A IMPRENSA E A QUESTÃO INDÍGENA NO BRASIL
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- Isaque da Mota Neto
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1 FACULDADE SETE DE SETEMBRO INICIAÇÃO CIENTÍFICA CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL COM HABILITAÇÃO EM PUBLICIDADE E PROPAGANDA ALUNA: NATÁLIA DE ARAGÃO PINTO ORIENTADOR: PROF. DR. TIAGO SEIXAS THEMUDO A IMPRENSA E A QUESTÃO INDÍGENA NO BRASIL MAIO DE 2006
2 O Núcleo de pesquisa de comunicação da Faculdade Sete de setembro, composta por alunos com interesse em problemas sociais se reuniram para trabalhar em conjunto com o interesse de pesquisar a realidade da sociedade indígena no país, para falar da sua cultura, religião, hospitalidade e a forma que seus problemas relacionados aos preconceitos são abordados pela imprensa e mídia de um modo geral. Para podermos compreender a forma que a imprensa aborda as questões indígenas no Brasil devemos entender o que é o preconceito e a discriminação na nossa sociedade. A nossa primeira informação sobre o índio começa na escola, através de didáticos e para didáticos, que é uma fonte importante na nossa formação da imagem sobre o índio, são os livros didáticos que nos mostra imagens e textos de como a nossa sociedade chegou aos dias de hoje, passando a mostrar a vida dos nossos ancestrais até os dias atuais. Nesses livros nos encontramos muitas vezes afirmações fortes contra o preconceito, o racismo, e assim estimulando a visão dos alunos ao respeito e tolerância sobre os diferentes grupos étnicos existentes, lembrando sempre que a miscigenação do nosso povo se baseia em três raças que são os negros, brancos e índios formando assim a nossa sociedade atual. Porem nas escolas acontece sempre uma inexatidão sobre a realidade existente nos dias de hoje, pois sempre tratam os problemas dos índios e dos negros como coisas do passado, causando assim uma desvalorização e colocando os problemas dos índios em segundo plano diante dos problemas da sociedade branca, isso acontece, pois o índio sempre é visto como coadjuvante na história e não como o sujeito histórico, o nativo do Brasil. Os documentos históricos escritos apresentados que falam sobre o índio, como cartas, alvarás relatos de cronistas e viajante são fragmentos não muito confiáveis, e porque não dizer adulterados, mas que são apresentados como evidências nas escolas, como relatos do passado, para os estudantes que nem mesmo tem a oportunidade de filtrar todas essas informações e reconhece-las dentro do contexto em que elas foram geradas. Não é muito difícil ler um livro didático e encontrar basicamente fragmentos de informações sobre os índios produzidas nos primeiros séculos da colonização através da
3 escrita por cronistas, viajantes e missionários europeus, isso pode levar o aluno a ter uma visão européia do assunto, como o Brasil foi descoberto pelos europeus, esquecendo que quando os europeus aqui chegaram, o continente americano vivia uma dinâmica própria, que foi alterada substancialmente com a sua chegada. Uma coisa que complica a compreensão dos alunos é a diferente forma de vida dos índios, como a falta de escrita, falta de tecnologia para lidar com metais, falta de governo, nomadismo etc. E essa diferente forma de vida pode levar os jovens a pensar que por ser uma comunidade primitiva, e ser sempre ligada ao passado, à colonização e ao desenvolvimento europeu, torna-se essa sociedade indígena inferior à sociedade branca em geral, tendo como principal contribuição para a nossa cultura apenas uma lista de vocabulários e à transmissão de algumas técnicas e conhecimentos da floresta. Mas existem diferentes histórias que contradiz muitas coisas nesses livros didáticos, no que diz respeito aos momentos históricos nos quais os índios aparecem. Devido o índio ser lembrado como coisa do passado, as escolas, os professores muitas vezes mal qualificados, e os livros didáticos não preparam os alunos para uma melhor compreensão sobre a presença do índio nos dias atuais e no futuro, deixando o aluno desprevenido e vulnerável aos cotidianos bombardeios que os meios de comunicação informam sobre os índios nos dias de hoje. Então as informações passadas pelos livros didáticos, alem de não ter uma informação confiável, trata o índio como um antepassado praticamente pouco falado chegando a mortificar a sua existência nos dias atuais, não devemos esquecer que esses didáticos possuem um conteúdo pouco abrangente sobre os índios, se limitando apenas as características estéticas, seus efeitos da criação artística; como, saber que os índios fazem canoas, que gostam de se enfeitar, que andam nus e comem mandioca, porém essas informações sobrepõem às informações sociais como às complexidades de suas vidas, seus rituais, as relações entre si, suas concepções do mundo ou da riqueza de seu sistema e descendência. Acontece que o índio nas escolas é visto de forma genérica, pois são tratados como se todos estivessem em partes estreitamente ligadas, como se a generalização fosse a forma correta de estudá-los. Mas cada sociedade indígena é
4 extremamente diversificada, tem suas peculiaridades, que as fazem diferentes da nossa sociedade e de outros tipos de sociedades, pois cada sociedade tem uma lógica própria de vida e uma história específica, habitam diversas áreas ecológicas e experimentaram diversas situações particulares, fazendo assim, cada indivíduo tenha uma identidade própria. Para entender o preconceito e a discriminação A definição de preconceito da Enciclopédia Internacional de Ciências Sociais é um juízo ou conceito formado antes de haver reunido e examinado a informação pertinente e, portanto, normalmente baseado em provas insuficientes ou inclusive imaginárias (klineberg, 1976:422). Trata-se de um conceito antecipado, de uma opinião formada através de um conhecimento superficial dos fatos sem o interesse de fazer uma boa reflexão sobre o assunto, normalmente o preconceito assume uma atitude em favor ou contra, nas Prerrogativas de um valor otimista ou negativo. O preconceito surge a partir das diferenças contrárias a cultura do indivíduo, uma infinidade de coisas pode ser citada como exemplos de diferentes preconceitos, como profissão, pessoas, status social, órgãos do governo, grau de instrução etc. Porém na maioria das vezes o surgimento do preconceito aparece com mais freqüência relacionado com as populações ou grupos étnicos que possui certas peculiaridades físicas hereditárias, como raça, por exemplo, ou por idiomas diferentes, religião, cultura e origem nacional. O preconceito e a discriminação geram muitas vezes hostilidade de uma parte da população dominante sobre outros grupos étnicos gerando situações de conflito e violência, podemos citar o regime Nazista na Alemanha e o Apartheid na África do Sul. Como exemplos bastante extremistas de violência gerada pelo preconceito. A antropologia explica que faz parte da natureza humana uma certa antipatia frente ao que é diferente (klineberg, 1976:423) do habitual, logo que a humanidade é composta de diversas variedades de grupos humanos e essa variedade são formada de experiências de vida, capaz de atribuir fenômenos da natureza ou da realidade social, cada significado pode variar de um grupo para outro. E esse conjunto de significados compõe um código simbólico que capacita todos os seres humanos de terem uma cultura,
5 um repertório de vida diferenciando dos outros animais, criando uma igualdade entre todos os homens.
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