CUSTEIO POR ABSORÇÃO
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- William Lacerda Álvares
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1 CUSTEIO POR ABSORÇÃO Franciele Duarte 1 Julie Barbosa 2 Paula Cardoso Santos 3 Robson Souza 4 Guilherme Pressi 5 Luciano Severo 6 RESUMO Neste artigo abordaremos o método custeio por absorção, que considera todos os custos diretos e indiretos incorridos na produção para apurar o seu custo final. Demonstrando exemplos para melhor entendimento do assunto na distribuição entre custos e despesas, de forma que o torne mais explicativo. Com o objetivo de esclarecer que este é o método mais tradicional de custeio e é o critério legal exigido no Brasil. Palavras-chave: Custeio por Absorção, custos diretos e indiretos de operação, apurações, princípios contábeis. INTRODUÇÃO O cenário mundial de instabilidade político-econômico obrigou as organizações a passarem por transformações na sua forma de gestão, e a estratégia de negócios tem sido o grande diferencial para obter resultados significativos. Na elaboração das estratégias, a contabilidade tem um papel de suma importância, ela fornece dados confiáveis através de demonstrativos contábeis. É a partir destes, que os gestores tomam as decisões estratégicas das corporações. Nos dias atuais, para que as empresas se tornem cada vez mais competitivas e suas estratégias correspondam as suas expectativas, é fundamental que os gestores atentem para um fator importantíssimo que são os custos, principalmente os de produção, pois ele implicará diretamente no 1 Acadêmico de Administração do Cesuca Faculdade Inedi. 2 Acadêmico de Administração do Cesuca Faculdade Inedi. 3 Acadêmico de Administração do Cesuca Faculdade Inedi. 4 Acadêmico de Administração do Cesuca Faculdade Inedi. 5 Professor e Orientador 6 Professor da disciplina de Custos 67
2 preço final do produto e terá um papel decisivo nas transações comerciais, além de elevar os lucros da corporação. Martins ( 2009, p. 37) conceitua, custeio como apropriação de custos. O Custeio por absorção, também chamado custeio integral, é aquele que faz debitar ao custo dos produtos todos os custos da área de fabricação, sejam esses custos definidos como custos diretos ou indiretos, fixos ou variáveis, de estrutura ou operacionais. Custos diretos de operação - matérias primas, materiais secundários, mão de obra direta, etc. Custos indiretos da operação - manutenção de equipamentos, custos de suprimentos, planejamento e controle da operação, controle de qualidade, etc. Todos os gastos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos (rateados) para todos os produtos feitos. METODOLOGIA Para esta pesquisa, utilizou-se o método indutivo, que segundo Marconi e Lakatos (2004), apresenta os objetivos dos argumentos, levando a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais se basearam. A pesquisa é do tipo bibliográfico. Esse tipo de pesquisa busca informações e conhecimento em toda a literatura que provém de uma fonte ou a respeito de determinado assunto, sendo uma união das produções escritas esclarecendo as fontes, a fim de divulgá-las, analisá-las ou estabelece - las. As fontes segundo Ruiz (2011), podem ser livros, revistas, periódicos, artigos, capítulos de livros e Internet. Este tipo de pesquisa, gera uma literatura mais ampla, com levantamento e análise de tudo que já foi produzido sobre determinado assunto. 68
3 DESENVOLVIMENTO Os custos fixos, independente de serem diretos ou indiretos de operação, são rateados de acordo com os critérios estabelecidos pela empresa. A principal distinção existente no uso do custeio por absorção é entre custos e despesas. A separação é importante porque as despesas são jogadas imediatamente contra o resultado do período, enquanto que apenas os custos relativos aos produtos vendidos terão o mesmo tratamento. Já os custos relativos aos produtos em elaboração e aos produtos acabados que não tenham sido vendidos são ativados nos estoques destes produtos. Figura 1: Esquema de Custeio por Absorção sem departamentalização Fonte: Martins (2000, p.62) Exemplo: O método de Custeio por Absorção Suponha que uma empresa industrial manufature e comercialize um único produto cujo custo de matéria prima seja R$ 20,00 por unidade produzida. Suponha ainda que, nessa empresa, a soma dos custos diretos e indiretos de fabricação montem a R$ 1.000,00. Se um determinado mês a 69
4 empresa produzir 500 unidades deste produto, pelo método de custeio por absorção, seu custo unitário será igual a R$: 22,00 conforme o quadro abaixo: Matéria prima por unidade R$ 20,00 Rateio dos custos fixos pela unidades R$ 1.000,00/500 unid. = R$ 2,00 produzidas Total R$ 22,00 Fonte: autores Se no mês seguinte a empresa fabricasse 600 unidades deste mesmo produto, seu custo unitário para efeito da apuração do custo dos produtos vendidos seria R$ 21,67, conforme quadro abaixo: Matéria prima por unidade R$ 20,00 Rateio dos custos fixos pela unidades R$ 1.000,00/500 unid. = R$ 1,67 produzidas Total R$ 21,67 QUANTO À LEGISLAÇÃO E AOS PRINCÍPIOS CONTÁBEIS O Custeio por Absorção deve ser usado quando a empresa busca o uso do sistema de custos integrado à contabilidade. Outros critérios diferentes têm surgido através do tempo, mas este é ainda o adotado pela Contabilidade Financeira; portanto, válido tanto para fins de Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultados como também, na maioria dos países, para Balanço e Lucro Fiscais. É o único aceito pelo Imposto de Renda do Brasil e pela Auditoria Externa, por atender aos seguintes princípios contábeis: Princípio da Realização da Receita: Ocorre a realização da receita quando da transferência do bem vendido para terceiros; Princípio da Confrontação: As despesas devem ser reconhecidas à medida que são realizadas as receitas que ajudam a gerar (direta ou indiretamente); Princípio da Competência: As despesas e receitas devem ser reconhecidas nos períodos de sua competência, ou seja, no período em que ocorrer o seu fato gerador. 70
5 Vantagens do custeio por absorção Atende á legislação fiscal, permitido pela legislação brasileira; Permite a apuração do custo por centro de custos, visto que sua aplicação exige a organização contábil nesse sentido; tal recurso, quando os custos forem alocados aos departamentos de forma adequada, possibilita o acompanhamento do desempenho de cada área; Ao absorver todos os custos de produção, permite a apuração do custo total de cada produto. Os resultados são aceitos para a preparação de demonstrações contábeis de uso externo e para obtenção de soluções de longo prazo, onde este método é recomendado. Desvantagens do custeio por absorção Segundo Wernke (2004, p. 21) A principal desvantagem do custeio por absorção consiste na utilização dos rateios para distribuir os custos entre os departamentos e/ou produtos. Como nem sempre tais critérios são objetivos, podem distorcer os resultados, penalizando alguns produtos e beneficiando outros. Martins (2003, p. 24) destaca como principal desvantagem desse método, a falha como instrumento gerencial de tomada de decisão, pois tem como premissa básica os rateios dos custos indiretos, que apesar de aparentarem uma lógica, poderão levar a alocações arbitrárias e até enganosas. Também Martins (2003, p. 25) cita como desvantagem a distorção que ocorre caso um custo seja lançado como despesa ou uma despesa lançada como custo. Apuração do exercício: Os seguintes passos devem ser seguidos para a apuração do resultado Separação de custos e despesas; 71
6 período; ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA Apropriação dos custos diretos e indiretos à produção realizada no Apuração do custo dos produtos em elaboração; Apuração do custo da produção acabada; Apuração do custo dos produtos vendidos Apuração do resultado. Exemplo: A empresa Alfa apurou, em determinado período, os seguintes Custos de Produção: Material Direto Matéria-Prima R$ Embalagem R$ Mão-de-Obra Direta Mão-de-Obra Direta R$ Custos Indiretos de Fabricação (CIF) Materiais Indiretos R$ Mão-de-Obra Indireta R$ Energia Elétrica-fábrica R$ Combustíveis R$ Manutenção de Máquinas R$ Telefone da Fábrica R$ Depreciação e Seguros (fábrica) R$ IPTU R$ TOTAL R$ Fonte: que: Como a empresa produziu unidades de seu único produto, temos Custo Unitário Produção = R$ /7.000 unidades = R$ 30,00/unidade Como a empresa vendeu dessas unidades, temos que: Custo dos Produtos Vendidos = unidades x R$ 30,00 = R$ 72
7 Despesas no mesmo mês: Despesas Administrativas R$ Despesas de Marketing R$ Despesas de Vendas R$ Outras Despesas Operacionais R$ Total R$ Fonte: Como o preço de venda de cada unidade foi de R$ 75,00, temos que: Receita de Vendas = unidades x R$ 75,00 = R$ ,00. Com base nesses dados, podemos montar a DRE da empresa: Demonstração do Resultado do Exercício Receita Líquida de Vendas R$ (-) Custo dos Produtos Vendidos (R$ ) (=) Lucro Bruto R$ (-) Despesas Operacionais (R$ ) (=) Lucro Líquido R$ Fonte: CONCLUSÃO Através desta pesquisa pode-se observar que, o método de absorção, é o critério mais utilizado no Brasil, este é o único método aceito pelo Imposto de Renda do Brasil e por este motivo tem sido o mais utilizado na contabilidade financeira e usado pela Auditoria Externa, por atender aos princípios contábeis. Através das pesquisas, descobrimos que este método também é conhecido como custo total, custo integral ou custeio pleno, conforme sites acessados. Nesse método de custeio, todos os custos da produção são apropriados aos produtos do período, e nele todos os custos de produção fixos e variáveis são incluídos no custo do produto para fins de custeio dos estoques e por sua vez todas as despesas fixas e variáveis são incluídas. Notamos também, que é necessário fazer a distinção de custos e despesas, pois caso não seja feito este procedimento, ocorre diferenças de valores nos resultados. 73
8 REFERÊNCIAS MARCONI, Marina de Andrade; LAKATUS, Eva Maria. Metodologia Científica, Métodos Científicos, teoria, hipóteses e variáveis, metodologia jurídica. 4. ed. São Paulo: Atlas, MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos - 9. ed. São Paulo: Atlas, MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos, - 9. ed. São Paulo. Atlas: RUIZ, João Álvaro. Metodologia cientifica - Guia para eficiência nos estudos. 6. ed. São Paulo: Atlas, WERNKE, Rodney. Gestão de custos: uma abordagem prática. 2. Ed. São Paulo: Atlas, Custeio por absorção. Unama. Disponível em: Acesso em 14 de outubro
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