Comunicação ARTE POR MÓDULOS, UMA EXPERIÊNCIA NÃO REAL FACHINELLO, Sandra Albuquerque Reis 1 Palavras-chave: Ensino Modular, Ensino de Arte, Cursos de Licenciatura. RESUMO O ensino em forma de módulos que atende as demandas de quem passou pelo ensino formal seriado, é um ponto de debate necessário. Atualmente, o Estado de Santa Catarina mantém disponível, para jovens e adultos o Telecurso 2000, o Ensino Presencial (seriado), Atendimentos Específicos (casa, educação indígena, presos, apenados), a Educação Permanente e o Ensino Modularizado. O material utilizado consiste em módulos (livros) com consultoria da UFSC e da FAPEU. Além da questão docente (matida pelo estado) existe a possibilidade de parcerias com empresas que custeiam o espaço físico e o estado fornece e o corpo docente. Em contato docente dificuldades foram percebidas pela falta de conhecimento deste sistema. Objetiva-se discutir o Ensino da Arte na Educação Modular, partindo do estudo de caso da região de Chapecó, para propor uma abordagem no Curso de Licenciatura em Artes Visuais. A pesquisa entende-se como qualitativa considerando os dados estatísticos como ponto de análise relacionada a experiência vivenciada em sala, nas aulas de Arte. A proposta abarca uma estrutura diferenciada na base metodológica, nos parâmetros avaliativos, no tempo, conteúdo e público, exige pensar: Como definir objetivos vinculados com os demais referenciais nacionais? Como propor inter/transdisciplinariedade? Como não deixar que este espaço se transforme em local de dependência? Como pensar o ensino de licenciados aptos a trabalhar neste formato de ensino que visa ser ensino-aprendizagem? Inicialmente análise do contato com este universo desconhecido e que está a pleno vapôr, partindo para uma pesquisa histórica e de documentos locais sobre o ensino modular, em seguida as relações possíveis para encaminhar possibilidades de abordagem desta proposta modular nos cursos de licenciatura, mais especificamente o de artes visuais. Como resultados apenas tem-se experiências docentes registradas, material documental, ambos em fase de análise. INTRODUÇÃO Este texto consta de uma reflexão acerca da docência na Escola Sadia, da rede de Ensino Estadual CEJA/Chapecó. Esta escola é uma unidade de ensino numa empresa que mantem parceria com o Estado de SC. A estrutura física e 1 UNOCHAPECO, Escola Sadia-CEJA Chapecó, PPGAV. Pesquisadora das imbricações da arte e do digital
materiais são mantidos pela empresa, enquanto o Estado fornece e o corpo docente, além da metodologia de ensino e os conteúdos. Sabemos que historicamente o Ensino com Jovens e Adultos possui uma caminhada vinculada a questões que, na grande maioria, atendem muito mais aos interesses que fogem a estas pessoas diretamente beneficiadas. Uma empresa que tem seu funcionários alfabetizados, com ensino fundamental e médio concluídos, tem ganhos em todos os processos que envolvem sua gestão. Mas o que encanta meus olhos e aquece o coração, como professora de Arte e cidadã, são os benefícios não medidos qualitativamente. Alunos que nunca pensaram sobre o objeto arte, que nunca pegaram em um pincel, não visitaram exposições, não foram a uma peça de teatro, podem e são, neste processo que envolve os interesses de uma empresa, mesmo que não se perceba diretamente, beneficiados de forma estrondosa. Considero o sujeito como um ser humano aberto a um mundo que possui uma historicidade, portador de desejos, pelos quais é movido, e que mantem relações com outros sujeitos nesse processo (CHARLOT apud DAYRELL, 2003, 42). Ai entram minhas indagações enquanto docente: Como definir objetivos vinculados com os demais referenciais nacionais? Como propor inter/transdisciplinariedade? Como não deixar que este espaço se transforme em local de dependência? Como pensar o ensino de licenciados aptos a trabalhar neste formato de ensino que visa ser ensino-aprendizagem?
Estas questões perpassam o dia-a-dia escolar, em dois pontos: a) professores que não possuem formação específica para o ensino de jovens e adultos,e que acabam por criar métodos e metodologias que consigam,de acordo com suas escolhas atender o que entendem como melhor. Estão surgindo no Estado de Santa Catarina alguns cursos que já estão discutindo com professores este foco de pesquisa. Além de outros casos aqui não mencionados. b) alunos que estudam muitas vezes por obrigação ou necessidade profissional. Poucos por que querem ter uma ocupação (muitas donas de casa e aposentados). Alguns por que reprovaram no sistema seriado e agora voltam para tentar concluir. Além de outros casos aqui não mencionados. Como pesquisa em andamento, o que tem-se como ponto de reflexão hoje, são as experiências poéticas, visuais e verbais, que foram dinamizadas. O processo não está formalizado, mas pretende se investigado como forma de pensamento docente que consiga adentrar ao campo do sensível. Vejamos algumas realizações... O material utilizado consiste em módulos (livros) com consultoria da UFSC e da FAPEU. As apostilas contêm material visual relacionado com discussões teóricas. Interessante. Porém, considerando que, para o Ensino Fundamental tem-se 12 encontros de 1h48min e para o Médio 10 encontros de mesmo período, seguir apostilas construídas sem o conhecimento da realidade da Escola da Sadia, seria uma perda de tempo. Alunos que chegam após a jornada de 12 horas, com sono, problemas financeiros e emocionais (não todos,mas a grande maioria), precisam compreender o seu dia-a-dia, passando pela experiência do sensível.
Acreditando nisso e segundo uma reflexão de Paulo Freire, que diz que o que está em pauta é tudo que envolve o cotidiano nada pode escapar da curiosidade aguda dos educadores (Paulo Freire in GADOTTI, 2003:16); elaborei algumas experiências com processos de criação diferenciados, sempre buscando explorar o que a cidade está ofertando em eventos culturais, como exposições. Referenciais na história das imagens, assim como a visualidade latente. Tudo é ponto possível de estudo e construção. O contato com este universo desconhecido até então e que está a pleno vapôr, exige um re-direcionamento de planejamento. Com a construção de identidades, passando pelo coletivo, e re-tornando a sociedade, acredito que o Ensino da Arte e pela Arte seja coerente.
O ensino em forma de módulos que atende as demandas de quem passou pelo ensino formal seriado, é um ponto de debate necessário. Atualmente, o Estado de Santa Catarina mantém disponível, para jovens e adultos o Telecurso 2000, o Ensino Presencial (seriado), Atendimentos Específicos (casa, educação indígena, presos, apenados), a Educação Permanente e o Ensino Modularizado. Mas pouco se pensou na formação dos profissionais que atuam neste campo. Após esta pesquisa tenha alcançado algumas possíveis conclusões, será pensado em como pode se tornar uma fonte de pesquisa para a formação de licenciados em artes visuais.
As etapas seguintes constam da pesquisa histórica e de documentos locais sobre o ensino modular, em seguida as relações possíveis para encaminhar possibilidades de abordagem desta proposta modular nos cursos de licenciatura, mais especificamente o de artes visuais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: DAYRELL, Juarez. O jovem como sujeito social. Revista brasileira de Educação. N. 24, set/out/nov/dez 2003. GADOTTI, Moacir e ROMÃO, José (org.). Educação de Jovens e Adultos: teoria, prática e propostas. SP: Cortez:Inst. PauloFreire, 2003.