Certificado de Operações Estruturadas (COE)



Documentos relacionados
RESOLUÇÃO Nº 4.263, DE 05 DE SETEMBRO DE 2013 Dispõe sobre as condições de emissão de Certificado de Operações Estruturadas (COE) pelas instituições

Letras Financeiras. Visão dos Reguladores e do Mercado. Departamento de Normas do Sistema Financeiro (Denor) Sergio Odilon dos Anjos

Seminário Crédito Imobiliário Visão do regulador e o mercado externo Banco Central do Brasil (BCB)

Painel II: Marco regulatório para inclusão financeira Mesa 3: Adequação de serviços financeiros e dos canais de acesso às necessidades da população

Regulação do Sistema Financeiro Nacional

Arranjos de Pagamento SEMARC Brasília, 4 de agosto de 2014

Regulação do Sistema Financeiro Nacional

Programa de Incentivo ao Mercado de Renda Fixa BNDES

FUNDOS DE INVESTIMENTO EM AÇÕES E FUNDOS MULTIMERCADO

9) Política de Investimentos

Risco de Crédito Estrutura de gerenciamento do risco de crédito

Brasil. Panorama Econômico e do Setor Financeiro. Novembro de 2011

RESOLUÇÃO Nº Dispõe sobre a implementação de estrutura de gerenciamento do risco de crédito.

Política de Gerenciamento de Riscos de Crédito. RB Capital DTVM

C O E u m a n o v a a l t e r n a t i v a d e i n v e s t i m e n t o

Apresentação Institucional

ESTRUTURA DE GERENCIAMENTO DE RISCO DE CRÉDITO

RISCOS DE INVESTIMENTO. Proibida a reprodução.

Gerenciamento do Risco de Crédito

Renda Fixa Privada Certificado de Recebíveis Imobiliários CRI. Certificado de Recebíveis Imobiliários - CRI

Gerenciamento de Riscos Risco de Mercado

POLÍTICA DE INVESTIMENTOS DA OABPREV-PR PARA O EXERCÍCIO DE 2007/2009

ENTIDADES AUTO-REGULADORAS DO MERCADO ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO

Gerenciamento de Riscos Pilar 3

CAIXA FI INSTITUCIONAL AÇÕES BDR NIVEL I

Gestão de Riscos, Patrimônio de Referência Exigido (PRE) e Adequação do Patrimônio de Referência (PR) Circular Bacen 3.477/09

Impactos da nova regulação de meios de pagamento para o setor supermercadista Em 3 aspectos principais: aceitação, emissor e empregador

Evolução do Mercado de Renda Fixa Local

PRAZOS E RISCOS DE INVESTIMENTO. Proibida a reprodução.

Conselho de Regulação e Melhores Práticas de Negociação de Instrumentos Financeiros DELIBERAÇÃO Nº 10

Workshop Supervisão de Mercados ANBIMA

4º PAINEL: INVESTIMENTO PRIVADO, INVESTIMENTO PÚBLICO E MERCADO DE CAPITAIS NO BRASIL

Risco na medida certa

LÂMINA DE INFORMAÇÕES ESSENCIAIS SOBRE O VIDA FELIZ FUNDO DE INVESTIMENTO EM AÇÕES CNPJ / OUTUBRO/2015

Conhecimentos Bancários. Item Fundos de Investimentos 2ª parte:

Descrição da Estrutura de Gerenciamento Risco de Mercado -

LÂMINA DE INFORMAÇÕES ESSENCIAIS SOBRE O QUELUZ TRADER FIM / Informações referentes a Agosto de 2015

LÂMINA DE INFORMAÇÕES ESSENCIAIS SOBRE O SPINELLI FUNDO DE INVESTIMENTO EM AÇÕES CNPJ / SETEMBRO/2015

Apresentação Institucional

A CVM e a Autorregulação no Mercado de Capitais

CARTILHA PERFIS DE INVESTIMENTOS

POLÍTICA DE INVESTIMENTOS

Curso de CPA 10 CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL ANBIMA SÉRIE

Procedimentos e Controles Internos - Distribuição de Fundos de Investimento Imobiliários. RB Capital DTVM

Letras Financeiras - LF

1. INTRODUÇÃO 2. OBJETIVO

Introdução: Mercado Financeiro

ESTRUTURA DE GERENCIAMENTO DE RISCO DE MERCADO

GERENCIAMENTO DE RISCOS. Pilar III Basiléia

AUDIÊNCIA PÚBLICA 060/2015

NOVOS TIPOS DE INVESTIDORES E A REGULAÇÃO DE FUNDOS DE INVESTIMENTO

O Brasil Plural é um Grupo Financeiro fundado em 2009 que possui escritórios no Rio de Janeiro, São Paulo e Nova York. Nossos sócios possuem um amplo

PRAZOS E RISCOS DE INVESTIMENTO. Proibida a reprodução.

Consultoria em COMPRAS e REDUÇÃO DE CUSTOS. Rumo à COMPETITIVIDADE das Empresas!

Curso Preparatório ANBIMA - CPA-10 Curso Preparatório ANBIMA - CPA-20

O QUE É A CVM? II - a negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários;

CONSELHO DE REGULAÇÃO E MELHORES PRÁTICAS DE FUNDOS DE INVESTIMENTO DELIBERAÇÃO Nº 66

Relatório. Gestão de Riscos. Conglomerado Cruzeiro do Sul

LÂMINA DE INFORMAÇÕES ESSENCIAIS SOBRE O GRADIUS HEDGE FUNDO DE INVESTIMENTO MULTIMERCADO CNPJ: Nº /

Regulação de Fundos de Investimento

Preocupações do Supervisor Bancário em Relação aos Riscos da Crédito e Auditoria Contínua em Crédito

Gerenciamento de capital e ICAAP

ESTRUTURA DE GERENCIAMENTO DE RISCOS

DOUTOR MAURÍCIO CARDOSO-RS POLÍTICA DE INVESTIMENTOS

Mercado de Títulos Ligados ao Setor Imobiliário para Fundos de Pensão

LÂMINA DE INFORMAÇÕES ESSENCIAIS SOBRE O BNP PARIBAS MASTER CRÉDITO FI RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO LONGO PRAZO

Mecanismo de Ressarcimento de Prejuízos (anteriormente denominado Fundo de Garantia da Bolsa de Valores de São Paulo)

1º Seminário Suitability. 27 de Abril de 2015 São Paulo SP

ESTRUTURA DE GERENCIAMENTO DO RISCO DE CRÉDITO

Consulta Pública de Lâmina de Fundo. Consulta Pública de Lâmina de Fundo

3º Seminário Internacional de Renda Fixa Andima e Cetip Novos Caminhos Pós-Crise da Regulação e Autorregulação São Paulo 19 de março de 2009

Apresentação Institucional

A Sustentabilidade no Processo de Decisão Financeira. Indicadores e práticas nos setores de Crédito, Investimentos e Seguros

La supervisión de las actividades comercializadoras de los intermediarios financieros en Brasil

Unidade III. Mercado Financeiro. Prof. Maurício Felippe Manzalli

MINISTÉRIO DA SAÚDE. AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR Diretoria Colegiada

LÂMINA DE INFORMAÇÕES ESSENCIAIS SOBRE O K1 FUNDO DE INVESTIMENTO EM COTAS DE FUNDOS DE INVESTIMENTOS MULTIMERCADO

Definição. A sua criação baseia-se em dois princípios distintos

Administração Financeira e Orçamentária I

Brasília, 9 de maio de 2013

Seminário Internacional

Renda Fixa Privada Certificado de Recebíveis do Agronegócio CRA. Certificado de Recebíveis do Agronegócio CRA

Notas explicativas da Administração às demonstrações financeiras Em 31 de dezembro de 2014 e 2013 (Valores em R$, exceto o valor unitário das cotas)

Mercado Secundário de Valores Mobiliários: Negociação e Pós-Negociação

Proposta do Ibmec estratégia nacional de acesso ao mercado de capitais

Limites e Regulação Investidores Institucionais. Aguinaldo Lester Landi Coordenador-Geral de Monitoramento de Investimentos da Previc

COMISSÃO DE FINANÇAS E TRIBUTAÇÃO

Bota pra Fazer: Negócios de Alto Impacto.

PROJETO DE LIVRO ALOCAÇÃO DE ATIVOS EM PRIVATE BANKING. Ney Roberto Ottoni de Brito (Organizador)

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL INSTITUIÇÕES. Lei 4.595/64 FINANCEIRAS COLETA INTERMEDIAÇÃO APLICAÇÃO CUSTÓDIA

AULA 4 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE AÇOES

Depósito Centralizado, Custódia e Escrituração As novas regras vigentes a partir de julho 2014

AZ Investimentos Janeiro, Esse documento foi produzido pela AZ Investimentos com fins meramente informativos.

Respeitamos o fato de que cada cliente tem diferentes necessidades e demandas. Nosso objetivo é simplificar o complexo mercado de capitais e

e) visa estabelecer diretrizes aplicáveis ao posicionamento estratégico de comunicação e marketing das entidades integrantes do Sicoob.

O Papel dos Intermediários Financeiros

Transcrição:

Certificado de Operações Estruturadas (COE) Sergio Odilon dos Anjos Departamento de Regulação do Sistema Financeiro São Paulo, 15 de maio 2014

Agenda 1. Linha do tempo e status atual 2. Base legal 3. Contexto 4. Regulamentação 5. Mercado 2

Linha do tempo e status atual 2003 2007 2009 2010 2011 2012 2013 Circ. 3.206/03 permitiu previsão contratual de mais de uma base de remuneração às operações (desde que prevaleça a maior remuneração ao investidor Criação do GT ANBIMA Notas Estruturadas em julho de 2007 MP n. 472/09 MARCO LEGAL Lei 12.249/10 BCB: Minuta de Resolução. BCB: Res. 4.263/13 Discussões Circulares BC técnicas internas, com a CVM e com a Indústria. Internacionalmente, produtos estruturados já são uma opção de funding desde a década de 80 3

Base regulamentar Lei n o 12.249, de 2010 (antiga MP n o 472, de 2009): Art. 43. As instituições financeiras podem emitir Certificado de Operações Estruturadas, representativo de operações realizadas com base em instrumentos financeiros derivativos, nas condições especificadas em regulamento do CMN. Resolução CMN n o 4.263, de 5/9/2013 Dispõe sobre as condições de emissão de Certificado de Operações Estruturadas (COE) pelas instituições financeiras que especifica. 4

Contexto Operações estruturadas já realizadas no mercado local de forma dispersa: fundos multimercado contratos combinados (captação+derivativo) notas estruturadas registradas como derivativos de balcão Operações Estruturadas Derivativos de Balcão Res. 3505/07 (Mercado) Res. 2933/02 (Crédito) Derivativos de Balcão + Renda Fixa Res. 3454/07 (CDB) Fundos Multimercado Inst CVM 409/04 (ex. capital protegido) COE Res. CMN 4.263/13 5

Certificado de Operações Estruturadas Desenvolvimen to do Mercado de Capitais Necessidade de Regulação Inovação Financeira / Alternativa de Investimento Alongamento de Prazos COE Transparência / Registro Operações Estruturadas / Renda Fixa x Variável Monitoramento e Supervisão Captação de Recursos Suitability / Compromisso do Mercado 6

Contexto Necessidade de regular! Operações já realizadas no mercado financeiro de forma dispersa Registros dispersos dificultam o a avaliação e acompanhamento do payoff tanto por parte do investidor final como pelas autoridades de supervisão; COE Maior transparência e redução dos custos de observância relacionados ao controle/monitoramento dos riscos das IF emissoras. 7

Contexto Maior eficiência e fortalecimento do mercado de capitais brasileiro Redução dos custos de transações, custos indiretos de controle e custos de observância. Solução customizada para necessidades e objetivos de investimento. Maiores oportunidades de investimentos e possibilidades de diversificação. Acesso a novos mercados. Disseminação da cultura de investimento de longo prazo Possibilidade de investimentos com risco intermediário entre renda fixa e mercado de ações. 8

Conceito Operações Estruturadas Instrumento de Captação Produto Único e Indivisível COE 9

Mercado Customizado Investidor Institucional / Cliente Private Varejo Cliente Bancário / Investidor PF Admitida a oferta pública! 10

Modalidades Valor Nominal Protegido Valor Nominal em Risco Com chance de perda ilimitada 11

Registro Valor de mercado e análise de sensibilidade A transferência de titularidade efetiva-se por meio do sistema de registro, que deve manter a sequência histórica das negociações Permite a apuração e a parametrização da estrutura de rentabilidades Emitido exclusivamente sob a forma escritural 12

Contexto A regulamentação do COE surge em um contexto de fortalecimento e amadurecimento do nosso mercado financeiro: o aprimoramento dos mecanismos e instrumentos disponíveis ao longo do processo de formação de poupança e de alocação de recursos por parte dos agentes econômicos. A disciplina de operações estruturadas de captação, contribuindo para um ambiente dotado de maior transparência e de procedimentos de monitoramento e supervisão mais eficazes e eficientes. 13

Contexto Promoção da competitividade, do desenvolvimento e da eficiência do mercado de capitais brasileiro. o Modalidade suficientemente flexível para atender às diferentes estratégias das instituições emissoras e às variadas demandas dos investidores Potencial de alongamento de prazos das operações financeiras 14

Suitability Compromisso do Mercado Suitability Adesão a padrões estabelecidos pela indústria Foco no Cliente: adequação ao perfil dos investidores - necessidades, interesses e objetivos. 15

Contexto Marco inicial em relação ao estabelecimento de regras específicas de suitability para um determinado produto financeiro. o As instituições devem oferecer condições que assegurem a adequação dos certificados de sua emissão ao perfil dos seus potenciais investidores. Regras com o objetivo permitir ao investidor ampla compreensão sobre as condições de funcionamento do certificado e os riscos incorridos, inclusive enfatizando a existência de exposição ao risco de crédito do emissor do COE. 16

Salvaguardas Gestão de Riscos Controles Operacionais I - observar a decomposição adequada das exposições nos fatores de risco de mercado e de risco de crédito, se houver; II - considerar as exposições decorrentes de não linearidades e assimetrias; III - avaliar a exposição ao risco de liquidez; IV - mensurar exposições e riscos tanto de forma integrada quanto por produto, por fator de risco e por outras dimensões consideradas relevantes; e V - prever a realização de testes de estresse I - permitir a apuração do valor marcado a mercado; II - ser baseados em critérios e procedimentos claramente definidos e documentados; III - possibilitar o controle contínuo de verificação dos limites operacionais; IV - garantir a consistência das informações constantes do registro; e V - conter controles sistematizados de prevenção a falhas operacionais e a emissões incompatíveis com os preços de mercado. 17

Contexto Em função de sua maior sofisticação e complexidade comparadas com as modalidades convencionais de captação disponíveis, o normativo estabelece requisitos adicionais aos processos de controles operacionais e de gestão de riscos das instituições emissoras. 18

Mercado Volume em circulação R$ 2 bilhões Modalidades 96,7% VN Protegido Perfil de investidor 97,8% Banco-Cliente (Varejo) 19

OBRIGADO Sergio Odilon dos Anjos Chefe de Unidade DENOR - Departamento de Regulação do Sistema Financeiro Tel.: +55 (61) 3414-1503 Email: sergio.odilon@bcb.gov.br 20