha sucesso. Atenção especial nos casos de lesão cervical alta sugerir IOT. 12. Compressão Pneumática Intermitente para profilaxia de TVP (ver protocolo de TVP). 13. Evitar mobilização de membros inferiores, exceto se contra-indicação (politrauma, fratura de membros inferiores). 14. Avaliar necessidade de protetor de pé eqüino (disponível na UTI). Em casos de padrões neurológicos já instalados: órteses. 15. Sugerir traqueostomia precoce (cinco dias) em casos de lesões medulares completas ou prognóstico reservado. VII - REFERÊNCIAS: 1. Bracken MB. Pharmacological intervention for acute spinal cor injury. Cochrane Database Syst Rev 1:132, 2001. 2. Brunner/ Suddard- Tratado de Enfermagem médico cirúrgico, Rio de Janeiro,Editora Guanabara Koogan 2002 9ª edição. V.2 3. Delfino, HKA. Lesões traumáticas da coluna cervical. 1ª ed. Ed. Bevilacqua, 2005. 4. Ferreira, CM; Barbosa, NS; Ferreira WA et al. Infecção pulmonar por Strongyloides stercoralis em pacientes tratados com imunossupressores. Rev. Patol. Tropical 2008; 37(3):275-80. 5. Guidelines for the management of acute cervical spine and spinal cord injuries, 2007. 6. Knobel, E. Condutas no Paciente Grave. 3ª. Edição, 2006. 7. Patrick, WH; Thomas CM; Thornton TW ET AL. Methylprednisolone in spinal cor compression. Spine 1989, 14(1):16-22. 8. Weiner, WJ; Goetz, CG. Neurologia para o não-especialista. Ed. Santos 4ª ed. 2003.