APELAÇÃO CÍVEL N 9 001.2007.023970-0 / 001.



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Transcrição:

ESTADO DA PARAÍBA TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gabinete do Des. José Di Lorenzo Serpa APELAÇÃO CÍVEL N 9 001.2007.023970-0 / 001. Relator: Des. José Di Lorenzo Serpa. Apelante: Banco do Brasil S/A. Advogado: Mércia Carlos de Souza e outros. Apelado: Odete Queiroga Assis Alves. Advogado: Jurandir Pereira da Silva e outro. Vistos. Trata-se de Apelação Cível interposta pelo Banco do Brasil S/A contra sentença proferida pelo Juiz da 5 4 Vara Cível da Comarca de Campina Grande (fls. 68/71), que julgou procedente o pedido feito por Odete Queiroga Assis Alves, nos autos da ação de cobrança movida em face do ora recorrente. O magistrado condenou a instituição recorrente a pagar à recorrida a quantia resultante da diferença do Plano Bresser, Verão e Collor 1, até o limite de Cr$ 50.000,00 (cinquenta mil cruzeiros) e do Plano Collor 11, no tocante às contas poupanças n 2 110.004.300-1 e 100.004.300-X, indicadas às fls. 22, devidamente corrigida. Condenou, ainda, ao pagamento de custas e honorários advocatícios, estes arbitrados em 15% (quinze por cento) sobre o valor da condenação. Nas razões recursais de fls. 74/84, o Banco recorrente levantou as preliminares de: 1) ilegitimidade passiva ad

causam; 2) inépcia da petição inicial e; 3) litispendência. No mérito, aduz, em síntese, que o magistrado deixou de analisar mais detalhadamente as provas trazidas aos autos. Com isso, requer o acolhimento da(s) preliminar(es) e a consequente extinção do feito ou, superadas estas, a reforma da sentença com a improcedência do pedido inicial. O recorrido apresentou suas contrarrazões (fls. 88/94), pugnando pela manutenção do julgado. A Procuradoria de Justiça, às fls. 99/107, emitiu parecer opinando pela negativa de seguimento ao recurso, diante da ausência de dialeticidade ou, sendo outro o entendimento desta Corte, pelo provimento parcial do recurso. É o relatório. Decido: Depreende-se da inicial que a recorrida busca a diferença monetária relativa a índices de reajuste da caderneta de poupança, que teriam sido inobservados pelo apelante, referente ao Planos Bresser, Verão, Collor I e Collor II. Neste cenário, a matéria não comporta maiores digressões, diante do entendimento reiterado do Superior Tribunal de Justiça, que já se manifestou reiteradas vezes sobre o assunto, inclusive acerca das preliminares arguidas, como veremos a seguir: PRELIMINARES 1. DA ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM Prima facie, cumpre analisar a preliminar de ilegitimidade passiva suscitada, sob o fundamento de transferência dos ativos financeiros ao Banco Central do Brasil, bem como em razão de não ter sido o Banco promovido quem determinou o novo índice de correção monetária a ser utilizado.

A argumentação não merece prosperar, pois em caso de responsabilidade contratual, o Banco contratado é quem deve responder pela diferença, na atualização do capital depositado em caderneta de poupança. Esse entendimento também é esposado pelo Superior Tribunal de Justiça, in verbis: "PROCESSO CIVIL E ADMINISTRATIVO - AÇÃO DE COBRANÇA - CORREÇÃO MONETÁRIA - PRESCRIÇÃO - ATIVOS RETIDOS E CADERNETA DE POUPANÇA - PEDIDOS CUMULADOS: POSSIBILIDADE. 1. A correção monetária das contas de poupança nos meses de junho/87 e janeiro/89, segundo jurisprudência do STJ, obedecem ao IPC, sendo responsável pelo pagamento o banco depositário. A ação de cobrança dessa diferença de correção monetária de saldo de caderneta de poupança prescreve em vinte anos. 2. A correção dos ativos retidos, de responsabilidade do BACEN, deve ser realizada pelo BTNF. 3. Possibilidade de cumulação dos expurgos inflacionários das contas de poupança e dos ativos retidos. 4. Recurso da CEF improvido e recurso do BACEN provido." (REsp 636.3961R5, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 12.04.2005, DJ 23.05.2005 p. 212). "PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO AGRAVO REGIMENTAL CADERNETA DE POUPANÇA PLANOS BRESSER, VERÃO E COLLOR CORREÇÃO MONETÁRIA. 1. Decisão que, equivocadamente, deixou de manifestar-se sobre a correção monetária dos Planos Bresser e erão.

2. A correção monetária das contas de poupança nos meses de junho/87 e janeiro/89, segundo jurisprudência do STJ, obedecem ao IPC, sendo responsável pelo pagamento o banco depositário. 3. As cadernetas de poupança com datas de aniversário na primeira quinzena de março/90 foram corrigidas pelas instituições financeiras, nesse mês, pelo IPC de fevereiro/90 (72,78%), e em abril/90, simultaneamente à conversão e a transferência, consoante a Lei n. 8.024/90, pelo IPC de março/90 (84,32%); 4. As cadernetas de poupança com datas de aniversário na segunda quinzena de março/90 foram corrigidas pelas instituições financeiras, nesse mês, pelo IPC de fevereiro/90 (72,78%), quando houve a conversão e a transferência dos cruzados novos bloqueados ao BACEN, e em abril/90 pelo BTNF no percentual de 41,28%, porque já iniciado novo ciclo mensal. 5. Agravo regimental provido em parte." (AgRg no REsp 862.375/RJ, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 18.10.2007, DJ 06.11.2007 p. 160) (grifamos). 010 passiva. Assim, rejeito a preliminar de ilegitimidade 2. DA INÉPCIA DA INICIAL Não merece guarida a alegação de ser inepta a inicial por ausência de comprovação de saldo positivo nas contas poupanças. Com efeito, a apelada trouxe aos autos os documentos colacionados às fls. 22, que comprovam a existência da conta poupança de titularidade de seu falecido esposo, além de ter demonstrado através dos documentos de fls. 23/26 a solicitação feita ao Banco apelante dos extratos jio período relativo à cobrança objeto da _ --

presente ação. Assim, passou a ser ônus da instituição apelante, a prova da inexistência do direito vindicado. Diante desse cenário, está a inicial instruída com os documentos necessários, vez que atende à determinação contida na legislação processual, em especial no art. 283, do Código de Processo Civil. Nesse sentido: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. INÉPCIA DA INICIAL. INOCORRÊNCIA. EXTRATO DAS CONTAS. É prescindível a juntada dos extratos das contas vinculadas à inicial, conforme jurisprudência iterativa desta Corte. Não pode ser considerada inepta a inicial que especifica a causa de pedir, ainda que de forma genérica, e contém pedido certo e determinado. Recurso especial conhecido e provido. (REsp 219.8741SP, Rel. Ministro FRANCISCO PEÇANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 19/12/2003, DJ 05/04/2004 p. 220). Diante da fundamentação acima exposta, rejeito a preliminar de inépcia da inicial. 3. DA LITISPENDÊNCIA O Superior Tribunal de Justiça já decidiu que a ação proposta pelo IDEC Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor por danos provocados a interesses individuais homogêneos não induz litispendência em relação à ação de cunho individual, nos termos do art. 104 do Código de Defesa do Consumidor, conforme se verifica do aresto abaixo transcrito: CADERNETA DE POUPANÇA. JANEIRO DE 1.989. AÇÃO PROPOSTA PELO "IDEC". LEGITIMIDADE DE PARTE ATIVA E PASSIVA. LITISPENDÊNCIA.

IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA. INÉPCIA DA INICIAL. PRELIMINARES AFASTADAS. CRITÉRIO DE REMUNERAÇÃO. - Nomes e qualificações dos beneficiários constantes de quadros anexados à inicial. Preliminar de inépcia rejeitada. - A propositura de ação civil pública pelo "IDEC" por danos provocados a interesses individuais homogêneos não induz litispendência em relação à ação de cunho individual. Aplicação do art. 104 do Código de Defesa do Consumidor. (...) Recurso especial conhecido, em parte, e provido. (REsp 160.288/SP, Rel. Ministro BARROS MONTEIRO, QUARTA TURMA, julgado em 10/04/2001, DJ 13/08/2001 p. 160). litispendência. Não há, destarte, como acolher a preliminar de MÉRITO De logo, não vislumbro a ausência de dialeticidade suscitada pela douta Procuradora de Justiça, pois, mesmo que de forma genérica, o apelante rebateu os termos da sentença, que deve ser parcialmente reformada. Isso porque o magistrado, ao apreciar o pedido inicial, não levou em consideração a data de abertura das contas poupanças referidas pelo recorrente às fls. 22. Com efeito, a conta poupança n 2 110.004.300-1 foi aberta em 03/08/1990 e, portanto, não pode sofrer a incidência dos índices inflacionários dos Planos Bresser (junho de 1987), Verão (janeiro e fevereiro de 1989) e Collor I (março, abril e maio de 1990). Dessa forma, a conta poupança n 2 110.004.300-1 só faz jus apenas à correção do Plano Collor II, que diz respeito ao mês de

fevereiro do ano de 1991, devendo a sentença ser reformada nesse ponto. Do mesmo modo, a conta poupança n 2 100.004.300- X foi aberta em 05/04/1988, ou seja, depois do Plano Bresser (junho de 1987), devendo ser excluído da condenação a incidência do índice a ele correspondentes. O STJ já pacificou o entendimento de que a data de abertura da conta poupança deve ser considerada para aferição do direito reclamado, nos casos de expurgos inflacionários decorrentes de Planos Econômicos: DIREITOS ECONÔMICO E PROCESSUAL CIVIL. CADERNETA DE POUPANÇA. "PLANO VERÃO". JANEIRO DE 1989. ART. 17 DA MP 32/89 (LEI 7.730/89). INAPLICABILIDADE. ÍNDICE. IPC. RECURSO DESACOLHIDO. I - Iniciada ou renovada caderneta de poupança, norma posterior que altere o índice de correção incidente sobre tal modalidade de investimento não pode retroagir para alcançá-la. Tendo incidência imediata e dispondo para o futuro, não afeta as situações jurídicas já constituídas. II - O critério de atualização estabelecido quando da abertura ou renovação automática das cadernetas de poupança, para vigorar durante o período mensal seguinte, passa a ser, a partir de então, direito adquirido do poupador. III - A matéria não enfrentada pelo Tribunal de origem não pode ser objeto de análise na instância especial, por faltar o requisito do prequestionamento, consoante enunciado n 2 282 da Súmula/STF. (REsp 190.337/SP, Rel. MIN. SALVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em 24/11/1998, DJ 15/03/1999 p. 251).

Esse entendimento também foi adotado pela douta Procuradora de Justiça, que, ao se pronunciar acerca do mérito recursal, assim opinou: "Opina o MP que seja o Recurso conhecido, e que lhe seja dado provimento parcial, julgando-se improcedente o pedido com relação ao Plano Bresser, porque a Apelada não comprovou a existência de conta-poupança em junho de 1987. Por sua vez, a Conta 110.004.300-1 somente faz jus à correção do Plano Collor II, pois foi aberta após maio de 1990, e a Conta 110.004.300-X faz jus à correção dos Planos Verão, Plano Collor I e Plano Collor II, devendo ser excluída a diferença da correção monetária nos períodos em que não foi comprovada a existência de conta-poupança (vide fls. 22), em consonância com o entendimento do E. STJ: "desde que acompanhe a inicial prova da titularidade no período vindicado" (REsp 644.346/BA, Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 29.11.2004)." (fls. 107). Diante do exposto e com fulcro no art. 557, 1 2-A, do CPC e em consonância com o parecer ministerial, DOU PROVIMENTO PARCIAL AO RECURSO, determinando que a conta poupança n2 110.004.300-1 sofra apenas a incidência da correção referente ao Plano Collor II, e no que tange à conta poupança n 2 100.004.300-X, que seja excluído da condenação a correção pertinente ao índice do Plano Bresser. Publique-se. Intime-se. João Pessoa, 26 e abril de 2010. 4119 Des. Jo é Di Lorenzo Serpa Relator

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