CULTURA E GÊNEROS TEXTUAIS: PRÁTICAS DE LETRAMENTOS

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Transcrição:

CULTURA E GÊNEROS TEXTUAIS: PRÁTICAS DE LETRAMENTOS Mateus Felipe Oliveira Santos 1, Vinicius Lima Cardoso 2, Fransciele dos Reis Candido 3 1 Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri/lipeteu74@gmail.com 2 Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri/viniciusnofri10@gmail.com 3 Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri/franscielereis@gmail.com Resumo: Este artigo fundamenta-se nos conceitos de letramento e de gêneros textuais como resultado de práticas culturais. Partindo de definições e orientações teóricas, tem-se como proposta introduzir gêneros como cordéis, repentes e vilões ao contexto escolar. Ao se analisar as formas de letramentos presentes em comunidades campesinas, trabalhar esses gêneros textuais resultaria em uma valorização das culturas rurais. Palavras-chave: Letramentos, gêneros textuais, manifestações culturais, educação. 1. Introdução: Este artigo tem como proposta a contextualização de manifestações culturais de comunidades rurais, como cordéis, repentes e caboclo 1 ao trabalho de gêneros textuais no ambiente escolar e para valorização dos tipos de letramentos e culturas locais. Essa valorização é importante uma vez que fará com que a cultura local permaneça presente e ativa no meio social por meio de maior visibilidade que tem o potencial de fazer com que as novas gerações possam conhecer saberes ancestrais. Com base em Soares (2002), podemos ver que letramento é aprender a fazer uso das capacidades linguísticas escritas com diferentes usos e contextos. Quando 1 Manifestação cultural de comunidade rural que se assemelha às cantigas de maldizer e escárnio do período trovadoresco no século XI. 1

pensamos na escola, como entidade formadora, o uso do letramento como ferramenta que possibilita uma leitura além da superfície textual, mas uma compreensão de todo o contexto social, é crucial dessa forma o uso de manifestações culturais, uma vez que isso acarretaria um empoderamento da comunidade que utilizaria seus próprios textos nos trabalhos como gêneros textuais para uma leitura mais eficiente do mundo. O objetivo deve ser atingido por meio de uma metodologia que mescle as formas de letramento presentes na cultura local com a didática trabalhada na escola de forma que se possa adaptar características e análises estruturais dessas expressões tradicionais do campo ao estudo de textos. 2. Gêneros Culturais Introduzir gêneros como cordéis, repentes e caboclos ao contexto escolar é uma das medidas que contribuiria para a formação do aluno pretendido pelas propostas curriculares: crítico, reflexivo e autônomo. Segundo Barbosa e Rovai (2013), através do atual trabalho de gêneros na escola formam-se especialistas em gêneros (ou repetidores de suas características), e não leitores literários, de periódicos, de textos de divulgação científica, tampouco produtores de textos, que efetivamente tenham o que dizer, que possam contribuir com debates sociais, posicionarse criticamente em relação aos fatos do mundo e às produções culturais. (BARBOSA E ROVAI. 2013, p.29) Para mudar tal quadro, novos e eficazes processos de letramentos devem envolver as identidades dos estudantes, possibilitar o acesso a novas culturas e apresentar situações que buscam desenvolver as capacidades linguísticas em diferentes usos e contextos. Conforme Soares (2002 p. 39), letramento é o estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita e de suas práticas sociais. Dessa forma, fazer o uso dessas práticas para que o aluno possa entender os diferentes gêneros textuais, sendo que cada prática cultural tem seu funcionamento ocorrendo em diferentes ambientes, 2

como no entorno familiar, mas também na escola, na universidade ou outra esfera social, faz com que diferentes gêneros e formas de enunciado sejam assimilados pelo estudante que deverá usar tais conhecimentos em contextos sociais reais. A partir do conceito de gênero textual, com base nos estudos de Bakhtin (1996). gêneros textuais definem-se principalmente por sua função social. São textos que se realizam por uma (ou mais de uma) razão determinada em uma situação comunicativa (um contexto) para promover uma interação específica. Trata-se de unidades definidas por seus conteúdos, suas propriedades funcionais, estilo e composição organizados em razão do objetivo que cumprem na situação comunicativa. (BAKHTIN, 1996). Pode-se deduzir que cada vez que produzimos um texto, já estamos escolhendo algum tipo de gênero, seja na função de comunicar com o outro, nas trocas de conversas no dia a dia, na leitura de jornais e/ou revistas, e até mesmo nas orações na igreja. Dessa forma, as manifestações culturais de um povo também se constituem como gêneros textuais e que podem dizer muito sobre as formas de variação da língua. Ponto que também pode ser discutido dentro da sala de aula. No cordel, tem-se como fonte de estudo sua estrutura composicional, mas também pode ser estudado no gênero textual poema, uma vez que ele também tem presença de rimas, métrica e oralidade que são característicos do mesmo. Outro aspecto interessante no cordel são os temas diversos, como folclore brasileiro, religiosos, políticos, episódios históricos, realidade social, etc. Já o repente, produzido pelos repentistas, é baseado na poesia falada e improvisada, geralmente acompanhado de instrumentos musicais. Podendo também ser considerado um subgênero do poema, com seus improvisos, no repente os cantadores fazem os versos, em um desafio com outro cantador. Tal gênero é interessante para ser trabalhado em sala de aula, pois não precisa de afinação da voz e o que vale é ritmo e a velocidade do sujeito para cercar 3

o oponente na força do discurso. O gênero, com outros, pode variar de acordo com as intenções de comunicação ou público-alvo. O caboclo possui características interessantes de trabalho, já que é uma manifestação cultural que se assemelha muito com as cantigas de maldizer e escárnio do período trovadoresco no século XI. Tais características dá ao professor a oportunidade de associar e mostrar aos alunos a influência de uma época literária, tão distante no tempo, na cultura existente da comunidade. Além de poder trabalhar a construção desses textos, que na maioria das vezes tem como intuito fazer críticas sociais e a desigualdade econômica. O estudo de gêneros textuais com manifestações culturais, que é uma das características das comunidades, é a oportunidade de propiciar maior credibilidade a cultura local e contribuir para o desenvolvimento de alunos. Tal trabalho pode incentivar a preocupação com o bem-estar e a preservação de atividades culturais que fazem parte da história de sua comunidade, prolongando sua existência com o passar dos tempos. 3. Conclusão Com o objetivo de valorizar as culturas locais das comunidades, esses trabalhos com diferentes tipos de gêneros podem contribuir para a formação e qualificação de sujeitos que farão a diferença no campo com olhar crítico. Assim saberão lutar por seus direitos e, poderão contribuir para a persistência das culturas locais, algo extremamente importante diante da atual conjuntura política, que não visa a permanência do jovem no campo e o desenvolvimento de demandas desses povos. Diante dessa finalidade dos gêneros textuais, essa iniciativa de trabalho garantirá a defesa e preservação das culturas locais e o seu resgate fazendo com que as gerações futuras possam ter a oportunidade de conhecê-las e até mesmo dar 4

continuidade. Ter a compreensão sobre esses tipos de gêneros textuais é poder interagir com o passado dos ancestrais e assim conviver um pouco com a realidade que os mesmos tiveram. 5

REFERÊNCIAS BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. In.: Estética da criação verbal. Trad. Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 1996. p.277-326. BARBOSA, Jacqueline Peixoto; ROVAI, Célia Fagundes. O trabalho com gêneros na escola: por que trabalhar com gêneros e que gêneros selecionar. In.: Gêneros do discurso na escola: rediscutindo. 2013. p.29 SOARES, Magda. Letramento: Um tema em três gêneros. 2ª ed. Belo Horizonte: Autêntica. 2002, p.39. 128 p. 6