Quadro Fiscal Recente Uma Leitura Estendida Gabriel Leal de Barros 21 de Novembro de 2013
Resumo Expansão das Desonerações alcança 1,6% do PIB, maior do que os 0,8% no auge da Crise de 2009 e afeta duramente a capacidade de arrecadação Indexação do gasto e elevada participação de Despesas Obrigatórias limita reação da política fiscal através da elevação de investimentos públicos Combinação de frustrações de receita com ampliação da inércia do gasto primário é perfeita para pressionar o esforço fiscal primário Acomodação do ganho com juros da dívida e redução acelerada do primário, elevam déficit nominal para o intervalo de 3,5% a 4,0% do PIB Dívida Bruta elevada é arriscada em cenários de estresse e limita capacidade de reação da política econômica sem colateral em rolagem da dívida Mal humor e maior percepção de risco chega a investidores estrangeiros 2
Ampliação das Desonerações mina dinamismo das Receitas Primárias Fonte: O Globo Especial 5 Anos de Crise (08/09/2013) Para 2013E e 2014E estimativas próprias com base em dados da RFB 3
Ao menos 3 Desonerações, se revertidas, podem amenizar pressão sobre as contas Fonte: Receita Federal do Brasil (RFB) Reversão destas desonerações tem potencial para retornar algo entre R$ 25/30 bilhões (0,5 % do PIB) 4
Perfil do Gasto Público não muda e endossa manutenção da inércia ao piso nacional Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional Para 2013: Dados acumulados de Janeiro a Setembro 5
Cresce a Necessidade de Financiamento (Oficial) Governos Regionais amortecem avanço rápido, na margem, do Déficit Nominal % PIB Acumulado no Ano Fonte: Banco Central Para 2013: Dados acumulados de Janeiro a Setembro 6
Necessidade de Financiamento (Ajustado) Déficit Público seria em média 0,8 p.p do PIB mais elevado de 2009 a 2013/ Set % PIB Acumulado no Ano Fonte: Banco Central Para 2013: Dados acumulados de Janeiro a Setembro 7
Inevitável Redução do Primário e menor fôlego para geração de saldos fiscais preocupa Fonte: Banco Central, Comissão Mista de Orçamento e Secretaria do Tesouro Nacional 8
Queda do Primário é puxado por Esfera Federal Destaque para INSS e padrão pós-crise para Estados e Municípios (Oficial) % PIB Acumulado no Ano Fonte: Banco Central Para 2013: Dados acumulados de Janeiro a Setembro 9
Queda do Primário é puxado por Esfera Federal Destaque para INSS e padrão pós-crise para Estados e Municípios (Ajustado) % PIB Acumulado no Ano Fonte: Banco Central Para 2013: Dados acumulados de Janeiro a Setembro 10
Redução Importante também nos Estados Estatais Estaduais praticamente zeraram sua contribuição pós-crise % PIB Acumulado no Ano Fonte: Banco Central Para 2013: Dados acumulados de Janeiro a Setembro 11
Pari Passo à redução do Endividamento Situação Global é favorável e mostra ganhos do arcabouço Institucional da LRF Frequência de Estados Endividados por Intensidade Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional 12
No Entanto, preocupa a concentração das Novas Operações de Crédito Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional 2013: Dados até Agosto (2º Quadrimestre); Dados Preliminares para os Estados Alagoas, Amapá, Pará e Roraima 13
Perfil da Dívida Mobiliária segue positivo Troca de LFT e LTN, antiga e com maior custo de rolagem, em grande parte por NTN Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional Para 2013: Dados acumulados de Janeiro a Agosto 14
15 Porém, Taxa Implícita, que já vinha resiliente, aumentou na margem
Menor Crescimento e maior taxa implícita ampliam dívida e primário estabilizador Primário requerido para estabilizar DLSP Resposta da DLSP ao Primário Esperado 16
Dívida Bruta é Alta frente aos Emergentes Pressão Negativa sobre a capacidade de absorção e reação à choques Países 2009 2012 D em p.p. do PIB Economias Emergentes 36,0 36,5 +0,5 Ásia 31,4 34,5 + 2,9 China 17,7 26,1 + 8,4 Índia 72,5 66,7-5,8 Europa 29,5 25,9-3,6 Rússia 11,0 12,5 + 2,5 Turquia 46,1 36,2-10,1 América Latina 53,5 52,0-1,5 Brasil - Local 57,4 58,7 + 1,3 Brasil - Internacional 66,8 68,0 + 1,2 México 43,9 43,5-0,4 Fonte: Banco Central e Fundo Monetário Internacional 17
Perspectiva de Investimento e Demanda por Crédito Público segue forte Fonte: BNDES 18
Medidas de Impulso Fiscal Fase de expansão continuada teve início em 2012 Em pontos percentuais (p.p) do PIB Fase Neutra Fase Contracionista Fase Expansionista Fonte: Banco Central e Secretaria do Tesouro Nacional 19
Quais são os Ajustes? Basicamente receitas temporárias e que não refletem posição fiscal de médio prazo Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional, BNDES, Petrobrás, Fundo Soberano e Lei de Acesso a Informação 20
O que esperar para o fim de 2013 e 2014? Perspectivas Risco de rebaixamento do crédito soberano, deverá suscitar anúncio de reversão parcial e gradual dos estímulos fiscais, dentre eles: Empréstimos para o BNDES e Caixa Desonerações Tributárias Já está contratada maior dívida para governos regionais de cerca de R$ 88,9 bilhões e que afetarão esforço fiscal primário no médio prazo Propostas e iniciativas de relaxamento fiscal não mostram sinais de congelamento: Revisão retroativa do estoque de dívida dos governos regionais (GR) Fim da necessidade da União compensar esforço fiscal a menor dos GR s Até 2014 deverão ocorrer poucas mudanças, de forma que a postura fiscal deverá se manter no limiar e em patamar mínimo No curto prazo, apenas a reversão de algumas desonerações deve amenizar a pressão sobre as contas fiscais. Alguma solução, apenas no médio prazo. 21
Algumas Questões Chave para Deterioração Fiscal Resultados + Sinalizações Alterações Institucionais na Lei de Responsabilidade Fiscal para permitir descontos, além das inversões do PAC, de Desonerações. Proposta de alteração da LDO para 2013 e 2014: Faculta à União, compensar ou não, o esforço fiscal a menor de Estados e Municípios. Utilização excessiva de receitas atípicas, pouco tradicionais na gestão fiscal, durante razoável tempo. Ampliação do teto de endividamento para governos regionais em regime de excepcionalidade, face à questionável capacidade fiscal. Risco de Bailouts amplia ônus para o Tesouro Nacional, agravado por elevações nas garantias concedidas a Estados e Municípios. Diretriz, Comunicação e Sinalização da postura fiscal de forma errática, enseja pressão e falta de previsibilidade à política fiscal. 22 Análise Conjuntural