AÇÕES DE MELHORIA NA COBRANÇA DO IPTU E DO ITBI SEGUNDO SEMINÁRIO DE GESTÃO E ARRECADAÇÃO MUNICIPAL AMM - 2014 PROFESSOR FRANCISCO RAMOS MANGIERI PALESTRANTE DA EMPRESA TRIBUTO MUNICIPAL WWW.TRIBUTOMUNICIPAL.COM.BR
Segundo pesquisa, o IPTU é o tributo mais lembrado e conhecido pelos brasileiros. Muito embora seja um imposto bastante antigo, foram poucas as discussões envolvendo esse imposto. Atualmente, o imposto voltou a ser assunto em várias partes do País, diante do aumento dos valores venais em percentuais (bem) superiores aos índices de infração, como, por exemplo, em São Paulo, Fortaleza, Tatuí, São Sebastião. APRESENTAÇÃO DA PALESTRA
Pretendemos: Propor medidas fiscais para aumento da arrecadação e da fiscalização deste imposto. OBJETIVO DESTA PALESTRA
Constituição Federal: Art. 156, I e 1º (com redação alterada pela EC 29/2000) Art. 182, 4º, II Código Tributário Nacional (normas gerais): Arts. 32 a 34 Legislações municipais Leis, decretos e normas complementares Jurisprudência (common law x civil law) STF e STJ LEGISLAÇÃO DO IPTU
AEROFOTOGRAMETRIA E GEOPROCESSAMENTO Trabalhos de atualização do cadastro imobiliário, com georreferenciamento, aerofotogrametria, imagens de satélites e outros meios: caso a Prefeitura se valha de uma foto ou imagem de 05/05/2012, por exemplo, ela somente poderá ser utilizada, por si só, para os fatos geradores posteriores a 1º/01/2013, pois essa prova só demonstra o estado do imóvel naquela data posterior ao da ocorrência do fato gerador. Repercussão também no ISS, que poderá ser lançado de ofício com base na pauta de valores utilizada no momento do Habite-se.
IPTU PROPORCIONAL DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO Lei Municipal nº 6.989, de 29/12/66, com a redação dada pela Lei nº 15.406, de 08/07/11 Considera-se ocorrido o fato gerador: 1)em 1º de janeiro de cada exercício; ou 2)no primeiro dia do mês subsequente ao que ocorrer: a)quanto ao Imposto Predial:... b)quanto ao Imposto Territorial Urbano:...
IPTU PROPORCIONAL DE SÃO PAULO 2) no primeiro dia do mês subsequente ao que ocorrer: a) quanto ao Imposto Predial: construção ou modificação de edificação que implique alteração do valor venal do imóvel; constituição de novo terreno, sobre o qual haja edificação incorporada; instituição de condomínio edilício. b) quanto ao Imposto Territorial Urbano: constituição ou alteração do excesso de área; desdobro, englobamento ou remembramento de lote construído que resulte em constituição de novo terreno não construído.
ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS PROGRESSIVIDADE Extrafiscal: instrumento de Política Urbana; progressividade no tempo. Art. 182, 4º, II, CF; art. 7º da Lei 10.257/01 (Estatuto da Cidade). Fiscal (finalidade exclusivamente arrecadatória): art. 156, 1º, inciso I, CF (EC 29/2000); Súmula 668 do STF. Em razão do valor do imóvel. No RE 423.768, o STF julgou constitucional a EC 29/00 (progressividade). Recentemente, no RE 562.045, o STF declarou a constitucionalidade da progressividade do ITCMD, o que reacende a progressividade do ITBI (revogação da Súmula 656 do STF).
PROGRESSIVIDADE EXTRAFISCAL STF (RE 194.036): progressividade extrafiscal depende da observância ao Estatuto da Cidade e à utilização do fator tempo para a graduação do tributo (não cabe a utilização da área nem do valor do imóvel).
PROGRESSIVIDADE FISCAL Progressividade: simples ou graduada? Argumentos contra a constitucionalidade da progressividade simples: capacidade contributiva, isonomia, proporcionalidade e razoabilidade. Interpretação constitucional: adequar a legislação municipal à progressividade graduada. Município de São Paulo: art. 7º da Lei nº 6.989/66 (redação dada pela Lei nº 13.475/02) e art. 8º da Consolidação das leis tributárias de SP GRADUADA. Município de Fortaleza: art. 1º da Lei nº 8.496/00 SIMPLES.
MINUTA DE PROJETO DE LEI: PROGRESSIVIDADE GRADUADA Art. X. A alíquota do imposto (predial e/ou territorial urbano) será progressiva, variando de conformidade com as seguintes faixas dos valores venais dos imóveis tributados: I faixa de valor venal até R$ 100.000,00: 1%; II faixa de valor venal acima de R$ 100.000,00 até R$ 200.000,00: 1,5%; III faixa de valor venal acima de R$ 200.000,00: 2%.
MINUTA DE PROJETO DE LEI: PROGRESSIVIDADE SIMPLES Art. X. A alíquota do imposto (predial e/ou territorial urbano) será progressiva, de acordo com o valor venal do imóvel tributado: I imóvel com valor venal até R$ 100.000,00: 1%; II imóvel com valor venal acima de R$ 100.000,00 até R$ 200.000,00: 1,5%; III imóvel com valor venal acima de R$ 200.000,00: 2%.
ALÍQUOTAS SELETIVAS Art. 156, 1º, inciso II, CF: alíquotas diferentes em razão da localização e do uso do imóvel. Sempre foi constitucional: não está abrangida pela Súmula 668 do STF. STF já decidiu favoravelmente à seletividade, antes da EC 29/00: RE 229.233. IPTU verde.
PLANTA GENÉRICA ATUALIZADA Valor venal: necessidade de lei, diante da avaliação em massa (presunção). Súmula 160 do STJ. Revisão periódica da PGV. Criação de Comissão Permanente de Avaliação de Imóveis. IPTU e ITBI: não precisa haver uma identidade obrigatória entre as bases destes dois impostos municipais. A jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de que "o valor venal do imóvel apurado para fins de ITBI não coincide, necessariamente, com aquele adotado para lançamento do IPTU". Precedentes: AgRg no REsp 1.226.872/SP, Rel. Ministro Castro Meira, DJe 23/4/2012; AgRg no AREsp 36.740/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, DJe 22/11/2011; AgRg no Ag 1.120.905/SP, Rel. Ministro Herman Benjamin, DJe 11/9/2009.
PLANTA OFICIOSA E GUIA ELETRÔNICA PARA O ITBI Guia Eletrônica de ITBI: deve trazer o valor de mercado do bem, extraído de pauta de valores elaborada por Comissão Permanente. A conduta é fulcrada nos recentes entendimentos do STJ quanto à possibilidade de valores venais diferentes do IPTU. A guia apresentará um valor meramente presumido, podendo ser vencido por prova em contrário do contribuinte. Demais vantagens do procedimento: atualização do sujeito passivo do IPTU e conhecimento dos intermediários de negócios imobiliários.
ANTECIPAÇÃO DO ITBI (ARE 793919 / RJ - RIO DE JANEIRO - RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO -Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI - Julgamento: 05/02/2014). Está aí uma interessante decisão sobre o "tempo do pagamento", isto é, sobre a possibilidade do Fisco exigir o ITBI em momentos anteriores ao seu fato gerador. A decisão é monocrática; porém, acaba fazendo referência a precedentes do mesmo STF, indicando que o "Guardião da Constituição" vem aceitando a aplicação do 7º do art. 150 da CF/88 para outros tributos que não apenas o ICMS. Desse modo, podemos pensar em algumas outras situações de antecipação: ISS sobre mensalidades escolares pagas integralmente no início do ano; ISS sobre a futura construção de um prédio no momento da aprovação do projeto; ISS sobre a conta COSIF 5.1.1 (RENDAS ANTECIPADAS), e por aí vai, desde, é claro, que a lei contemple tais antecipações.
FIM DA APRESENTAÇÃO Alguma dúvida? Obrigado pela atenção! Francisco Ramos Mangieri chico71@uol.com.br