EUA: Sinais de reaceleração do consumo EUA: Mercado de trabalho segue forte Europa: Retorno do risco político
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- Denílson Maranhão Corte-Real
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1 Maio 2018
2 EUA: Sinais de reaceleração do consumo EUA: Mercado de trabalho segue forte Europa: Retorno do risco político Atividade: Fortes revisões negativas nas projeções de PIB Câmbio: Banco Central eleva as intervenções Bolsa Renda Fixa Moedas
3 ECONOMIA GLOBAL Despesas Pessoais do Consumidor em termos reais Após um início de ano com leituras fracas, mesmo com manutenção de fundamentos sólidos expansão robusta do emprego, recuperação dos salários e confiança muito elevada, os indicadores de consumo na economia americana mostraram uma aceleração importante nos últimos meses. Em mais detalhes, o PCE - Personal Consumption Expenditure ( Despesas Pessoais do Consumidor ) apresentou duas quedas consecutivas em janeiro e fevereiro, algo incomum, mas que foram mais do que compensadas pela expansão nos meses seguintes, conforme podemos ver na linha azul do gráfico ao lado. FONTE: Thomson Reuters Datastream 3 Com a continuação de dados muito fortes do mercado de trabalho conforme veremos na próxima página e a entrada em vigor dos cortes de impostos, o cenário para o consumo nos EUA permanece positivo.
4 ECONOMIA GLOBAL Taxa de Desemprego A geração de vagas de emprego na economia americana voltou a surpreender positivamente no dado mais recente, referente ao mês de maio. Analisando a média móvel de três meses, a criação de vagas segue em 179 mil, um número bastante superior às estimativas do que seria necessário para exercer pressão baixista sobre a taxa de desemprego (algo em torno de 100 mil). Consequentemente, a taxa de desemprego continuou sua trajetória de queda, recuando para 3,80% (linha azul no gráfico ao lado), já bem abaixo da estimativa do Fed para o nível de equilíbrio (4,30%-4,70%). Por fim, os salários também seguem em trajetória ascendente, embora de maneira ainda gradual. Em linhas gerais, o mercado de trabalho segue muito forte, abrindo caminho para a continuidade do processo de aumento das taxas de juros pelo Fed. FONTE: Thomson Reuters Datastream 4
5 ECONOMIA GLOBAL Periferia Europa: Spreads de 10 anos vs. Alemanha Após um período de estabilidade política na Europa, que inclusive havia produzido surpresas positivas na última rodada de eleições em 2017 (ex: Macron na França), a situação voltou a mostrar deterioração na região. As recentes eleições na Itália resultaram em um cenário de fragmentação partidária elevada, tornando a formação de um governo uma tarefa árdua. Entretanto, de última hora surgiu uma aliança entre dois partidos anti-establisment de extremos políticos bem diferentes, algo considerado improvável há algumas semanas. Apesar das divergentes preferências políticas em relação a vários tópicos, os dois partidos têm um viés populista e expansionista em termos fiscais, além de já terem expressado no passado uma visão pouco favorável às instituições europeias, e em particular à Zona do Euro. Embora o discurso anti-euro tenha sido abandonado, a postura mais agressiva em termos fiscais coloca o novo governo em colisão com as instituições europeias, o que somado à fragilidade das contas públicas do país, traz o risco político de volta ao radar. FONTE: Bloomberg 5
6 ECONOMIA BRASILEIRA Pesquisa Focus: Projeções PIB 2018 Apesar do resultado do PIB um pouco melhor do que o esperado no 1º trimestre de 2018 (+0,40% QoQ¹), as projeções para o ano de 2018 sofreram uma forte revisão pra baixo. Em primeiro lugar, as projeções já haviam se adaptado a uma sequência de dados mais fracos divulgados nos últimos meses, em particular a produção industrial. Em segundo lugar, os indicadores de confiança começaram a mostrar uma deterioração, provavelmente refletindo tanto a decepção na atividade como a elevação da incerteza eleitoral. Por fim, a greve dos caminhoneiros teve uma duração longa o suficiente para impactar o crescimento no 2º trimestre. Além do impacto direto da paralização, é de se esperar algum efeito secundário via confiança, desencadeado por exemplo pela forte queda do Ibovespa. Desta forma, as projeções para o crescimento do PIB em 2018 foram fortemente revisadas. Enquanto a pesquisa Focus mostra uma projeção de 2,20%, algumas estimativas de participantes do mercado já mostram um crescimento mais próximo de 1,00%. FONTE: Banco Central do Brasil 1. QoQ (Quarter-Over-Quarter): Trimestre-contra-trimestre 6
7 ECONOMIA BRASILEIRA Swap Cambial: BCB Posição vendida em USD Após o forte movimento de desvalorização da moeda brasileira iniciado no final de abril, o Banco Central anunciou em meados de maio um programa de venda de dólar via swaps cambiais no montante de US$ 750 milhões por dia. Vale ressaltar, entretanto, que a autoridade monetária não se comprometeu com uma data específica de duração da intervenção, e nem com um montante total a ser realizado. US$ 30,3 bilhões Caso o ritmo atual seja mantido, a adição mensal ao estoque de swaps cambiais será da ordem de US$ 15 bilhões por mês. No final de maio, o estoque total era de US$ 30,3 bilhões (conforme ilustrado no gráfico ao lado); no auge, em março de 2015, este montante chegou a US$ 115 bilhões. FONTE: Bloomberg 7
8 MERCADOS 6% S&P500 FTSE100 CAC DAX NIKKEI SHANGHAI COMP BOVESPA MSCI ACWI 2% 2,16% 2,25% 1,18% 1,62% 0,43% 0,46% -2% -0,12% -2,21% -0,06% -1,18% -2,42% -2,47% -0,18% -0,83% -6% -6,40% -10% -14% Resultados apresentados na moeda local. VARIAÇÃO MAIO VARIAÇÃO EM ,87% Em maio as bolsas mostraram comportamento bastante divergente, com alta forte nos EUA (+2,2%), refletindo os números sólidos de atividade, e quedas na Zona do Euro, influenciadas tanto pelas decepções nos indicadores de crescimento como pela intensificação do risco político oriundo da Itália. No Brasil, o Ibovespa recuou fortemente, caindo 10,9% e praticamente entregando toda a alta no ano. Enquanto nos últimos meses o setor de commodities vinha sendo uma fonte de sustentação do índice, em maio houve forte recuo concentrado na Petrobras, cujas ações caíram intensamente após os sinais de potencial mudança na política de preços. O MSCI ACWI é um índice global de mercados de ações que engloba 23 países desenvolvidos e 23 emergentes. 8
9 MERCADOS Renda Fixa Global Após se aproximarem de 3,1%, nível não observado há vários anos, as taxas de juros dos títulos de 10 anos americanos recuaram no final do mês, influenciadas pela maior aversão a risco desencadeada pelo aumento do risco político na Itália. Essa aversão a risco também puxou as taxas dos títulos alemães para baixo (-22 basis points para 0,34%), assim como dos japoneses (-2 basis points para 0,04%). O risco Brasil apresentou forte elevação no mês, com o CDS (Credit Default Swap medida de risco do país) de 5 anos subindo 56 basis points (0,56%) para o nível de 228 basis points (2,28%). Pesou tanto a piora do humor em relação a economias emergentes, como os sinais piores de crescimento e risco eleitoral no país, além dos ruídos em torno da gestão da Petrobras. FONTE: Bloomberg 9
10 MERCADOS Índice US Dollar (DXY) Maio foi mais um mês de valorização global do dólar, com o índice DXY (que mede o desempenho do dólar contra as principais moedas do mercado) subindo 2,3%, após alta de 1,9% em abril. Este movimento foi amparado pela continuidade de surpresas positivas na economia americana, que contrastou com uma bateria de números mais fracos na Zona do Euro além da intensificação do risco político e no Japão. Além disso, os sinais de continuidade no processo de alta das taxas de juros pelo Fed (Banco Central americano) também contrastou com indicações de postergação na normalização da política monetária nestas outras economias. Desta forma, o diferencial de juros continuou andando em direção favorável aos EUA, o que dá suporte à moeda norteamericana no curto prazo. FONTE: Thomson Reuters Datastream 10
11 ÍNDICES VARIAÇÃO MAIO VALOR EM 31/05/2018 VARIAÇÃO EM 2018 VARIAÇÃO 12 MESES COMMODITIES PETRÓLEO WTI -2,23% 67,04 10,96% 38,74% OURO -1,28% 1.298,51-0,33% 2,33% MOEDAS (EM RELAÇÃO AO US$) EURO -3,19% 1,1693-2,60% 3,99% LIBRA -3,38% 1,3298-1,59% 3,17% YEN 0,48% 108,8200 3,56% 1,80% REAL -5,84% 3, ,05% -13,34% ÍNDICES S&P500 2,16% 2.705,27 1,18% 12,17% FTSE100 2,25% 7.678,20-0,12% 2,10% CAC -2,21% 5.398,40 1,62% 2,17% DAX -0,06% ,89-2,42% -0,08% NIKKEI -1,18% ,82-2,47% 12,98% SHANGHAI COMP 0,43% 3.095,47-6,40% -0,70% BOVESPA -10,87% ,62 0,46% 22,39% MSCI ACWI -0,18% 508,77-0,83% 9,70% *Valores e Resultados apresentados na moeda local. 11
12 Nossas opiniões são frequentemente baseadas em várias fontes, já que despendemos grande parte de nosso tempo com análises de amplitude global de vários bancos, gestores, corretoras e consultores independentes. Todas as opiniões contidas neste relatório representam nosso julgamento até esta data e podem mudar sem aviso prévio, a qualquer momento. Este material tem caráter meramente informativo, não devendo ser considerado uma oferta de venda de nossos serviços. 12
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