ANEMIAS HEMOLÍTICAS HEREDITÁRIAS. Prof. Dr David Cavalcanti Ferreira

Documentos relacionados
A N E M I A S H E M O L Í T I C A S

Doença Falciforme. Sandra Mara Teodosio médica

Bilirrubinemia indireta icterícia esplenomegalia Hemólise extravascular icterícia Hemólise intravascular haptoglobina hemoglobinúria

Anemias hemolíticas. Lâmina de reticulócitos com reticulocitose.

ANEMIAS HEMOLÍTICAS ADQUIRIDAS. Prof. Dr. David Cavalcanti Ferreira

Hematologia Geral. Anemias Classificação Morfológica das Anemias NORMOCÍTICAS MICROCÍTICAS E E MACROCÍTICAS NORMOCRÔMICAS HIPOCRÔMICAS SIDEROBLÁSTICA

Uma das doenças genéticas mais comuns no mundo. Compreende várias hemoglobinopatias (SS, SC, SD, Sβ + e Sβ 0 -talassemia) em que predomina a Hb S

INFORMAÇÕES BÁSICAS PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE DOENÇA FALCIFORME SAÚDE

MECANISMOS GERAIS DAS ANEMIAS

Questionário - Proficiência Clínica

Anemia Falciforme. Anemia Falciforme. Wilson Marques da Rosa Filho

HEMATOLOGIA. 3ºAno. Prof. Leonor Correia

FISIOPATOLOGIA Fatores independentes relacionados à velocidade de polimerização:

Prevenção. Prevenção primária. Prevenção secundária. Prevenção terciária. pré-concepcional. pré-natal. pós-natal

Classificação das Anemias

O que fazemos de melhor?

TÍTULO: ANEMIA FALCIFORME: UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA, O PAPEL DA TRIAGEM NEONATAL NO DIAGNÓSTICO E O ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO

Orientação Genética no Traço Falciforme para Atenção Básica

ENFERMAGEM. DOENÇAS HEMATOLÓGICAS Parte 1. Profª. Tatiane da Silva Campos

Universidade Federal de Santa Maria PET - Biologia. Marcela Dambrowski dos Santos

HEMOCENTRO RP PROCEDIMENTO OPERACIONAL AMBULATÓRIO DE HEMOGLOBINOPATIA

Aulas e discussão dos casos.

Reação Hiperhemolítica em gestante com doença falciforme. Maria Tereza Taroni Marques de Moraes Patrícia R. S. Cardoso Vanessa Maria Fenelon da Costa

Doença dos Eritrócitos

Nelson Hamerschlak, Dirceu Hamilton Cordeiro Campêlo

CARACTERIZAÇÃO DOS EVENTOS AGUDOS DE UM CLIENTE COM DOENÇA FALCIFORME

Degradação normal dos glóbulos vermelhos Hemoglobina. ferro protoporfirina aminoácidos

ORGANIZADOR. Página 1 de 9

Anemias Microcíticas e Hipocrômicas ADC e Talassemias. Profa. Alessandra Barone Prof. Archangelo Fernandes


PALAVRAS CHAVE: anemia falciforme, hemoglobina S, hemoglobinopatia, triagem neonatal, anemia.

Epidemiologia das hemoglobinopatias: variabilidade genética da hemoglobina e de enzimas eritrocitárias no Bengo, Angola.

HEMOGLOBINOPATIAS. Aparecida Maria Fontes Aguinaldo Luiz Simões Ribeirão Preto Agosto/ 2017

CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIOMEDICINA DISCIPLINA: HEMATOLOGIA CLÍNICA ANEMIAS PROF. DOUGLAS G. PEREIRA

Outras Anemias: Vamos lá? NAC Núcleo de Aprimoramento científico Hemograma: Interpretação clínica e laboratorial do exame. Jéssica Louise Benelli

TALASSEMIAS ALFA NA POPULAÇÃO EM DEMANDA DO LABORATÓRIO MONTE AZUL NA CIDADE DE MONTE AZUL-SP

ESTUDO DA CORRELAÇÃO ENTRE OS PARÂMETROS DO ERITROGRAMA E A PRESENÇA DE HEMOGLOBINA S *

CLINICA MÉDICA HEMATOLOGIA SANGUE

As porfirinas são sustâncias orgânicas cíclicas e nitrogenadas, formadas por formadas por quatro anéis pirrolicos ligados por ligação de metileno.

Avaliação laboratorial do paciente com Anemia Hemolítica

Principais Doenças do Sistema Hematológico

PLANO DE APRENDIZAGEM. CH Teórica: 40h CH Prática: 20h CH Total: 60h Créditos: 03 Pré-requisito(s): Período: IV Ano:

2ª PARTE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS HEMATOLOGIA. 22. Com relação aos basófilos, marque a alternativa ERRADA:

Avaliação Hematológica, Interpretação e Importância em Nutrição

Anemias Tipos e Como Iniciar a Investigação

Tabela 1 Valores de referência de hemoglobina e hematócrito de acordo com idade, segundo OMS Idade Hemoglobina (g/dl) Hematócrito (%)

ANEMIA FALCIFORME: DA ETIOLOGIA À CURA

Mortalidade por doença falciforme no Brasil: estudo retrospectivo ( )

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

Sessão televoter anemias. Joana Martins, Manuel Ferreira Gomes António Pedro Machado

II Workshop Internacional de Atualização. em Hepatologia. Hemocromatose Genética. Diagnóstico. e Tratamento. Dominique Muzzillo

Talassemias. Márcio Hori

IMUNOGENÉTICA. Sistemas Sangüíneos Eritrocitários

TALASSEMIA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Alterações congénitas da formação da hemoglobina:

HEMOCENTRO RP PROCEDIMENTO OPERACIONAL

E se ocorrerem erros durante estes processos? Mutações, que consequências?

Anemia hemolítica autoimune

Doença dos Eritrócitos

SELEÇÃO DE MÉDICOS RESIDENTES PARA 2017 ÁREA DE ATUAÇÃO COM PRÉ-REQUISITO GABARITO

EXAME HEMATOLÓGICO Hemograma

A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE NA TRIAGEM NEONATAL

18/08/2016. Anemia e Policitemia Prof. Me. Diogo Gaubeur de Camargo

GCD_16_Doenças_e_Perturbações_do_Sangue/Órgãos_Hematopoiéticos_e_Doenças_Inumológicas

Diagnóstico Laboratorial em Hematologia. Marcos K. Fleury Laboratório de Hemoglobinas Faculdade de Farmácia - UFRJ

Estudo de Caso: Processo de Produção e Novo Composto para Anemia Falciforme

UNISALESIANO. Profª Tatiani

INCIDÊNCIA DA ANEMIA FALCIFORME NAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS DE MORRO DE SÃO JOÃO E REDENÇÃO, ESTADO DO TOCANTINS.

Anemia x agentes infecciosos ANEMIA HEMOLÍTICA. Manifestações clínicas. Anemia hemolítica imunomediada. Anemia hemolítica imunomediada

Doença dos Eritrócitos

Doença Falciforme na Emergência

ESTUDO DA CORRELAÇÃO ENTRE OS NÍVEIS DE AST, ALT E DHL E A PRESENÇA DE HEMOGLOBINA S NO LABORATÓRIO CLÍNICO DA PUC GOIÁS*

Perfil Hepático FÍGADO. Indicações. Alguns termos importantes

Palavras-chave: Anemia falciforme; hemoglobinopatia; tratamento odontológico.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ ELISIANI DA SILVA

ACADEMIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Problemas hematológicos mais freqüentes Maria Christina Maioli(org.)

03/08/2016. Patologia Clínica e Análises Laboratoriais Prof. Me. Diogo Gaubeur de Camargo

ANEMIA FALCIFORME E AS COMPLICAÇÕES CARDIOPULMONARES

Enzimas no Laboratório Clínico

PORFIRINAS DISCIPLINA: BIOQUÍMICA PROFESSOR: Dra. Selene Babboni

Profa. Dra. Larissa Gorayb F Mota

Síndrome Hemolítica. Fisiopatologia e Clínica. Classificação

I Curso de Choque Faculdade de Medicina da UFMG INSUFICIÊNCIA DE MÚLTIPLOS ÓRGÃOS MODS

HIPERBILIRRUBINEMIA NEONATAL

Sumário ANEXO I COMUNICADO HERMES PARDINI

Questão 01. a) A doença hereditária possui herança dominante ou recessiva? b) Informe os genótipos do heredograma. Questão 02

Hemoglobina. Prof. Archangelo Fernandes Profa Alessandra Barone

Doença de Células Falciformes

PROTEÍNAS GLOBULARES E

ANEMIAS HEMOLÍTICAS: CLÍNICA, DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICA UMA REVISÃO CRÍTICA

ESPECIALIZAÇÃO EM HEMATOLOGIA E BANCO DE SANGUE. Aulas Teóricas: On Line Práticas: Presenciais

PROJETO TRAÇO FALCIFORME: IGNORAR É O RISCO.

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO-SENSU EM HEMATOLOGIA E BANCO DE SANGUE ( )

Drepanocitose em Debate. Drepanocitose. Carlos Canhota

PEDIDO DE CREDENCIAMENTO DO SEGUNDO ANO NA ÁREA DE ATUAÇÃO HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIA PEDIÁTRICA

CONHECIMENTO DOS CIRURGIÕES-DENTISTAS SOBRE ANEMIA FALCIFORME E SUA RELAÇÃO COM A ODONTOLOGIA

ANEMIA FALCICORME. Doença genética que protege o portador da malária

Transcrição:

ANEMIAS HEMOLÍTICAS HEREDITÁRIAS Prof. Dr David Cavalcanti Ferreira

A N E M I A S H E M O L Í T I C A S CONCEITO SÃO CONDIÇÕES MÓRBIDAS CAUSADAS POR ALTERAÇÕES (CORPUSCULARES OU EXTRA CORPUSCULARES) NAS HEMÁCIAS LEVANDO A UMA DIMINUIÇÃO DA SOBREVIDA ACOMPANHADA DOS SINAIS CLÁSSICO DE HIPER-HEMÓLISE.

Caracterização clínica SINAIS DE HIPER-HEMÓLISE - ANEMIA - ICTERÍCIA - ESPLENOMEGALIA

Caracterização laboratorial da AH: Reticulocitose > = 100.000 HIPERBILIRRUBINEMIA NÃO-CONJUGADA ( BI ) HAPTOGLOBINA DESIDROGENASE LÁTICA HEMOGLOBINÚRIA HEMOSSIDERINÚRIA

A N E M I A S H E M O L Í T I C A S CORPUSCULARES ANOMALIA DA MEMBRANA ANOMALIA DA HEMOGLOBINA ESFEROCITOSE HEREDITÁRIA ELIPTOCITOSE ACANTOCITOSE ANEMIA FALCIFORME TALASSEMIAS HEMOGLOBINOSES C, D, E PORFIRIA ERITROPOIÉTICA (> Hereditárias) ANOMALIA ENZIMÁTICA PIRUVATO KINASE (P.K.) GLICOSE 6 FOSFATO DESIDRO- GENASE (G6PD) HPN (corpuscular adquirida) EXTRA CORPUSCULARES (Todas adquiridas) IMUNOLÓGICA OUTRAS MECÂNICA MEDICAMENTOSA ISO OU ALO-IMUNIZAÇÃO AUTO-IMUNIZAÇÃO TÓXICAS INFECCIOSAS SEPTICEMIAS PALUDISMO VALVULOPATIAS PRÓTESES CARDÍACAS SÍND. HEMOLÍTICA URÊMICA CIRCULAÇÃO EXTRA-CORPORAL

MICROESFEROCITOSE HEREDITÁRIA 1 DEFINIÇÃO: É uma anemia hemolítica hereditária caracterizada por eritrócios densos, osmoticamente frágeis e esféricos, que são sequestrados seletivamente pelo baço. (Cecil 2000)

MICROESFEROCITOSE HEREDITÁRIA 2 EPIDEMIOLOGIA: A doença ocorre em todas as raças, mas é particularmente comum em pessoas do norte da Europa. 1:5000 habitantes (Europa / EUA)

MICROESFEROCITOSE HEREDITÁRIA 3 GENÉTICA: 75% das famílias exibem um padrão autossômico dominante de herança. A maior parte do restante apresenta uma combinação de distúrbios autossômicos recessivos e novas mutações.

FISIOPATOLOGIA DA E.H. A hemácia tem estas proteínas para conferir maleabilidade e permitir a sua passagem para a microcirculação. Quando há defeito nestes sítios, a hemácia fica presa na microcirculação esplênica onde é então destruída antes do tempo previsto, gerando o quadro anêmico hemolítico (sequestração esplênica)

FISIOPATOLOGIA DA E.H. Os principais defeitos moleculares envolvem a: Espectrina (α e β) Anquirina Proteína 4.2 Proteína ou Banda 3

FISIOPATOLOGIA DA E.H. Defeito primário das proteínas do esqueleto da membrana Instabilidade da membrana Perda da membrana Relação entre superfície e volume (esferocitose) Hemólise CONDICIONAMENTO ESPLÊNICO deformabilidade celular Sequestração esplênica Eritrostase glicose ph contato com macrófagos

QUADRO CLÍNICO DA EH = Anemia Hemolítica ICTERÍCIA ANEMIA - esferócitos HISTÓRIA FAMILIAR ESPLENOMEGALIA

QUADRO CLÍNICO DA EH Manifestações comuns a todas as Anemias Hemolíticas: - Palidez / icterícia / litíase biliar ( instala-se nas três primeiras décadas de vida) / hepatomegalia / esplenomegalia - Retardo no desenvolvimento pondo-estatural - 50% dos pacientes apresentam Icterícia Neonatal (fototerapia) Crises hemolíticas são as mais frequentes. Crises Megaloblásticas (ingestão inadequada de ácido fólico para suprir as necessidades aumentadas da MO). Menos comuns: Crises aplásticas são raras (associada ao Parvovírus B19). Eventualmente úlcera de mmii.

COMPLICAÇÕES DA E.H. Crises hemolíticas (+ frequentes) Crises Aplásticas ( causa: parvovírus B19 invadem as células primordiais eritropoiéticas). Crises Megaloblásticas (ingestão inadequada de ácido fólico para suprir as necessidades aumentadas da MO) Cálculos biliares Úlceras de pernas Gôta

DIAGNÓSTICO CLÍNICO DA E.H. 1 - História clínica : anemia +icterícia antecedentes de transfusões de sangue, litíase biliar, outros casos na família. 2 Exame Físico: palidez, icterícia Esplenomegalia com ou sem hepato Sintomas gerais de anemia: taquicardia, dispnéia Sinais de gôta (artite) e úlceras de MMII

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DA E.H. Teste de Coombs Negativo Curva de Fragilidade Osmótica Haptoglobina reduzida Aumento da Desidrogenase Láctea e BT as custas de BI + Reticulocitose M.O. caracterizada por hiperplasia eritróide

Ácido Fólico TRATAMENTO DA E.H. Transfusão sanguínea Esplenectomia (curativo para o paciente, mas a transmissão aos descendentes continua)

ESPLENECTOMIA PRÉ-OPERATÓRIO Vacina antipneumocócica polivalente Vacinas antimeningocócica e anti-haemophilus Influenzae B PÓS-OPERATÓRIO ATB profiláticos pós-esplenectomia - 5 dias heparina profilática!

COMPLICAÇÕES DA ESPLENECTOMIA Sepse grave pós esplenectomia (pneumococos, meningococos e Haemophilus influenzae); Trombose Venosa Profunda Sepse, principalmente nos primeiros anos de vida; Nos casos de pacientes com Esferocitose Hereditária a tendência é realizar a esplenectomia após os 6 anos de vida.

HEMOGLOBINOPATIAS Os defeitos da síntese de Hb são determinados por alterações dos genes das globinas. As mutações que afetam estes genes são muitos comum e variadas. A Hb A (97% do adulto) é composta por: 2 cadeias α - 141 aminoácidos 2 cadeias β - 146 aminoácidos

HEMOGLOBINOPATIAS ANOMALIAS DA HEMOGLOBINA ANEMIAS FALCIFORMES TALASSEMIAS αtalassemias β TALASSEMIAS (Anemia de Cooley)

ANEMIA FALCIFORME 1.CONCEITO: é uma hemoglobinopatia caracterizada pela presença da Hb S que se origina da hemoglobina A pela troca do 6 o aa Ácido Glutâmico por Valina da cadeia beta, originando uma anomalia morfológica particular nas hemácias (foice). 2. GENÉTICA: autossômica co-dominante (ou semi-d). HOMOZIGOTO - SS (o gen tem uma expressão intensa - anemia hemolítica grave). HETEROZIGOTO - AS (expressão muito moderada traço falcêmico nível de HbS = < 45%). 3. RAÇA: sobretudo negra, branca pode ser afetada (miscigenação).

FISIOPATOLOGIA DA ANEMIA FALCIFORME A Hb S em baixa tensão de O2 é pouco solúvel e se precipita formando longos filamentos (Hb cristalizada), condicionando o aspecto peculiar da hemácia em foice. Esta deformação é reversível, quando o sangue é reoxigenado. Em caso de privação prolongada de O2, a deformação falciforme é irreversível (a hemácia torna-se rígida e inapta a circulação dentro dos pequenos vasos). Toda sintomatologia é condicionada por 2 fenômenos: Hiper-hemólise (SRE) Microtromboses (necrose)

SINTOMATOLOGIA DA ANEMIA FALCIFORME Manifestações comuns a todas as Anemias Hemolíticas: - Palidez / icterícia / litíase biliar/ hepatomegalia / esplenomegalia - Retardo no desenvolvimento pondo-estatural Manifestações Específicas: Osteoarticulares (infarto ósseo) Cutâneas (úlceras)* Oculares (descolamento de retina) Neurológicas (convulsões - AVC) Genitourinária (ITU, priapismo, Insuf. Renal) Hepática (fibrose, siderose) Imunológica (comum infecções como osteomielite e meningite) * Podem ocorrer na E.H.

DADOS ANATOMOPATOLÓGICOS a) GERAIS: (peculiares a todas anemias hemolíticas crônicas) M.O.-Hiperplasia eletiva sobre a linha eritroblástica. Hepato/esplenomegalia (1 infância) Hiperbilirrubinemia Reticulocitose b) PARTICULARES: Engurgitamento dos capilares pelos drepanócitos (baço - fígado - rins - m.o.), tendo como conseqüência microinfartos). Lesões isquêmicas condicionam o aparecimento de uma fibrose (auto-esplenectomia).

CRISES FALCIFORMES a) Crises dolorosas vasculo-oclusivas hipóxia viscos. sang. afoiçamento infarto b) Crises hemolíticas baço anemia intensa reticulócitos BI LDH Haptoglobina reduzida c) Crises aplásticas ou hipoplástica d) Crises infecciosas - na criança - hipoesplenismo - Deficiência de opsonização

DIAGNÓSTICO DA ANEMIA FALCIFORME Teste de falcização triagem Eletroforese de Hemoglobina História familiar

TRATAMENTO DAS ANEMIAS FALCIFORMES 1 -Ácido Fólico diariamente. 2- Hidratação venosa e oral 3- Imunoprofilaxia para germes encapsulados: Pneumococos, Meningococos e H. influenzae 4- Transfusões de Concentrados de Hemácias Desleucotizadas ou Filtradas. 5- Antibioticoterapia profilática e terapêutica.

T A L A S S E M I A S DEFINIÇÃO: CONJUNTO DE ANOMALIAS CONSTITUCIONAIS DA HEMOGLOBINA, DEFINIDA POR UMA DIMINUIÇÃO DA SÍNTESE DE UMA OU MAIS CADEIAS DA GLOBINA, CARACTERIZADA POR ANEMIA MICROCÍTICA COM ERITROPOIESE INEFICAZ (HEMÓLISE).

BIOSSÍNTESE DAS HEMOGLOBINAS Hbs Adultas HbA - α 2 β 2 HbF - α 2 γ 2 HbA 2 - α 2 δ 2

TRATAMENTO DAS TALASSEMIAS Formas Leves - Talassemia minor α ou β não utilizar ferro (anemia microcítica) = Ácido fólico. Nas formas graves - Talassemia major β TALASSEMIAS (ANEMIA DE COOLEY) 1) Terapia transfusional 2) Esplenectomia 3) Quelação do ferro 4) Transplante de Medula Óssea

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS ANEMIAS HEMOLÍTICAS Defeitos da membrana eritrocitária: Curva de fragilidade osmótica Eletroforese das proteínas de membrana Defeitos na hemoglobina: Eletroforese da hemoglobina Anemia de causas imunes: Teste de Coombs direto Defeitos enzimáticos: Dosagem de G6PD e PK