Coleção Águas Urbanas. Fascículo 3: Inundações Urbanas

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1 Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental PHA PHA2537 Água em Ambientes Urbanos Coleção Águas Urbanas Prof. Dr. Kamel Zahed Filho Prof. Dr. José Rodolfo Scaratti Martins Profa. Dra. Monica Ferreira do Amaral Porto Estagiária PAE: Maíra Simões Cucio 2012

2 Sumário Introdução...2 Situação no Brasil...5 Causas de Enchentes Urbanas no Brasil...6 Prejuízos causados por inundações urbanas...9 Planejamento da Gestão de águas pluviais Medidas de controle de enchentes Medidas Estruturais Medidas estruturais extensivas Medidas Estruturais Intensivas Medidas não-estruturais Perspectivas futuras em busca da integração Município de Santo André: um caso interessante no Brasil Referências bibliográficas

3 Introdução O ano de 2007 representou um importante ponto de controle para a população mundial, pois a partir de então, metade da população mundial passou a viver em centros urbanos (UN-Habitat, 2007). A figura 1 ilustra esta situação, mostrando a porcentagem de urbanização de cada país, incluindo cidades grandes, com mais de 1 milhão de habitantes. Figura 1: Porcentagem de urbanização de cada país e megacidades pelo mundo. Fonte: United Nations, Department of Economic and Social Affairs, Population Division: World Urbanization Prospects, the 2011 Revision. New York Apesar de a urbanização representar melhoras em alguns aspectos sociais e econômicos da vida humana, como o acesso às redes de abastecimento de água e esgoto, energia elétrica e grande disponibilidade de serviços, ela também é perversa, especialmente para populações mais carentes, que frequentemente enfrentam a falta destes serviços básicos (ZEVENBERGEN et al, 2008). Os desastres ambientais urbanos provocados por fenômenos naturais têm se intensificado à medida que a urbanização se acelera. Terremotos, tsunamis, furacões, chuvas intensas, invernos rigorosos e secas prolongadas parecem ter consequências cada vez mais graves quando atingem áreas urbanas, que cada vez mais estão se expandindo e adensando e, portanto, estes desastres atingem cada vez mais pessoas quando ocorrem em áreas urbanas. A urbanização afeta as condições naturais para ocorrência de desastres ambientais, assim como estes desastres ambientais têm seu potencial ampliado em função da urbanização (JATOBÁ, 2011). Por isso, estes assuntos vêm ganhando atenção de congressos e seminários na área científica e de pesquisa, e também na gestão das áreas urbanas por parte do Estado, além de ser assunto recorrente na imprensa por estarem associados às perdas materiais e de vidas humanas (JATOBÁ, 2011; PISANI; BRUNA, 2011). Apesar de atividades como agricultura, mineração e geração de energia gerarem impactos significativos ao meio ambiente, a urbanização os gera de forma 2

4 concentrada, difundindo-os para além do espaço urbano (JATOBÁ, 2011). Segundo estimativas do Fundo de População das Nações Unidas, a soma de todas as áreas urbanas ocupa somente 2,8% da superfície terrestre (UNFPA, 2008), no entanto, grande parte dos impactos ambientais tem sido gerada nestas áreas. Dados da ONU mostram que o desenvolvimento de apenas 5% das cidades em expansão tem planejamento (GENTLEMAN, 2007), e é esta falta de planejamento que ocasiona grande parte dos impactos ambientais urbanos e também das situações de risco à população. A urbanização é uma situação em que aumenta a exposição da população aos riscos: ocupação humana em áreas de risco de desabamentos e enchentes, poluição hídrica, poluição atmosférica, contaminações de água e solo por produtos perigosos, geração de resíduos, são algumas situações às quais a sociedade fica exposta (JATOBÁ, 2011). Muitas vezes, a falta de infraestrutura apropriada, com condições básicas de habitabilidade, como redes de abastecimento de água e esgotamento sanitário, coleta de lixo, obras de contenção de encostas e drenagem de águas pluviais aliadas às más condições de habitação agravam estas situações de risco (JATOBÁ, 2011). Como consequência da urbanização, a valorização da terra pressiona a ocupação de áreas impróprias, o que propicia a formação de assentamentos humanos inadequados, como invasões e favelas, com poucas áreas verdes e sem a oferta de serviços básicos como abastecimento de água e coleta de esgoto. Muitas vezes, o leito maior e às vezes o leito menor dos rios acabam sendo ocupados por edificações. A urbanização também atrai contingente populacional, o que causa desagregação cultural e perda de identidade com o local, o que dificulta a mobilização política. Além disso, o Poder Público não costuma realizar planejamento a médio e longo prazo, dando preferência para obras de grande visibilidade, que nem sempre resolvem problemas importantes da cidade. Todos estes aspectos acabam por agravar alguns problemas das grandes cidades. Enchentes têm sua frequência e magnitude aumentadas devido à urbanização, uma vez que a ocupação inadequada do espaço urbano causa impermeabilização do solo, além de produzir obstruções no escoamento superficial, através de drenagem inadequada, obstruções em condutos e assoreamento (TUCCI, 1999). Um dos problemas relacionados à rápida urbanização é a sensibilidade às enchentes, como resultado da concentração de pessoas em áreas suscetíveis à inundação, falta de planejamento na gestão de águas urbanas, falta de planejamento urbano, dentre outros (ZEVENBERGEN et al, 2008). A figura 2 mostra a situação das inundações urbanas no mundo, de acordo com a população das cidades e de acordo com a severidade das inundações, sendo as marcadas em vermelho as mais graves. Na figura 2, é possível observar a região do sudeste brasileiro como uma região que concentra tanto um contingente populacional expressivo, como situações severas de inundações urbanas, as quais a população dessa região está acostumada a vivenciar nas épocas de chuva. 3

5 Figura 2: Situação das inundações urbanas no mundo. Fonte: United Nations, Department of Economic and Social Affairs, Population Division: World Urbanization Prospects, the 2011 Revision. New York 2012 Todos os anos, no período de chuvas, o mesmo episódio se repete: a imprensa destaca incidentes causados por enchentes, entrevista governos municipais, estaduais e federais a respeito destes incidentes, a população se sensibiliza com estes casos, medidas emergenciais são tomadas, o assunto é discutido amplamente por técnicos da área, políticos, cidadãos, vítimas. No entanto, passados alguns meses, o assunto é esquecido, e retorna à mídia no ano seguinte, novamente, na época de chuvas (PISANI; BRUNA, 2011). No entanto, a ocupação de vales, áreas de encosta e áreas inundáveis continua ocorrendo durante todo o ano, em um misto de falta de opções por parte da população e falta de fiscalização pelo Estado. De acordo com a Secretaria Nacional de Defesa Civil, estes desastres naturais produzem mais danos materiais e humanos do que as guerras. O Relatório Conjuntura 2012 da Agência Nacional de Águas traz definições importantes do Glossário de Defesa Civil da Secretaria Nacional de defesa Civil. De acordo com ele, o termo inundação se refere a um transbordamento de água da calha normal de rios, lagos, açudes e mares, ou acumulação de água por drenagem deficiente, em áreas que habitualmente não ficam submersas. Já o termo enchente se refere à elevação do nível de água de um rio acima de sua vazão normal. Geralmente, inundação e enchente são usadas como sinônimos. As enxurradas podem ser definidas como os volumes de água que escoam na superfície do terreno, com grande velocidade, em decorrência de fortes chuvas. Os alagamentos, por sua vez, são resultantes do acúmulo de água no leito de ruas e no perímetro urbano, causado por precipitações pluviométricas fortes, em cidades com drenagem deficiente (ANA, 2012). O esclarecimento destes conceitos é imprescindível para as discussões acerca deste tema. 4

6 Situação no Brasil O relatório Conjuntura da Agência Nacional de Águas de 2012 mostra a localização dos episódios de cheias no país em 2011 para os casos mais extremos, em que os municípios tiveram que decretar estado de emergência ou estado de calamidade pública. A figura 3 mostra esta situação, em que o destaque está nas regiões sul e sudeste, onde ocorreram os episódios mais significativos de inundações no ano passado, como, por exemplo, o caso da região serrana do Rio de Janeiro, as enchentes urbanas em São Paulo e os episódios em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, seguidos pelos episódios na área do litoral nordestino, especialmente de Pernambuco, Alagoas e Paraíba. Estes casos podem ser visualizados de forma mais detalhada na figura 4. Figura 3: Ocorrências de cheias resultantes em situações de emergência e calamidade pública em Fonte: ANA, Figura 4: Episódios de cheia mais significativos no Brasil em Fonte: ANA,

7 Causas de Enchentes Urbanas no Brasil A infraestrutura urbana altera e polui o regime natural de escoamento superficial. O desenvolvimento das grandes cidades resultou na canalização de rios, aterramento de córregos, drenagem de águas paradas e construção de redes de drenagem planejadas para remover as águas pluviais o mais rápido possível do ambiente urbano (ICLEI BRASIL, 2011). A figura 5 mostra os possíveis caminhos da água de chuva em um ambiente urbano, com destaque para a qualidade destas águas, mostrando os possíveis destinos. Figura 5: Caminhos da água de chuva em um ambiente urbanizado. Fonte: ICLEI BRASIL, O desenvolvimento urbano causa mudanças no uso do solo, retirando a cobertura vegetal, implantando pavimentos permeáveis, alterando a drenagem dos terrenos. Estas modificações causam diversos impactos no ciclo hidrológico urbano. A figura 6 ilustra esta situação, com diferentes cenários para diferentes tipos de uso do solo. Figura 6: Produção de escoamento superficial de acordo com a impermeabilização do solo. Fonte: In Stream Corridor Restoration: Principles, Processes, and Practices (10/98). By the Federal Interagency Stream Restoration working Group (FISRWG) (15 Federal agencies of the U.S.) apud Tucci (2008) aponta que a urbanização é espontânea e que o planejamento urbano adequado é realizado para a cidade ocupada pela população de média/alta 6

8 renda, deixando de lado a gestão dos espaços onde se encontram populações menos favorecidas. Áreas mais periféricas, onde o crescimento populacional é maior, sofrem com problemas de invasão e ocupação de áreas de risco, como áreas com risco de enchentes e escorregamentos, áreas perigosas especialmente nas épocas chuvosas. Figura 7 mostra uma situação comum em áreas urbanas, a ocupação de áreas de várzea, uma das causas de inundações urbanas. A ocupação do leito de inundação dos corpos d água no meio urbano configura um dos maiores problemas de gestão das grandes cidades. As inundações são frequentes e a parcela da população que ocupa estas áreas se vê frequentemente afetada por estas enchentes, e ao mesmo tempo, não têm outra opção de moradia. Configura-se uma situação de difícil equacionamento pelo Poder Público. Figura 7: Ocupação urbana em áreas de várzea. Nos Planos Diretores Urbanos de quase todas as cidades brasileiras, não há restrições à ocupação de áreas com risco de inundação, mesmo que essas ocorram apenas esporadicamente. A ocupação destas áreas, especialmente por populações de baixa renda, acentua os problemas de enchente (TUCCI, 1999). A urbanização causa aumento das vazões máximas em até 7 vezes, devido ao aumento da capacidade de escoamento através de condutos e canais e da impermeabilização do solo. Chuvas intensas fazem com que a capacidade dos sistemas de drenagem seja excedida, causando transbordamentos. A construção de canais para a rápida coleta e transporte de águas pluviais para cursos de água receptores como rios e córregos provoca um aumento das vazões máximas, antecipando picos de cheia, o que aumenta o risco de inundações à jusante (ICLEI BRASIL, 2011; TUCCI, 1999). 7

9 O aumento da produção de sedimentos, seja pela produção de resíduos sólidos, seja pelas atividades de construção, limpeza de terrenos, ou pelo carreamento de sedimentos pelo escoamento superficial, pode causar assoreamento nos corpos d água e na micro e macrodrenagem, com redução da capacidade de escoamento dos condutos. Adicionalmente, os fluxos de escoamento superficial apresentam alta velocidade, em decorrência da impermeabilização, o que causa erosão, e, consequentemente, mais produção de sedimentos (ICLEI BRASIL, 2011; TUCCI, 1999). A elevada produção de lixo pelas cidades também é um problema, pois obstruir canais de drenagem, ocupando espaços destinados ao escoamento. Além disso, a presença de lixo torna as condições sanitárias das águas escoadas ainda piores (TUCCI, 1999; TUCCI, 2008). A própria infraestrutura urbana instalada de forma desorganizada pode causar problemas na drenagem, obstruindo os caminhos do escoamento com obras de drenagem inadequadas, aterros, reduções na seção de escoamento, dentre outros. Com a impermeabilização, há uma redução da infiltração no solo, o que aumenta os volumes de escoamento superficial e diminui a recarga de aquíferos, o que pode prejudicar a disponibilidade futura de água (TUCCI, 1999). A Tabela 1 mostra os efeitos hidrológicos de vários problemas urbanos relacionados à inundações. Tabela 1: Resumo das consequências hidrológicas da urbanização. CAUSAS EFEITOS Impermeabilização Redes de Drenagem Lixo Redes de esgoto deficientes Desmatamento e desenvolvimento indisciplinado Ocupação das várzeas Maiores picos e volumes Maiores picos a jusante Degradação da qualidade da água Entupimento de bueiros e galerias Degradação da qualidade da água Moléstias de veiculação hídrica Inundações: consequências mais sérias Maiores picos e volumes Mais erosão Assoreamento em canais e galerias Maiores prejuízos Maiores picos e volumes Maiores custos de utilidades públicas Além de todas estas causas, é preciso lembrar também que a gestão das águas pluviais urbanas no Brasil tem sido feita com base em um princípio equivocado: a drenagem deve retirar a água excedente o mais rápido possível do seu local de origem. Dentre as consequências desta abordagem, pode-se citar: - Ilhas de calor : devido à rápida remoção de água de chuva, que reduz a evapotranspiração e que somada ao efeito de aquecimento de superfícies impermeáveis, gera um microclima mais quente. - Inundações a jusante: devido ao afastamento rápido das águas pluviais. 8

10 - Poluição Difusa: poluentes sem origem definida (metais pesados, óleos e pesticidas) são diluídos nos escoamentos até os cursos d água. - Redução do escoamento básico: a impermeabilização das superfícies esgota aquíferos ao reduzir sua recarga natural. - Erosão e assoreamento: devido aos escoamentos em alta velocidade.. - Desperdício do recurso hídrico: A remoção de água pluvial impede que ela seja utilizada para fins não potáveis, como lavagens de logradouros públicos, rega de jardins ou harmonia paisagística (ICLEI BRASIL, 2011; TUCCI, 1999). É preciso considerar a bacia como um sistema de controle das águas pluviais. Geralmente, o escoamento gerado em um local é transferido para outro ponto da bacia, através de condutos e canalizações, o que pode causar impactos significativos a jusante. Esta ação apenas transfere o problema das enchentes de um ponto a outro, não atuando nas causas do problema. Prejuízos causados por inundações urbanas As causas anteriormente citadas provocam as enchentes urbanas, que impactam a população no sentido de causar prejuízos e perdas materiais e humanas, interrupções de atividades econômicas nas áreas inundadas, contaminações por doenças de veiculação hídrica e por depósitos de materiais tóxicos (Quadro1). Quadro 1: Perdas causadas por inundações. Fonte: Parker,

11 Planejamento da Gestão de águas pluviais Em países desenvolvidos, as inundações expressivas ocorridas nos últimos anos tem destacado a importância de uma abordagem integrada para combater e resolver problemas relacionados às enchentes urbanas. Isso indica a necessidade de se planejar o controle e prevenção de enchentes de acordo com necessidades presentes, mas pensando também em adaptações que possam ser feitas para situações futuras (PAHL- WOSTL, 2010; ZEVENBERGEN et al, 2008). Para implantar ações de mitigação de prejuízos causados pelas enchentes, é importante contar com estudos multidisciplinares, que envolvam arquitetura e urbanismo, planejamento urbano, engenharia civil e hidráulica, meio ambiente, meteorologia, geologia, geografia, sociologia, psicologia, comunicação social, todas estas áreas conversando entre si, visando sempre a formulação de soluções sustentáveis, socialmente adequadas, que busquem o bem-estar e a segurança da população (PISANI; BRUNA, 2011). Nas últimas décadas, faculdades, órgãos gestores e centros de pesquisa têm tentado modelar sistemas urbanos, utilizando uma abordagem de sistemas agregados para examinar questões complexas, como mudanças no planejamento de transportes, uso do solo, e em aspectos econômicos e ambientais (ZEVENBERGEN et al, 2008) Estes modelos devem considerar diversas informações, que devem ser agregadas, de forma a considerar a diversidade de fatores envolvidos na gestão das águas urbanas. Um fator importante a ser considerado é que o controle de enchentes na atualidade leva em conta o conhecimento acumulado de eventos passados (SEVENBERGEN et al, 2008). Os sistemas convencionais de drenagem são utilizados como método mais comum para gestão de águas pluviais no mundo. No entanto, este sistema convencional se mostra muitas vezes incapaz de impedir inundações e danos ambientais e sociais. Este modelo se baseia na rápida remoção da água pluvial das áreas urbanas, o que exclui algumas oportunidades para a gestão de águas urbanas, como a utilização desta água para fins não potáveis, paisagismo, e em casos extremos até sua incorporação no sistema de abastecimento público. Neste contexto, é preciso reavaliar a forma como a gestão da drenagem urbana tem sido feita em várias cidades do mundo (ICLEI BRASIL, 2011). Além da integração interdisciplinar, é preciso que a gestão das águas pluviais urbanas seja feita de forma integrada no âmbito das instituições que se relacionam ao tema. Pavimentação, habitação, gestão de parques, saneamento, limpeza urbana, gestão de resíduos e uso e ocupação do solo são apenas alguns dos serviços municipais que influenciam ou são influenciados pela gestão das águas pluviais. Portanto, estes serviços devem conversar entre si para fazer uma gestão de águas pluviais urbanas adequada, sempre visando o bem-estar social e a sustentabilidade ambiental (ICLEI BRASIL, 2011). 10

12 A gestão de águas pluviais sofre pressões das mudanças ocorridas na cidade, como o aumento populacional, a criação de legislações mais rígidas de controle de qualidade da água ou a ocorrência de episódios severos de chuvas têm imposto desafios á gestão, o que justifica a necessidade de integração interdisciplinar e também interinstitucional. A tabela 2 mostra as diferenças entre a abordagem convencional e a gestão sustentável, que é a tendência atual. Tabela 2: Diferenças entre modelos de gestão de águas pluviais Abordagem convencional Gestão sustentável de águas pluviais Uso de estruturas para rápida eliminação das águas pluviais do ambiente urbano Objetivo da gestão de águas pluviais urbanas se resume ao afastamento Uso de infraestrutura convencional Soluções de controle centralizadas Gestão da drenagem urbana centralizada em um órgão específico Gestão da drenagem feita de forma isolada Fonte: ICLEI BRASIL, Amortecimento na fonte e reutilização das águas pluviais Objetivo da gestão de águas pluviais urbanas é buscar soluções que tragam benefícios sociais e ambientais. Infraestruturas verdes, maior atenção à medidas não-estruturais de controle de águas pluviais Soluções descentralizadas Gestão da drenagem urbana integrada a outros serviços urbanos relativos à água (saneamento, limpeza urbana, etc). Gestão da drenagem feita de forma integrada, interdisciplinar. Medidas de controle de enchentes Enchentes urbanas podem ser combatidas através da diminuição de sua ocorrência, por medidas estruturais, ou através da redução de perdas e adaptação a estes episódios, através de medidas não-estruturais. Medidas estruturais são aquelas que envolvem grande quantidade de recursos e resolvem problemas específicos de uma região. Medidas não-estruturais geralmente possuem custos menores quando comparadas com as estruturais (ANDRADE, 2004). Apesar de distintas, a aplicação de medidas estruturais e não-estruturais deve ser feita de forma integrada (PISANI; BRUNA, 2011). Medidas Estruturais Medidas estruturais podem ser classificadas em extensivas e intensivas. Ambas se referem a obras de engenharia hidráulica implantadas para mitigar os impactos causados pelas enchentes (SOUZA, 2004). Medidas estruturais extensivas são medidas físicas diretas, aplicadas no contexto da bacia, que objetivam modificar as relações entre precipitação e vazão para reduzir a produção de escoamento superficial, diminuindo a ocorrência de erosão e enchentes (SOUZA, 2004 apud TUCCI, 1993). No âmbito político, geralmente se dá preferencia às medidas estruturais, pois elas são facilmente perceptíveis pela população, embora nem sempre sejam efetivas quanto outras medidas (SOUZA, 2004). Geralmente, 11

13 medidas estruturais têm elevado custo, o que não significa que este tipo de medida seja descartável ou que seja evitada. Na verdade, o controle de enchentes deve envolver a integração entre medidas estruturais e não-estruturais. Para algumas situações, certamente soluções estruturais serão necessárias, mas elas devem ser implantadas levando em conta o contexto da bacia, sendo racionalmente planejadas (TUCCI, 1999). Medidas estruturais extensivas Como exemplos de medidas estruturais extensivas, é possível citar obras de microdrenagem, pavimentos permeáveis, valas de infiltração, bacias de percolação, armazenamento em telhados, obras de controle da erosão do solo (SOUZA, 2004). Obras de controle de erosão devem ser extensivas no sentido de não serem aplicadas apenas em contexto local, de forma fragmentada. Elas devem ser pensadas na bacia como um todo. A erosão é a maior causa de transporte de sedimentos, que acabam causando assoreamento em corpos d água e estruturas de micro e macrodrenagem, diminuindo a capacidade de vazão destes condutos. Obras de contenção de encostas, com plantio de gramíneas e arbustos, estabilização do corte de encostas, muros de arrimo e terraceamento são alguns exemplos de medidas estruturais de controle de erosão, permitindo que o solo resista à erosão causada pelo escoamento, evitando a produção de sedimentos (SOUZA, 2004; TUCCI, 2007). Bacias de percolação, valas de infiltração e pavimentos permeáveis são exemplos de medidas estruturais que aumentam a capacidade de infiltração e percolação na bacia. Estes dispositivos permitem o aumento da recarga de aquíferos e a redução das vazões máximas a jusante através da infiltração e percolação, além de reduzir a carga de poluição difusa produzida na bacia. Os pavimentos permeáveis constituem uma medida estrutural que pode ser utilizada em estacionamentos, calçadas e ruas de pouco tráfego, que tem como vantagens a redução da produção de escoamento superficial, a redução da lâmina d água em estacionamentos e passeios e a redução dos custos com o sistema de drenagem urbana. No entanto, este sistema precisa de manutenção para que não seja prejudicada a capacidade de infiltração do material (TUCCI, 1995 apud SOUZA, 2004). As valas de infiltração são dispositivos de drenagem lateral, geralmente paralelos a ruas, estradas, estacionamentos ou condomínios. Os valos concentram o fluxo das áreas adjacentes e criam condições de infiltração ao longo de seu comprimento. Já as bacias de percolação são dispositivos semelhantes às valas de infiltração, que permitem a infiltração em maior profundidade no lote, promovendo a recarga de aquíferos, reduzindo o escoamento superficial (SOUZA, 2004). O armazenamento em telhados é uma opção relativamente nova, ainda pouco usada no Brasil, mas que já é bem difundida na Europa e Japão. Trata-se de telhados projetados com pequenos reservatórios para armazenar água em episódios de chuva, ou então, da coleta da água que cai por toda a extensão do telhado ou laje por um 12

14 conjunto de calhas, que direcionam a água para um reservatório, disponibilizando-a para usos residenciais não potáveis. Apesar de promissor, tanto pela simplicidade como pelo potencial econômico, já que pode reduzir gastos nas contas de água, o sistema requer manutenção constante e reforço de estruturas, o que pode desencorajar sua instalação (TUCCI, 1995 apud SOUZA, 2004). Há também o controle da cobertura vegetal. O reflorestamento de bacias pode ter um alto custo associado, mas causa melhoria no sentido de interceptar parte da precipitação, retendo água nas copas arbóreas e arbustivas, promovendo a evapotranspiração. Quanto mais cobertura vegetal, menor o escoamento superficial produzido no terreno, pois a cobertura vegetal propicia a infiltração no solo (SOUZA, 2004; TUCCI, 2007). Medidas Estruturais Intensivas Medidas estruturais intensivas são aquelas que agem diretamente no corpo d água, como construção de diques, muros de contenção, reservatórios de detenção e retenção, canais de desvio, dragagens ou qualquer obra de engenharia com o objetivo de alterar o escoamento natural de um curso d água, de forma a atenuar os efeitos de cheias (MACEDO, 2004; TUCCI, 2007). Historicamente, medidas estruturais intensivas foram as primeiras a serem adotadas visando o controle de enchentes. A construção de diques e muros de contenção ao longo de cursos d água para evitar transbordamentos já eram feitas milhares de anos atrás. Os primeiros diques a serem reportados na Alemanha datam dos séculos 8 e 9 e foram construídos, na região do baixo Rhine. Na China, registros remontam a 2220 anos atrás, quando foram construídos diques ao longo do Rio Amarelo para contornar problemas de enchentes (MACEDO, 2004). A figura 8 mostra um exemplo de medida estrutural intensiva, pois retrata o Rio Pinheiros no final de 1930, ainda com meandros, antes da retificação (sombreada na foto) e reversão de seu curso. Figura 8: Rio Pinheiros em 1930, antes da canalização e reversão. 13

15 Medidas não-estruturais Historicamente, a adoção de medidas estruturais mostrou que sua aplicação como única solução para o problema das inundações sempre se mostrou incompleta, uma vez que estes eventos são imprevisíveis, tanto em ocorrência como em magnitude. Aos poucos, cresceu a percepção de que esta postura não era eficaz no combate às enchentes e a adoção de outras medidas, além de obras de engenharia, era necessária. Em meados do século XIX, governos de alguns países passaram a adotar medidas não-estruturais para lidar com episódios de cheia (MACEDO, 2004). Medidas não-estruturais são aquelas que têm caráter extensivo, com ações que podem atingir toda a bacia. Podem ser de natureza institucional, administrativa, ou financeira, sendo adotada individualmente ou por um grupo de pessoas, espontaneamente ou imposta por lei, que visam minimizar impactos e adaptar moradores às condições extremas causadas por eventos de enchentes (PISANI; BRUNA, 2011). São medidas não-estruturais: o zoneamento de áreas inundáveis, o planejamento do uso e ocupação do solo com planejamento urbano adequado na escala da bacia hidrográfica, os sistemas de alerta de cheias, a evacuação de áreas de várzea com transferência de áreas duramente atingidas para áreas mais seguras, a retenção no solo através da criação ou manutenção de áreas verdes, seguros encontra enchentes, ações de educação ambiental e sensibilização através de programas contínuos de esclarecimento e orientação, imposição de restrições à ocupação de áreas de risco e o incentivo a pesquisas na área, que promovam o desenvolvimento de políticas municipais adequadas às realidades locais (MACEDO, 2004; PISANI, BRUNA, 2011; TUCCI, 2008, ANDRADE FILHO et al, 2000; TUCCI, 2007) Um dos mais importantes instrumentos neste contexto é o Plano Diretor Municipal. Ele é um instrumento básico da política de desenvolvimento e planejamento do município, estabelecendo diretrizes para a adequada ocupação do espaço. Sua finalidade é orientar o Poder Público e privado no uso do espaço urbano, na oferta de serviços essenciais, com o objetivo de assegurar o bem-estar da população. Trata-se de uma lei municipal específica, que deve ser revisada de tempos em tempos, levando em conta os anseios da população, ou seja, o Plano Diretor deve ser construído coletivamente, de forma participativa. É no Plano Diretor que devem constar áreas de risco de inundação e diretrizes para o planejamento destas áreas (PISANI; BRUNA, 2011). Há também o Plano Diretor de Drenagem Urbana, que cria mecanismos de gestão para a infraestrutura urbana relacionada ao escoamento de águas pluviais e corpos d água em áreas urbanas, visando o planejamento da drenagem urbana evitando perdas econômicas, e promovendo o bem-estar social e a sustentabilidade ambiental, levando em conta também o disposto no Plano Diretor Municipal (TUCCI, 1997). O planejamento e a gestão das bacias hidrográficas são fundamentais para o crescimento urbano, justamente para não agravar problemas de enchentes. A 14

16 legislação brasileira de uso e ocupação do solo é exigente, mas não é devidamente cumprida, sendo assim, são necessárias as medidas não-estruturais para complementar a ação da legislação e das medidas estruturais no combate às enchentes. Um exemplo interessante a destacar é o Sistema de Alerta de Inundações de São Paulo SAISP, que realiza o monitoramento hidrológico da região metropolitana de São Paulo, em parceria com o DAEE Departamento de Água e Energia Elétrica, através de uma rede telemétrica e de radares meteorológicos, com previsões atualizadas a cada vinte minutos. O SAISP produz mapas hidrometeorológicos e previsões de inundações para a região (PISANI; BRUNA, 2011). Perspectivas futuras em busca da integração Como visto anteriormente, a urbanização causou uma série de impactos no ciclo urbano da água, e estes impactos se tornaram fonte de pressões por uma transformação do modo de gestão atual para uma gestão mais integrada e sustentável das águas pluviais urbanas. Manter uma abordagem fragmentada na gestão de águas urbanas no século XXI não é a melhor forma de se chegar a uma boa gestão das águas urbanas (PISANI; BRUNA, 2011). Ao invés de separar as ações relativas ao manejo de águas pluviais, abastecimento de água e esgotamento sanitário, buscando soluções individuais para cada um destes setores, é preciso integrá-las, gerenciando-as de forma interligada, reconhecendo as fragilidades e potencialidades de cada setor, visando sempre o uso mais eficiente da água, a sustentabilidade dos recursos naturais e a segurança da população (ICLEI BRASIL, 2011). O projeto e gestão do sistema hídrico urbano baseado em uma análise do sistema como um todo levará a soluções mais sustentáveis, com práticas de gestão mais adequadas, do que a gestão de cada componente do sistema de forma separada. Também é preciso engajar a sociedade e tornar o processo de planejamento um processo participativo, que considere preocupações locais, que torne a população ciente, tanto dos problemas como das soluções previstas para sua região. Um ponto importante neste aspecto é a identificação não apenas dos problemas a serem resolvidos na gestão das águas pluviais urbanas, mas também as oportunidades. Inicialmente, precisa ser revista e modificada a visão atual de que águas pluviais devem ser direcionadas imediatamente para fora do ambiente urbano e passar a vê-la como um recurso, e que seu aproveitamento como uma fonte alternativa de água pode diminuir a pressão sobre os mananciais existentes. Esta água pode ser coletada para usos não-potáveis, como harmonia paisagística e manutenção de biodiversidade, e até mesmo para recarga de aquíferos. Também é importante que se priorize a redução da produção de escoamento na fonte, evitando assim a necessidade de grandes obras a jusante (ICLEI BRASIL, 2011; TUCCI, 1999). 15

17 A mudança de mentalidade presente nestas ações está na essência da passagem do modelo de gestão atual da drenagem urbana para um modelo mais sustentável de gestão das águas pluviais urbanas. É preciso introduzir conceitos novos nas escolas de engenharia, deixando de se basear apenas em episódios do passado para criar soluções para os problemas de enchentes, é preciso inovar, utilizar alternativas novas, como medidas não-estruturais, infraestruturas verdes, e investir na gestão, e não apenas soluções estruturais para controle de enchentes. Neste sentido, é importante que se combata a resistência dos profissionais a mudança. Uma abordagem que pode ser promovida é a aplicação de projetos-piloto, para avaliar a viabilidade de medidas estruturais e não-estruturais de controle e prevenção de enchentes, pois eles fornecem base para o planejamento e investimentos em maior escala. Para que todas essas mudanças possam ocorrer, é preciso que aconteça uma mudança na legislação, para que soluções alternativas sejam legalmente aceitas e incentivadas, incluindo também uma maior regulação sobre as águas pluviais urbanas. Uma preocupação adicional deve ser a redução dos custos de implantação das soluções alternativas, através do incentivo de desenvolvimento do mercado de fornecedores de equipamentos e de projetos. Também é preciso reforçar a ideia de que o controle de enchentes não é realizado através de ações pontuais, mas sim de um controle permanente e de ações integradas, com fiscalização de possíveis violações da legislação e do ordenamento territorial, com a remoção constante de famílias de locais de risco, com o encorajamento da participação da sociedade na confecção dos Planos Diretores, com programas contínuos de comunicação e também com obras estruturais (TUCCI, 1999). O quadro 2 resume algumas ações que levam à uma gestão mais sustentável das águas pluviais urbanas. Controle na origem: Retenção de escoamentos o mais próximo possível do local de precipitação (pavimentação porosa, reservatórios, valas e telhados verdes). Controle local: Retenção de escoamentos de uma área maior como conjuntos habitacionais (bacias de detenção e sistemas de infiltração). Controle regional: Retenção de escoamento de diversos lugares (lagoas de retenção e zonas pantanosas artificiais). Boa gestão interna: Medidas não estruturais para controlar o escoamento (programas de educação, planejamento local, gestão do lixo e do uso do solo). Melhores Práticas de Gestão de Águas Pluviais Importante: Aplicação Conjunta e integrada de todas estas ações, com prioridade das ações internas e de controle na origem Quadro 2: Ações que resultam nas melhores práticas de gestão de águas pluviais. 16

18 A gestão dos recursos hídricos é de atribuição estadual, enquanto que a gestão de uso e ocupação do solo é de atribuição municipal, bem como a gestão dos resíduos sólidos gerados por uma cidade, ou a gestão de obras de microdrenagem, que também é de atribuição municipal. É preciso ultrapassar a ideia de que a gestão de uso e ocupação do solo e de infraestrutura urbana, como água, esgoto, transporte público, gestão da micro e macrodrenagem, dentro outros, não têm relação com a questão da água no meio urbano. Todas as esferas apresentam alguma relação. É preciso superar a visão setorizada e fragmentada do planejamento urbano (TUCCI, 2008; SILVA; PORTO, 2003). Muitos municípios não possuem estrutura adequada para aplicar um planejamento urbano adequado, integrado, não fragmentado. É necessária uma mudança nas estruturas institucionais responsáveis pela gestão das águas pluviais, para que sejam possíveis as ações transversais a diversas áreas responsáveis pelo planejamento e operação da área urbana. É necessária, portanto, uma integração entre os diferentes componentes que se relacionam com a água no meio urbano, nas diversas esferas de gestão, de forma a se garantir não apenas a gestão integrada dos recursos hídricos, mas também para garantir que não ocorram incompatibilidades entre as ações voltadas à gestão dos recursos hídricos no meio urbano (TUCCI, 2008; SILVA; PORTO, 2003). A questão das enchentes é um problema que envolve a integração de diferentes esferas de gestão. É preciso promover a coordenação institucional na gestão das águas pluviais, inclusive com criação de órgãos de coordenação, que tenham visão mais ampla da drenagem urbana e também da gestão das águas municipais como um todo, incluindo também abastecimento, coleta e tratamento de esgotos e gestão ambiental. Por fim, é preciso superar a visão unitária do ciclo da água urbano, evoluindo para uma visão mais complexa em termos de escala, interações e integração. Esta evolução é um dor fatores que definirá a vulnerabilidade à enchentes das cidades do futuro (ZEVENBERGEN et al, 2008). Município de Santo André: um caso interessante no Brasil O município de Santo André localiza-se na Região Metropolitana de São Paulo. Tem uma população total de habitantes, distribuídos em uma área de 175 km², com uma densidade demográfica de hab/km² (SEADE, 2011). Em 1999, Santo André adotou o saneamento ambiental e a gestão integrada de drenagem urbana, abastecimento de água, coleta de esgotos e resíduos sólidos como forma de gestão ambiental no município, através de um único órgão governamental: o SEMASA - Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André. O SEMASA foi criado em 1969, a partir do DAE (Departamento de Água e Esgoto), órgão de administração direta da prefeitura Municipal, sendo inicialmente incumbido de tratar dos assuntos relacionados apenas à água e esgoto. O órgão é responsável pela distribuição de água, coleta de esgoto, drenagem urbana, gestão dos resíduos sólidos e 17

19 gestão ambiental municipal, promovendo o conceito de saneamento ambiental integrado. Em 1998, foi elaborado o Plano Diretor de Drenagem (PDD), o primeiro do País. Este Plano resultou no diagnóstico das áreas com maior incidência de inundações, o que possibilitou o mapeamento destas áreas e a priorização de intervenção nas mesmas, incluindo projetos de drenagem e disponibilização de serviços de atendimento emergenciais (PMSA, 2011). Foi também instituída a Política Municipal de Gestão e Saneamento Ambiental. Tanto o Plano Diretor de Drenagem, como a Política Municipal de Gestão e Saneamento Ambiental, como Plano Diretor Municipal estabeleceram diretrizes atualizadas e integradas quanto ao abastecimento de água, esgotamento sanitário, manutenção de áreas verdes, coleta e disposição de resíduos sólidos, redução da poluição, proteção das áreas de mananciais, assim como a promoção da educação ambiental e participação social nos processos de tomada de decisão, o que representou um avanço significativo para a gestão ambiental municipal. Ainda, em 2011, o órgão também incorporou a gestão de riscos ambientais através da Defesa civil do município (PMSA, 2011). A integração dos serviços de saneamento ambiental por um único órgão municipal, fez com que a cidade de Santo André aperfeiçoasse a distribuição de águas, a coleta e tratamento de esgoto, a drenagem urbana, a gestão de resíduos sólidos e a gestão ambiental do município como um todo. Esta mudança na gestão foi fundamental para um município que possui uma grande parcela de seu território em áreas de mananciais (cerca de 55%) e de proteção ambiental. A gestão integrada dessas esferas do saneamento resulta na otimização dos serviços, nas manutenções necessárias e proporciona melhores resultados ao próprio município. Com 15 anos, o SEMASA já pode promover algumas mudanças positivas. Dentre os 70 pontos de alagamento identificados no PDD, 40 já foram solucionados (ICLEI BRASIL, 2011 apud PMSA, 2011b). Com a realização dos serviços de saneamento pelo próprio município, foi possível adequá-los à realidade local e ter maior independência para executar as ações que a cidade necessitava. O modelo de gestão do saneamento ambiental adotado por Santo André demonstra a importância de trabalhar de maneira integrada as diversas esferas do saneamento e da gestão ambiental do município. Para que os municípios planejem e alcancem cenários futuros com índices elevados de qualidade ambiental, se faz necessária essa integração e visão holística das diversas ações. A criação de leis, estabelecimento de diretrizes modernas, elaboração do plano diretor de drenagem, e instituição de um órgão nos modelos do SEMASA pode ser o início da mudança na gestão do saneamento ambiental que muitos municípios brasileiros necessitam (ICLEI BRASIL, 2011). 18

20 Referências bibliográficas ANA Agência Nacional de Águas. Relatório Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil: Informe Brasília, ANA: ANDRADE FILHO, A. G; SZÉLIGA, M. R.; ENEMOTO, C. F. Estudo de medidas nãoestruturais para controle de inundações urbanas. In. Publicatio UEPG. No. 6, Pp GENTLEMAN, A. Architects aren t ready for an urbanised planet. The International Herald Tribune, 20 August 2007, ICLEI BRASIL Brasil. Módulo 4: Manejo de Águas Pluviais explorando opções. In. Kit de Treinamento SWITCH: Gestão Integrada das Águas na cidade do futuro. São Paulo, Disponível em: Acesso em: 12/08/2012. JATOBÁ, S. U. S. Urbanização, meio ambiente e vulnerabilidade social. In. Boletim regional, urbano e ambiental / Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais. n. 1 (dez. 2011). Brasília : Ipea, Dirur, MACEDO, R. F. Medidas Estruturais Intensivas. In. Reflexões sobre impactos das inundações e propostas de políticas de públicas mitigadoras. Trabalho de conclusão da disciplina Hidrologia Física do Programa de Pós-graduação em Hidráulica e Saneamento da Escola de Engeharia de São Carlos da Universidade de São Paulo. São Carlos, PAHL-WOSTL, C., KRANZ, N. Water governance in times of change. Editorial. Environmental Science and Policy PICARELLI, S. Estudo de Caso: Santo André, Brasil. In. SWITCH Kit de treinamento para Gestão Integrada das Águas Urbanas Disponível em: Acesso em: 12/08/2012. PISANI, M. A. J., BRUNA, G. C. How To Minimize Urban Flooding: Permissible Architecture And Urban Planning. In. Engevista, V. 13, n. 1. p , maio 2011 PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTO ANDRÉ (PMSA)f. Semasa. Disponível em: < Acesso em: 14 ago SEADE Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados. Perfil Municipal Disponível em: Acesso: 12/08/2012 SILVA, R. T.; PORTO, M. F. A. Gestão urbana e gestão das águas: caminhos da integração. Revista Estudos Avançados, São Paulo, v. 17, n. 47, Abril de

21 SOUZA, S. A. Medidas Estruturais Extensivas. In. MENDES, H. C., de MARCO, G; ANDRADE, J. P. M.; SOUZA, S. A.; MACEDO, R. F. In. Reflexões sobre impactos das inundações e propostas de políticas de públicas mitigadoras. Trabalho de conclusão da disciplina Hidrologia Física do Programa de Pós-graduação em Hidráulica e Saneamento da Escola de Engeharia de São Carlos da Universidade de São Paulo. São Carlos, TUCCI, C. E. M. (org). Hidrologia Ciência e Aplicação. Coleção ABRH de Recursos Hídricos,vol. 4. EDUSP/ABRH, TUCCI, C. E. M.; Porto, R. L.; Barros, M. T. (org.). Drenagem Urbana. Coleção ABRH, vol 5, Editora Universidade, TUCCI, C. E. M. Plano diretor de drenagem urbana: princípios e concepção. RBRH - Revista Brasileira de Recursos Hídricos. Volume 2 n.2 Jul/Dez 1997, 5-12 TUCCI, C.E.M. Aspectos Institucionais no Controle de Inundações. I Seminário de Recursos Hídricos do Centro- Oeste. Brasilia, TUCCI, C. E. M. Urban Flood Management. Global Water Partnership, WMO World Meteorologic Organisation, Cap-Net. Maio, TUCCI, Carlos E. M. Águas urbanas. Revista Estudos Avançados, São Paulo, v. 22, nº 63, UNITED NATIONS DESA - World Urbanization Prospects, the 2011 Revision. Department of Economic and Social Affairs, Population Division:. New York Disponível em: UNITED NATIONS POPULATION FUND - UNFPA. State of World Population EUA: Unleashing the Potencial of Urban Growth, UNFPA/ONU, UNITED NATIONS HABITAT UN-HABITAT. Sustainable urbanization: local actions for urban poverty reduction, emphasis on finance and planning: Governance Council, April, Nairobi, Kenya, ZEVENBERGER, C; VEERBEEK, W., GERSONIUS, B., VAN HERK, S. Challenges in urban flood management: travelling across spatial and temporal scales. Journal of flood risk management. Blackwell Publishings, Pp

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