Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio



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Transcrição:

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio Missão Promover o desenvolvimento sustentável e a competitividade do agronegócio em benefício da sociedade brasileira.

2011 Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial. A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é do autor. Ano 2011 Tiragem: 5.000 exemplares Elaboração,distribuição,informações: MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio Departamento de Promoção Internacional do Agronegócio Esplanada dos Ministérios, Bloco D, 3º andar, sala 700 CEP: 70043-900 Brasília DF Tel.: (61) 3218-2510 Fax: (61) 3225-4738 www.agricultura.gov.br E-mail: dpi@agricultura.gov.br Central de Relacionamento: 0800-7041995 Coordenação Editorial: Assessoria de Comunicação Social Catalogação na Fonte Biblioteca Nacional de Agricultura BINAGRI Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Intercâmbio comercial do agronegócio : principais mercados de destino / Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio. Brasília : Mapa/ACS, 2011. 459 p. ISBN 978-85-7991-057-9 1. Agronegócio. 2. Exportação Brasil. I. Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio. II. Título. AGRIS E70 CDU 339.56

Sumário Contents Notas Metodológicas...7 África do Sul...30 Angola...46 Arábia Saudita...59 Argélia...70 Argentina...81 Bangladesh...97 Canadá...109 China...128 Colômbia...144 Coreia do Sul...158 Egito...174 Emirados Árabes Unidos...187 Estados Unidos...202 Hong Kong...222 Iêmen...242 Índia...255 Indonésia...268 Irã...282 Japão...294 Malásia...312 Marrocos...328

Nigéria...342 Rússia...354 Síria...376 Tailândia...389 Taiwan, Província da China... 405 União Europeia...423 Venezuela...446

Notas metodológicas Notas Metodológicas CONCEITO DE COMÉRCIO AGRÍCOLA Com o advento da Organização Mundial do Comércio (OMC), resultante das negociações da Rodada do Uruguai entre 1986 e 1994, foi realizado também o chamado Acordo Agrícola. Este acordo constituiu um suporte fundamental da normatização do comércio agrícola, com o objetivo de torná-lo mais justo e orientado pelo mercado, mediante redução das barreiras comerciais e dos subsídios à agricultura. Os dispositivos do Acordo Agrícola abrangem os seguintes códigos do Sistema Harmonizado de mercadorias, constituindo dessa forma os denominados produtos agrícolas: capítulos 1 a 24 (excluindo os pescados e seus produtos), bem como partes dos capítulos 29, 33, 35, 38, 41, 43, 50, 51, 52 e 53 1. Partindo desse conceito, esta publicação considera como agrícola os produtos contidos no mencionado acordo em conjunto com os pescados e seus produtos. TABELA V Esta edição do Intercâmbio Comercial Agrícola Brasileiro contém, para cada um dos 30 principais destinos das exportações brasileiras, quatro tabelas inseridas na parte III de cada capítulo, que possuem os principais produtos agrícolas importados. Para uma análise de potencialidade, foram selecionados os produtos correspondentes a 90% das aquisições, ordenados de forma decrescente. Após a seleção, realizou-se um cruzamento, para cada produto, da participação brasileira no mercado em questão e no mercado mundial do produto. Com o resultado desse cruzamento, foram construídas quatro tabelas. As tabelas V-A, V-B e V-C incluem os produtos que são importados pelos parceiros comerciais e nos quais o Brasil obteve participação superior a 1% no mercado mundial do produto. Essa ponderação de 1% no comércio mundial opera nesta publicação como um referencial da competitividade brasileira no produto. Assim, na tabela V-A são listados os principais produtos de importação do agronegócio do parceiro, em que o Brasil participa com mais de 1% do comércio mundial e nos quais o market share brasileiro do referido mercado é superior ao no mercado mundial. Na Tabela V-B, a participação brasileira nas importações do produto do país é inferior a sua participação no mercado mundial. Na tabela V-C são agrupados os produtos que o Brasil não exporta para o país. Por fim, reuniu-se na Tabela V-D os produtos em que a participação brasileira no mercado mundial é inferior a 1%, independentemente se exporta ou não para o país. COMÉRCIO INTRA E EXTRABLOCO DA UNIÃO EUROPEIA A União Europeia 2 é uma grande importadora de produtos agrícolas. Todavia, mais da metade do valor transacionado é realizado entre membros do bloco. Outra parte do valor importado é resultado de reexportações de produtos provenientes de países não pertencentes ao bloco. Com o objetivo de mitigar a distorção causada pela duplicação de valores no comércio mundial agrícola, os dados comerciais utilizados no capítulo dedicado à União Europeia e os dados de importação mundial da parte III dos demais capítulos excluem o comércio intrabloco da União Europeia. 1. Os códigos deste agrupamento podem ser conferidos no anexo I do Acordo Agrícola, no endereço eletrônico <http://www.wto.org/ english/docs_e/legal_e/14-ag_02_e.htm#anni>. 2. Atualmente, fazem parte da União Europeia: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Romênia e Suécia. 7

TARIFAS Ao final do capítulo, há tabelas que contêm as tarifas aplicadas ao Brasil dos principais produtos agrícolas da pauta de exportação brasileira. São eles: carne bovina (SHs 0201.30 e 0202.30); carnes de suíno (SHs 0203.29); carne de frango (SHs 0207.12 e 0207.14); café (SHs 0901.11 e 2101.11); milho (SHs 1005.90); complexo soja (SHs 1201.00, 1507.10, 1507.90 e 2304.00); preparações alimentares (SH 1602.50); açúcar (SHs 1701.11 e 1701.99); álcool etílico (SHs 2207.10); sucos de laranja (SHs 2009.11 e 2009.19); fumo não manufaturado (SHs 2401.20); e algodão debulhado (SHs 5201.00). Além das tarifas aplicadas, pesquisaram-se também a existência de cotas tarifárias e benefícios concedidos unilateralmente aos países em desenvolvimento, como o Sistema Geral de Preferências (SGP). Ressalta-se, porém, que as tarifas, acordo e benefícios mencionados nesta publicação não são, necessariamente, os vigentes no momento da leitura. Dessa forma, recomenda-se verificar as mudanças na fonte de cada uma das tabelas. 8

Introdução PARTE I AGRONEGÓCIO NO COMÉRCIO MUNDIAL O comércio mundial teve forte retração no ano de 2009 em função da crise internacional. As exportações passaram de US$ 12,7 trilhões em 2008 para US$ 9,9 trilhões em 2009, o que significou uma redução de 22,5%. O comércio agrícola também apresentou declínio, porém inferior, de 12,7%. Assim, as exportações agrícolas tiveram participação de 7,6% no comércio mundial, retomando o patamar de 2002. As exportações totais brasileiras apresentaram, em 2009, queda praticamente semelhante à do comércio mundial, mantendo, dessa forma, a participação de 1,6% no comércio global. Já as exportações agrícolas ampliaram a participação para 7,3%, devido à redução das exportações brasileiras do setor (-6,0%) em patamar inferior à queda do comércio mundial agrícola (-12,7%). A tabela 1 possui dados estatísticos que revelam o aumento da participação do Brasil no comércio mundial agrícola de 4,7% em 2001 para os já mencionados 7,3% em 2009. Trata-se de uma elevação de 2,6 pontos em menos de uma década. Nesse mesmo período, as exportações agropecuárias aumentaram a participação nas exportações brasileiras de 28,5% para 35,8%. Tabela I - Participação Agrícola no Comércio Mundial (1) (2) (3) US$ bilhões 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Total Mundial 4.793,85 4.969,72 5.701,60 7.081,16 8.136,58 9.421,92 10.714,13 12.720,74 9.864,73 Agrícola Mundial (1) 352,55 376,07 426,42 486,96 527,24 577,90 698,62 858,99 749,65 Part. Agri./Total - Mundial % 7,4% 7,6% 7,5% 6,9% 6,5% 6,1% 6,5% 6,8% 7,6% Total Brasil 58,29 60,44 73,20 96,68 118,53 137,81 160,65 197,94 152,99 Agrícola Brasil (1) 16,59 17,43 21,71 28,36 32,21 36,94 44,89 58,36 54,83 Part. Agri./Total - Brasil % 28,5% 28,8% 29,7% 29,3% 27,2% 26,8% 27,9% 29,5% 35,8% Part. Total Brasil/Total Mundial % 1,2% 1,2% 1,3% 1,4% 1,5% 1,5% 1,5% 1,6% 1,6% Part. Agri. Brasil/Agro Mundial % 4,7% 4,6% 5,1% 5,8% 6,1% 6,4% 6,4% 6,8% 7,3% Fontes: Trademap/CCI. Elaboração: CGOE/DPI/SRI/Mapa. Notas: (1) Inclui os produtos do anexo 1 do Acordo Agrícola da OMC - 1994, além de pescados. (2) Exclui o intracomércio da UE-27. (3) Dados extraídos em 24/02/2011. Sujeitos a alteração. Representam, aproximadamente, 95,1% das transações internacionais em 2009. 9

Gráfico I - Comércio Mundial: Agrícola e Demais Setores 2001-2009 12 10 US$ Trilhões 8 6 4 2 0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Agrícola Demais Setores Elaboração: CGOE/DPI/SRI/Mapa. PARTE II DESEMPENHO DAS EXPORTAÇÕES AGRÍCOLAS BRASILEIRAS Após a crise de 2009, as exportações agrícolas brasileiras tiveram forte recuperação, suplantando em 2010 a cifra recorde de 2008 em US$ 5,4 bilhões. As vendas externas de produtos agrícolas cresceram 16,4% em relação a 2009, atingindo o valor recorde de US$ 63,8 bilhões. US$ Bilhões 70 60 50 40 30 20 10 0 Gráfico II - Evolução das Exportações Agrícolas Brasileiras 1999-2010 14,1 13,2 16,6 17,4 21,7 28,4 32,2 36,9 44,9 58,4 54,8 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 O forte crescimento das exportações agrícolas ocorreu em função, principalmente, da expansão da quantidade exportada. O índice de preço saiu de 100, em 1997, para 123 pontos no ano de 2010. No mesmo período, a quantidade exportada aumentou de 100 para 300 pontos. Durante a crise de 2009, os preços recuaram 14%, mas a quantidade exportada continuou se expandindo em 9,3%. Em 2010, 63,8 Elaboração: CGOE/DPI/SRI/Mapa. houve recuperação dos preços (+6,8%) e elevação da quantidade exportada (+8,9%). O preço das commodities agrícolas alcançou o recorde da série analisada no ano de 2008. Todavia, após a crise internacional, houve queda das cotações, mas já em 2010, com a melhoria do índice de preços, o índice atingiu o segundo melhor patamar da série analisada (1997-2010). 10

introdução Gráfico III - Índices de Preço e Quantum das Exportações Agrícolas 1997-2009 (1997=100) 350 300 250 200 150 100 50 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Preço Quantum Elaboração: CGOE/DPI/SRI/Mapa. Uma parte do aumento da receita do exportador com a expansão dos preços internacionais dos produtos agrícolas foi consumida pela sobrevalorização da moeda brasileira nos últimos anos. O gráfico 4, a seguir, possui informações sobre a apreciação real da moeda brasileira ao longo dos últimos oito anos. Nesse período, o real teve uma valorização de 60% em relação ao dólar americano. Obviamente, a escolha do início da série em janeiro de 2003, ocasião em que o real chegou perto de R$ 3,80 por US$ 1,0 dólar americano, amplifica a sobrevalorização do real, pois o câmbio próximo de R$ 4,0 por US$ 1,0 era desvalorizado em relação a uma cesta de moedas. Todavia, percebe-se pela análise do gráfico a forte tendência de sobrevalorização da moeda nacional, só interrompida por ocasião da crise internacional, momento em que o câmbio nominal passou de R$ 1,59 por dólar, em julho de 2008, para R$ 2,31, em março de 2009. Em meados de 2011, o real já estava com valor nominal semelhante ao de julho de 2008, momento em que a cotação da moeda passou a ser fortemente influenciada pela crise internacional. O aumento dos preços dos produtos exportados em 105%, entre 2002 e 2010, mais que compensou a sobrevalorização cambial no caso dos produtos agrícolas. Gráfico IV - Apreciação Real da Moeda Brasileira em Relação ao Dólar Americano (Índice de Base 100 em Janeiro de 2003) 110,00 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 2003.01 2003.04 2003.07 2003.10 2004.01 2004.04 2004.07 2004.10 2005.01 2005.04 2005.07 2005.10 2006.01 2006.04 2006.07 2006.10 2007.01 2007.04 2007.07 2007.10 2008.01 2008.04 2008.07 2008.10 2009.01 2009.04 2009.07 2009.10 2010.01 2010.04 2010.07 2010.10 2011.01 Fontes: Banco Central do Brasil, IBGE e Bureau of Labor Statistics (BLS). Elaboração: CGOE/DPI/SRI/Mapa. A elevação das cotações das principais commodities agrícolas entre 2000 e 2010 possibilitou o aumento da quantidade exportada em praticamente todos os anos, com exceção de 2008, quando a quantidade embarcada reduziu-se 11

em 2,2%. Os preços de exportação também tiveram incremento em oito dos dez anos. A elevação dos preços e a concomitante expansão da quantidade exportada possibilitaram ampliação do valor exportado em 384,4% na última década. A quantidade exportada expandiu-se em 188,2% nesse período, enquanto os preços aumentaram em 68,1%. É importante ressaltar que um estudo publicado pela FAO e a OCDE, intitulado Panorama para a Agricultura (2010-2019), projeta uma forte demanda por produtos agrícolas nos próximos anos, com reduzido crescimento da produção, fato que gera expectativa de manutenção dos preços em patamares elevados nessa década. 60 50 40 30 20 10 0-10 -20-30 Gráfico V - Variação Anual dos Índices de Valor, Preço e Quantum das Exportações Agrícolas: 2000-2010 26,1 56,2-19,3 5,1 1,43,6 24,6 30,6 15,0 12,7 13,5 13,6 14,7 10,6 10,9 7,7 6,4 2,4 21,5 10,8 9,7 32,9 30,0-2,2-6,0-14,0 16,3 9,3 8,9 6,8 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Valor Preço Quantidade Elaboração: CGOE/DPI/SRI/Mapa. A partir de 2003 houve forte incremento do preço das commodities agrícolas, que subiram 85,7% até 2010. No mesmo período, conforme já mencionado, o câmbio teve uma valorização aproximada de 60% em relação à moeda norte-americana. Dessa forma, em virtude do forte aumento dos preços agrícolas, grande parte das exportações do agronegócio brasileiro não sofreu com a valorização do real. Ao contrário, na última década, enquanto a moeda se valorizava, Tabela II - Evolução dos preços e do quantum exportados Período as safras agrícolas brasileiras bateram recordes de produção, passando de 100,3 milhões de toneladas na safra 2000/01 para 162 milhões de toneladas 1 na safra 2010/2011. Na safra 2000/2001, a produção de soja foi de 38,4 milhões de toneladas, o que representou 38,3% da safra brasileira de grãos. Transcorridos dez anos, a soja aumentou sua participação na safra para 46,3% do total de grãos produzidos no país, com produção de 75 milhões de toneladas. Variação Acumulada (%) Variação anual (%) Valor Preço Quantidade Valor Preço Quantidade 2000-2010 384,4 68,1 188,2 17,1 5,3 11,2 2000-2003 65,0-9,5 82,3 18,2-3,3 22,2 2003-2010 193,6 85,7 58,1 16,6 9,2 6,8 2003-2005 48,4 27,6 16,3 21,8 13,0 7,8 2005-2007 39,3 19,3 16,8 18,0 9,2 8,1 2007-2010 42,0 22,0 16,4 12,4 6,9 5,2 Elaboração: CGOE/DPI/SRI/Mapa. 1. Décimo levantamento de safra da Conab, julho de 2011. 12

introdução PARTE III EXPORTAÇÕES POR S Em relação ao desempenho das exportações brasileiras por setores agrícolas, é possível observar que entre 2004 e 2010 houve crescimento médio anual em praticamente todos, à exceção dos pescados. Contudo, tal crescimento não foi homogêneo. Enquanto setores como animais vivos, complexo sucroalcooleiro, demais produtos de origem animal, e cereais, farinhas e preparações registraram crescimento médio anual de 82,1%, 28%, 22% e 20%, respectivamente, entre 2004 e 2010, outros setores como produtos apícolas, plantas vivas, cresceram apenas 2,8% e 2,1%, e as vendas de pescados sofreram queda de 10,7% ao ano, em média, no período. Comparando a variação absoluta entre 2004 e 2010, o setor de animais vivos cresceu 3.545%, passando de US$ 19 para US$ 697 milhões e o complexo sucroalcooleiro aumentou 339% (US$ 3,14 para US$ 13,78 bilhões). Os três principais setores em termos de montante exportado em 2010 (complexo soja, complexo sucroalcooleiro e carnes) foram responsáveis por quase 70% das exportações agrícolas brasileiras. Esse percentual vem se mantendo praticamente estável desde 2004, quando alcançou 68,6%. Os três setores também foram os que mais contribuíram para o crescimento das exportações agrícolas do país entre 2004 e 2010: complexo sucroalcooleiro (30,1%); carnes (20,8%); complexo soja (20%). Outros que também apresentaram contribuição significativa foram: café (10,5%); cereais, farinha e preparações (5,1%); fumo e seus produtos (3,8%); sucos de fruta (2,2%); animais vivos, exceto pescados (1,9%); demais produtos de origem animal (1,4%); e fibras, lã (1,2%). Tabela III - Exportações Agrícolas por Setores: 2004-2010 (em US$ milhões) Produtos Exportações (US$ milhões) Variação % Participação (%) Variação da Participação 2004 2006 2008 2010 2004-2010 anual 2004 2006 2008 2010 Complexo Soja 10.041 9.308 17.979 17.107 70,4 9,3 35,4 25,2 30,8 26,8-10,2 5,6-4,0-8,6 Complexo Sucroalcooleiro 2004-2006 2006-2008 2008-2010 2004-2010 3.138 7.772 7.873 13.776 339,0 28,0 11,1 21,0 13,5 21,6 10,0-7,6 8,1 10,5 Carnes 6.266 8.642 14.545 13.630 117,5 13,8 22,1 23,4 24,9 21,4 1,3 1,5-3,5-0,7 Café 2.058 3.364 4.763 5.765 180,1 18,7 7,3 9,1 8,2 9,0 1,9-0,9 0,9 1,8 Fumo e seus Produtos Cereais, Farinhas e Preparações 1.426 1.752 2.752 2.762 93,7 11,7 5,0 4,7 4,7 4,3-0,3-0,0-0,4-0,7 911 723 2.207 2.715 198,1 20,0 3,2 2,0 3,8 4,3-1,3 1,8 0,5 1,0 Sucos de Fruta 1.141 1.570 2.152 1.925 68,7 9,1 4,0 4,2 3,7 3,0 0,2-0,6-0,7-1,0 Frutas (Inclui Nozes e Castanhas) 621 739 1.033 906 46,0 6,5 2,2 2,0 1,8 1,4-0,2-0,2-0,3-0,8 Fibras, Lã 421 361 719 856 103,5 12,6 1,5 1,0 1,2 1,3-0,5 0,3 0,1-0,1 Animais Vivos (Exceto Pescados) Demais Produtos de Origem Vegetal Demais Produtos de Origem Animal Produtos Alimentícios Diversos 19 89 418 697 3.545,1 82,1 0,1 0,2 0,7 1,1 0,2 0,5 0,4 1,0 366 448 685 694 89,7 11,3 1,3 1,2 1,2 1,1-0,1-0,0-0,1-0,2 210 303 560 694 230,3 22,0 0,7 0,8 1,0 1,1 0,1 0,1 0,1 0,3 282 300 447 466 65,2 8,7 1,0 0,8 0,8 0,7-0,2-0,0-0,0-0,3 Continua na próxima página... 13

Continuação Produtos Cacau e seus Produtos Exportações (US$ milhões) Variação % Participação (%) Variação da Participação 2004 2006 2008 2010 2004-2010 anual 2004 2006 2008 2010 2004-2006 2006-2008 2008-2010 2004-2010 320 362 401 419 30,9 4,6 1,1 1,0 0,7 0,7-0,1-0,3-0,0-0,5 Bebidas 169 206 273 264 56,1 7,7 0,6 0,6 0,5 0,4-0,0-0,1-0,1-0,2 Pescados 427 369 269 216-49,3-10,7 1,5 1,0 0,5 0,3-0,5-0,5-0,1-1,2 Chá, Mate e Especiarias 133 171 208 197 47,9 6,7 0,5 0,5 0,4 0,3-0,0-0,1-0,0-0,2 Lácteos 113 168 541 155 37,6 5,5 0,4 0,5 0,9 0,2 0,1 0,5-0,7-0,2 Produtos Oleaginosos (Exclui Soja) Rações para Animais Produtos Hortícolas, Leguminosas, Raízes e Tubérculos 114 98 181 152 33,1 4,9 0,4 0,3 0,3 0,2-0,1 0,0-0,1-0,2 50 73 148 139 180,0 18,7 0,2 0,2 0,3 0,2 0,0 0,1-0,0 0,0 51 54 120 119 133,0 15,1 0,2 0,1 0,2 0,2-0,0 0,1-0,0 0,0 Produtos Apícolas 50 29 48 60 18,4 2,8 0,2 0,1 0,1 0,1-0,1 0,0 0,0-0,1 Plantas Vivas e Produtos de Floricultura 25 32 36 29 13,4 2,1 0,1 0,1 0,1 0,0-0,0-0,0-0,0-0,0 Couros e Peleteria 2 3 3 7 177,1 18,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0-0,0 0,0 0,0 TOTAL 28.356 36.936 58.362 63.751 124,8 14,5 100,0 100,0 100,0 100,0 --- --- --- --- Elaboração: CGOE/DPI/SRI/Mapa. O crescimento dos preços de venda dos principais produtos agrícolas exportados contribuiu para a expansão do valor vendido em 2010. O açúcar e a carne bovina atingiram os recordes históricos de US$ 455,8 e US$ 3.896,9 por 200 150 100 50 0 tonelada, respectivamente. Os preços de venda da carne de frango e suína, apesar de não terem se recuperado em relação ao recorde de 2008, foram expressivamente superiores à média histórica desde 1997. Gráfico VI - Preços dos Principais Produtos Agrícolas Exportados 2000-2010 (2000 = 100) 250 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Açúcar Carne Bovina Carne de Frango Carne Suína Farelo de Soja Soja em Grãos Fonte: AgroStat Brasil, a partir de dados da Secex/MDIC. Elaboração: CGOE/DPI/SRI/Mapa. 14

introdução Gráfico VII - Quantidade dos Principais Produtos Agrícolas Exportados 2000-2009 (2000 = 100) 500 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Açúcar Carne Bovina Carne de Frango Carne Suína Farelo de Soja Soja em Grãos Fonte: AgroStat Brasil, a partir de dados da Secex/MDIC. Elaboração: CGOE/DPI/SRI/Mapa. Como pode ser observado no gráfico 7, o aumento das exportações dos principais setores agrícolas brasileiros pode ser explicado não apenas pelo aumento dos preços de venda, mas também pela expansão na quantidade. Entre os seis setores destacados, houve crescimento em todos entre 2009 e 2010, exceto carne bovina e carne suína. Ainda assim, ao longo da série histórica, o quantum exportado de carne bovina aumentou 17,1%, em média ao ano, passando de 158,3 mil toneladas em 1997 para 1,23 milhão de toneladas em 2010. A carne suína, por sua vez, registrou crescimento médio de 16,5% em quantidade no mesmo período (74,3 mil toneladas para 539,6 mil toneladas). No caso do farelo de soja, apesar do declínio dos preços em relação a 2009 (-7,9%), o aumento em 11,6 p.p. da quantidade foi essencial para a expansão do valor vendido (2,8%). Já a soja em grãos registrou aumento de quantidade (1,8%), porém a queda de preço de exportação foi superior (-5,0%), levando à pequena redução de 3,3% do valor exportado em 2010 em relação ao ano anterior (recorde em valor na série histórica). US$ Milhões 20.000 18.000 16.000 14.000 12.000 10.000 8.000 6.000 4.000 2.000 0 Gráfico VIII - Valor Exportado dos Principais Setores Agrícolas 2000-2010 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Complexo Soja Complexo Sucroalcooleiro Carnes Café Fumo e seus Produtos Cereais, Farinhas e Preparações Fonte: AgroStat Brasil, a partir de dados da Secex/MDIC. Elaboração: CGOE/DPI/ SRI/ Mapa. Existem diversas maneiras de mensurar a concentração das exportações. Serão utilizados a seguir três métodos para analisar se as exportações agrícolas brasileiras estão se concentrando, seja por setores ou mercados. Verifica-se, primeiramente, utilizando o método da participação dos setores no valor total exportado, que as exportações brasileiras tiveram concentração nos três primeiros setores. A participação dos mesmos passou de 60,3% para 69,8% entre 2000 e 2010. Houve, também, aumento de concentração nos cinco primeiros setores e nos dez primeiros 15

setores. Interessante notar que em 2010, pela primeira vez na última década, as exportações do complexo sucroalcooleiro ultrapassaram as vendas das carnes, ficando o setor na segunda posição dentre os principais setores exportadores. Os cinco principais setores exportadores em 2010, responsáveis por 83,2% do total exportado em produtos agrícolas, foram: complexo soja (US$ 17,1 bilhões); complexo sucroalcooleiro (US$ 13,8 bilhões); carnes (US$ 13,6 bilhões); café (US$ 5,85 bilhões); e fumos e seus produtos (US$ 2,8 bilhões). Percebe-se que praticamente 70% do valor das exportações agrícolas brasileiras, em 2010, resultaram das vendas dos produtos do complexo soja, do complexo sucroalcooleiro e das carnes. Ou seja, setores em que o Brasil já é competitivo e possui uma posição consolidada no mercado internacional. Com efeito, depreende-se que na última década houve uma especialização das exportações agrícolas brasileiras, consolidando os setores supracitados como setores em que o Brasil possui forte competitividade. Em outros setores, com grande valor de comércio agrícola, apresentados no gráfico 9, o Brasil ainda não logrou êxito em obter uma participação substantiva. Além da análise de participação dos setores, pode-se utilizar o Índice de Herfindal-Hirshmann (IHH) 2 como uma medida para mensurar a concentração. Caso as exportações brasileiras se concentrassem exclusivamente em um setor, o IHH mensurado seria de 1. Por outro lado, se tivéssemos somente dois setores exportadores com participação de 50% cada um, o índice cairia para 0,5. Na prática, o IHH das exportações agrícolas brasileiras atingiu o valor de 0,178 o que significa que as exportações são concentradas em poucos setores. Todavia, percebe-se uma desconcentração no índice quando se compara com o índice de 2004, ocasião em que este foi de 0,198. Naquele ano, somente as exportações do complexo soja representaram 35% do total exportado pelo Brasil em produtos agrícolas. Entretanto, as cifras apuradas não apontam para uma tendência à desconcentração da pauta, uma vez que estão oscilando para cima ou para baixo em função de fatores conjunturais. Tabela IV - Índices de Concentração das Exportações Agrícolas por Setores: 2000 a 2010 (%) Razões de Concentração 2000 2002 2004 2006 2008 2010 Participação do 1º setor 31,9 34,5 35,4 25,2 30,8 26,8 Participação dos 3 primeiros setores 60,3 65,8 68,6 69,6 69,2 69,8 Participação dos 5 primeiros setores 78,0 80,0 80,9 83,5 82,1 83,2 Participação dos 10 primeiros setores 93,4 93,6 93,3 93,9 93,7 94,3 Índice de Herfindal-Hirsshman (IHH) 0,165 0,185 0,198 0,176 0,188 0,178 Elaboração: CGOE/DPI/SRI/Mapa. Por último, pode-se utilizar a participação dos setores no crescimento das exportações para se mensurar a concentração das exportações. No caso brasileiro, nos três últimos anos (2008, 2009 e 2010), somente o complexo sucroalcooleiro foi responsável por mais de 100% do aumento das exportações em valor. As exportações brasileiras entre 2008 e 2010 subiram de US$ 58,361 bilhões em 2008 para US$ 63,750 bilhões, ou seja, tiveram incremento de US$ 5,388 bilhões no período. As exportações do complexo sucroalcooleiro aumentaram de US$ 7,873 bilhões para US$ 13,775 bilhões, o que significou um aumento de US$ 5,802 bilhões. Dessa forma, excluindo-se a elevação das vendas do complexo sucroalcooleiro no mercado mundial, as exportações agrícolas brasileiras teriam apresentado uma pequena queda no valor exportado. O setor sucroalcooleiro foi responsável por toda elevação do valor de aumento das exportações brasileiras entre 2008 e 2010. Em uma análise de mais longo prazo, entre 2000 e 2010, o complexo soja foi responsável por 25,52% do aumento das exportações em valor. Esse setor, juntamente com o complexo sucroalcooleiro e as carnes, responderam por 73,4% do aumento do valor exportado, embora, conforme análise da tabela 4, os três primeiros setores ainda respondam por 69,8% do total das exportações. Depreende-se que há uma tendência de manutenção da concentração das exportações entre os principais setores. 2. O IHH é calculado pelo somatório dos quadrados de participação percentual de cada item no total do conjunto analisado, considerando-se o formato centesimal (1%=0,01). Sua fórmula é (Hi) 2, onde Hi é a participação relativa do elemento i no valor total do conjunto considerado. A partir dessa fórmula, o IHH varia entre 0 e 1. Quanto maior o índice, mais elevado é o grau de concentração. 16

introdução Tabela V - Concentração do Crescimento das Exportações Agrícolas: 2000 a 2010 (%) Razões de Concentração Participação do 1º setor Participação dos 3 primeiros setores Participação dos 5 primeiros setores Participação dos 10 primeiros setores 2000-2002 2002-2004 2004-2006 2006-2008 2008-2010 2000-2010 42,44 36,93 54,00 40,47 109,54 25,52 95,53 73,04 96,91 74,95 137,56 73,39 105,49 84,59 105,70 86,15 145,29 86,50 113,71 95,59 110,58 95,19 148,86 96,04 COMPLEXO SOJA COMPLEXO SOJA COMPLEXO SUCROAL- COOLEIRO COMPLEXO SOJA COMPLEXO SUCROAL- COOLEIRO COMPLEXO SOJA 4 principais setores na contribução ao crescimento das exportações CARNES CARNES CARNES CARNES CAFÉ COMPLEXO SUCROAL- COOLEIRO COMPLEXO SUCROAL- COOLEIRO CAFÉ CEREAIS, FARINHAS E PREPARAÇÕES CEREAIS, FARINHAS E PREPARAÇÕES COMPLEXO SUCROAL- COOLEIRO CARNES CEREAIS, FARINHAS E PREPARAÇÕES CAFÉ SUCOS DE FRUTA CAFÉ ANIMAIS VIVOS (EXCETO PES- CADOS) CAFÉ Elaboração: CGOE/DPI/SRI/Mapa. Como se deduz da análise, há forte concentração das exportações brasileiras agrícolas em poucos setores. O gráfico 9, todavia, apresenta ampla relação de produtos agrícolas com valores comercializados superiores ou próximos a dez bilhões de dólares nos quais o Brasil não possui participação significativa no comércio mundial, em função de sua especialização em poucos setores. Alguns setores em que o Brasil é competitivo, como complexo soja (aumento de participação de 23% em 2008 para 27%, em 2009) e açúcar (aumento de participação de 35% em 2008 para 50% em 2009), registraram aumento do market share brasileiro. Todavia, em outros produtos em que o país é competitivo, como as carnes, houve redução da participação brasileira no comércio: carne bovina (de 24% em 2008 para 19% em 2009); carne de frango (de 43% em 2008 para 39% em 2009); e carne de suíno (de 10% em 2008 para 9% em 2009). Mas o que se destaca no Gráfico 9 é que o Brasil ainda não obteve participação comercial significativa em alguns setores com grande valor comercializado no mercado mundial. O óleo de palma é um exemplo: embora o Brasil possua condições de solo e clima para ter uma forte base produtiva, não consegue produzir em quantidade para abastecer o mercado doméstico, sendo na prática um importador líquido do produto. 17

Gráfico IX - Principais Produtos Agrícolas Importados e Inserção Brasileira (1) (2) (3) (4) - 2009 70 27% 60 50 Importações Agrícolas Mundiais: US$ 749,7 bilhões Exportações Agrícolas Brasileiras: US$ 54,83 bilhões Market Share brasileiro: 7,31% 40 30 20 0,2% 0,2% 0,1% 0,7% 14% 22% 19% 2% 50% 8% 0,1% 39% 0,6% 9% 10 0,4% 1% 1% 9% 1% 0 Complexo Soja Peixes Trigo (grão e farinha) Óleo de Palma Lácteos US$ Bilhões Fumo e cigarros Café (verde, torrado e solúvel) Carne Bovina (in natura e industrializada) Arroz Açúcar Milho Carne de Frango Vinhos (in natura e industrializada) Crustáceos Carne Suína (in natura e industrializada) Bananas Rações Chocolate e preparações Algodão Cerveja Brasil Demais Fornecedores Elaboração: CGOE/DPI/SRI/Mapa. Notas: (1) Inclui os produtos do anexo 1 do Acordo Agrícola da OMC - 1994, além de pescados. (2) Exclui o intracomércio da UE-27. (3) Dados extraídos em 25/02/2011. Sujeitos a alteração. Aproximadamente 95,1% do comercializado em 2009. (4) Os produtos do gráfico representaram, em 2009, 51% do comércio agrícola mundial. PARTE IV EXPORTAÇÕES POR MERCADO O ano de 2010 revela-se um período em que os países em desenvolvimento se consolidam como principal destino das exportações agrícolas brasileiras. Isso se deve, em parte, à lenta recuperação econômica dos países desenvolvidos, que foram epicentro da crise. Ainda em 2011, verificam-se reflexos dessa crise em países com alto grau de endividamento na Europa e mesmo nos Estados Unidos. Nesse contexto, entre 2008 e 2010, a participação dos países desenvolvidos nas exportações agrícolas brasileiras diminuiu 9,3% e entre 2004 e 2010 regrediu 16,7%, sendo tais países responsáveis por absorver 34,5% de todo o comércio agrícola do Brasil, isto é, US$ 22,0 bilhões. Somente a União Europeia teve a sua participação reduzida em mais de 13 pontos percentuais nos últimos seis anos, seguida pelos EUA (-2,1%) e pelo Japão (-0,6%). Já para os países em desenvolvimento, houve crescimento dos valores exportados em 2010, com a cifra de US$ 39,9 bilhões ou US$ 9,7 bilhões a mais do que o comercializado em 2008. A variação média anual das exportações nos últimos seis anos foi de 20,7% e, agora, esse grupo de países é responsável por mais de 62% do total de produtos agrícolas exportados pelo Brasil quase 11 pontos percentuais acima do verificado em 2008. A China vem capitaneando esse processo, passando de uma participação de 8,2% em 2004 para um market share de 14,6% em 2010. No mesmo período, a segunda maior variação ficou com a Ásia (3,9%), seguida pelo Oriente Médio (2,4%) e África (1,9%). 18

introdução Tabela VI - Exportações Agrícolas, segundo Países, Blocos e Regiões Geográficas 2004, 2006, 2008 e 2010 (em US$ milhões) País PAÍSES DESENVOLVIDOS UNIÃO EUROPEIA 27 - UE 27 Exportações (US$ milhões) Variação % Participação (%) Variação da Participação 2004 2006 2008 2010 2004-2010 anual 2004 2006 2008 2010 2004-2006 2006-2008 2008-2010 2004-2010 14.521 17.243 25.575 22.000 51,5 7,2 51,2 46,7 43,8 34,5-4,5-2,9-9,3-16,7 10.949 12.091 18.819 15.828 44,6 6,3 38,6 32,7 32,2 24,8-5,9-0,5-7,4-13,8 EUA 1.959 3.194 3.435 3.056 56,0 7,7 6,9 8,6 5,9 4,8 1,7-2,8-1,1-2,1 JAPÃO 1.121 1.178 2.144 2.116 88,7 11,2 4,0 3,2 3,7 3,3-0,8 0,5-0,4-0,6 CANADÁ 248 402 453 630 153,7 16,8 0,9 1,1 0,8 1,0 0,2-0,3 0,2 0,1 SUÍÇA 111 187 379 204 83,7 10,7 0,4 0,5 0,6 0,3 0,1 0,1-0,3-0,1 OCEANIA 132 191 345 166 25,6 3,9 0,5 0,5 0,6 0,3 0,1 0,1-0,3-0,2 PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO 12.898 18.354 30.296 39.960 209,8 20,7 45,5 49,7 51,9 62,7 4,2 2,2 10,8 17,2 CHINA 2.329 2.804 6.696 9.339 300,9 26,0 8,2 7,6 11,5 14,6-0,6 3,9 3,2 6,4 ÁSIA (EXCL.ORIENTE MÉDIO, JAPÃO e CHINA) 2.719 3.293 5.613 8.581 215,6 21,1 9,6 8,9 9,6 13,5-0,7 0,7 3,8 3,9 ORIENTE MÉDIO 2.676 4.039 4.973 7.563 182,6 18,9 9,4 10,9 8,5 11,9 1,5-2,4 3,3 2,4 ÁFRICA (EXCL. ORIENTE MÉDIO) 2.052 3.215 4.498 5.816 183,4 19,0 7,2 8,7 7,7 9,1 1,5-1,0 1,4 1,9 RÚSSIA, FED. DA 1.532 3.125 4.156 4.039 163,6 17,5 5,4 8,5 7,1 6,3 3,1-1,3-0,8 0,9 ALADI (EXCL. MERCOSUL) 1.064 1.230 3.314 3.427 222,0 21,5 3,8 3,3 5,7 5,4-0,4 2,3-0,3 1,6 MERCOSUL 526 649 1.046 1.195 127,4 14,7 1,9 1,8 1,8 1,9-0,1 0,0 0,1 0,0 DEMAIS PAÍSES 936 1.340 2.491 1.790 91,2 11,4 3,3 3,6 4,3 2,8 0,3 0,6-1,5-0,5 TOTAL 28.356 36.936 58.362 63.751 124,8 14,5 96,7 96,4 95,7 97,2 --- --- --- --- Elaboração: CGOE/DPI/SRI/Mapa. No gráfico 10, torna-se ainda mais patente a importância dos países em desenvolvimento para o crescimento das exportações agrícolas e totais brasileiras nos últimos seis anos (2004-2010). Essa categoria de países foi responsável por quase 70% do crescimento das exportações totais brasileiras no período e por 76,5% da ampliação das vendas agrícolas do Brasil. Vale destacar novamente a China como principal indutor do incremento das exportações do Brasil, responsável por quase um quinto do incremento das exportações agrícolas brasileiras. A União Europeia, ainda maior destino das exportações agrícolas do país, foi responsável por 13,8% do incremento das vendas no período. Outros destinos também tiveram participação relevante para este crescimento: Ásia - excluindo Japão, Oriente Médio e China (16,6%), Oriente Médio (13,8%), África excluindo Oriente Médio (10,6%) e Rússia (7,1%). 19

Gráfico X - Contribuição de Países, Blocos e Regiões Geográficas ao Crescimento das Exportações Totais e Agrícolas entre 2004 e 2010 (em %) Países desenvolvidos União Europeia - 27 Estados Unidos Japão Canadá Suíça Oceania Países em desenvolvimento China Ásia (excl. Oriente Médio,Japão e China) Oriente Médio África (excl. Oriente Médio) Rússia,Fed.Da Aladi (excl. Mercosul) Mercosul Demais países -0,8 3,1 4,1 2,8 1,1 1,1 1,1 0,3 0,2 0,1 23,3 21,1 17,5 13,8 24,1 19,8 11,4 16,6 6,5 13,8 4,7 10,6 2,4 7,1 7,4 6,7 13,0 1,9 7,3 2,4-10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 Total Agrícola Elaboração: CGOE/DPI/SRI/Mapa. 69,4 76,5 Gráfico XI - Contribuição de Principais s ao Crescimento das Exportações Agrícolas 2004-2010 (em %) China UE-27 Rússia, Fed.da Venezuela Arábia Saudita Irã Rep. Isl. Do Estados Unidos Japão Hong Kong Egito Indonésia Coreia, Rep. Sul Emir. Árabes Un. Tailândia Índia Malásia Argélia Síria, Rep. Árabe Canadá Marrocos Angola Bangladesh Argentina Nigéria Iêmem Taiwan (Formosa) Colômbia Turquia África Do Sul Chile 3,1 3,8 4,9 3,1 2,8 2,7 2,7 2,4 2,2 2,1 1,5 2,0 2,1 1,5 1,2 1,1 1,1 1,0 0,9 0,9 0,8 0,8 0,8 0,2 0,6 0,7 0,1 7,1 0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 12,5 15,0 17,5 20,0 22,5 Na análise dos trinta principais mercados de destino das exportações agrícolas brasileiras (tabela 7), é possível observar que entre 2004 e 2010 a taxa de variação das exportações foi positiva para todos. Destaca-se o aumento das vendas para Venezuela (700,6%), Malásia (526,3%), Indonésia (414,8%), Síria (362,2), Colômbia (301,6%) e China (300,9%). Os mercados que registraram menor incremento foram: Estados Unidos (56%), UE-27 (44,6%), África do Sul (24,7%) e Chile (9%). No que se refere à participação desses mercados no total das exportações agrícolas do Brasil em 2010, destacam-se a União Europeia e a China, que em conjunto somaram US$ 25,17 bilhões, ou seja, quase 40% do total. Porém, ao longo dos últimos anos (2004 a 13,8 Elaboração: CGOE/DPI/SRI/Mapa. 2010), houve queda de 13,8% na participação da UE no total, enquanto a China registrou expansão de 6,4%. Entre os demais mercados de destino das exportações agrícolas brasileiras arrolados na tabela 7, a maioria registrou aumento de participação no período, exceto Estados Unidos, Japão, Chile, África do Sul, Irã, Argentina, Taiwan e Nigéria, cujas reduções foram de, respectivamente: -2,1%, -0,6%, -0,6%, -0,5%, -0,2%, -0,1%, -0,1% e -0,001%. Cabe ressaltar que a queda de participação não representa a redução das aquisições em valor desses mercados, apenas significa que outros mercados apresentaram taxa de crescimento médio superior a estes. Trata-se de maior diversificação dos destinos das vendas externas de produtos agrícolas brasileiros. 19,8 20

introdução Tabela VII - Exportações Agrícolas Brasileiras, segundo Principais s de Destino 2004, 2006, 2008 e 2010 (em US$ milhões) País Exportações (US$ milhões) Variação % Participação (%) Variação da Participação 2004 2006 2008 2010 2004-2010 anual 2004 2006 2008 2010 2004-2006 2006-2008 2008-2010 2004-2010 União Europeia-27 10.949 12.091 18.819 15.828 44,6 6,3 38,61 32,73 32,25 24,83-5,9-0,5-7,4-13,8 China 2.329 2.804 6.696 9.339 300,9 26,0 8,21 7,59 11,47 14,65-0,6 3,9 3,2 6,4 Rússia, Fed. da 1.532 3.125 4.156 4.039 163,6 17,5 5,40 8,46 7,12 6,34 3,1-1,3-0,8 0,9 Estados Unidos 1.959 3.194 3.435 3.056 56,0 7,7 6,91 8,65 5,89 4,79 1,7-2,8-1,1-2,1 Japão 1.121 1.178 2.144 2.116 88,7 11,2 3,95 3,19 3,67 3,32-0,8 0,5-0,4-0,6 Irã Rep. Isl. do 961 1.374 910 2.061 114,5 13,6 3,39 3,72 1,56 3,23 0,3-2,2 1,7-0,2 Venezuela 250 518 2.216 1.998 700,6 41,4 0,88 1,40 3,80 3,13 0,5 2,4-0,7 2,3 Arábia Saudita 586 817 1.393 1.926 228,9 22,0 2,07 2,21 2,39 3,02 0,1 0,2 0,6 1,0 Hong Kong 373 559 1.377 1.316 252,7 23,4 1,32 1,51 2,36 2,06 0,2 0,8-0,3 0,7 Egito 362 794 728 1.303 259,9 23,8 1,28 2,15 1,25 2,04 0,9-0,9 0,8 0,8 Emir. Árabes Un. 433 696 728 1.183 173,3 18,2 1,53 1,88 1,25 1,86 0,4-0,6 0,6 0,3 Coreia, Rep. Sul 413 513 906 1.180 185,6 19,1 1,46 1,39 1,55 1,85-0,1 0,2 0,3 0,4 Índia 393 123 300 1.104 181,1 18,8 1,39 0,33 0,51 1,73-1,1 0,2 1,2 0,3 Indonésia 209 222 402 1.076 414,8 31,4 0,74 0,60 0,69 1,69-0,1 0,1 1,0 1,0 Tailândia 279 450 885 1.013 263,3 24,0 0,98 1,22 1,52 1,59 0,2 0,3 0,1 0,6 Argélia 256 379 538 782 205,3 20,4 0,90 1,02 0,92 1,23 0,1-0,1 0,3 0,3 Argentina 316 381 584 633 100,1 12,3 1,12 1,03 1,00 0,99-0,1-0,0-0,0-0,1 Canadá 248 402 453 630 153,7 16,8 0,88 1,09 0,78 0,99 0,2-0,3 0,2 0,1 Malásia 100 360 319 626 526,3 35,8 0,35 0,98 0,55 0,98 0,6-0,4 0,4 0,6 Marrocos 237 256 378 618 160,9 17,3 0,83 0,69 0,65 0,97-0,1-0,0 0,3 0,1 Taiwan (Formosa) 267 185 174 557 108,7 13,0 0,94 0,50 0,30 0,87-0,4-0,2 0,6-0,1 Nigéria 241 386 458 540 124,6 14,4 0,85 1,05 0,79 0,85 0,2-0,3 0,1-0,0 Síria, Rep. Árabe 114 163 257 528 362,2 29,1 0,40 0,44 0,44 0,83 0,0-0,0 0,4 0,4 Bangladesh 184 252 222 509 176,6 18,5 0,65 0,68 0,38 0,80 0,0-0,3 0,4 0,1 Angola 129 250 498 478 269,5 24,3 0,46 0,68 0,85 0,75 0,2 0,2-0,1 0,3 Iêmem 114 275 210 413 262,5 23,9 0,40 0,74 0,36 0,65 0,3-0,4 0,3 0,2 África Do Sul 302 358 509 376 24,7 3,7 1,06 0,97 0,87 0,59-0,1-0,1-0,3-0,5 Colômbia 87 138 217 351 301,6 26,1 0,31 0,37 0,37 0,55 0,1-0,0 0,2 0,2 Turquia 112 178 220 336 199,5 20,1 0,40 0,48 0,38 0,53 0,1-0,1 0,1 0,1 Chile 305 137 223 332 9,0 1,4 1,08 0,37 0,38 0,52-0,7 0,0 0,1-0,6 SUBTOTAL 25.161 32.558 50.358 56.248 123,6 14,3 88,73 88,15 86,29 88,23-0,6-1,9 1,9-0,5 DEMAIS PAÍSES 3.194 4.378 8.004 7.503 134,9 15,3 11,27 11,85 13,71 11,77 0,6 1,9-1,9 0,5 TOTAL 28.356 36.936 58.362 63.751 124,8 14,5 100,00 100,00 100,00 100,00 --- --- --- --- Elaboração: CGOE/DPI/SRI/Mapa. 21

Além desse processo de redução da participação dos países desenvolvidos em relação aos países em desenvolvimento como destino das exportações agrícolas brasileiras, destaca-se a diminuição da concentração das exportações agrícolas por mercados de destino. Como se pode observar na tabela 8, a razão de concentração dos cinco principais mercados de destinos das exportações agrícolas brasileiras regrediu mais de 14 pontos percentuais entre os anos 2000 e 2010. E a mesma tendência é verificada quando se analisam os dez, vinte e trinta principais mercados de destino. Ademais, a análise do índice de Herfindall-Hirsshmann confirma esse processo, uma vez que quanto mais próximo de zero, maior é a concentração do mercado em questão. Tabela VIII - Índices de Concentração das Exportações Agrícolas por s de Destino: 2000 a 2010 (em %) Razões de Concentração 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 5 primeiros mercados 68,0 65,3 66,8 67,3 63,1 62,3 61,2 61,6 60,5 55,2 53,9 10 primeiros mercados 78,1 76,3 76,0 77,8 72,9 71,9 72,1 72,9 72,1 68,4 67,4 20 primeiros mercados 87,6 86,4 86,3 86,9 83,3 82,7 83,0 83,5 82,0 81,4 81,3 30 primeiros mercados 93,0 91,6 91,3 92,0 89,8 88,8 88,6 88,6 87,6 88,2 88,2 Índice de Herfindal- Hirsshman (IHH) 0,235 0,209 0,194 0,194 0,169 0,149 0,133 0,151 0,132 0,112 0,097 Elaboração: CGOE/DPI/SRI/Mapa. PARTE V A PARTICIPAÇÃO BRASILEIRA NOS PRINCIPAIS MERCADOS DE DESTINO Para uma análise mais aprofundada do desempenho das exportações agrícolas brasileiras deve ser considerada também a evolução das importações desse conjunto de produtos por parte dos referidos mercados, além do market share brasileiro em cada parceiro. A partir da percepção de aumento ou redução da demanda de importações, aliada à análise do tamanho de cada mercado, é possível elaborar um quadro mais completo em termos de oportunidades de expansão das vendas brasileiras. s pouco expressivos em termos de receitas de importação, pouco dinâmicos ou estagnados quanto ao crescimento das aquisições nos últimos anos, ou ainda nos quais a participação brasileira já é elevada, podem ser menos relevantes em termos de oportunidades comerciais. O crescimento médio anual das exportações agrícolas brasileiras foi de 14,2% entre 2005 e 2009, isto é, acima da expansão das importações mundiais no mesmo período, que foi de 9,2% em média ao ano. Como resultado, a participação das exportações do Brasil no comércio mundial cresceu de 6,1% em 2005 para 7,3% em 2009. Entre os trinta principais mercados de destino das exportações agrícolas brasileiras, houve aumento de market share entre 2005 e 2009 em quase todos, exceto Rússia (de 16,2% para 9,6%), Irã (de 23,8% para 15,3%), Egito (11,6% para 8,9%), Argentina (de 34,1% para 28,6%), Marrocos (de 11,3% para 11,0%), Nigéria (de 13,8% para 12,4%), África do Sul (de 15,1% para 10,0%), Turquia (de 3,9% para 2,2%) e Chile (de 13,3% para 5,5%). O market share brasileiro nos grandes mercados, isto é, acima de US$ 50 bilhões em 2009, foi: UE-27 (11,6%); Estados Unidos (2,9%); Japão (2,6%); China (14,2%). Entre os cinquenta principais importadores mundiais agrícolas, o Brasil também apresentou crescimento em termos de participação. Além dos mercados citados anteriormente, só não houve crescimento para México, Austrália, Noruega, Filipinas, Ucrânia, Paquistão, Israel, Nova Zelândia, Peru e Casaquistão. 22

introdução Tabela IX - Importações Agrícolas Mundiais e Exportações Agrícolas Brasileiras, Segundo Principais s de Destino Brasileiro em (1) (2) 2010 Imp. Mundiais dos Países (US$ mil) Exportações Brasileiras para os Países (US$ mil) País/Bloco 2005 2009 Var. Média Anual (%) 2005 2009 Var. Média Anual (%) Posição no ranking (2010) UE-27 103.244.889 135.395.239 7,0% 11.467.838 15.703.316 8,2% 1 China 28.642.001 52.171.775 16,2% 2.383.556 7.430.028 32,9% 2 Rússia 16.753.212 28.806.771 14,5% 2.708.741 2.769.096 0,6% 3 Estados Unidos 78.615.853 93.471.761 4,4% 2.114.869 2.668.661 6,0% 4 Japão 57.078.819 61.173.562 1,7% 1.431.972 1.606.186 2,9% 5 Irã, Rep. Isl. do 3.173.965 7.150.224 22,5% 755.145 1.090.767 9,6% 6 Venezuela 2.238.200 6.421.381 30,1% 296.255 1.441.437 48,5% 7 Arábia Saudita 8.852.213 10.799.927 5,1% 769.167 1.478.585 17,7% 8 Hong Kong 10.273.766 16.621.939 12,8% 380.908 1.538.524 41,8% 9 Egito 4.104.805 8.250.827 19,1% 478.139 733.841 11,3% 10 Emir. Árabes Un. 5.625.309 10.248.479 16,2% 461.068 1.114.014 24,7% 11 Coreia do Sul 13.245.431 17.435.917 7,1% 514.198 1.153.418 22,4% 12 Índia 5.584.405 11.215.844 19,0% 570.358 1.757.535 32,5% 13 Indonésia 5.422.819 9.770.675 15,9% 240.925 650.868 28,2% 14 Tailândia 5.751.873 8.039.992 8,7% 386.444 783.647 19,3% 15 Argélia 3.982.899 6.504.614 13,0% 280.978 639.199 22,8% 16 Argentina 994.741 1.714.212 14,6% 338.776 489.942 9,7% 17 Canadá 18.838.760 26.696.465 9,1% 325.618 526.871 12,8% 18 Malásia 6.162.297 10.376.251 13,9% 134.690 449.832 35,2% 19 Marrocos 2.368.150 3.926.828 13,5% 267.804 430.882 12,6% 20 Taiwan, Prov. China 7.747.748 8.964.716 3,7% 170.523 416.576 25,0% 21 Nigéria 2.401.892 4.195.164 15,0% 332.228 521.653 11,9% 22 Síria, Rep. Árabe 1.441.253 3.110.367 21,2% 127.013 276.963 21,5% 23 Bangladesh 2.467.469 4.091.166 13,5% 142.984 572.419 41,5% 24 Angola 1.349.174 2.315.531 14,5% 173.843 451.241 26,9% 25 Iêmen 1.527.934 2.566.635 13,8% 174.342 357.439 19,7% 26 África do Sul 2.713.879 4.420.309 13,0% 409.397 442.125 1,9% 27 Colômbia 2.012.691 3.605.396 15,7% 88.652 285.272 33,9% 28 Turquia 4.816.076 7.667.649 12,3% 186.543 172.368-2,0% 29 Chile 1.995.743 3.246.340 12,9% 266.331 179.128-9,4% 30 MUNDO 527.236.448 749.651.615 9,2% 32.214.265 54.831.006 14,2% --- Fontes: Trademap/CCI. Elaboração: CGOE/DPI/SRI/Mapa. Notas: (1) Conceito agrícola conforme nota metodológica. (2) Exclui o intracomércio da UE-27. 23

Tabela X - Importações Agrícolas Mundiais e Exportações Agrícolas Brasileiras, segundo Principais (1) (2) Importadores Mundiais País/Bloco Imp. Mundiais dos Países (US$ mil) Exportações Brasileiras para os Países (US$ mil) Crescimento anual 2005-2009 % Particip. % do Brasil 2005 2009 2005 2009 Mundo Brasil 2005 2009 Mundo 527.236.448 749.651.615 32.214.265 54.831.006 9,2 14,2 6,1 7,3 UE-27 103.244.889 135.395.239 11.467.838 15.703.316 7,0 8,2 11,1 11,6 Estados Unidos 78.615.853 93.471.761 2.114.869 2.668.661 4,4 6,0 2,7 2,9 Japão 57.078.819 61.173.562 1.431.972 1.606.186 1,7 2,9 2,5 2,6 China 28.642.001 52.171.775 2.383.556 7.430.028 16,2 32,9 8,3 14,2 Rússia 16.753.212 28.806.771 2.708.741 2.769.096 14,5 0,6 16,2 9,6 Canadá 18.838.760 26.696.465 325.618 526.871 9,1 12,8 1,7 2,0 México 14.866.938 18.817.735 135.902 147.054 6,1 2,0 0,9 0,8 Coreia do Sul 13.245.431 17.435.917 514.198 1.153.418 7,1 22,4 3,9 6,6 Hong Kong 10.273.766 16.621.939 380.908 1.538.524 12,8 41,8 3,7 9,3 Índia 5.584.405 11.215.844 570.358 1.757.535 19,0 32,5 10,2 15,7 Suíça 7.773.181 10.845.856 130.547 261.644 8,7 19,0 1,7 2,4 Arábia Saudita 8.852.213 10.799.927 769.167 1.478.585 5,1 17,7 8,7 13,7 Malásia 6.162.297 10.376.251 134.690 449.832 13,9 35,2 2,2 4,3 Emir. Árabes Un. 5.625.309 10.248.479 461.068 1.114.014 16,2 24,7 8,2 10,9 Indonésia 5.422.819 9.770.675 240.925 650.868 15,9 28,2 4,4 6,7 Austrália 5.861.881 9.190.723 114.814 145.425 11,9 6,1 2,0 1,6 Taiwan, Prov. China 7.747.748 8.964.716 170.523 416.576 3,7 25,0 2,2 4,6 Cingapura 5.977.435 8.458.246 176.354 274.802 9,1 11,7 3,0 3,2 Vietnã 2.663.673 8.332.950 18.144 177.420 33,0 76,8 0,7 2,1 Egito 4.104.805 8.250.827 478.139 733.841 19,1 11,3 11,6 8,9 Tailândia 5.751.873 8.039.992 386.444 783.647 8,7 19,3 6,7 9,7 Turquia 4.816.076 7.667.649 186.543 172.368 12,3-2,0 3,9 2,2 Brasil 3.489.041 7.167.922 - - 19,7-0,0 0,0 Irã, Rep. Isl. do 3.173.965 7.150.224 755.145 1.090.767 22,5 9,6 23,8 15,3 Argélia 3.982.899 6.504.614 280.978 639.199 13,0 22,8 7,1 9,8 Venezuela 2.238.200 6.421.381 296.255 1.441.437 30,1 48,5 13,2 22,4 Noruega 4.086.001 6.057.831 187.496 246.411 10,3 7,1 4,6 4,1 Filipinas 3.618.896 5.540.515 130.297 173.631 11,2 7,4 3,6 3,1 Ucrânia 2.763.898 4.998.100 155.419 224.160 16,0 9,6 5,6 4,5 Iraque 2.710.806 4.649.111 45.175 224.914 14,4 49,4 1,7 4,8 África do Sul 2.713.879 4.420.309 409.397 442.125 13,0 1,9 15,1 10,0 Nigéria 2.401.892 4.195.164 332.228 521.653 15,0 11,9 13,8 12,4 Paquistão 3.179.826 4.170.978 231.924 129.276 7,0-13,6 7,3 3,1 Bangladesh 2.467.469 4.091.166 142.984 572.419 13,5 41,5 5,8 14,0 Marrocos 2.368.150 3.926.828 267.804 430.882 13,5 12,6 11,3 11,0 Israel 2.564.704 3.722.834 135.478 188.964 9,8 8,7 5,3 5,1 Continua na próxima página... 24

introdução Continuação País/Bloco Imp. Mundiais dos Países (US$ mil) Exportações Brasileiras para os Países (US$ mil) Crescimento anual 2005-2009 % Particip. % do Brasil 2005 2009 2005 2009 Mundo Brasil 2005 2009 Colômbia 2.012.691 3.605.396 88.652 285.272 15,7 33,9 4,4 7,9 Chile 1.995.743 3.246.340 266.331 179.128 12,9-9,4 13,3 5,5 Síria, Rep. Árabe 1.441.253 3.110.367 127.013 276.963 21,2 21,5 8,8 8,9 Nova Zelândia 2.117.006 2.838.597 24.438 22.195 7,6-2,4 1,2 0,8 Peru 1.552.809 2.577.559 40.648 65.832 13,5 12,8 2,6 2,6 Iêmen 1.527.934 2.566.635 174.342 357.439 13,8 19,7 11,4 13,9 Líbano 1.419.641 2.479.833 99.099 262.732 15,0 27,6 7,0 10,6 Cazaquistão, Rep. 1.308.493 2.477.062 28.464 22.427 17,3-5,8 2,2 0,9 Jordânia 1.448.407 2.445.203 66.619 140.827 14,0 20,6 4,6 5,8 Belarus 1.838.687 2.382.908 531 7.667 6,7 94,9 0,0 0,3 Angola 1.349.174 2.315.531 173.843 451.241 14,5 26,9 12,9 19,5 Croácia 1.655.819 2.256.580 75.642 145.141 8,0 17,7 4,6 6,4 Kuwait 1.770.562 2.154.541 167.971 339.282 5,0 19,2 9,5 15,7 Omã 1.054.880 1.981.644 46.405 101.063 17,1 21,5 4,4 5,1 Fontes: Trademap/CCI. Elaboração: CGOE/DPI/SRI/Mapa. Notas: (1) Conceito agrícola conforme nota metodológica. (2) Exclui o intracomércio da UE-27. Gráfico XII - Crescimento das Importações Agrícolas dos Principais Parceiros e Crescimento das Exportações Agrícolas Brasileiras para esses s 2005-2009 60 1º Quadrante Crescimento anual das importações mundiais 2º Quadrante Var. anual das exportações do Brasil ao país (%) 50 Venezuela Hong Kong Bangladesh 40 Malásia Colômbia China Índia 30 Taiwan, Prov. China Angola Indonésia Coreia do Sul Emir.Arabes Un. Argélia Síria,Rep.Arabe 20 Arábia Saudita Tailândia Iêmen Marrocos Canadá Nigéria Egito 10 EUA Argentina UE-27 Irã, Rep. Isl. do Crescimento anual das exportações brasileiras África do Sul Japão Rússia 0 Turquia -10 Chile 4º Quadrante 3º Quadrante -20 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Var. anual das Importações do país (%) s com importações mundiais acima de US$ 50 bilhões. s entre US$ 10 bilhões e US$ 50 bilhões. s entre US$ 5 bilhões e US$ 10 bilhões. s abaixo de US$ 5 bilhões. Fontes: Fontes: Trademap/CCI e AgroStat Brasil a partir dos dados da Secex / MDIC. Elaboração: CGOE/DPI/SRI/Mapa. 25