PIBID HISTÓRIA 1 COORDENAÇÃO: PROFA. DRA. KARINA KOSICKI BELLOTTI SUPERVISÃO: PROF. DANIEL JACOB NODARI COLÉGIO D. PEDRO II 28 de novembro de 2014



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Transcrição:

PIBID HISTÓRIA 1 COORDENAÇÃO: PROFA. DRA. KARINA KOSICKI BELLOTTI SUPERVISÃO: PROF. DANIEL JACOB NODARI COLÉGIO D. PEDRO II 28 de novembro de 2014 RELATÓRIO FINAL ATIVIDADE SOBRE DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA 2014 Bolsistas: Bruna Daum Alves, Daniele Viana, Fabiane Furquim, Giovana Castro, Luiz Felipe Dias Genesi, Octavio Teles Paula Marinelli Martins e Rodrigo Bonatto Dall Asta Introdução: A atividade realizada no Colégio Dom Pedro II, próxima ao dia da Consciência Negra, teve como objetivo desconstruir a ideia de uma história única, no caso, referente à história dos negros. Para isso, o plano de aula tinha uma proposta de passar o vídeo de uma africana, Chimamanda Adichie, falando sobre os perigos de visualizar a história apenas sobre uma perspectiva e, no caso, a recomendação era que as pessoas passassem a parar de contar a história dos africanos a partir de uma visão eurocêntrica, mas sim, passassem a conhecer as histórias africanas, a partir das perspectivas deles mesmos. Neste sentido, o objetivo era problematizar junto aos alunos a ideia do discurso etnocêntrico de que os negros foram escravos e nada além disso, uma vez que a história presente nos livros didáticos e no currículo do governo é somente essa. Assim como a intelectual fala no vídeo, nosso objetivo era mostrar aos alunos que os africanos são extremamente heterogêneos, povos de diversas nacionalidades, culturas. Enfim, fazê-los entender a alteridade e, não, desprezá-la. Sendo assim, além da desconstrução de uma ideia eurocêntrica de história, uma das aulas teve o intuito de mostrar a história dos negros do Paraná, com foco na questão quilombola dos escravos, para mostrar aos alunos que os escravos não eram passíveis à situação que estavam sujeitos, que eles não estavam conformados. Assim, visamos mostrar como o racismo que é tão naturalizado na nossa sociedade. Tendo em vista a proximidade do Dia da Consciência Negra, 20

de novembro, o PIBID História-1 se propôs a elaborar uma atividade que envolvesse o tema nas turmas de oitavo ano do Colégio Dom Pedro II. Considerando que a data não é feriado na cidade de Curitiba destacamos, conforme orienta nosso projeto, a necessidade de problematizar temas referentes à negligência de conteúdos relacionados à história dos negros nos manuais didáticos. Desta forma o plano de aulas elaborado visou primeiramente discutir sobre qual história foi escrita a respeito da população negra dentro e fora do Brasil até hoje e passamos a exposição da história dos negros no estado do Paraná, especialmente a formação de quilombos e seus remanescentes. Para essa dinâmica foi utilizado o material didático sobre Quilombos no Paraná produzido pela fase anterior do PIBID História, de autoria de Antonio Diogo Greff Freitas e Pedro Artur de Melo, sob a supervisão do Prof. Fabiano Stoiev e coordenação da Profa. Dra. Joseli Mendonça (UFPR). O material é composto por um texto didático e propõe atividades com a utilização de fontes primárias a respeito dos quilombos paranaenses. Foi a primeira vez que tal material pode ser trabalhado dentro do PIBID. Execução: A aplicação do material ocorreu em duas turmas de oitavo ano, sendo as atividades estruturadas em três aulas. Conforme o planejamento, a primeira aula iniciou com um vídeo de aproximadamente 20 minutos de duração, intitulado O perigo da história única, em que a escritora nigeriana Chimamanda Adichie conta, a partir de suas experiências, como percebeu a importância de se buscar sempre mais conhecimento sobre as características de uma população, de um país ou de uma pessoa, evitando cair em generalizações. A partir disso, discutiu-se com os alunos sobre Eurocentrismo e a forma generalizada e negativa com que as pessoas costumam enxergar o continente africano e sua população. O debate ocorreu de forma proveitosa e os bolsistas lançaram questões pontuais sobre tais temas, problematizando a história única eurocêntrica para incentivar o questionamento nos estudantes sobre a história que aprendem e os estereótipos e generalizações de um povo inteiro a partir do que é veiculado a nós, pela mídia, pela cultura escrita, pelo cinema etc. Também foi ressaltada a importância dos pontos de vista dentro da produção Histórica e sugerido aos alunos que pensassem como seria a história a partir do ponto de vista dos povos que sofreram séculos com a colonização. Muitos alunos se demonstraram interessados e participaram

ativamente do debate comentando sobre as questões e aproximando a realidade inclusive de como essa história única, essa visão etnocêntrica da história que produz uma imagem muito estreita para representar a totalidade de um povo, afeta a visão de fora sobre o nosso país. Na aula seguinte, a discussão visou aproximar a discussão sobre a ausência da história dos negros em manuais didáticos através da escravidão no Paraná. Dificilmente o estado é mencionado como parte da sociedade escravista brasileira e a aula iniciou-se com essa problemática: tinham escravos no Paraná? O que eles faziam? Como previsto, grande parte dos alunos afirmaram desconhecer a escravidão na região e passamos então a uma aula expositiva dialogada sobre o tema. Explicamos onde estavam os maiores focos da escravidão no Paraná e como se dava o processo de formação dos quilombos. Em uma das turmas os alunos estavam bastante agitados, dificultando a comunicação e tornando a proposta pouco eficaz. Na turma seguinte o trabalho foi mais proveitoso e menos conturbado. Para a avaliação, os alunos tiveram que responder as questões 1 e 2 da parte Trabalhando com fontes da atividade dos quilombos que consistia na análise direcionada de fontes do período. Foi explicado aos alunos o conteúdo das questões e a ordem das que seriam necessárias a realização. Houve dificuldade pela edição do material que deixou as questões ordenadas de formas difusas. No 8ºA, pela sequência de aulas ter contemplado as duas primeiras aulas da atividade no mesmo dia, foi possível pedir para que os estudantes realizassem as questões, que se focavam nas fontes, em casa e trazer para a próxima aula. A realização da terceira aula, portanto da avaliação, nesta turma ficou mais tranquila. Os alunos conseguiram responder a maioria das questões, entretanto, como a segunda e a terceira aula ocorreram no mesmo dia na turma do 8ºB, os alunos tiveram menos tempo para responder, deixando algumas questões em branco. Teria sido melhor pedir para eles terminarem em casa, mas corríamos o risco de eles não entregarem nada na próxima aula. A realização em ambas as turmas ocorreram sem muitos problemas, fora a questão do tempo, com os alunos organizados em duplas e alguns em trios, respondendo às três questões que envolviam as fontes que contemplavam uma reportagem sobre uma fuga de um escravo no Paraná, o testamento de uma moradora de Guarapuava em 1860 e na terceira questão uma comparação de documentos, sendo o primeiro sobre um Juiz em Morretes, no ano de 1797 solicitando reforços para enfrentar quilombos formados na Serra do Mar e uma reportagem atual que denuncia trabalho escravo. O uso de fontes dentro da avaliação junto com a segunda aula

teve por objetivo auxiliar o aluno na compreensão de que a escravidão ocorreu também no Paraná, por mais que isso seja pouco trabalhado pelos materiais didáticos convencionais. O que percebemos das atividades do 8º B é que as perguntas objetivas possuem as respostas mais precisas, entretanto quando precisam de um pouco maior de abstração os alunos não conseguem entender a subjetividade das perguntas, dando respostas que estavam mais óbvias no texto. Outro fator observado é que eles não relacionaram as suas respostas com as aulas que tiveram. Isso pode ter ocorrido pelo fato de que as perguntas que fizemos eram extremamente ligadas às fontes, e não exigiam que os alunos respondessem complementando com o que haviam visto em aula. Apesar dessas características, observa-se que os alunos apreenderam sobre a resistência escrava, aumentando a sua perspectiva sobre a escravidão no Brasil. Conclusão: O Dia da Consciência negra é de extrema importância e teve ser tratado nas escolas. Tal atividade é fundamental para conscientizar os alunos e desconstruir determinadas ideias naturalizadas nestes. O vídeo O perigo de uma história única é excelente para ser usado em sala de aula, pois além de tratar de maneira exemplar a questão da África e as visões usuais e exóticas que temos do continente, o vídeo nos ajuda a mostrar a questão da história como múltipla. A recepção dos alunos ao vídeo foi muito boa, a maioria conseguiu entender a ideia que o vídeo queria passar e as aulas tiveram um excelente debate e os alunos parecem ter compreendido a questão do eurocentrismo e o quanto ele influencia a educação e o ensino de história. Durante as aulas expositivas sobre a escravidão no Paraná os alunos se mostraram atentos e compreenderam bem as explicações sobre os escravos e as novas perspectivas sobre esse tema, quebrando a ideia de que no Paraná não houve escravidão. Com relação à atividade eles foram bem participativos, todos fizeram e tiveram uma média boa na avaliação. Contudo, muitos ainda têm uma dificuldade de escrita e de interpretação, mas no geral os resultados das atividades satisfizeram nossas expectativas. Para nós, bolsistas, aplicar atividades sobre o Dia da Consciência Negra é sempre uma excelente experiência, além de ser uma atividade essencial. Esta atividade foi muito proveitosa e

nos incentiva a continuar a debater essa temática nas escolas para quebrar determinadas ideias simplistas que estão naturalizadas na sociedade, mostrando o quão importante é essa data. Como em todas as atividades temos algumas dificuldades, como a questão da interpretação e escrita dos alunos, ou às vezes a dificuldade de lidar com alguns temas e explicações por parte dos bolsistas e a uma certa falta de relação das aulas nas respostas das avaliações, entretanto foi uma atividade muito proveitosa e esperamos que para os alunos tenha sido uma base para novas reflexões.