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DECISÕES» ISS. 3. Recurso especial conhecido e provido, para o fim de reconhecer legal a tributação do ISS.

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RECURSO ESPECIAL Nº RS (2003/ )

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AGRAVO INTERNO EM APELACAO CIVEL

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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL MINUTA DE JULGAMENTO FLS. *** QUARTA TURMA ***

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Dados Básicos. Ementa. Íntegra

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TERCEIRA CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO Nº 10985/ CLASSE CNJ COMARCA DE POXORÉO

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Transcrição:

RECURSO ESPECIAL Nº 575.590 - RS (2003/0130567-7) RELATOR : MINISTRO TEORI ALBINO ZAVASCKI RECORRENTE : ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROCURADOR : LUCIANA MABILIA MARTINS E OUTROS RECORRIDO : BANCO DO BRASIL S/A ADVOGADO : ÂNGELO AURÉLIO GONÇALVES PARIZ E OUTROS EMENTA PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA. BEM GRAVADO DE INALIENABILIDADE EM CÉDULA DE CRÉDITO RURAL. IMPENHORABILIDADE QUE NÃO PREVALECE DIANTE DE EXECUTIVO FISCAL. 1. Está assentado na jurisprudência do STJ o entendimento segundo o qual a impenhorabilidade prevista nos arts. 69 do Decreto-lei 167/67 e 57 do Decreto-lei 413/69, em favor, respectivamente, dos bens dados em garantia em operações com cédulas de crédito rural e com crédito industrial, é relativa, não prevalecendo diante de penhora realizada em executivo fiscal. 2. Recurso especial provido. ACÓRDÃO Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, dar provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Denise Arruda, Francisco Falcão e Luiz Fux votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, ocasionalmente, o Sr. Ministro José Delgado. Brasília, 15 de agosto de 2006. MINISTRO TEORI ALBINO ZAVASCKI Relator Documento: 640858 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 31/08/2006 Página 1 de 6

RECURSO ESPECIAL Nº 575.590 - RS (2003/0130567-7) RECORRENTE : ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROCURADOR : LUCIANA MABILIA MARTINS E OUTROS RECORRIDO : BANCO DO BRASIL S/A ADVOGADO : ÂNGELO AURÉLIO GONÇALVES PARIZ E OUTROS RELATÓRIO O EXMO. SR. MINISTRO TEORI ALBINO ZAVASCKI (Relator): Cuida-se de recurso especial apresentado em face de acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul que julgou procedentes embargos de terceiro a execução fiscal, determinando a desconstituição da penhora realizada sobre bem dados em garantia de financiamento, mediante Cédula Rural Pignoratícia e Hipotecária, restando assim ementado: "APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS DE TERCEIRO. PREFERÊNCIA SOBRE O CRÉDITO HIPOTECÁRIO. Inviabilidade de penhora de bem cedularmente garantido, por força de sua impenhorabilidade, prevista nos artigos 648 do CPC, 184 do CTN e 30 da LEF. Inaplicabilidade, à espécie, da regra do artigo 186 do CTN, por tratar ela de preferência de crédito, quando se está a tratar de privilégio especial sobre determinados bens. APELAÇÃO PROVIDA." (fl. 132) No especial (fls. 152-166), fundado nas alíneas a e c, o recorrente aponta ofensa aos arts. 184, 186 e 187 do CTN, 29 e 30 da Lei 6.830/80, 615, II, e 619 do CPC, aduzindo, em síntese, que (a) a impenhorabilidade estabelecida no art. 69 do DL 167/67 não prevalece contra a Fazenda Pública, cujos créditos devem ser satisfeitos antes de quaisquer outros e à conta de todos os bens e rendas do devedor, a teor dos arts. 184 e 186 do CTN e 30 da LEF; (b) sendo relativa a impenhorabilidade prevista no DL 167/67, nos termos de seu art. 41, 1º, não se insere na exceção prevista na parte final do art. 184 do CTN; (c) o art. 69 do DL 167/67 foi revogado pelas disposições dos arts. 29 da LEF e 615 e 619 do CC. Indica dissídio entre a orientação firmada no acórdão recorrido e aquela adotada em julgados desta Corte em que se decidiu ser viável, em execução fiscal, a penhora de bens gravados por hipoteca constituída mediante Cédula de Crédito Rural. Os recorridos, em contra-razões (fls. 168-178), apontam falta de prequestionamento dos dispositivos invocados, pugnando, no mérito, pela confirmação do julgado do TJ/RS. É o relatório. Documento: 640858 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 31/08/2006 Página 2 de 6

RECURSO ESPECIAL Nº 575.590 - RS (2003/0130567-7) EMENTA PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA. BEM GRAVADO DE INALIENABILIDADE EM CÉDULA DE CRÉDITO RURAL. IMPENHORABILIDADE QUE NÃO PREVALECE DIANTE DE EXECUTIVO FISCAL. 1. Está assentado na jurisprudência do STJ o entendimento segundo o qual a impenhorabilidade prevista nos arts. 69 do Decreto-lei 167/67 e 57 do Decreto-lei 413/69, em favor, respectivamente, dos bens dados em garantia em operações com cédulas de crédito rural e com crédito industrial, é relativa, não prevalecendo diante de penhora realizada em executivo fiscal. 2. Recurso especial provido. VOTO O EXMO. SR. MINISTRO TEORI ALBINO ZAVASCKI (Relator): 1. Sem razão os recorridos quanto à falta de prequestionamento dos dispositivos indicados como malferidos pelo especial, já que sobre as normas neles insertas emitiu juízo explícito o acórdão do TJ/RS restando plenamente atendido, pois, tal requisito de admissibilidade. 2. Firmou-se nesta Corte orientação segundo a qual a impenhorabilidade prevista nos arts. 69 do Decreto-lei 167/67 e 57 do Decreto-lei 413/69, em favor, respectivamente, dos bens dados em garantia em operações com cédulas de crédito rural e com crédito industrial, é relativa, não prevalecendo diante de penhora realizada em executivo fiscal. Confiram-se, nesse sentido, entre muitos, os julgados cujas ementas abaixo se transcrevem: "PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA. BEM GRAVADO POR CÉDULA RURAL. POSSIBILIDADE. CTN, Art. 184, DL 167/69. PRECEDENTES. 1. O art. 184/CTN, como norma de Lei Complementar, prevalece sobre disposição do DL 167/69 sobre a penhorabilidade do bem gravado com cédula de crédito rural. Entendimento consagrado na jurisprudência desta Corte com o qual o acórdão recorrido está em sintonia. 2. Recurso especial conhecido e improvido." (RESP 374.584/RS, 2ª Turma, Min. Peçanha Martins, DJ de 27.06.2005) "PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. CÉDULA DE CRÉDITO INDUSTRIAL. PENHORA. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. ARTIGO 57 DO DECRETO-LEI Nº 413/69. ARTIGO 186 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL. 1. Esta Corte tem entendido que a impenhorabilidade de que trata o artigo 57 do Decreto-Lei nº 413/69 não é absoluta. 2. O que determina o art. 57 do Decreto-lei 413/69 é a preferência do detentor da garantia real sobre os demais credores na arrematação do bem vinculado à hipoteca. O privilégio constante de tal preceito é inoponível ao crédito fiscal. 3. O Código Tributário Nacional tem status de lei complementar, suas disposições prevalecem sobre a disposição do Decreto-Lei 413/69, não podendo a impenhorabilidade que prescreve prevalecer sobre as regras contidas no primeiro, sob Documento: 640858 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 31/08/2006 Página 3 de 6

pena de violação do princípio da hierarquia das leis. A hipótese prevista no referido Decreto não se inclui na ressalva do art. 184 do CTN. 4. De acordo com o artigo 186 do Código Tributário Nacional, o crédito tributário goza de preferência sobre os demais, à exceção dos de natureza trabalhista. 5. A Fazenda Pública não participa de concurso, tendo prelação no recebimento do produto da venda judicial do bem penhorado, ainda que esta alienação seja levada a efeito em autos de execução diversa. 6. Recurso especial improvido." (RESP 672.029/RS, 2ª Turma, Min. Castro Meira, DJ de 16.05.2005) "PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA. BEM GRAVADO DE INALIENABILIDADE EM CÉDULA DE CRÉDITO COMERCIAL. IMPENHORABILIDADE. NÃO INCIDÊNCIA EM FACE DE EXECUTIVO FISCAL. 1. A impenhorabilidade dos bens gravados por cédulas de crédito comercial (Decreto-lei 413/69) não prevalece no processo executivo fiscal (art. 184 do CTN). 2. Recurso especial provido." (RESP 522.469/RS, 1ª Turma, Min. Teori Zavascki, DJ de 18.04.2005) "TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. IMÓVEL GRAVADO COM HIPOTECA. CÉDULA DE CRÉDITO INDUSTRIAL. PENHORA PARA SATISFAZER CRÉDITO TRIBUTÁRIO - POSSIBILIDADE. CTN, ART. 184. 1. O crédito tributário, como é cediço, goza de preferência sobre os demais, à exceção dos de natureza trabalhista. A Fazenda Pública não participa de concurso, tendo prelação no recebimento do produto da venda judicial do bem penhorado, ainda que esta alienação seja levada a efeito em autos de execução diversa. 2. O que determina o art. 57 do Decreto-lei 413/69 é a preferência do detentor da garantia real sobre os demais credores na arrematação do bem vinculado à hipoteca. Este privilégio, entretanto, é inoponível ao crédito fiscal. 3. "Não havendo o art. 57 do Dec.-lei 413/69 estabelecido a impenhorabilidade absoluta dos bens vinculados a cédula de crédito industrial (até porque em caso contrário, nem o credor por tal cédula poderia penhorar os bens a ela vinculados), não ocorre, no caso, a exceção prevista na parte final do art. 184 do CTN, única exceção que poderia beneficiar o recorrente, uma vez que este dispositivo não foi derrogado por aquele" (RE 84.059, Rel. Min. Moreira Alves). 4. A Lei de Execução Fiscal é posterior ao Decreto-lei 413/69 e, no confronto entre os dois diplomas legais, há de prevalecer a LEF, não por força de uma suposta hierarquia entre essas leis, que não existe, mas sim em virtude do princípio da especialidade (Lex specialis derrogat generalis). 5. Recurso especial provido." (RESP 563.033/SP, 1ª Turma, Min. Luiz Fux, DJ de 22.03.2004) "DIREITOS COMERCIAL, TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. CÉDULA DE CRÉDITO INDUSTRIAL. BEM DADO EM HIPOTECA. PENHORA PARA SATISFAZER DÍVIDA FISCAL. POSSIBILIDADE. ARTS. 184 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL, 30 DA LEI 6.830/80 E 57 DO DECRETO-LEI 413/69. PRECEDENTES. RECURSO DESACOLHIDO. - Os bens gravados com hipoteca oriunda de cédula de crédito industrial podem ser penhorados para satisfazer débito fiscal, seja por não ser absoluta a impenhorabilidade Documento: 640858 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 31/08/2006 Página 4 de 6

ditada pelo art. 57 do Decreto-Lei 413/69, seja pela preferência outorgada aos créditos tributários." (RESP 88.777/SP, 4ª Turma, Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJ de 15.03.1999) 3. Diante do exposto, dou provimento ao recurso especial, para restabelecer integralmente as conclusões da sentença de primeiro grau. É o voto. Documento: 640858 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 31/08/2006 Página 5 de 6

CERTIDÃO DE JULGAMENTO PRIMEIRA TURMA Número Registro: 2003/0130567-7 REsp 575590 / RS Números Origem: 70003098639 70003869328 PAUTA: 15/08/2006 JULGADO: 15/08/2006 Relator Exmo. Sr. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Subprocurador-Geral da República Exmo. Sr. Dr. JOÃO FRANCISCO SOBRINHO Secretária Bela. MARIA DO SOCORRO MELO AUTUAÇÃO RECORRENTE : ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROCURADOR : LUCIANA MABILIA MARTINS E OUTROS RECORRIDO : BANCO DO BRASIL S/A ADVOGADO : ÂNGELO AURÉLIO GONÇALVES PARIZ E OUTROS ASSUNTO: Execução Fiscal - Embargos - Terceiro CERTIDÃO Certifico que a egrégia PRIMEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A Turma, por unanimidade, deu provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Denise Arruda, Francisco Falcão e Luiz Fux votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, ocasionalmente, o Sr. Ministro José Delgado. Brasília, 15 de agosto de 2006 MARIA DO SOCORRO MELO Secretária Documento: 640858 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 31/08/2006 Página 6 de 6