LEVANTAMENTO E ANÁLISES DE CUSTOS EM MICRO E PEQUENAS EMPRESAS: UM ESTUDO DE CASO EM UMA SERRARIA NO MUNICÍPIO DE CANDELÁRIA RS

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Transcrição:

LEVANTAMENTO E ANÁLISES DE CUSTOS EM MICRO E PEQUENAS EMPRESAS: UM ESTUDO DE CASO EM UMA SERRARIA NO MUNICÍPIO DE CANDELÁRIA RS Nataline Betine Herber 1 Gabriela Haas 2 RESUMO Esta pesquisa foi realizada em uma empresa do ramo de serraria, tendo como tema a análise de custos, pois em um mercado cada vez mais competitivo, é vital o gestor conhecer os custos de produção da empresa, como ferramenta para o processo de tomada de decisão. O objetivo geral deste estudo foi levantar e analisar os custos de produção dos principais produtos da empresa, e os objetivos específicos foram identificar o processo produtivo e expor a real rentabilidade dos principais produtos vendidos. A metodologia utilizada foi o estudo de caso através da pesquisa descritiva de forma qualitativa. No final deste estudo pode-se identificar que todos os produtos tiveram lucro, alguns produtos mais rentáveis e outros produtos menos rentáveis. Palavras chave: Levantamento de custos; Apuração de resultados. ABSTRACT This research was conducted in a sawmill sector company, on the subject of cost analysis, because in an increasingly competitive market, the manager is vital to know the company's production costs, as a tool for the decision-making process. The aim of this study was to identify and analyze the production costs of the main products of the company, and the specific objectives were to identify the production process and expose the real profitability of the main products sold. The methodology used was the case study through descriptive qualitatively. At the end of this study can identify that all products had profit, some more profitable products and other less profitable products. Key-words: Cost Survey; Report results. 1 INTRODUÇÃO As empresas de pequenos portes tem grande importância social no Brasil, mas costumam encontrar dificuldades em seu gerenciamento e acabam fechando as portas. Vários fatores podem ser apontados, um deles é a falta da utilização de técnicas gerenciais e análise de custo e rentabilidade. Nos dias atuais o mercado se 22 Orientador do trabalho. 11 - Graduanda em Ciências Contábeis - Faculdade Dom Alberto.

destaca pela competitividade, a necessidade da utilização deste meio de gerenciamento é fundamental. Uma empresa que consiga promover redução dos custos e atribuir isso ao preço final torna-se uma empresa competitiva, promovendo a satisfação de consumidores e obtendo lucro. Os sistemas de custos, agregam valor ao negócio da empresa no que diz ao gerenciamento de custos e lucros. Constitui-se como uma ferramenta gerencial de suma importância para análise e acompanhamento dos resultados, proporcionando uma visão ampla e estratégica. A análise custos é uma ferramenta de fácil aplicação e entendimento. Porém, para sua utilização a empresa depende da correta mensuração dos custos e despesas e de um banco de dados que forneça informações relativas e atualizadas dos produtos fabricados. De acordo com exposto, tem-se o seguinte problema de pesquisa: Qual a contribuição que a análise de custos pode trazer ao gestor no processo de tomada de decisão? O objetivo geral desta pesquisa consiste em levantar e analisar os custos de uma Micro Empresa do Setor de Serrarias da cidade de Candelária/RS. E os objetivos específicos são: Identificar o processo produtivo da empresa; e Expor a real rentabilidade dos principais produtos vendidos, através do Demonstração do Resultado (DR). É tratando de análise de custos que esse trabalho traçou um perfil para que a empresa saiba, quais os produtos se sobressaem mais rentáveis. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Terminologia contábil para contabilidade de custos Nas indústrias existem várias terminologias em custos, para definir melhor cada uma dessas terminologias, passou a serem utilizadas as seguintes nomenclaturas: gasto, perda, receita, despesa e custo. Gasto, segundo Dutra (2009), é o valor pago ou assumido para obter a propriedade de um bem, incluindo ou não a elaboração e a comercialização, considerando as diversas quantidades adquiridas, elaboradas ou comercializadas. Perda é um gasto involuntário e anormal que ocorre sem intenção de obtenção de receita, a matéria-prima e outros itens perdidos por acidentes tais como inundações, incêndio etc. se constituem em perda (DUTRA, 2009).

O mesmo autor diz que, a receita é o preço de venda multiplicado pela quantidade vendida; a receita de uma empresa que comercializa vários bens é o somatório das multiplicações dos diferentes preços de venda pelas respectivas quantidades vendidas de cada um deles. Despesa, segundo Padoveze (2000), é o gasto necessários para vender e enviar os produtos, de modo geral, são os gastos ligados às atividades fora do campo da fabricação, que não estão associadas à produção de um bem ou serviço. São denominados custos, para Padoveze (2000), os gastos necessários para fabricar os produtos da empresa, que farão nascer um novo produto, assim podemos dizer que os custos são os gastos relativos aos produtos. 2.2 Elementos de custo Em uma empresa se faz necessário o conhecimento de alguns elementos de custos como a matéria-prima, a mão de obra direta e indireta. A matéria-prima, para Bruni e Famá (2010), é todo material que pode ser identificado como uma unidade do produto que está sendo fabricado e que sai da fábrica incorporado ao produto, sendo assim, matéria-prima é o elemento que sofrerá transformação ou agregação para o surgimento de outro bem diferente. A mão de obra designa-se ao trabalho manual empregado geralmente na produção de indústrias, mas também pode ser utilizado ao trabalhador de qualquer empresa, podendo ser dividida em mão de obra direta, que é quando o trabalho é diretamente empregado na fabricação de um bem ou serviço; e a mão de obra indireta que é quando o trabalho é realizado em atividades frequentemente indivisíveis, como a supervisão ou apoio à produção de manutenção de máquinas e equipamentos, limpeza ou vigilância e etc., que necessitam recorrer a um critério de rateio, para serrem apropriadas ao produto (MARTINS, 2008). 2.3 Classificações dos custos Os custos podem ter as seguintes classificações: a) Custo direto e indireto, quanto à apropriação; b) custo fixo, variável, custo semifixo e sem variável, quanto ao volume.

A classificação quanto à apropriação refere-se à forma de identificação, alocar custos dos materiais utilizados na produção dos bens fabricados aos produtos. Os custos diretos, nas palavras de Bruni e Famá (2010, p.29) [...] são aqueles diretamente incluídos no cálculo dos produtos. Exemplos: Matéria-prima; mão-deobra. Os custos indiretos, nas palavras de Crepaldi (2002, p.18): [...] são os que, para serem incorporados aos produtos, necessita utilização de algum critério de rateio. Exemplo: seguros, depreciação de equipamentos; e energia elétrica. Os componentes de custos em relação ao volume permitem analisar as variações nos custos totais e unitários em relação a diferentes volumes de produção (FONTOURA, 2013). Os custos variáveis são aqueles cujos valores variam em função da quantidade produzida ou volume de vendas da empresa. Exemplos: materiais diretos consumidos (matéria- prima); gastos com hora extras na produção. Os custos fixos são gastos que não variam dentro de uma capacidade instalada, independentemente do volume de produção e vendas da empresa. Exemplos: aluguel da fábrica; prêmio de seguro (FONTOURA, 2013). 2.4 Sistemas de apuração de custos A estrutura seguida pelas empresas para a fabricação de bens e a sua comercialização, assim como a forma final em que eles são oferecidos ao cliente, são os principais fatores que determinam o sistema de apuração de custos mais adequado para ser utilizado. Segundo Bornia (2010), uma das diversas formas de classificar o sistema de apuração de custo é considerando seu tipo de produção, o qual está relacionado com o grau de semelhança entre os produtos gerados. O sistema de custeio por ordem, segundo Padoveze (2000), coleta os custos de cada serviço ou partida de produção fisicamente identificável, à medida que se muda através da fábrica, sem levar em consideração o período que é realizado o trabalho. É aplicado basicamente a bens fabricados sob encomenda, produção não padronizada ou não repetitiva. O sistema de custo por processo, para Dutra (2009), é utilizado nas empresas cujo o sistema de produção necessita que os produtos passem por setores independentes de produção até chegar ao estado final de produção. Esse sistema é utilizado em empresas com produção continua ou uma linha de produção, cuja a produção é padronizada. Os custos são acumulados em cada centro de custo e a

produção é determinada segundo a previsão de vendas, a capacidade de estocagem e a disponibilidade de matéria-prima. 2.5 Centros de custos Para Bornia (2010), os centros de custos são determinados considerando o organograma (cada setor da empresa pode ser um centro), a localização (quando partes da empresa encontram-se em localidades diferentes, cada local pode ser um centro), as responsabilidades (cada gerente pode ser sob sua responsabilidade um centro de custos) e a homogeneidade. A homogeneidade de um centro de custos influencia diretamente a qualidade da alocação dos produtos, um centro de custo é homogêneo quando todos os produtos passam pelo mesmas condições de trabalho. Segundo Martins (2008), na maioria das vezes um departamento é um centro de custo, pois nele são acumulados os custos indiretos para posteriormente serem alocados aos produtos ou outros departamentos. Departamento é a unidade mínima administrativa, representada por pessoas e máquinas, em que se desenvolvem atividades homogêneas. 2.6 Método de custeio por absorção Este método é mais tradicional e é empregado quando se deseja atribuir ao produto um valor de custo, e o critério utilizado é o método do rateio. De acordo com Wernke (2004, p. 20), o custeio por absorção atribui aos produtos todos os custos da área de fabricação, sejam esses definido como custos diretos ou indiretos, ou como custos fixos ou variáveis. Tendo como distinção principal os custos e as despesas, esta separação é importante porque as despesas são lançadas imediatamente no resultado do período, enquanto somente os custos relativos aos produtos vendidos serão tratados como custos de produção. Segundo Wernke (2004, p. 21), a principal desvantagem do custeio por absorção é que ele utiliza-se de rateio para a distribuição dos custos entre um produto ou um departamento, esse critério nem sempre é objetivo, podendo distorcer o resultado, penalizando alguns produtos e beneficiando outros. 2.7 Método de custeio variável

No custeio variável/ direto somente são alocados aos produtos os custos variáveis de cada um dos produtos, ficando os fixos separados e considerados despesas, indo diretamente para o resultado do período. Para Wernke (2004) somente os custos claramente identificados (chamados de diretos ou variáveis) devem ser apropriados ao resultado, alguns exemplos são: matéria-prima, mão de obra direta, tributos sobre vendas. Os demais gastos necessários para manter a capacidade instalada (indiretos ou fixos) são denominados despesas, sendo desconsiderados no método de custeio variável. O custeio variável não envolve o critério de rateio de distribuição de gastos facilitando o cálculo, neste sistema de custo é priorizado o aspecto gerencial ao enfatizar a rentabilidade de cada produto sem distorções ocasionadas pelo rateio de custos fixos aos produtos. Como salienta Fontoura (2013), uma característica básica desse método é que os custos de produção são apenas os custos variáveis incorridos, sendo os custos fixos e o lucro recuperados através da ferramenta margem de contribuição. 2.8 Margem de Contribuição A margem de contribuição, conforme Martins (2008, p.179) [...] é a diferença entre o preço de venda e o custo variável de cada produto; é o valor que cada unidade efetivamente traz à empresa de contribuição entre sua receita e o seu custo. Para Wernke (2004, p.44) o estudo da margem de contribuição possibilita análises objetivando a redução dos custos, bem como as políticas de incremento de quantidade de vendas e redução dos preços unitários de venda dos produtos ou mercadorias. Outras vantagens são o auxílio a administração na decisão se o produto merece maior prioridade de divulgação; avaliar a viabilidade de redução de preço; auxiliar os gerentes a entender a relação custo, volume, preço e lucro. 3 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS O presente trabalho foi realizado na Serraria Melchior, localizada em Candelária/RS, com foco nos oitos produtos fabricados pela empresa. Seu ramo de atuação é o ramo das Serrarias.

A metodologia utilizada de acordo com a tipologia de pesquisa quanto ao objetivo, foi a pesquisa descritiva, pois tem como principal objetivo, segundo Beuren (2003), descrever características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relação entre as variáveis. A tipologia de pesquisa quanto aos procedimentos, foi o estudo de caso, para Beuren (2006) este método caracteriza-se principalmente pelo estudo concentrado de um único caso. Finalizando, a tipologia de pesquisa quanto à abordagem do problema é a pesquisa qualitativa, de acordo Beuren (2006) a pesquisa qualitativa concebem-se análises mais profundas em relação ao fenômeno que está sendo estudado. Para o desenvolvimento desse trabalho foram realiza dos visitas a empresa, com o objetivo de recolher dados para o desenvolvimento do estudo. O estudo envolve todos os custos para a produção dos produtos da empresa, desde mão obra, matéria prima, custos diretos e indiretos e despesas. Para o cálculo da mão de obra foi necessário acompanhar o tempo de produção do produto em cada setor por onde ele passa, a matéria prima leva em conta a quantidade necessária de cada produto. Os custos indiretos de fabricação e as despesas tem como base os valores apresentado pelo administrador da empresa, com todas essas informações foi possível montar o Demonstrativo do Resultado. 4 COLETA E ANÁLISE DE DADOS Nesta etapa do trabalho foi estudado o processo produtivo e a estrutura de custo dos produtos fabricados pela Serraria Melchior, localizada em Candelária/RS. O período da realização de coleta de dados foi durante o mês de outubro de 2014. Os produtos estudados são tábuas e pranchas de madeira de eucalipto com dimensões diferenciadas, muito utilizadas na construção civil. Abaixo estão classificados os produtos e suas dimensões: Classificação dos produtos Nº 1 2 3 4 5 6 7 8 Produt o Tábua 2,5x10x5,5 Tábua 2,5x15x5,5 Tábua 2,5x20x5,5 Tábua 2,5x25x5,5 Tábua 2,5x30x5,5 Prancha 5x10x5,5 Prancha 5x15x5,5 Prancha 5x20x5,5 Medida (m³) 0,01375 0,020625 0,0275 0,034375 0,04125 0,0275 0,04125 0,0275 Quadro 1:Classificação dos produtos serrados.

Como pode ser visto são oitos produtos diferentes, classificados conforme as suas dimensões, espessura (cm) x largura (cm) x comprimento (m), multiplicando as três dimensões obtemos o metro cúbico (m³) de cada produto. 4.1 A matéria prima e o processo produtivo O processo produtivo por onde passa a madeira serrada, vem desde a aquisição da matéria prima até o produto pronto para a comercialização. A matéria prima, que é a tora de madeira, é comprada e transportada até a indústria, em seguida é descarregada e classificada. Posteriormente as toras seguem para a mesa de serra, onde é realizado o desdobro das toras, sendo ela dividida em dois processo: o desdobro principal e refilo. Durante estes processos, saem os resíduos, a serragem e as costaneiras. A serragem caída entre as máquinas é retirada e transportada para um depósito, onde posteriormente é doada, as costaneiras, são comercializados como subproduto a lenha. O processo de desdobro principal é o setor em que começa o processo de desdobro das toras de madeiras, as toras são separadas e colocadas na mesa de serra, onde posteriormente, passam por uma serra de fita simples, obtendo blocos de madeira. O processo de refilo é o setor em que o bloco de madeira é encaminhado para outro conjunto de serras (serras circulares), onde são cortadas de acordo com suas medidas, obtendo-se o produto final que são as tábuas e pranchas de medidas padronizadas. 4.2 Quantidades produzidas Os produtos são feitos por encomenda, tudo que é produzido é vendido. Durante o período de estudo obteve-se a produção de 1402 unidades, sendo elas divididas em 8 produtos diferentes, como pode ser visto no quadro abaixo: Quantidades produzidas Produto 1 2 3 4 5 6 7 8 Total Quantidades 300 365 330 90 72 160 64 21 1.402 Quadro 2:Quantidades produzidas de produtos serrados.

4.3 Cálculo do preço de venda O preço de venda é atribuído através do metro cúbico (m³), que tem o valor de R$ 420,00, deste modo, cada produto tem um preço diferente. O preço unitário é a multiplicação do tamanho de cada produto pelo valor do metro cubico (m³) total, e o valor total de venda é preço unitário multiplicado pela quantidades vendidas. Conforme o quadro abaixo: Receitas com vendas Produt o 1 2 3 4 5 6 7 8 Total Unitário 5,78 8,66 11,55 14,44 17,33 11,55 17,33 23,10 Total 1.732,5 3.161,8 3.811,50 1.299,3 1.247,4 1.848,0 1.108,8 485,1 14.694,4 0 1 8 0 0 0 0 9 Quadro 3:Receita com vendas dos diferentes produtos serrados. 4.4 Custos diretos de fabricação Os custos diretos de fabricação são os gastos que estão ligados diretamente na fabricação dos produtos. A matéria prima utilizada é a tora de madeira, ela é estimada, pois já se sabe o quanto vai ser utilizada para cada produto. Para obtermos um metro cúbico (m³) serrados é preciso 1,35 m³ de matéria prima, pois 35% é considerada como perda, é inutilizável. O custo do metro cúbico (m³) é de R$ 110,00, como cada produto utiliza quantidades diferentes de matéria prima, o custo de cada produto é diferente. Para sabermos o custo unitário de cada produto, foi utilizado o seguinte cálculo: a medida do produto mais os 35% de perda, multiplicado pelo custo total do metro cubico (m³). O custo total foi o resultado obtido multiplicado pela quantidade produzida. No quadro 4, pode ser visto o custo unitário por peça e o total. Custos diretos com matéria prima Produto 1 2 3 4 5 6 7 8 Total Custo unitário 2,04 3,06 4,08 5,10 6,13 4,08 6,13 8,17 612,5 1.117,9 1.347,6 459,4 441,0 Custo Total 6 3 4 2 5 Quadro 4:Custos diretos dos diferentes produtos serrados. 653,4 0 392,0 4 171,5 2 5.195,5 5

4.5 Custos indiretos de fabricação Os custos indiretos de fabricação são todos os custos que não estão ligados diretamente ao produto, os custos indiretos que serviram de base de cálculo são: a energia elétrica; R$ 428,58, o combustível; R$ 520,05, o material de consumo; 434,00, o seguro do caminhão; R$ 233,33 e a depreciação; R$ 2.608,18. A depreciação foi calculado encima das benfeitorias, das máquinas e equipamentos e do caminhão. A taxa e a expectativa de vida útil é fixada pela Receita Federal, sendo diferente para cada bem móvel e imóvel. O critério de rateio utilizado para apropriação dos custos indiretos é a matéria prima, porque grande parte dos itens que compõem os custos indiretos estão relacionados à matéria-prima ou à sua fabricação ou à sua conservação. No quadro 5 pode ser visto o custo indireto de cada produto. Produt o Custos Indiretos 1 2 3 4 5 6 7 8 Total Valor 498,17 908,69 1.095,61 373,85 358,65 531,26 318,40 139,52 4.224,1 4 Quadro 5:Custos indiretos dos diferentes produtos serrados. 4.6 Mão de obra O valor gasto com mão de obra foi de R$ 2.272,11, este valor é a remuneração mensal de duas pessoas, que além de participarem do processo produtivo, exercem funções administrativas. Para saber quanto é o valor em minutos foi dividido o total gasto com mão de obra por 200 horas, que são as horas trabalhadas no mês, depois foi multiplicada por 60 minutos, o resultado obtido foi de que cada minuto equivale a R$ 0,19. Para o cálculo do tempo gasto com a fabricação de cada produto, foi necessário apurar os centros de custos por onde passam os produtos, para saber o tempo gasto em cada processo foi feito a cronometragem do tempo, o tempo gasto pode ser visto na coluna do minuto (Min.). Na coluna do custo por unidade (R$ un.) foi apresentado o custo de fabricação de uma peça, que representa a multiplicação do tempo gasto pelo valor

de um minuto, esse valor multiplicado pelo total de unidades fabricadas, equivale o total gasto com a mão de obra. Custos com Mão de Obra Produto 1 2 3 4 5 6 7 8 Total Desdobro Principal Refilo Min. 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 3,3 R$ un. 0,62 0,62 0,62 0,62 0,62 0,62 0,62 0,62 Min. 2,1 2,3 2,5 2,7 2,9 2,1 2,3 2,5 R$ un. 0,40 0,44 0,47 0,51 0,55 0,40 0,44 0,47 Total (R$) 306,73 387,02 362,40 102,24 84,52 163,59 67,86 23,06 1.497,43 Quadro 6:Custos com mão de obra dos diferentes produtos serrados. 4.7 Despesas As despesas somam um montante de R$ 459,90, equivalente as despesas com honorário contábeis; R$ 200,00, telefone; R$ 29,90, internet; R$ 50,00 e honorários com engenheiro florestal; R$ 180,00. O critério de rateio utilizado para o alocação das despesa aos produtos foi a quantidade de produtos vendidos. Podendo ser observado no quadro 8: Despesas Produto 1 2 3 4 5 6 7 8 Total Valor 98,41 119,73 108,25 29,52 23,62 52,49 20,99 6,89 459,90 Quadro 7:Despesa com diferentes produtos serrados. 4.8 Licenças e anuidades A empresa para poder exercer suas funções teve que obter a licença ambiental, no Rio Grande do Sul está licença é feita pelos Municípios. A licença ambiental foi obtida no ano de 2013, tendo um gasto anual de R$ 1.000,00, o equivalente a R$ 83,33 por mês. Além da licença ambiental, é paga também uma taxa anual de R$ 295,75 referente ao Cadastro Florestal Estadual, equivalente a R$ 24,65 cada mês. Também é paga anualmente R$ 600,00 ao Sindimadeira, que é o sindicato das madeireiras e das serrarias, consistindo em R$ 50,00 por mês. Sendo de R$ 157,98 o total pago de licenças e anuidades por mês. Para alocar estas

despesas aos produtos foi utilizado como critério de rateio a quantidade de produtos vendidos. Como pode ser visto no quadro 8: Licenças e anuidades Produto 1 2 3 4 5 6 7 8 Total Valor 33,80 41,13 37,18 10,14 8,11 18,03 7,21 2,37 157,98 Quadro 8: Licenças e anuidades ambientais dos diversos produtos serrados. 4.9 Impostos e contribuições incidentes sobre as vendas O Regime Tributário optado pela empresa é o Simples Nacional, que é um regime tributário diferenciado previsto na Lei Complementar nº 123, de 2006, aplicável às Microempresas e às Empresas de Pequeno Porte. A empresa por ter o faturamento inferior a R$ 180.000,00, recolhe 2,75% de Contribuição Patronal Previdenciária (CPP) e 0,50% de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), não recolhe o imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias (ICMS) pois o estado do Rio Grande do Sul instituiu sua isenção através do programa Simples Gaúcho. No quadro 9 pode ser visto o valor recolhido de cada produto. Impostos e Contribuições sobre as vendas Produt 1 2 3 4 5 6 7 8 Total o Valor 56,31 102,76 123,87 42,23 40,54 60,06 36,04 15,77 477,57 Quadro 9:Impostos e contribuições incidentes sobre as vendas dos diferentes produtos serrados. 4.10 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) A Demonstração do Resultado (DR) tem como objetivo apresentar o resultado apurado em relação ao conjunto de operações realizadas em um determinado período. Abaixo será apresentado o demonstrativo do resultado adaptado ao custeio variável, dos produtos fabricados durante o mês de outubro, para o cálculo utilizouse a receita com vendas, diminuído dos impostos e contribuições e os custos diretos e a mão-de-obra, obtendo à margem de contribuição, após deduziu-se os custos indiretos, as licenças e anuidades e as despesas, chegando ao Lucro Líquido. No

demonstrativo contém um coluna em percentual para identificar a proporcionalidade das contas do demonstrativo de resultado em relação à Receita com Vendas, considerando como sua base. A fórmula utilizada para o cálculo foi a seguinte: CONTA RECEITA COM VENDAS x100 Ao observar o Demonstrativo do Resultado, podemos ver que todos os produtos tiveram lucro, sendo o produto mais lucrativo o nº 3 (Tábua 2,5x20x5,5), sendo o segundo montante mais vendido, com 330 unidades vendidas, mas não é o mais rentável, porque seu lucro é apenas de 19,32%. O produto mais rentável é o nº 8 (Prancha 5x20x5,5) com 25,97% de lucro, esse produto não é significativo porque foram vendidas apenas 21 unidade. O produto nº 1 (Tábua 2,5x10x5,5) é o de menor lucratividade, apesar de ser o terceiro produto mais vendido, com 300 unidades vendidas, obteve apenas 7,30% de lucro em relação as vendas, pois o consumo de mão de obra foi maior que os outros produtos, sendo de 17,70%. Também pode ser visto que a empresa obteve neste mês um Lucro Líquido Total de R$ 2.681,91 o que representa 18,25% do total arrecado no mês. Os custos diretos tem maior representatividade, sendo eles de 45,55% e os custos e despesas indiretas de 32,96%. Os impostos e contribuição relativo as vendas representam 3,25% da receita com vendas, o que equivale a R$ 477,57. Demonstrativo dos Resultados Produtos Receita com vendas (-) Impostos e Contribuições (=) Venda líquida (-) Custos diretos (-) Mão de Obra (=) Margem de Contribuição (-) Custos Indiretos (-) Despesas (-) Licenças e Anuidades (=) Lucro Líquido 1 1.732,50 56,31 1.676,19 612,56 306,73 756,90 498,17 98,41 33,80 126,51 % 100 3,25 96,75 35,36 17,70 43,69 28,75 5,68 1,95 7,30 2 3.161,81 102,76 3.059,05 1.117,93 387,02 1.554,11 908,69 119,73 41,13 484,56 % 100 3,25 96,75 35,36 12,24 49,15 28,74 3,79 1,30 15,33 3 3.811,50 123,87 3.687,63 1.347,64 362,40 1.977,59 1.095,61 108,25 37,18 736,54 % 100 3,25 96,75 35,36 9,51 51,88 28,74 2,84 0,98 19,32 4 1.299,38 42,23 1.257,15 459,42 102,24 695,48 373,85 29,52 10,14 281,96 % 100 3,25 96,75 35,36 7,87 53,52 28,77 2,27 0,78 21,70 5 1.247,40 40,54 1.206,86 441,05 84,52 681,29 358,65 23,62 8,11 290,92 % 100 3,25 96,75 35,36 6,78 54,62 28,75 1,89 0,65 23,32 6 1.848,00 60,06 1.787,94 653,40 163,59 970,95 531,26 52,49 18,03 369,17 % 100 3,25 96,75 35,36 8,85 52,54 28,75 2,84 0,98 19,98 7 1.108,80 36,04 1.072,76 392,04 67,86 612,86 318,40 20,99 7,21 266,26 % 100 3,25 96,75 35,36 6,12 55,27 28,72 1,89 0,65 24,01

8 485,10 15,77 469,33 171,52 23,06 274,75 139,52 6,89 2,37 125,98 % 100 3,25 96,75 35,36 4,75 56,64 28,76 1,42 0,49 25,97 Total 14.694,49 477,57 14.216,92 5.195,55 1.497,43 7.523,93 4.224,14 459,90 157,98 2.681,91 % 100 3,25 96,75 35,36 10,19 51,20 28,75 3,13 1,08 18,25 Quadro 10: Demonstrativo dos Resultados (DR) dos produtos serrados. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Através deste estudo verificou-se a importância de um sistema de custos bem estruturado para todas as organizações que desejam aumentar a sua competitividade e, consequentemente, permanecer num mercado cada vez mais globalizado. O estudo de caso demonstrou que a empresa apresenta algumas deficiências na determinação de seus custos e na avaliação de seus gastos e das perdas do seu processo. Conhecer os gastos, saber classificá-los e registrá-los corretamente são condições essenciais para uma gestão adequada de custos, e pode significar a diferença entre a sobrevivência ou término do negócio. Dada a devida importância ao assunto, o objetivo principal deste estudo consistiu em levantar e analisar os custos de uma Micro Empresa do Setor de Serrarias da cidade de Candelária/RS. Teve-se por finalidade identificar os custos diretos relacionados aos diversos produtos fabricados pela a empresa, também feito um levantamento dos custos indiretos de fabricação e atribuir critérios de rateio e depois expor a real rentabilidade dos principais produtos da empresa. O objetivo principal foi alcançado à medida em que os objetivos específicos foram realizados. Inicialmente foi apresentado todo o processo produtivo dos diversos produtos, sendo descrito passo a passo como é o processo em cada setor envolvido na fabricação, o segundo ponto analisado foi o levantamento dos custos diretos de fabricação, calculados com base na matéria prima consumida, que foi de R$ 5.195,55, o custo com mão de obra foi de R$ 1.497,43. Já os custos indiretos de fabricação foram calculados através dos custos com energia elétrica, combustível, material de consumo, seguros e depreciações, somando um montante de R$ 4.224,14, as despesas foram de R$ 459,90. Por fim expor-se a real rentabilidade dos principais produtos vendidos, através do Demonstração do Resultado (DR), que apresentou um lucro de R$ 2.681,91 com a venda de todos os produtos fabricados, deixando o dirigente da empresa satisfeito com o resultado do trabalho. Recomenda-se que o dirigente da empresa continue utilizando este sistema de custos para orientá-lo nas tomadas de decisões.

Como limitações da pesquisa, apontou-se que a empresa não tinha um banco de dados estruturado, que pudesse identificar custos e despesas, fixas e variáveis, bem como demais informações básicas, como faturamento e impostos, tendo que ser levantado todos os dados. Fica como sugestão para novas pesquisas ampliação deste estudo ao campo gerencial com a aplicação da ferramenta gerencial denominada custo/volume/lucro (CVL). REFERÊNCIAS BEUREN, Ilse Maria.org. Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e prática. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2006. BORNIA, Antônio Cezar. Análise gerencial de custos: aplicação em empresas modernas.3. ed. São Paulo: Atlas, 2010. BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens. Gestão de custos e formação de preço: com aplicações na calculadora HP 12C e Excel. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010. CREPALDI, Silvio Aparecido. Curso básico de contabilidade de custos. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002. DUTRA, René Gomes. Custos: Uma abordagem prática. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2009. FONTOURA, Fernando Batista Bandeira da. Gestão de custos: uma visão integrada e prática dos métodos de custeio. São Paulo: Atlas, 2013. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2008. PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistemas de informação contábil. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000. WERNKE, Rodney. Gestão de custos: uma abordagem pratica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2004.