RELATÓRIO ECONÔMICO NOVEMBRO 2018
RELATÓRIO ECONÔMICO SANTANDER ASSET MANAGEMENT ÍNDICE 01 Indicadores Financeiros Pág. 3 02 Projeções Pág. 4 03 Cenário Externo Pág. 5 04 Cenário Doméstico Pág. 6 05 Renda Fixa e Renda Variável Pág. 7
3 01 INDICADORES FINANCEIROS BOLSA DE VALORES AMÉRICAS mês % ano % 2017 Ibovespa Fech. 87.424 10,2% 14,4% 26,9% IBrX Fech. 36.009 10,4% 13,9% 27,5% ISE 2.974 10,4% 5,1% 17,4% S&P500 2.712 (6,9%) 1,4% 19,4% SANTANDER ASSET MANAGEMENT EUROPA DAX 11.448 (6,5%) (11,4%) 12,5% FTSE 7.128 (5,1%) (7,3%) 7,6% CAC 5.093 (7,3%) (4,1%) 9,3% IBEX 8.894 (5,3%) (11,5%) 7,4% Euro Stoxx 50 3.198 (5,9%) (8,7%) 6,5% PAN ÁSIA Nikkei 21.920 (9,1%) (3,7%) 19,1% Hang Seng 24.980 (10,1%) (16,5%) 36,0% Austrália 5.830 (6,1%) (3,9%) 7,0% Coréia do Sul 4.264 (11,7%) (17,3%) 26,4% Índia 10.387 (5,0%) (1,4%) 28,6% OUTROS MERCADOS MOEDAS mês % ano % 2017 BRL/USD 3,72 (8,1%) 12,5% 1,8% BRL/EUR 4,21 (10,4%) 5,9% 16,0% USD/EUR 1,13 (2,5%) (5,8%) 14,1% YEN/USD 112,94 (0,7%) 0,2% (3,7%) USD/AUD 0,71 (2,1%) (9,4%) 8,3% JUROS BRASILEIROS out/18 2017 2016 Futuro de DI jan/18 6,89 6,89 11,54 Futuro de DI jan/19 6,43 6,87 11,05 Futuro de DI jan/21 Futuro de DI jan/22 8,12 9,06 11,34 8,81 9,66 11,49 COMMODITIES Petróleo 65,31 (10,8%) 8,1% 12,5% Ouro 1.214,76 2,0% (6,8%) 13,5% Fonte: Bloomberg Fonte: Bloomberg.
02 PROJEÇÕES ECONOMIA 4 INDICADORES MACROECONÔMICOS BRASIL ATIVIDADE ECONÔMICA 2011 2012 2013 2014 PROJEÇÕES 2015 2016 2017 2018 2019 PIB, crescimento real (%) 4,0 1,9 3,0 0,5 (3,5) (3,5) 1,0 1,6 3,0 Taxa de Desemprego, média anual (%) 7,7 7,3 7,2 6,8 8,3 11,3 12,8 12,1 11,2 INFLAÇÃO E TAXA DE JUROS Inflação (IPCA/IBGE) (%) 6,5 5,8 5,9 6,4 10,7 6,3 2,9 4,3 4,6 Inflação (IGPM/FGV) (%) 5,1 7,8 5,5 3,7 10,5 7,2 (0,5) 9,3 4,5 Taxa de juro nominal, final do ano (Selic) 11,00 7,25 10,00 11,75 14,25 13,75 7,00 6,50 8,00 TAXA DE CÂMBIO E CONTAS EXTERNAS Taxa de câmbio média (R$/US$) 1,67 1,95 2,16 2,35 3,34 3,48 3,19 3,65 3,88 Taxa de câmbio final (R$/US$) 1,88 2,04 2,34 2,66 3,90 3,26 3,31 3,80 3,90 Saldo da Balança Comercial (US$ bi) 30 19 2 (4) 20 48 64 61 49 Saldo em conta corrente (% do PIB) (2,9) (3,0) (3,0) (4,2) (3,3) (1,3) (0,5) (0,3) (1,3) Investimento direto no país (% do PIB) 3,9 3,5 2,8 3,9 4,1 4,4 3,4 3,7 4,0 FISCAL Resultado primário do setor público (% do PIB) 2,9 2,2 1,7 (0,6) (1,9) (2,5) (1,8) (1,7) (0,6) Dívida bruta do governo geral (% do PIB) 51,3 53,7 51,5 56,3 65,5 70,0 74,0 77,5 78,7 GLOBAL PIB, CRESCIMENTO REAL (%) Estados Unidos 1,6 2,2 1,7 2,6 2,9 1,5 2,3 3,0 2,2 Zona do Euro 1,6 (0,9) (0,2) 1,3 2,1 1,8 2,5 2,0 1,7 China 9,5 7,9 7,8 7,3 6,9 6,7 6,9 6,4 6,2 Japão (0,2) 1,5 2,0 0,4 1,4 0,9 1,6 1,3 1,0 Fontes: IBGE, BCB, Tesouro Nacional, BEA, Eurostat, NBS, ESRI
03 CENÁRIO EXTERNO Desaquecimento Mundial 5 O ritmo de crescimento da economia mundial continua desacelerando gradualmente. O nosso indicador que mensura a atividade manufatureira passou de 53,0 pontos em setembro para 52,1 pontos em outubro, compatível com PIB mundial ao redor de 3,5% ao ano. Figura 1. Atividade manufatureira mundial. final do mês passado. Esse aumento do custo de financiamento tem prejudicado as vendas de imóveis novos e a construção de novas residências. Figura 2. Vendas de imóveis O fim dos estímulos monetários ao redor do mundo, o impacto da guerra comercial e fatores idiossincráticos em alguns países devem manter essa tendência de desaquecimento ao longo do próximo ano. Nos EUA, a atividade permaneceu forte no terceiro trimestre. A expansão da produção mantém o mercado de trabalho aquecido e a taxa de desemprego atingiu apenas 3,7% no mês passado. No entanto, o aumento gradual da taxa de juros desde 2015 já começou a desaquecer o mercado imobiliário. A taxa de juros para crédito imobiliário de 30 anos subiu de 3,6% a.a. em julho de 2016 para 5,1% a.a. no Na Ásia emergente, as condições de crédito estão se deteriorando mais rapidamente, o que antecipa piora da atividade. Além disso, a guerra comercial tem reduzido as encomendas de exportações de empresas chinesas, o que prejudicará vários países da região. A Europa também reduzirá seu ritmo de expansão com o fim dos estímulos monetários, a provável redução das encomendas de máquinas pelas empresas asiáticas e a incerteza fiscal na Itália.
03 CENÁRIO EXTERNO Desaquecimento Mundial 6 Figura 3. Exportações na Ásia emergente. Portanto, o PIB real mundial deverá desaquecer de 3,9% nesse ano para 3,4% em 2019. Menor ritmo de expansão deverá conter o preço de commodities, especialmente metálicas, e colaborar para manter a inflação comportada.
04 CENÁRIO DOMÉSTICO Os Próximos Passos 7 Após uma corrida eleitoral repleta de incertezas, Jair Bolsonaro foi eleito o 38º presidente do Brasil. Após sua vitória, o futuro presidente se comprometeu com uma política econômica de desregulação, desburocratização e continuidade das reformas fiscais. Figura 4. Caixa e Investimentos de Curto Prazo por Ação das empresas do IBX A nova equipe econômica, capitaneada pelo economista Paulo Guedes, pretende acabar com o déficit fiscal em pouco tempo, entre um e dois anos. Também sinalizou com aprovação de reformas estruturais, concessões e privatizações. Essas medidas devem estimular a produtividade e, consequentemente, aumentar a renda média do brasileiro. Logo, tal agenda econômica, se executada corretamente, poderá levar a um ciclo mais virtuoso de crescimento nos próximos anos Essa perspectiva de ajuste nas contas públicas já diminuiu a taxa de juros dos títulos públicos. Um exemplo é a taxa de juro real dos títulos atrelados à inflação (NTN-B) com vencimento em 2045, que passou de 6,00% ao ano no dia 25 de setembro para 5,16% ao ano no dia 31 de outubro. Essa redução da taxa de juros referencial da economia contribuirá para a aceleração da concessão de crédito ao longo dos próximos trimestres. Além disso, as empresas ajustaram seus balanços nos últimos anos e estão com elevado patamar de caixa. Isso significa que existem recursos financeiros para uma retomada dos investimentos e para a contratação de novos trabalhadores como resposta de uma melhora na confiança dos empresários. Assim, a melhora gradual do mercado de crédito e emprego devem sustentar a recuperação do consumo e impulsionar a atividade no próximo ano. Projetamos crescimento do PIB real de 3,0% em 2019. A recuperação gradual da atividade reduzirá a taxa de desemprego para 10,8% no final do próximo ano, patamar ainda elevado. Dessa forma, a inflação deverá permanecer em torno do centro da meta e levar o banco central a iniciar um pequeno ciclo de normalização da taxa Selic somente a partir do segundo trimestre. Portanto, poderemos observar o início de um ciclo de recuperação mais intensa da atividade no próximo ano. Naturalmente esse cenário incorpora a aprovação da reforma da Previdência no próximo ano, o que significa que precisamos acompanhar atentamente os próximos passos da nova equipe econômica. A batalha pelo ajuste fiscal ainda não terminou. Fonte: Bloomberg, FGV e Santander Asset Management
05 MERCADO 8 Renda Fixa As economias desenvolvidas começaram a apresentar sinais de desaceleração nas últimas semanas, provavelmente refletindo os efeitos da guerra comercial e a redução dos estímulos monetários em alguns países. Os países asiáticos em geral têm apresentado uma maior desaceleração, principalmente a China, que vem sofrendo os maiores impactos da elevação das tarifas comercias pelos EUA. Nos EUA, apesar da atividade permanecer em patamar elevado, com o mercado de trabalho e a produção industrial em ritmo de expansão, o aperto monetário em curso e a expectativa de fim dos estímulos fiscais implementados no final do ano passado tendem a arrefecer o crescimento ao longo dos próximos trimestres. Esta desaceleração nas economias desenvolvidas tem gerado uma onda de realização nos preços de alguns ativos, principalmente em bolsas de valores. No Brasil, a definição da eleição e a consequente expectativa de continuidade das reformas fiscais iniciadas nos últimos anos foi determinante para a forte valorização dos ativos locais. A equipe econômica do presidente eleito vem sinalizando ajustes importantes, como privatizações, concessões e a aprovação de reformas estruturais, e tais medidas, caso sejam de fato endereçadas, contribuirão para uma retomada mais consistente da atividade econômica nos próximos meses. Diante deste cenário mais construtivo os preços dos ativos conseguiram se descolar desta realização global e encerrar o mês com bons resultados.
05 MERCADO 9 Renda Variável Em outubro o Ibovespa subiu +10.19%, sendo destaque de desempenho na comparação com outros mercados no mundo inteiro. O risco Brasil, que mede a capacidade de um pais honrar seus pagamentos, caiu 50 pontos, na contramão de outros mercados emergentes, que sofreram com leves deteriorações em suas medidas de risco. Isso é reflexo de um maior otimismo dos investidores com os ativos brasileiros, o que se traduziu em uma forte valorização das ações, do câmbio e dos ativos de renda fixa. Como era de se esperar, as eleições trouxeram grande volatilidade para o mercado local e um dos temas mais importantes nesse momento é a continuidade do ajuste fiscal e a realização de reformas econômicas, principalmente a da previdência e por essa razão, os investidores avaliaram com muito cuidado as propostas e a disposição de cada candidato em levar adiante tais pautas. Apesar da melhora no humor em relação ao mercado brasileiro, a volatilidade subiu nos Estados Unidos, em decorrência da insegurança quanto à continuidade do crescimento econômico com inflação controlada, das eleições legislativas de novembro e da temporada de divulgação de resultados, que têm trazido preocupações aos investidores e causado grandes oscilações nos preços dos ativos. Em especial, destacamos o fraco desempenho do índice NASDAQ de ações de tecnologia, que recuou -9.20% no mês, impactado mais notavelmente pelas quedas nas ações das gigantes Alphabet (dona da Google) e Amazon. As empresas divulgaram bons resultados, com crescimento de lucros, mas frustraram as expectativas dos investidores, que projetavam crescimento ainda maior. No México, o resultado de um referendo convocado pelo presidente eleito surpreendeu a todos, mostrando que a população decidiu pela interrupção da construção de um aeroporto perto da cidade do México, decepcionando os investidores. Em relação a performances, destacamos Gol, (GOLL4, +66.52%) que se beneficiou da queda dos preços do petróleo e da valorização do Real, e do anúncio de uma reorganização societária envolvendo sua controlada Smiles eliminando ineficiências fiscais e beneficiando a Gol. Destacamos também a empresa de software Linx (LINX3, +56.63%) que anunciou a criação de uma subadquirente em parceria com a Rede. Embora as projeções de quanto esse novo segmento pode gerar de valor para a empresa, espera-se que a mudança tenha impacto significativo no futuro. Outro destaque foi a Cesp (CESP6, +33.67%), que foi privatizada em leilão realizado no dia 19, após anos de tentativas frustradas de venda da empresa pelo estado de São Paulo. Do lado negativo, destacamos Suzano (SUZB3, - 21.28%), que sofreu pela valorização do Real e Smiles (SMLS3, -19.02%), pois o mercado espera que a reestruturação societária proposta pela Gol poderá trazer prejuízos para os acionistas da empresa.
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