CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO - 03 Aula Ministrada pelo Prof. Rafael Matthes 22/02/2018 E-mail: tributario@legale.com.br rafael.matthes@hotmail.com AULA 31 TRIBUTOS EM ESPÉCIE - ITBI - Inicialmente o ITBI era chamado de siza
Até 1934 a siza era cobrada nas operações inter vivos e causa mortis, com a EC/61 atribuiu a competência causa mortis aos Estados.
Atualmente o Art. 156 da Constituição Federal disciplina a hipótese de incidência do ITBI. SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL CONSTUIÇÃO FEDERAL NORMAS GERAIS (CTN) Poder de Tributar Limites Princípios Imunidades Princípios - Anterioridade: OK - Legalidade: OK - Lei Ordinária - Não Confisco: OK - Irretroatividade: Ok - Uniformidade Geográfica: Apenas se aplicada em relação a União. OK - Isonomia: Progressividade, Proporcionalidade OK, Seletividade
Progressividade: IR Proporcionalidade: IPVA, a alíquota permanece em todas as bases de cálculo. (OK) Seletividade: IPI, A majoração da alíquota do tributo em relação a itens de menor interesse. Observação: (ok) estabelece o item que se aplica ao ITBI Imunidades: As imunidades gerais do Art. 150, VI são respeitadas pelo ITBI, bem como a do Art. 156, 2º, I da CF. Art. 156, CF. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: 2º O imposto previsto no inciso II: I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil;
OBJETO DE INCIDÊNCIA DO ITBI
Os municípios requereram a competência do imposto, e assim a constituição federal atribuiu a eles a competência do ITBI, podendo incidir sobre bens imóveis e os direitos reais sobre os bens imóveis. Observação: Ao passo que a legislação considera os direitos reais como bem imóvel, este também se sujeitará a incidência do ITBI, relacionados no art. 1.225 do Código Civil. Sobre a Própria coisa (a) Direitos Reais Direito de Gozo (b1) Sobre coisa alheia (a) Direito de Garantia (b2) Observação: Os direitos reais de garantia (b2 hipoteca, penhor, etc.) não são causa de incidência de ITBI, conforme disciplina o Art. 156, II, CF.
Resposta 01: É uma Imunidade, posto que vem expressa na Constituição Federal.
Resposta 02: Pela maior parte da doutrina, estes artigos não foram recepcionados pela Constituição Federal. IMUNIDADE ITBI Art. 156, 2º, I CF 1ª - Integralização: Quando a pessoa física aporta (acréscimo) capital na pessoa jurídica. NEM 2ª - Transmissão de bens M&A (fusão, incorporação, cisão ou extinção de Pessoa Jurídica).
Salvo Se a pessoa jurídica tiver atividade preponderante do adquirente for de administração de imóveis. Entendimento da Doutrina: Como existe as 2 hipóteses de imunidade, haverá imunidade, pois, o salvo (exceção das imunidades) se aplica apenas para a segunda hipótese, que são as hipóteses de fusão, incorporação, cisão ou extinção, (M&A). Entendimento é que a 1ª hipótese da imunidade é autoaplicável, ou seja, não depende de nenhuma condição para viabilizar o seu exercício. Já a 2ª hipótese, é condicionada, pois, o adquirente não pode exercer atividade preponderante como administrador de bens imóveis.
Hipótese em que o capital a ser integralizado é superior ao capital social da Pessoa Jurídica. Sobre o excedente do capital integralizado na PJ incidirá o ITBI? Exemplo: Empresa possui capital de 1 milhão e o sócio deseja aportar 1,5 milhões de reais por meio de bens imóveis. Os 500 mil reais excedente terão incidência do ITBI?
IMUNIDADE ITBI - Para Fins de Reforma Agraria a transferência do imóvel não paga ITBI. - Desapropriação para fins de reforma agrária não é uma atividade onerosa, posto que a indenização não se compara com pagamento. Observação: Por mais que o texto trate como isenção, o correto é ser tratado como imunidade, posto que está estabelecida na Constituição.
Desapropriação é diferente de compra e venda. Retrocessão: Hipótese em que o imóvel desapropriado retorna para o antigo proprietário. Neste caso, na volta do bem ao particular não há um entendimento pacificado sobre a incidência ou não do ITBI;
Fato Gerador do ITBI art. 35 CTN transmissão inter vivos da propriedade de bens imóveis O Momento do fato gerador é com o registro. Conforme determina o art. 1245CC.
Para o direito tributário, independe da validade do negócio jurídico, o que se verifica para a cobrança é apenas a ocorrência do fato gerador.
Sujeito Ativo: Art. 147 da CF - Municípios e Distrito Federal.
Sujeito Passivo: Art. 42 CTN - Qualquer uma das partes estabelecidas pelo CTN, porém, a lei municipal define quem será. Observação: Na grande maioria é o adquirente que é o contribuinte.
Observação: nada impede que as partes convencionem quem arcará com o tributo, porém, essa convenção não pode ser imposta em face da fazenda, por força do artigo 126 do CTN.
Art. 39 do CTN não foi recepcionado pela Constituição. - A alíquota pode ser livremente alterada pelo município, desde que não afete o não confisco. Atualmente 04 impostos são progressivos: ITCMD, IR, IPTU, ITR. A doutrina diverge sobre a progressividade do ITBI, conforme quadro seguinte.
Atualmente a matéria está consolidada na súmula 656 do STF.
PARTE 04 - Os tabeliães são responsáveis tributários pelos tributos devidos sobre seus atos.
Para atribuição da responsabilidade deve existir além da subsidiariedade, o nexo de causalidade. Conforme Art. 134 PARTE 05 Resposta: Se não incidiu o imposto quando houve o aporte do imóvel no capital social, não incidirá na devolução do imóvel.
Resposta: Não, pois usucapião é um meio de aquisição da propriedade originária e não onerosa, logo, não incide o ITBI.
Resposta: Não, pois o fato gerador é só com o registro, conforme estabelece o art. 1245 do Código Civil.
Resposta: Art. 98 do CTN define que tratados podem modificar a legislação tributária, assim, quando o Presidente assinar um tratado, este estará atuando como Chefe de Estado, viabilizando a aplicabilidade da isenção. Art. 98, CTN. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.
Resposta: O Encargo não retira o caráter gratuito do negócio jurídico, logo, deve incidir o ITCMD. BONS ESTUDOS!!!! Prof. Ramiru Louzada