CÂMARA DE COORDENAÇÃO E REVISÃO PROCESSO PGT/CCR/ICP/15345/2012 ORIGEM: PRT 2ª REGIÃO PROCURADOR OFICIANTE: DRA. ASSUNTO: TEMAS GERAIS



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Transcrição:

CÂMARA DE COORDENAÇÃO E REVISÃO PROCESSO PGT/CCR/ICP/15345/2012 ORIGEM: PRT 2ª REGIÃO PROCURADOR OFICIANTE: DRA. DÉBORA MONTEIRO LOPES INTERESSADO 1: MIRELLA NICACIO INTERESSADO 2: SALES COMÉRCIO E SERVIÇOS DE MATERIAIS DE LIMPEZA LTDA. E SALES INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MÁQUINAS LTDA. ASSUNTO: TEMAS GERAIS (09.02.01) DENÚNCIA. DESVIO DE FUNÇÃO. ATIVIDADE DE TELEMARKETING. Não restou demonstrado que a atividade desenvolvida pelos vendedores da empresa não se insira entre aquelas descritas no Anexo II da NR 17 do Ministério do Trabalho e Emprego. Necessidade de prosseguimento da investigação para maiores esclarecimentos a respeito. Promoção de arquivamento não homologada. I RELATÓRIO O Órgão oficiante arquivou o feito, consignando que, para a aplicação da jornada reduzida referida no art. 227 da CLT, torna-se necessária a apreciação das condições de trabalho em cada caso concreto, não sendo possível a

tipificação do desvio de função sem essa análise. Para tanto, reportou-se às decisões judiciais trazidas aos autos e ao relatório da fiscalização trabalhista realizada na empresa. Não houve recurso. É, em síntese, o relatório. II VOTO O Órgão oficiante arquivou o presente inquérito civil, mediante os seguintes fundamentos, verbis: Portanto, analisadas as decisões trabalhistas pertinentes ao tema... e o quanto relatado pelo Sr. Auditor Fiscal do Trabalho, concluímos que, para aplicação da legislação pertinente, especialmente no que respeita ao artigo 227 da Consolidação das Leis do Trabalho, combinando com o Anexo II da NR-17 (vide fls. 24/25), necessário se faz o exame de cada caso concreto, condição esta que afasta a atuação deste Ministério Público do Trabalho. Assim, para caracterização de infração à legislação pertinente deverão ser examinadas, no caso concreto, as condições em que o trabalho é exercido, para tipificação de eventual desvio de função. A denúncia que deu ensejo ao presente é do seguinte teor, verbis: Sou funcionária da empresa denunciada no cargo de operadora de telemarketing, assim como várias outras pessoas (+ ou 100 funcionários), que na verdade exercem a função

de vendedora.[...] Embora eu seja operadora de telemarketing não fui registrada como devia e trabalho mais de 10horas por dia. A empresa que estou denunciando não me paga seus direitos trabalhistas sobre as minhas comissões,...assim como para todos os quase (100 funcionários) estamos sendo muito lesados e prejudicados no nosso 13º, férias, FGTS, e outras coisas mais. Os funcionários não se manifestaram por medo, porque são constantemente ameaçados. Vários estão ficando doentes, inclusive eu. Como já tenho ação trabalhista contra esta empresa, resolvi ajudar meus colegas, porque fico revoltada com o tratamento que é dado a eles pela empresa principalmente pelo dono o Sr. Clovis Elias Salles,... (fls. 05/06) Como se vê da denúncia, vários são os temas que ela aborda. Os presentes autos, no entanto, limitam-se ao tema desvio de função, conforme, aliás, consignado no despacho de fls. 21/26. O Órgão oficiante, analisando as informações prestadas pela denunciante em face do Anexo II da NR-17 do Ministério do Trabalho e Emprego (fls. 21/25), entendeu que, em tese, haveria desvio de função, já que os empregados da denunciada que se ativam no call centrer se encontram registrados como vendedores. O relatório da fiscalização trabalhista procedida na empresa consigna que: Em diligência à empresa Sales Comércio e Serviços de Materiais de Limpeza Ltda., CNPJ: 09.448.912/0001-03, estabelecida à rua Habenarias, 16, esquina com a Rua Palmeira Batuá, 199, constatei que no local trabalha um grande número de vendedoras, cujo trabalho consiste principalmente em vendas por telefone, pelo que pude apurar, as vendedoras buscam clientes em sites na internet, listas telefônicas e por qualquer outro meio por sua iniciativa, ligam e passam e-mail para as empresas oferecendo os produtos e formam sua carteira de clientes, não há nenhum controle das ligações e do uso do computador, também não há padronização na forma de venda. S.M.J. não se trata de atividade de telemarketing.

(grifos nossos) Por outro lado, em seu depoimento, a denunciante informa que:...ingressou na empresa em 01.07.2005 para o exercício da função de operadora de telemarketing, porém foi registrada como vendedora...; que na função real de operador de telemarketing que sempre exerceu ligava para os clientes para realizar a venda de produtos descartáveis,...; que trabalhava com telefone PA (pronto atendimento;mesa de trabalho), no setor de call Center; que havia operadores de telemarketing e vendedores externos; os operadores de telemarketing têm como função captar clientes para venda dos produtos das empresa do grupo econômico, conforme os dados que adquiriam em banco de dados públicos e privados...; nesta função utilizava telefone fixo, nextel e também enviava cotações por email;...que o grupo possui aproximadamente 240 operadores de telemarketing;... que os demais operadores trabalham em condições inadequadas,... que há pessoas trabalhando doentes, com graves problemas de coluna; que há dispensa de empregados que manifestam os primeiros sintomas de doença, geralmente de coluna, sendo que outros são colocados para trabalhar em casa;... Para maior esclarecimento, transcreve-se itens do Anexo II da Anexo II da NR 17 do Ministério do Trabalho e Emprego, que trata do Trabalho em Teleatendimento/Telemarketing, a saber: 1.1.1. Entende-se como call Center o ambiente de trabalho no qual a principal atividade é conduzida via telefone e/ou rádio com utilização simultânea de terminais de computador. e 1.1.2. Entende-se como trabalho de teleatendimento/telemarketing aquele cuja comunicação com interlocutores clientes e usuários é realizada à distância por intermédio da voz e/ou mensagens eletrônicas, com a utilização simultânea de equipamentos de audição/escuta e fala telefônica e sistemas informatizados ou manuais de processamento de dados.

Sobre a configuração da atividade, já se pronunciou o C. Tribunal Superior do Trabalho, por sua 6ª Turma, ao negar provimento ao recurso de revista da empresa com o objetivo de afastar o reconhecimento pelo Regional do exercício da atividade de operador de telemarketing, conforme acórdão colacionado aos autos (fls. 111/113), verbis: Está consignado no acórdão regional: - De acordo com a petição inicial, a reclamante acumulava sua função de vendedora realizada exclusivamente por telefone, com a cobrança de clientes inadimplentes.[...] Ora, a reclamante fazia vendas por telefone durante toda a jornada..., [...] Ainda que a hipótese não se amolde, precisamente, àquela descrita no art. 227 da CLT, não há como desprezar a bem lembrada NR 17, que estipula jornada de 6 horas diárias para a atividade de teleatendimento/telemarketing. [...]...Embora sem operar o velho tronco de telefones, o operador de telemarketing realiza, como regra e concomitantemente, os penosos serviços de telefonia e digitação. (processo TST/RR/9800-65.2008.5.15.0087, ac. unânime, 6ª Turma, Relator Ministro Augusto César Leite de Carvalho, julgado em 17.08.2011, publicado DJ 26.08.11) A empresa, na correspondência de fl. 138 diz que não possui software de controle de entrada e saída de ligações telefônicas, por não estar obrigada a tal procedimento em face de sua natureza jurídica. Diz, ainda, que apenas as empresas de telemarketing possuem tais softwares e que, portanto, não se enquadra nesta classificação. A circunstância não é suficiente para afastar eventual incidência da citada NR 17, porque relevante a real atividade desempenhada pelos empregados. No caso, a denunciante relata as suas condições de trabalho e as de vários outros

empregados, denunciando o que entende ser um comportamento irregular da empresa. Observe-se que foi realizado acordo, devidamente homologado, na reclamação trabalhista ajuizada pela denunciante contra a empresa, não havendo, portanto, a apreciação pelo julgador da prova dos autos. Assim, considerando o exposto, verifica-se não restar demonstrado a inexistência da irregularidade denunciada, razão por que entendo haver necessidade do prosseguimento da investigação. Ademais, face ao conteúdo do presente, não há que se falar de averiguação caso a caso, mas sim da investigação da real atividade desenvolvida pelo conjunto de empregados da denunciada que exercem a efetivamente a função de operador de telemarketing, para os efeitos das obrigações legais decorrentes. III CONCLUSÃO Isto posto, não homologo a promoção de arquivamento encaminhada, devendo a investigação prosseguir, como se entender de direito. Deixo de designar membro específico para atuação (inciso II, artigo 10, da Resolução nº 69/2007), em respeito à autonomia organizacional da Regional. Brasília, 20 de novembro de 2012. Eliane Araque dos Santos Relatora