Ensino e reabilitação para as pessoas cegas e com visão subnormal



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Transcrição:

Ensino e reabilitação para as pessoas cegas e com visão subnormal Grupo de Trabalho de Planejamento a Longo Prazo do SightFirst (SFLRP) Agosto de 2010 Introdução Das cerca de 160 milhões de pessoas cegas ou portadoras de visão subnormal em todo mundo, 80 porcento vivem em países em desenvolvimento, e somente uma em cada dez tem acesso ao ensino e reabilitação. Noventa porcento das crianças cegas ou portadoras de visão subnormal não vão à escola, e a taxa de desemprego entre os adultos nas mesmas condições varia de 75 a 90 porcento. 1 A participação em serviços contínuos, que variam desde o ensino pré-escolar, primário e estudo médio à reabilitação relacionada ao mercado de trabalho, proporciona às pessoas cegas ou com visão subnormal as habilidades e oportunidades para participarem plenamente e contribuírem com a sociedade. Desde o início, os esforços do SightFirst para preservar e/ou restaurar a perda de visão têm se concentrado em tratamentos cirúrgicos ou com medicamentos, desenvolvimento de infraestrutura e treinamento de recursos humanos. A melhora do acesso de pessoas com deficiência visual a um ensino de qualidade e a um sistema de reabilitação ampliará o alcance dos programas para que ofereçam suporte a serviços que frequentemente encontram-se fora do escopo dos cuidados com os olhos, mas que recebem o apoio dos Leões há muito tempo pelo seu papel como "paladinos dos cegos". Este documento, preparado como parte de um esforço para planejamento a longo prazo solicitado pelo Comitê Consultivo do SightFirst (SAC), oferece informações sobre as muitas necessidade e oportunidades na área da educação e reabilitação para as pessoas cegas e com visão subnormal e especifica recomendações para futuros envolvimentos do SightFirst. Educação A educação para crianças cegas ou com visão subnormal combina a experiência acadêmica tradicional com serviços especializados para ajudar no desenvolvimento de habilidades essenciais para a vida adulta. As crianças cegas ou com visão subnormal podem frequentar escolas com salas inclusivas ou integradas, professores qualificados e uma quantidade razoável de equipamentos e materiais, ou podem frequentar escolas e centros especializados. Quais são as necessidades? 1 Apresentação da União Mundial dos Cegos, Escola para Cegos Perkins e Conselho Internacional para o Ensino da Pessoas com Deficiências Visuais ao Grupo de Trabalho SFLRP. SPD 110912.PO

A Organização Mundial da Saúde estima que sejam cerca de 6 milhões de as crianças em idade escolar e pré-escolar portadoras de visão subnormal ou cegas. Oitenta por cento dessas crianças vivem em países em desenvolvimento onde menos de uma criança em cada 10 tem acesso à educação atualmente. Os especialistas identificam as seguintes causas para esta situação: 1. A grande escassez de professores treinados, material de ensino e equipamentos alternativos. 2. Falta de identificação precoce, encaminhamento e intervenção para as crianças cegas ou portadoras de visão subnormal. 3. Falta de conscientização dos direitos de igualdade de acesso ao ensino por parte dos pais, crianças e comunidade, e 4. Limitadas normas públicas favoráveis e de defesa 2 O que pode ser feito? Criar conscientização Em muitas comunidades, famílias, profissionais de cuidados com a saúde e educadores simplesmente não têm conhecimento de que crianças cegas ou com visão subnormal podem concluir seus estudos perfeitamente. São necessários programas de conscientização da comunidade para instruir constituintes importantes e criar demanda para a inclusão de estudantes deficientes, assim como estabelecer grupos de apoio aos pais. Treinamento de recursos humanos e materiais A maioria das crianças cegas ou com visão subnormal pode estudar em escolas locais se os professores forem devidamente treinados, geralmente através de cursos curtos oferecidos nos seus países. Os professores devem receber equipamento para preparar materiais de ensino (equipamento mecânico de escrita em Braille), e os alunos devem ter acesso a ferramentas, como a reglete e o punção e os materiais de ensino em formato alternativo, incluindo uma variedade de materiais em Braile ou em áudio de acordo com a idade e dispositivos para a visão subnormal. Alguns alunos, principalmente os que têm múltiplas deficiências, são matriculados em escolas ou centros especiais que possuem mais equipamentos e materiais. São necessárias equipes multidisciplinares, com professores, terapistas, instrutores para deslocamento e orientação para atender às complexas necessidades acadêmicas dos alunos. Essas instalações geralmente funcionam como centros de recursos para escolas integradas/inclusivas. 2 Conselho Internacional para o Ensino de Pessoas com Deficiências Visuais (ICEVI); Campanha Global pelo Ensino para Todas as Crianças com Deficiências Visuais

O treinamento de professores especializados varia de cursos curtos sobre o uso de dispositivos de visão subnormal e materiais de adaptação a cursos mais complexos de nível universitário em edução de crianças deficientes visuais. Os professores especializados são treinados através de escolas certificadas ou programas universitários oferecidos no país de residência ou em outros países, se não houver treinamento local. A medida do sucesso O sucesso dos esforços para melhorar o ensino para crianças cegas e portadoras de visão subnormal é medido pela avaliação: 1) da proporção de crianças com deficiência visual em idade escolar matriculadas nas turmas, 2) do acesso de alunos a serviços, materiais e equipamentos especializados, 3) da conservação de alunos nos ensino primário e secundário, 4) da igualdade no acesso ao ensino para meninas, crianças de áreas rurais e aquelas com deficiências adicionais, 5) da proporção de funcionários necessários que são treinados; 6) do número de escolas oferecendo salas de aula inclusivas. Fatores que favorecem a mudança Lançado em 1990 pelas agências da ONU e o Banco Mundial, o movimento Ensino para Todos (EFA) é um compromisso global de oferecer ensino básico de qualidade para todas as crianças, jovens e adultos até 2015. 3 As metas do EFA, especialmente aquelas que tratam do ensino primário universal, se alinham com as Metas de Desenvolvimento do Milênio da ONU, as quais miram na erradicação da pobreza mundial até 2015. 4 O Conselho Internacional para o Ensino das Pessoas com Deficiências Visuais (ICEVI) e a União Mundial dos Cegos lançou o EFA-VI em 2006 para ampliar as oportunidades de ensino para as crianças que são cegas ou possuem visão subnormal. Reabilitação Os serviços de reabilitação incluem uma grande variedade de tratamentos clínicos e treinamentos não clínicos, para oferecer às pessoas cegas ou com visão subnormal as habilidades e ferramentas necessárias para uma vida segura, ativa e independente. Embora a reabilitação não possa restaurar a visão perdida, ela pode ajudar as pessoas a maximizarem a capacidade da visão restante e também pode ajudar pessoas cegas a viajarem com segurança, cuidarem de si mesmas, atingirem suas metas profissionais e participarem de atividades educacionais e de lazer. 5 3 www.unesco.org/en/the-efa-movement. Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Direitos autorais da UNESCO, 1995-2009. 4 www.un.org/millenniumgoals. Fim da pobreza em 2015: faça isto acontecer. Metas de Desenvolvimento do Milênio. Departamento de Informações Públicas. Direitos autorais da ONU, 2008. 5 Lighthouse International; www.lighthouse.org/clinical-services/vision-rehabilitation; Direitos autorais, 2009.

Os serviços de reabilitação relacionados ao mercado de trabalho podem incluir treinamento com tecnologia de apoio, alfabetização em Braille e habilidades administrativas, assim como treinamento profissionalizante personalizado, cursos do ensino médio, orientação e oportunidades de negócios. Quais são as necessidades? A União Mundial dos Cegos estima que, em alguns países, as pessoas com deficiência visual têm a probabilidade cinco vezes maior de ficarem desempregadas em comparação ao público em geral. Em muitos casos, a situação delas resulta da falta de percepção sobre as suas capacidades. Em países em desenvolvimento, onde o treinamento e os recursos tecnológicos são extremamente limitados, os indivíduos deficientes visuais são frequentemente excluídos do local de trabalho ou ficam desmotivados e renunciam ao emprego, resultando em isolamento sócioeconômico. O que pode ser feito? Criar conscientização Em várias comunidades, famílias, profissionais de cuidados com a saúde e empresários não têm conhecimento da capacidade profissional das pessoas cegas ou com visão subnormal. Programas de conscientização voltados para a comunidade conduzidos por fornecedores de atendimento de reabilitação, órgãos governamentais ou ONGs são necessários para aumentar a conscientização da capacidade profissional e empreendedora de pessoas com deficiência visual, mudar atitudes e práticas do mercado de trabalho e criar uma rede de orientadores. Melhorar a capacidade profissional e confiança dos cegos e pessoas com visão subnormal. Os jovens em fase de transição e adultos cegos ou com visão subnormal precisam ter a acesso a oportunidades de aprendizagem para aumentarem suas chances no mercado de trabalho. As organizações dos e para os cegos, em parceria com governamentais e ONGs, desenvolvem e fornecem uma variedade de oportunidades de ensino, da alfabetização em Braille e treinamento em habilidades administrativas, assim como reabilitação profissionalizante e currículo de habilidades de liderança. Há programas oferecidos em ambientes tradicionais de sala de aula, ou, se tiverem acesso a alguma tecnologia como computadores adaptados ou programas em áudio, os alunos podem participar de cursos à distância, webinars, salas de discussões e orientação profissional virtual. Uma área crescente de oportunidades de emprego para pessoas deficientes, especialmente em países em desenvolvimento, é a de micro empreendimentos. São necessárias organizações que ofereçam treinamento e assistência em planejamento empresarial, orientação e subsídios ou micro empréstimos opara ajudar indivíduos a começarem o seu próprio pequeno negócio. A medida do sucesso

O sucesso dos esforços para aumentarem as chances no mercado de trabalho para as pessoas cegas e portadoras de visão subnormal é medido pela avaliação: 1) da proporção de jovens em idade de transição e de adultos empregados em uma atividade assalariada, e, 2) da existência de e acesso ao ensino secundário, formação profissional e oportunidades de orientação e tecnologia acessível. Fatores que favorecem a mudança A Convenção sobre os Direitos de Pessoas com Deficiências (CRPD), adotada pela ONU em 2006, é o primeiro tratado de direitos humanos abrangente do século XXI. Ela "marca uma mudança de paradigma na atitude e abordagem para com as pessoas portadoras de deficiências". Em vez de ver as pessoas com deficiências como objetos de caridade, tratamento médico e proteção social, ela convoca a sociedade a vê-las como indivíduos com direitos, capazes de tomar decisões para as suas vidas com base no seu consentimento livre e esclarecido. 6 A reabilitação oferece às pessoas cegas e com baixa visão as habilidades para declararem a sua independência e exigir estes seus direitos. Braille É importante verificar que tanto o ensino como a reabilitação relacionada ao mercado de trabalho para as pessoas cegas e com visão subnormal são amplamente favorecidos pela disponibilidade de materiais, livros e revistas em Braille acessíveis. É necessário que haja centros de produção de Braille, os quais requerem equipamento e materiais (inclusive papel), funcionários treinados e acesso a centros de consertos, para aumentar a disponibilidade destes materiais. E, existe uma necessidade premente de defender a reestruturação das leis internacionais de direitos autorais para eliminar a necessidade de reprocessá-la para os materiais em Braille entre os diversos países. Recomendações do Grupo de Trabalho SFLRP Em agosto de 2009, o Grupo de Trabalho SFLRP convocou uma reunião de especialistas em educação e reabilitação para aprender mais sobre as especializações e discutir oportunidades para a futura programação do SightFirst. A reunião contou com a contribuição de Larry Campbell, Conselho Internacional para o Ensino da Pessoas com Deficiências Visuais (ICEVI), Penny Hartin, União Mundial dos Cegos (WBU), Dr. Ivo Kocur, Organização Mundial da Saúde (WHO), Dr. Silvio Mariotti, WHO & Secretariado do SAC, Dr. R. Pararajasegaram, afiliado ao 6 www.un.org/disabilities. Organização das Nações Unidas: aprova; Direitos e Dignidade de Pessoas com Deficiências. Departamento de Informações Públicas, Secretariado do CRPD, Departamento de Assuntos Socioeconômicos. Direitos autorais da ONU, 2008.

IAPB & integrante do SAC, Dr. G.N. Rao, LV Prasad Instituto dos Olhos & integrante do SAC, Dr. Serge Resnikoff, antigo secretariado do SAC e Steven Rothstein, Escola para os Cegos Perkins. Também estiveram presentes o Ex-PI Jimmy Ross, Ed McManus e Phoebe Sebring, consultores para os esforços do SFLRP, Nicole Brown, Relações Públicas de LCIF e Phillip Albano, Joshua Friedman, Karim Bengraine e Gina Prendki do Departamento de Programas da Visão de LCIF. Foram também realizadas teleconferências com integrantes deste grupo em dezembro de 2009 e abril de 2010. Com esta informações, o Grupo de Trabalho SFLRP oferece as seguintes conclusões e recomendações para o futuro apoio de SightFirst ao ensino e reabilitação relacionada ao mercado de trabalho para as pessoas cegas e com visão subnormal: Conclusão Existem necessidades prementes na área de ensino e reabilitação para pessoas cegas e com visão subnormal. O Grupo de Trabalho SFLRP consultou especialistas sobre as oportunidades específicas para o SightFirst, muitos dos projetos sugeridos, apesar de válidos e interessantes, eram de escala menor e altamente individualizado, especialmente quando comparados com os esforços do SightFirst. As recomendações a seguir se alinham mais favoravelmente com a abordagem do SightFirst de impacto sistemático. No entanto, o Grupo de Trabalho SFLRP também gostaria de reconhecer que existem nesta área outras oportunidades para o envolvimento dos Leões e possível liderança. Recomenda-se que seja incentivado mais diálogo entre os especialistas e outra liderança de programas de LCIF e LCI. Recomendações 1. Os fundos do SightFirst devem ser usados para apoiar a capacitação dos sistemas escolares para melhor acomodarem as pessoas cegas ou com visão subnormal. Os projetos desta natureza talvez requeiram financiamento para uma combinação dos seguintes elementos: Treinamento de recursos humanos: Apoiar programas de treinamento mais complexos oferecidos por instituições comprovadas para grupos de professores de sistemas escolares integrados e/ou especiais. Infraestrutura: O financiamento para a compra de equipamento, materiais e/ou tecnologia para os sistemas escolares com numerosas salas de aula integradas ou para escolas especiais, as quais servem como centros de recursos para o sistema escolar

maior. Financiamento para a compra de equipamentos e materiais para os centros de produção de Braille que servem grandes sistemas escolares. Observação: Os subsídios do SightFirst devem apoiar a capacitação de sistemas escolares nacionais ou regionais. Apoio para o treinamento de funcionários e copra de equipamentos de uma escola individualmente seriam considerados de forma mais apropriada através do programa de Subsídio Padrão de LCIF. 2. Os fundos do SightFirst devem ser usados para apoiar organizações que fornecem treinamento, oportunidades de orientação e subsídios ou micro empréstimos para iniciativas de micro empreendimentos de pessoas cegas ou com visão subnormal. Isto pode incluir subsídios para organizações de micro empreendimentos que queiram fazer parceria com LCIF para estabelecer e gerenciar um fundo especificamente para empreendedores cegos ou com visão subnormal. Deve-se dar prioridade a organizações que queiram treinar e envolver Leões como mentores. Talvez seja necessário um consultor para ajudar a identificar as parcerias adequadas e desenvolver os critérios e processos de financiamento. 3. Os fundos do SightFirst devem ser usados para desenvolver e/ou expandir iniciativas de conscientização da comunidade que: 1) defendam a inclusão de crianças cegas ou com baixa visão em escolas locais ou especializadas; e/ou 2) aumentem a conscientização pública a respeito das chances no mercado de trabalho para adultos cegos e com visão subnormal. Como Programa Leonístico da Saúde dos Olhos (LEHP), este deve incluir subsídios a distritos múltiplos/distritos Lions trabalhando em parceira com organizações locais de e para cegos, ministérios da educação, comércio local e outras ONGs para: Identificar os públicos-alvo e desenvolver mensagens com base em evidências, criar materiais de divulgação em formatos múltiplos e idiomas, distribuindo estes materiais através de uma variedade de canais Estabelecer grupos sustentáveis de apoio aos pais e redes de mentores Treinar e apoiar Leões e outros voluntários em esforços pela defesa da causa 4. Os fundos do SightFirst são necessários para assistência técnica para ajudar a desenvolver e administrar projetos de subsídios para a educação e reabilitação de pessoas cegas ou com visão subnormal. Como esta é uma nova área de programa para o SightFirst, necessita-se de recursos razoáveis e modestos para contratar consultor(es) técnico(s) para: 1) apoiarem Leões

Próximos passos no desenvolvimento de projetos de qualidade e; 2) ajudarem o Departamento de Programas da Visão na avaliação das solicitações de subsídios e dos projetos aprovados. Caso o SAC aprove as estratégias descritas acima, o Grupo de Trabalho SFLRP recomenda as seguintes medidas no que diz respeito à implementação: Deve-se atualizar o formulário de subsídio do SightFirst para que inclua os critérios e as orientações para os projetos de Ensino e Reabilitação. Os funcionários do SightFirst de LCIF devem receber recursos para informar consultores técnicos regionais em todas as regiões, assim como os Leões sobre as novas estratégias e processos de solicitação de subsídios. O Grupo de Trabalho SFLRP gostaria de agradecer os seguintes indivíduos pela suas significativas contribuições para este documento: Larry Campbell, Conselho Internacional para o Ensino das Pessoas com Deficiências Visuais (ICEVI), Penny Hartin, União Mundial dos cegos (WBU), Dr. Jill Keeffe, Conselheiro Técnico do SightFirst, Steven Rothstein, Escola para Cegos Perkins e Chuck Young, Escola para Cegos Hadley SPD 110912.PO