ANAIS DO III FÓRUM DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DE CAMPO LARGO



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Transcrição:

Faculdade Cenecista de Campo Largo 49

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O BRASIL COMO MERCADO EMERGENTE E AS OPORTUNIDADES EXISTENTES DR. ROGERIO MAINARDES BACHAREL EM DIREITO PELA UFPR, PÓS- GRADUADO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS COM ESPECIALIZAÇÃO EM MARKETING E PROPAGANDA, PROF. DE MARKETING E SERVIÇOS EM CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO, ELEITO PELA REVISTA MARKETING DA EDITORA REFERÊNCIA HOMEM DE MARKETING DO PARANÁ NOS ANOS DE 1998 E 2005. MEMBRO DO CONSELHO DE ÉTICA DO CONAR - CONSELHO NACIONAL DE AUTOREGULAMENTAÇÃO PUBLICITÁRIA, VICE-PRESIDENTE DE COMUNICAÇÃO E MARKETING DA FACEAR FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES COMERCIAIS E EMPRESARIAIS DO PARANÁ, EX-DIRETOR CORPORATIVO DE MARKETING DA RPC REDE PARANAENSE DE COMUNICAÇÃO E ATUALMENTE É SUPERINTENDENTE CORPORATIVO DE MARKETING DO GRUPO POSITIVO A nossa vida ao pensar em marketing é uma constante mudança e hoje, cada vez mais, há essa cobrança enorme em busca de resultado, em busca da venda, em busca da construção de marca, de imagem. É realmente uma dinâmica que hoje assistimos o Jornal Nacional, temos idéias durante a noite, e quando assistimos Bom Dia Brasil, as coisas mudaram então pensamos Meu Deus, o que eu faço hoje?. Vou falar da crise financeira e por coincidência, dia 15 fez um ano de quando estourou a crise. O que complementa agora, é que um ano depois, nós passamos pela pior crise econômica da história do mundo, desde a Grande Depressão, da década de 30, e essa crise foi considerada mais forte que a crise de 1929. Então é uma crise sistêmica porque envolvia todos os mercados, uma crise global porque pegou todos os países e teve um epicentro nessa crise nos países mais avançados: Estados Unidos, Europa, coisas que não imaginávamos que ia acontecer. E o Brasil, há 3 meses, nós não sabíamos o que ia acontecer, pensávamos em diminuir um turno da nossa fábrica, nós temos a maior indústria de computadores do país, a Positivo Informática. Há um mês, Faculdade Cenecista de Campo Largo 53

contratamos mais 800 pessoas. Então imagine que há 3 meses, toda a diretoria reunida para saber o que iríamos desenvolver, que caminhos iríamos tomar e foi totalmente o reverso. Nesse momento ampliando a nossa fábrica para que a gente possa chegar a uma produção, esperando que o final de ano, algo que nós sonhávamos para passar esse ano com 250.000 máquinas/mês, nós vamos poder chegar a 330.000 350.000 máquinas/mês produzidas nos próximos meses. Dispúnhamos o Brasil, em virtude de ter entrado com recursos na crise, com 205 bilhões de dólares que eram as reservas internacionais, imaginávamos que isso era o suficiente, que nós iríamos usar essa reserva. Hoje, exatamente hoje, nós estamos com 220,2 bilhões de dólares de reserva. Quer dizer, houve um crescimento das reservas do país. A demanda doméstica naquela época da crise há um ano estava aumentando a um ritmo de 9% ao ano, que era o que as empresas, as indústrias estavam trabalhando. As taxas de investimentos eram crescentes, uma inflação estabilizada e nós tínhamos um sistema financeiro sólido. Bancos tranqüilos, bem diversificados, não havia um domínio, uma liderança das instituições financeiras. A retomada, hoje, eu peguei essa notícia hoje no jornal Le Monde, na edição de hoje (17/set/09), que disse que a retomada no crescimento mundial está se baseando não mais nos países como Estados Unidos e Europa, mas no BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China). A notícia diz que a recuperação da Bolsa de Valores de São Paulo ontem superou 60.000 pontos pela primeira vez, desde julho do ano passado. A recuperação real da nossa moeda, ontem o dólar atingiu a menor cotação desde 22 de setembro de 2008, chegando hoje a R$1,79. A gente estava estimando, participando do conselho de algumas empresas, o valor médio do dólar para esse ano em torno de R$2,30, R$2,10. Chegamos depois à conclusão em outra reunião que ficaria em torno de R$2,05, então começamos a negociar a R$2,00. Imagine o que isso significa pra gente de ganho nessa recuperação. Faculdade Cenecista de Campo Largo 54

crise: Alguns pontos importantes - o que muda no Brasil após essa O emprego: o desemprego vem caindo e chegou a 8% em julho o menor resultado desse ano. Desigualdade de renda: a partir de maio/2009 o cenário voltou a melhorar, os indicadores de pobreza que aumentaram no início de 2009 já voltaram ao patamar de 12 meses atrás. Quando nós todos víamos nosso país com otimismo muito grande. As contas do governo: para manter a economia aquecida o governo federal lançou mão de medidas fiscais, como a redução de IPI sobre os carros, que diminuíram o dinheiro em caixa do governo, mas como nossas reservas estão bem, isso implica que nós podemos fazer isso. Já são 9 meses seguidos de queda de arrecadação, mas o governo vem mantendo esse apoio à iniciativa privada para as empresas, as indústrias. Somente nesse ano - de janeiro à julho - a receita diminuiu 7,3% é a menor no mesmo período. O crescimento econômico estimulado principalmente pelo consumo interno com essa baixa do juro faz com que as empresas passem a vender, como esse exemplo que citei da Positivo Informática, da inserção do computador, isso significa desenvolvimento, inclusão digital. Estimulada pelo consumo interno, a economia brasileira saiu da recessão no segundo trimestre desse ano e apontou um crescimento surpresa de 1,9% quando todos nós empresários estimávamos que teríamos um decréscimo nessa arrecadação. E o governo já estima a expansão de 1% sobre 2009. Aprovação do governo Lula: as medidas adotadas pelo governo como a redução de impostos sobre carros e eletrodomésticos, foram bem recebidas pelos brasileiros porque nós estamos mantendo nosso poder de compra. Quando nós compramos, as empresas produzem mais, o emprego está garantido. Em maio, a aprovação do governo subiu 7,68% e o presidente Lula ganhou 5 pontos e tem uma aprovação de 81,5% da população. Faculdade Cenecista de Campo Largo 55

O que tem de importante nesse cenário ele vai demonstrar o que se pode fazer a médio e longo prazo. O que vai acontecer no futuro próximo. O papel do estado na economia: nós sabemos o quanto é duro a intervenção do estado na economia. Mas está vindo uma tendência com o agravamento da crise, especialmente com o que aconteceu com o governo americano que teve de apoiar as empresas e teve que o estado intervir e não deixar que a economia fosse gerada por negócio como aconteceu com várias empresas, como a General Motors e outras que teve que ter o apoio do governo para poderem se manter e atender a demanda de mercado para não dar quebradeira, desemprego que iria acontecer. Começa a ter essa discussão de que é necessário realmente o governo ter uma participação maior na economia. Isto tem sido uma das principais bandeiras nas reuniões do Grupo G20 (principais países ricos do mundo), que começam a discutir isso. O que mudou no Brasil: Juros com o consumo interno que havia caído no primeiro trimestre nesse ano, ele volta a posicionar a economia no segundo trimestre com uma alta de 2,1%. Em agosto, o juro para pessoas físicas cobrado pelos bancos chegou a 7,57% e esse é o menor nível de juro desde 1995. Comércio exterior: o comércio internacional foi fortemente afetado pela crise e o resultado foi de queda nas exportações brasileiras. De janeiro a agosto houve uma retração de 24% na exportação sobre o mesmo período de 2008. Ao mesmo tempo que estamos exportando menos, nós temos o consumo interno aquecido. E isso é extremamente saudável para o país. A crise não só diminuiu o volume de vendas, mas também mudou o perfil dos produtos exportados. Os produtos industrializados, que tem agregação de valor pela indústria, acabaram perdendo espaço para os produtos básicos, para as commodities, aquilo que tem produção igual no mundo inteiro e só se discute preço. Faculdade Cenecista de Campo Largo 56

Então alguns economistas já descrevem um empobrecimento das exportações brasileiras. Uma coisa muito importante para nossa auto-estima como brasileiros, em pesquisa nos países da América Latina como Argentina, Bolívia, - o Brasil foi o país do mundo que menos sentiu a crise nós chegamos a 63% de aprovação de que não sentiu ou sentiu poucoquase nada a crise. O que a crise nos ensinou: que nós precisamos primeiro reaprender e entender o comportamento de consumo. Muito além da renda e do potencial de consumo, nós precisamos cada vez mais entender o comportamento do consumidor. Como as pessoas se movem, que aspectos psicológicos influenciam e isso vai cair diretamente na comunicação e no trabalho de marketing. A crise mostrou para nós que na realidade nós temos na economia brasileira com plena condição de se auto-sustentar. Nós temos um potencial extraordinário no país que dá sustentabilidade às idéias e nossas ações. Ensinou que precisamos ter gestão de custos, que era algo que não pensávamos direito. Nós precisamos estar muito apreensivos em relação a como gastamos para que possamos cada vez mais melhorar os resultados. A hora que o mercado, as pessoas disserem, eu não estou disposto a pagar esse valor. Como é que podemos reduzir custos para continuar se mantendo. E temos que aprender rapidamente a ter avaliação de retorno. Nós aprendemos que informação sobre o mercado, a informação de marketing precisa ser levada mais a sério. As pesquisas, mais do que as idéias criativas do que nós profissionais de marketing passávamos a ter, e somos cobrados por soluções, ela precisa vir baseada na informação e essa informação precisa ser transformada em conhecimento de mercado. Nós precisamos saber com quem nós falamos, como nós falamos, e o que nós queremos oferecer ao mercado. Isto vai nos levar a uma nova forma de atuação no mercado. Faculdade Cenecista de Campo Largo 57

Ainda é necessário para o nosso país retomar o investimento na produção, na construção de marca, agregar valor aos nossos produtos. Precisamos aprender que o custo no Brasil, que é um dos custos mais altos do mundo, precisa ser revisto, isso implica em ações de médio e longo prazo para que a gente consiga diminuir a taxa de impostos sobre os nossos produtos, pois isso diminui a nossa competitividade a nível internacional e a nível interno, principalmente com a entrada de produtos da China e dos outros concorrentes que estão vindo pra cá. Precisamos aprender a ganhar mercados internos e externos, precisamos descobrir isso a partir da informação e levar isso ao nosso planejamento, como seremos capazes de ganhar novos mercados e aprender a expandir as nossas empresas e os nossos negócios. O que a crise deixou bem claro é que as empresas que estavam sólidas, que tinham postura agressiva, criativa, se recolheram. Os empresários passaram a ter uma tremenda insegurança, sem saber o que ia acontecer. E teve uma coisa muito importante que a empresa voltou pra dentro e conseguiu nesse período todo descobrir que ela tinha muito mais capacidade pra fazer muito mais coisa e pra sobreviver em momentos como esse. É uma lição que o Brasil leva e que melhora nossa auto-estima porque se alguém falar em tendência de crise, nós começamos a ter muito mais segurança. O Philip Kotler, que é o nosso papa do marketing, diz que tendência é uma direção ou uma seqüência de eventos que ocorre em algum momento e que promete durabilidade. O que houve de empresas, de empresários, de líderes de organizações a falar e discutir o comportamento da crise. Ainda se discute se ela voltará, se ela é uma crise V, que vai ao fundo e sobre, alguns ainda apostam que é uma crise W, que vai ao fundo, sobe e cai novamente, ou se é uma crise L, que caiu no fundo e continua a partir dali. Há várias discussões sobre isso. E a gente não sabe se aquele momento de crise era a tendência Faculdade Cenecista de Campo Largo 58

que levaria a gente até o fundo poço ou é o momento de euforia que vemos no mercado que mostra que podemos dar continuidade. O que acontece nesse momento: Podem ver que tem anúncios todos os dias da Casas Bahia vendendo computador. Tem pesquisas que mostram como as classes C e D estão tratando a chegada do computador em casa, como era a televisão antigamente. A família põe na sala e todos se reúnem em torno do computador. Isso mostra que essa classe C, com uma renda de R$1115,00 à R$4.800,00 mensais, está crescendo. Existe uma expansão desse mercado consumidor. O que representa a classe C diante da população brasileira: em 2003 era 43% dos brasileiros pertencentes à classe C e hoje se chegou a um crescimento em 6 anos de 10% da população que sobe ao patamar da classe C. Somos um país de 180 milhões de habitantes, o que significa uma subida de quase 20 milhões de pessoas que começam a ter acesso ao consumo. Isso é um novo mercado que nasce. O que isso representa: uma grande oportunidade. Oportunidade de criatividade, para que nós possamos disputar com as empresas que estão colocando produtos no mercado brasileiro, os produtos da China que invadem e que é o grande desafio nosso, enfrentar essa invasão de produto chinês. Com a nossa criatividade, nós temos que fazer com que o lado emocional das empresas brasileiras seja mais racional. Faz parte da nossa característica brasileira usar a emoção tanto para consumir como para produzir, como para investir. Passamos a ter um novo tempo para ser mais racionais. Nós passamos - dentro da nossa criatividade - a ter que procurar diferenciar nossos produtos e nossas marcas e nós passamos a buscar um posicionamento cada vez maior daquilo que nós somos como produtos brasileiros. A hora é de realmente ter o marketing na prática. Eu costumo traduzir a palavra marketing, porque tudo se diz que é um problema de marketing, precisamos investir no marketing, Faculdade Cenecista de Campo Largo 59

e quando se traduz a palavra, vemos que market é mercado, marketing no gerúndio é agindo no mercado e que marketing é ação no mercado. Quando me apresentaram aqui como superintendente de marketing do Grupo Positivo, eu sou na realidade superintendente de ação no mercado do Grupo Positivo. E aí a gente começa a refletir algumas coisas muito básicas para que a gente possa chegar a pensar em uma estratégia, num plano de marketing. Se marketing é ação no mercado, a primeira pergunta que vem é: Qual é o seu mercado? Seu mercado como empresa, como profissional, como alguém que está procurando atuar e fazer a troca no mercado. Nós precisamos cada vez mais conhecer o grupo de pessoas que necessitam e procuram o seu produto e o seu serviço. Conhecer as necessidades das pessoas, o desejo das pessoas que é a forma que a necessidade toma e a expectativa das pessoas em relação a sua marca, ao seu serviço. Você tem uma necessidade, por exemplo, de alimentação nessa hora, o seu desejo é ir ao restaurante comer um sanduíche e você tem na sua cabeça o que você espera encontrar lá. E aqui como nós falamos de expectativa é o que ocorre conosco. Expectativa é a cabeça do consumidor, é o momento onde nós consumidores nos frustramos por não encontrar um produto, por ser mal-atendido, por uma pessoa despreparada nos atender. Quando você compra um produto esperando que ele vá funcionar ou atender aquele desejo que você tinha e ocorre o problema. Essa é a parte principal de alguém que vai pensar em marketing, como corresponder à expectativa das pessoas. A informação você passa, o desejo você dá forma, faz propaganda, mostra o produto, mas a expectativa é a relação de encontro pessoa com pessoa. É aquele momento mágico que pode ser transformado em trágico no seu mercado, sua empresa, seu produto. Faculdade Cenecista de Campo Largo 60

Uma visão de marketing básico, mas que é fundamental toda vez que a gente for falar de ação no mercado: marketing é a atividade voltada à conquista e manutenção dos clientes, nós queremos conquistar clientes, mas queremos manter os clientes para nossa empresa, nossa organização. E essa manutenção seja na realidade uma manutenção lucrativa, porque nós precisamos do lucro para pagar nosso salário, para investir, para ampliar nosso negócio. Através do processo de troca eu te dou o que deseja, correspondo a sua expectativa e você paga o preço que estou cobrando atendendo necessidade, desejo, expectativa e visando obter a fidelidade deles para sua empresa, produtos e serviços. Quando falamos em marketing, uma das coisas mais importantes que existe para gente pensar: as pessoas não compram coisas, compram soluções para seus problemas. marketing não é a arte de descobrir maneiras inteligentes de descartar-se do que foi produzido. Isto é venda. Isto é estratégia promocional de venda para descarte. Pensar em marketing, pensar em ação no mercado é a arte de criar valor genuíno aos clientes. E valor não é preço. Quando tem valor a gente paga o preço. É a arte de ajudar os clientes a tornarem-se ainda melhores. Quando você é capaz de olhar para sua empresa, sua organização e pensar: o que estou fazendo para deixar meu cliente ainda melhor? O que meu produto faz na vida das pessoas que compram pra deixar essas pessoas melhores? Você começa a pensar em fidelização de cliente. Você começa a pensar em ampliar o relacionamento e você começa a olhar para seu produto não mais para ver as condições de produção, mas começa a pensar em que benefício, que solução, como ajudar o cliente a se tornar ainda melhor. Valor é a satisfação das exigências dos clientes ao menor custo possível de aquisição, de propriedade de uso. Sempre vou conseguir ter valor no meu produto quando meus benefícios forem maiores que o custo. Faculdade Cenecista de Campo Largo 61

Valor é algo pelo qual o cliente está disposto a pagar. Sempre que você pensa Nossa, como é caro! Eu não imaginava que custava tanto esse produto é sinal que você não encontrou o valor. Ele não vai te beneficiar tanto que vale a pena investir. E ao pensar em marketing, temos que descobrir os produtos e comunicar aos clientes que benefícios, que diferença faz esse produto, que diferença minha empresa faz perante o mercado que vale a pena pagar aquele valor. Quando faz a escala de valores, talvez não seja só o produto. É o atendimento, é o ambiente, é a boa comunicação, é a informação certa na hora certa, que você passa a ver uma série de coisas que na realidade tem uma escala de valores para as pessoas. Tem produto igual no mercado, até com preço mais barato, mas eu tenho segurança ao falar com as pessoas naquela loja, eu tenho segurança que vão me atender bem ao telefone, eu sei que aquele vendedor é capaz de entregar aquilo que vendeu, uma série de valores que começam a compor é assim que se constrói marca, assim que se ganha fidelidade do cliente. Quando pensamos em marketing, temos que estar atentos às tendências do mercado, para identificar e produzir rapidamente aquilo que o cliente quer. Precisamos conhecer bem os cenários seja o cenário político, econômico cultural e montar plano de ação do mercado. Precisamos identificar, produzir o que o cliente quer. Porque se você não produzir, o seu concorrente vai produzir. Se não formos capazes de produzir, de agregar valor, os chineses vão entrar rapidamente e vão ocupar o lugar do nosso produto no mercado. Pensar em marketing é pensar que você não está sozinho no mercado. E se você não for rápido, não tiver velocidade, alguém ocupa o teu lugar. Pode ser na loja, no supermercado, mas ainda pior, pode ocupar seu lugar na cabeça do consumidor. Marketing é o processo contínuo de aprendizagem organizacional e a subseqüente adaptação às mudanças tecnológicas e de mercado ao longo do tempo. O mercado é muito dinâmico, por causa da velocidade da informação. O mundo é globalizado, a Faculdade Cenecista de Campo Largo 62

velocidade que as coisas ocorrem. Então marketing é um aprendizado diário e constante e você tem que se adaptar a essas mudanças de tecnologia e mercado. Marketing não é um evento, é um processo. Marketing é um processo constante, contínuo de aprendizado e ação. Problemas com o marketing tradicional: É baseado no modelo da produção em massa. Não só a mídia está supersaturada com mensagens comerciais como existem hoje um número maior e formas mais variadas de atividades que tomam o tempo do consumidor. Hoje a grande briga é pela atenção. Não basta mais a atenção da criatividade, é preciso disputar a atenção segundo a segundo do consumidor. Os custos aumentaram, mas o retorno sobre o investimento raramente é quantificado. O gerenciamento das relações com o cliente foi ignorado ou visto como gasto, não como investimento. Nós estamos hoje num novo mundo e a tecnologia mudou tudo: competição, preço, originalidade, diversidade de escolhas, distribuição e acesso. Novo mercado e nova mídia exigem nova visão de criatividade em marketing. O marketing e a marca tornam-se termos sem sentido se a experiência do cliente não promover sua lealdade no longo prazo. Tem um livro recente do Kotler que se chama Marketing Experiencial. Além de atrair a atenção, promover a experiência com o produto e o serviço. Que experiência você teve. Foi boa? Foi ruim? A competição é global. Campo Largo não está disputando com Curitiba, com Araucária, está disputando com a China, com Rússia, Chile, Argentina, porque o cliente, o consumidor, está descobrindo coisas novas, o tempo todo, na Internet, com a democratização da informação. Faculdade Cenecista de Campo Largo 63

Todas as funções comerciais da empresa tornaram-se uma rede de serviços dentro e fora da organização. Todos nós da empresa servimos o cliente e somos clientes uns dos outros. O papel da área de marketing é servir a área financeira, a área de produção, e é servir os clientes lá fora. A produtividade aplica-se tanto ao Marketing como a todas as operações. O que nós produzimos, quanto, como estamos fazendo para que a gente possa ter competição. Alianças e parcerias a confiança no compartilhamento de ativos. É a união de concorrentes para melhor competir. Criatividade e inovação têm de se tornar um ativo essencial na empresa inteira. Hoje é preciso rever os processos e todos têm obrigação, da recepcionista ao presidente, de estar integrado e saber como nós podemos melhor nossa eficácia. Marketing é trabalho de todos. O presidente da empresa tem um papel de ação no mercado, como uma decisão certa na hora certa. A recepcionista tem o papel de dar um excelente bom dia, criando um ambiente favorável, o Office-boy tem que entregar, a secretária tem que estar sabendo, todas as pessoas da organização passam a ter uma função de marketing, um trabalho de todos, de fato. Precisamos estar atentos ao ciclo de vida do mercado, ciclo de vida do produto e ao ciclo de vida do cliente. Pesquisa: Há 1 ou 2 anos, podíamos fazer pesquisa de mercado. Levávamos 1 mês elaborando a pesquisa, discutindo questionário em mais 1 mês, aplicávamos no campo durante 60 dias, esperávamos uma análise de um relatório, e 5 a 6 meses era o tempo que se tinha para um estudo de mercado. Não podemos mais fazer isso. A tendência agora é que façamos monitoramento de mercado. É acompanhar diariamente o comportamento do consumidor. Informação: conhecer o público, os velhos estereótipos não cabem em um mundo que muda com velocidade. Faculdade Cenecista de Campo Largo 64

Mídia de Nichos: a mídia será definida por quais nichos ela atinge. Isso significa que o foco nos grandes veículos de marketing mudou para nichos específicos. Repensar o marketing: temos que acrescentar novas mídias ao mix de comunicação. Há 10 anos era muito fácil fazer um plano de mídia. Era um comercial na TV ou anúncio no jornal, mala direta, distribuição de panfleto e agora temos que nos comunicar com blogs, twitters, temos que ver uma série de fatores que voltam a um novo consumidor. Um novo nicho de comportamento. Precisamos descobrir essas novas mídias que estão vindo com uma velocidade extraordinária. Usar novas técnicas de pesquisa de mercado. É esse monitoramento, como podemos saber o que o nosso cliente está pensando. Aproveitar as novas tecnologias de marketing. Reorganizar as operações de marketing e rever a abordagem de vendas. A realidade do mercado hoje: Conexões amplas e mais rápidas. Incessante produção de conhecimento. Conhecimento se torna obsoleto rapidamente. Aceleração constante e superabundância de informações. Surgem muitas oportunidades de ações. Ciclos de vendas e produção mais curtos. Relação do tempo: Para os consumidores, tudo se torna mais temporário. Pessoas mudam com mais freqüência. O ritmo de vida se acelera. Ciclos de produção e de vendas se encurtam cada vez mais. Negócios precisam de velocidade e sem interrupção 24 horas, 7 dias por semana. Personalizamos o tempo: O tempo está cada vez mais personalizado. Pessoas trabalham em casa, hotéis, aviões, praias, ruas, etc. Interrompem a qualquer Faculdade Cenecista de Campo Largo 65

momento ou continuam concentradas até quando quiserem. O tempo se personalizou, se individualizou. Mudanças: As empresas devem mudar rapidamente porque se não o fazem podem morrer. Isto requer educação e em educação o processo não é rápido, a transformação é muito lenta e a força de trabalho fica dessincronizada. Com a dessincronização muito alta aumenta a ineficiência. Pressões do mercado: As empresas são pressionadas a melhorar seus produtos e serviços, lançar novos produtos e ajustar as ofertas às demandas. As decisões empresariais são tomadas baseadas no conhecimento que já pode estar obsoleto, tamanha a velocidade das mudanças. Novos caminhos: As mudanças nos mostram que os caminhos que nos trouxeram até aqui, não são os mesmos que nos levarão daqui para frente. É preciso criatividade, inovação, seriedade, trabalhar conhecimento que é valoroso. Qual é a informação que vale e qual tira o foco. A maior mudança: A maior mudança foi justamente no Mercado (Marketing e Vendas). O poder mudou da mão da empresa para a mão do cliente. Criatividade: A mesma criatividade que nos faz avançar, nos leva, cada vez mais, a enfrentar o fator da Imprevisibilidade. Nunca foi tão fundamental a ética, respeito, trabalho sério e profissionalismo. São esses valores que começam a sustentar. Faculdade Cenecista de Campo Largo 66

Sobrevivência: Para que a empresa sobreviva em ambientes incertos e turbulentos é preciso que aprenda a se adaptar rapidamente a cada ambiente. Tecnologia e Preços: A cada dia que passa os produtos concorrentes ficam mais similares em termos de tecnologia e preços. O diferencial está, portanto na capacidade da empresa em ser diferente. E o diferencial está cada dia mais na prestação de serviços. Vantagem Competitiva: Uma vantagem competitiva hoje pode significar absolutamente nada no mercado amanhã. Importante é possuir a habilidade de gerar novas vantagens o tempo inteiro. As pessoas são a principal fonte de sustentação da competitividade de uma empresa. A Microsoft vale U$450 bilhões. Democracia do Consumidor: Muitas opções de produtos e serviços. Muitas soluções para os seus problemas. O cliente tem muitas escolhas para cada produto ou serviço que deseja comprar. Existem dezenas de empresas e profissionais disputando os consumidores (mercado). Para o cliente hoje: Um excelente produto, preço competitivo e bom serviço agregado não é vantagem, é obrigação! Jack Welch: Devemos acordar todos os dias com a meta: Descobrir algo melhor todos os dias. Fazer Diferente: Faculdade Cenecista de Campo Largo 67

Quando as coisas são sempre feitas do mesmo jeito, é provável que os resultados serão sempre os mesmos. Resultados: Pessoas pró-ativas conseguem não se tornarem condicionadas pelo ambiente em que vivem. A pró-atividade nos deixa entre o estímulo e a resposta. Fracassos: O executivo fica preso ao passado. Acredita que se funcionou antes, vai funcionar no futuro. É preciso estar aberto a novas possibilidades e, portanto, criar uma nova cultura (Steve Zafron). Decisões: Não podemos tomar decisões para o futuro. Decisões são compromissos com ações e estas se dão no presente e somente nele (Peter Drucker). Profissionais: Existem 3 tipos de profissionais: aqueles que fazem as coisas acontecerem, aqueles que assistem as coisas acontecerem, e aqueles que imaginam o que aconteceu. (adaptado de Philip Kotler) Marketing precisa da inovação: É preciso ter idéia nova, estratégia nova, processo novo para poder ter resultado novo. Faculdade Cenecista de Campo Largo 68