DESEMPENHO DO SECTOR DA EDUCAÇÃO
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- Jerónimo Caminha Ferreira
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1 REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO PLANO ESTRATÉGICO DE EDUCAÇÃO Reunião Anual de Revisão Documento número 1.01/RAR15 DESEMPENHO DO SECTOR DA EDUCAÇÃO 2013 = Relatório = (Versão 3, 25/03/2014) MAPUTO, DE MARÇO DE 2014
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3 Índice Introdução... 1 Enquadramento... 1 Estrutura do relatório... 1 Fontes de informação... 2 PARTE I: Relatório Conjunto Avaliação do desempenho do sector da Educação Parecer geral As grandes realizações Áreas de atenção Execução financeira Factores de (in) sucesso Assuntos transversais Seguimento dos assuntos de atenção especial Estudos planificados Desempenho dos parceiros Parecer Áreas de atenção Lições aprendidas e Recomendações PARTE II: Relatório de Progresso na Implementação do PEE Desenvolvimento do Sistema Educativo Introdução Rede escolar Alunos no Ensino Geral Professores no Ensino Geral Realizações por Programa Sectorial Ensino Pré Primário e Primário Apreciação do desempenho Áreas de maior progresso Áreas de atenção Factores de (in) sucesso Recomendações Alfabetização e Educação de Adultos Apreciação do desempenho Áreas de maior progresso Áreas de atenção Factores de (in) sucesso Recomendações RELATÓRIO DE DESEMPENHO EM 2013 i
4 2.3 Ensino Secundário Geral Apreciação do desempenho Áreas de maior desempenho Áreas de atenção Factores de (in) sucesso Recomendações Ensino Técnico Profissional Apreciação do desempenho Áreas de maior progresso Áreas de atenção Factores de (in) sucesso Recomendações Ensino Superior Apreciação do desempenho Áreas de maior progresso Áreas de atenção Factores de (in) sucesso Recomendações Desenvolvimento Administrativo e Institucional Apreciação do desempenho Áreas de maior progresso Áreas de atenção Factores de (in) sucesso Recomendações Desempenho da Parceria Contextualização Pontos fortes Pontos fracos Desempenho Perspectivas para o futuro Desempenho global e Recomendações PARTE III: Anexos Anexo 1: Matriz Estratégica, Ensino (Pré-) Primário Alfabetização e Educação de Adultos Ensino Secundário Geral Ensino Técnico-Profissional Ensino Superior Desenvolvimento Administrativo e Institucional ii
5 Anexo 2: Seguimento das Recomendações e acções acordadas entre o MINED e os Parceiros Tabela 1: Recomendações acordadas no contexto de Relatório Conjunto de Desempenho do Sector em Tabela 2: Condicionalidades ligadas aos desembolsos para o FASE em Tabela 3: Matriz de Acções / Recomendações acordadas no contexto da revisão de meio-termo da contribuição do Banco Mundial para o FASE Anexo 3: Relatórios dos Grupos de Trabalho Ensino Pré Primário e Primário Alfabetização e Educação de Adultos Ensino Secundário Geral Ensino Técnico Profissional Ensino Superior Desenvolvimento Administrativo e Institucional RELATÓRIO DE DESEMPENHO EM 2013 iii
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7 Lista de Quadros Relatório Conjunto Quadro 1: Indicadores do QAD: valores observados, , e grau de cumprimento das metas de Quadro 2: Orçamento e execução, , Total e FASE... 8 Relatório de Progresso na Implementação do PEE Quadro 1: Rede escolar, Ensino Geral, turno diurno, , ensino público, privado e comunitário Quadro 2: Crescimento do EP1 e do EP2, turno diurno, , ensino público, privado e comunitário Quadro 3: Número de escolas (ensino geral) e de salas de aula (convencionais, precárias) por província, (ensino público) Quadro 4: Rede escolar, Ensino Superior, público e privado, Quadro 5: Rede escolar, Ensino Técnico Profissional, público e privado, Quadro 6: Evolução do número de alunos no ensino geral, diurno, (ensino público, privado e comunitário) Quadro 7: Evolução do número de alunos no ensino geral, por grupo etário (idade certa e acima da idade certa), (ensino público, privado e comunitário) Quadro 8: Evolução do número de alunos no ensino geral, nocturno, (ensino público, privado e comunitário) Quadro 9: Evolução do número de alunos no ensino geral, por grupo etário (idade certa e acima da idade certa), nocturno, (ensino público, privado e comunitário) Quadro 12: Número de professores contratados em 2013, por nível de ensino Quadro 11: Número de professores no Ensino Geral, , ensino público, diurno Quadro 14: Rácios de alunos por professor e alunos por turma, Ensino Geral, , ensino público, diurno Quadro 15: Taxas de escolarização do grupo etários 6-7 anos, (ensinos público, privado e comunitário) Quadro 16: Taxas de promoção, repetição e desistência no Ensino Primário, (diurno, ensino público) Quadro 17: Salas de aula, Ensino Geral, construídas no âmbito do Programa de Construção Acelerada, Quadro 18: Paridade de género, ESG1, por classe e turno, (ensino público, comunitário e privado) RELATÓRIO DE DESEMPENHO EM 2013 v
8 Quadro 19: Paridade de género, ESG1, por província, turno diurno, (ensino público, comunitário e privado) Quadro 20: Taxas de transição de 7ª classe (para o nível seguinte no ano seguinte, ESG e ETP), por províncias, 2010/ /2013 (diurno, nocturno, ensino público, comunitário e privado) Quadro 21: Alunos, total e repetentes, na 8ª e 10ª classe, (diurno e nocturno, ensino público, comunitário e privado) Quadro 22: Novos ingressos, 8ª e 11ª classe, por turno, (ensino público, comunitário e privado) Quadro 23: Alunos no Ensino Técnico Profissional, público e privado, Quadro 24: Número de alunos no Ensino Superior, ensino público e privado, Quadro 25: Número de bolseiros do programa Bolsas Provinciais, Quadro 26: Nível de formação, docentes, Ensino Público, Quadro 27: Número de graduados e sua percentagem sobre o total dos estudantes no Ensino Superior, , público e privado Quadro 28: Novas admissões, , por nível de ensino Quadro 29: Valores orçamentados e executados, , total e FASE (fonte REO 2012 e 2013) Quadro 30: Compromissos e desembolsos dos Parceiros, FASE, 2013 (em mil USD) Quadro 31: Compromissos dos Parceiros , per , em 10^ Quadro 32: Cumprimento das metas, Matriz Estratégica, Quadro 33: Grau de realização das metas da Matriz Estratégica para 2013, comparativamente a Relatório do Grupo de Trabalho do Ensino Pré Primário e Primário Quadro 1: Indicadores do QAD, Ensino Primário: valores observados em e propostas para Relatório do Grupo de Trabalho do Ensino Secundário Geral Quadro 1: Indicadores do QAD, Ensino Secundário Geral: valores observados em Relatório do Grupo de Trabalho do Ensino Técnico-Profissional Quadro 1: Indicadores do QAD e metas observados, Ensino Técnico Profissional Relatório do Grupo de Trabalho do Ensino Superior Quadro 1: Número de mestrados e doutoramentos, professores Quadro 2: Capacitações realizadas vi
9 Quadro 3: Crescimento de número de efectivos de estudantes Quadro 4: Taxa de participação (número de estudantes por 1000 habitantes) Quadro 5: Bolsas de estudo em Licenciatura Quadro 6: Crescimento de Infra Estruturas (número Instituições provedoras) Quadro 7: Infra Estruturas (número Instituições provedoras) (a luz do PdA2013) Quadro 8: Proporção de graduados sobre inscritos, total e feminina Quadro 9: Número de graduados, por sexo, e % sobre o total dos estudantes no ES Quadro 10: Número de docentes da IES por grau académico (Mestre e Doutorado) Quadro 11: Formação de Professores (a luz do PdA2013) Quadro 12: Capacitação Psicopedagógica de Professores (a luz do PdA2013) Quadro 13: Capacitação (No âmbito do Projecto NICHE/realizações 2013) Quadro 14: Inspecções realizadas, a luz do Decreto 27/ Quadro 15: Formação e Capacitação do Pessoal da DICES (a luz do PdA) Quadro 16: Capacitação na área de reforma do ES Quadro 17: Desenvolvimento do Sistema de Informação do Ensino Superior (SIES) Quadro 18: Total de Projectos competitivos nas IESs Relatório do Grupo de Trabalho de Desenvolvimento Administrativo e Institucional Quadro 1: Objectivos estratégicos e respectivos intervenientes na área programática de Desenvolvimento Administrativo e Institucional Quadro 2: Indicadores, metas e valores observados, Quadro 3: Novas admissões de professores, metas e valores observados, por província, Quadro 4: Novas admissões de professores, metas e valores observados por nível de ensino e província, Quadro 5: Número de novos professores contratados em 2013, por província e nível de ensino, total e percentagem de mulheres Quadro 6: Número de professores no Ensino Geral, , ensino público, diurno Quadro 7: Número de alunos nos IFPs, Quadro 8: Alunos e professores no Ensino Geral, crescimento e rácios de alunos por professor, 2012 e 2013, por província, ensino público, diurno Quadro 9: Execução orçamental, sector da educação, REO 2012 e 2013 (em milhões de Meticais) Quadro 10: Execução orçamental, sector da Educação, (em milhões de Meticais) Classificador Orgânico (50) RELATÓRIO DE DESEMPENHO EM 2013 vii
10 Quadro 11: Execução, Orçamento de Funcionamento, por âmbito e UGB (10^3 MT) Quadro 12: Orçamento e execução, FASE, por âmbito, E-Sistafe, 14 de Fevereiro Quadro 13: Movimentação Conta Forex (Quadro 8 do REO) (em milhões) Quadro 14: Compromissos e desembolsos dos Parceiros, FASE, 2013 (em mil USD) Quadro 15: Recomendações da RAR 2013 e seu seguimento Lista de Gráficos Gráfico 1: Evolução da taxa bruta de conclusão, , 7ª classe (ensinos público, comunitário e privado, diurno e nocturno) Gráfico 2: Evolução da taxa de graduação em relação ao número de alunos no início do ano, 7ª classe (ensinos público, comunitário e privado, diurno e nocturno) Gráfico 3: Taxas de Admissão, 8ª e 11ª classe, todos os ensinos, Gráfico 4: Taxas de aproveitamento, 10ª e 12ª classe, ensino público, diurno, Gráfico 5: Escolarização no ESG1, alunos e taxas, , ensinos público, privado e comunitário Lista de Figuras Figura 1: Domínio e os factores que influenciam a aprendizagem dos alunos na escola viii
11 INTRODUÇÃO Introdução Enquadramento O Relatório Anual de Desempenho é o documento que acompanha o progresso do sector na implementação do Plano Estratégico da Educação (PEE) A base para o relatório é a Matriz Estratégica do PEE, acordada entre o MINED e os seus parceiros. A Matriz Estratégica (ME) resume, por programa sectorial e objectivo estratégico, as acções prioritárias a serem implementadas no período do PEE, e define os indicadores e metas para a monitoria do impacto da implementação no alcance dos objectivos estratégicos. O relatório é o documento principal para debate durante a Reunião Anual de Revisão (RAR) que tem lugar em Março de cada ano. Trata-se do órgão principal de diálogo entre o MINED e os seus parceiros e tem por objectivo fazer a apreciação conjunta do desempenho do sector no ano anterior (n-1) e elaborar recomendações para a sua melhoria, que servirão de ponto de partida para a elaboração do plano (PES) e orçamento (OE) para o ano seguinte (n+1). O diálogo entre o MINED e os seus parceiros enquadra-se no diálogo mais amplo entre o Governo de Moçambique (GdM) e os Parceiros de Apoio Programático (PAPs) no contexto da monitoria da implementação do PARP e da provisão de Apoio Directo ao Orçamento (ADO) do Estado (OE). O pronunciamento sobre o desempenho anual do sector, poderá influenciar os compromissos financeiros dos parceiros ao Governo de Moçambique em geral, e ao sector em particular. O ano 2013 é o segundo ano da implementação do PEE Este relatório baseia-se em, e é complementar ao relatório do ano anterior (2012). Através dos relatórios de desempenho anual, o sector pretende documentar e acompanhar os progressos feitos na construção do sistema educativo, em prol das prioridades e enfoques do PEE , bem como os obstáculos encontrados na sua implementação com o objectivo de identificar possíveis soluções para a sua melhoria. Estrutura do relatório O relatório é composto por três partes: A Parte I apresenta o Relatório Conjunto sobre o desempenho do sector que é a contribuição do sector para a Revisão Anual (RA), no contexto da parceria global entre o GdM e os PAPs. Através deste documento, o MINED e os seus parceiros 1
12 INTRODUÇÃO pronunciam-se 1 sobre o desempenho do sector em 2013, com enfoque no grau de cumprimento das metas dos indicadores do Quadro de Avaliação de Desempenho (QAD), acordado entre o GdM e os PAPs. Este relatório segue os Termos de Referência da RA. O documento é preparado e consensualizado entre o MINED e os seus parceiros de cooperação e da sociedade civil. A Parte II do documento trata o Progresso do Sector na Implementação do PEE, preparado pelo MINED para monitorar e guiar a implementação do PEE. O documento apresenta (i) os valores observados nos indicadores de resultados, (ii) a evolução dos indicadores de impacto (se for relevante) e (iii) as realizações do sector na implementação das acções prioritárias. Na Parte III são apresentados os anexos relevantes para a construção do relatório de desempenho do sector e o parecer sobre o seu desempenho. Trata-se da Matriz Estratégica do PEE preenchida, as matrizes de seguimento das recomendações da RAR do ano anterior, e de outros compromissos, bem como os Relatórios de Desempenho dos Programas Sectoriais preparados pelos Grupos de Trabalho. Fontes de informação A informação apresentada neste documento é baseada nos seguintes documentos: O Relatório de Desempenho 2012; O Balanço do PES (BdPES) e o Relatório de Execução Orçamental (REO) 2013 (4º trimestre); A base de dados estatística do sector; As brochuras de levantamento estatístico do 3 de Março (2013) e sobre o aproveitamento escolar (2012); Os relatórios de Supervisão Integrada e de outras visitas conjuntas; Os relatórios dos grupos de trabalho sectoriais. 1 Na base da escala de classificação de três categorias da Revisão Anual Conjunta entre o Governo de Moçambique e os Parceiros de Apoio Programático, a saber: Satisfatório, Misto e Não satisfatório. 2
13 PARTE I: Relatório Conjunto Contribuição do GT de Educação para a Revisão Anual Conjunta (RAC) 3
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15 RELATÓRIO CONJUNTO DESEMPENHO DO SECTOR DA EDUCAÇÃO, 2013 (RELATÓRIO CONJUNTO, VERSÃO 3) (APROVADO NA 15ª REUNIÃO ANUAL DA REVISÃO (RAR) 27, 28 DE MARÇO DE 2014) CONTRIBUIÇÃO PARA A REVISÃO ANUAL ENTRE O GOVERNO DE MOÇAMBIQUE E OS PARCEIROS DE APOIO PROGRAMÁTICO A avaliação do desempenho do sector da Educação é feita na base do grau de cumprimento das metas dos indicadores de resultado da Matriz Estratégica do Plano Estratégico da Educação , com enfoque nos 3 indicadores do QAD 2, bem como na avaliação das realizações relativas à implementação das acções prioritárias da mesma. 1. Avaliação do desempenho do sector da Educação 1.1 Parecer geral O desempenho do sector da Educação em 2013 é considerado Satisfatório. Esta avaliação é sustentada pelos seguintes fundamentos: Das quatro metas dos três indicadores do QAD, três foram integralmente atingidas, designadamente (i) a taxa líquida de escolarização aos 6 anos para ambos os sexos e para o sexo feminino e (ii) a recolha de dados na área de competência de leitura no 1º ciclo do Ensino Primário. Houve progresso na implementação das acções prioritárias (vide ponto 1.2), bem como no alcance das metas anuais dos 19 indicadores de resultado da Matriz Estratégica do Plano Estratégico da Educação Foi dado um seguimento satisfatório à maior parte das recomendações da última reunião de revisão, realizada em Março de 2013, com enfoque na área de desenvolvimento institucional3; Foi dado o devido seguimento ao assunto de atenção especial: a fraude na área de pagamento de salários no MINED; Verificaram-se melhorias nos indicadores de retenção no Ensino Primário (desde o ano 2011) (vide ponto 1.2). 2 3 Quadro de Avaliação de Desempenho do Governo de Moçambique, relativamente à implementação do PARP Capacitação, controlo interno, orçamentação do pessoal não docente (2014), planificação multianual, entre outros. 5
16 Banco de itens elaborado, testagem dos instrumentos e itens Recolha de dados, área de competência: leitura Recolha de dados, área de competência: leitura RELATÓRIO CONJUNTO Contudo, permanecem grandes desafios. A meta do terceiro indicador, Alunos por Professor no Ensino Primário do 1º Grau (1ª à 5ª classe) não foi atingida, facto que se vem verificando nos últimos três anos, por um conjunto de razões, nomeadamente o crescimento do número de alunos no ensino primário, a perda de professores, atrasos nos processos de substituição e contratação e a necessidade de contratar professores para outros níveis do ensino, entre outras. Persistem, igualmente, desafios ligados à aprendizagem dos alunos, com enfoque no desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita com destaque no 1º ciclo do ensino primário, na formação em exercício, na expansão do ensino bilingue, na construção de salas de aulas e na gestão escolar. Quadro 1: Indicadores do QAD: valores observados, , e grau de cumprimento das metas de 2013 Indicadores Linha de base 2010 Valores observados Meta 2013 Meta Observação Taxa de escolarização aos 6 anos na 1ª classe (ensinos público, privado e 69,8% 70% 72% 77% 74% Atingida comunitário) Total Meninas 68,6% 69% 71% 75% 73% Atingida 2. Percentagem de alunos da 3ª classe que atinge as competências básicas de leitura e cálculo do 1º ciclo do Ensino Primário Atingida 3. Alunos por Professor no Ensino Primário do 1º Grau (1ª à 5ª classes) (ensino público, diurno) 65, Não atingida 1.2 As grandes realizações Em 2013 observou-se a continuação de melhorias ligeiras nos indicadores de retenção 4 no Ensino Primário, que pioraram no período entre 2007 e Continuou também a aumentar o número de alunos frequentado os vários níveis de ensino na idade certa para o nível de ensino o que se manifesta no aumento das taxas líquidas de escolarização. Além da maior atenção dada à capacitação dos professores em exercício, foi introduzido um programa de capacitação dos gestores das escolas, no contexto da prioridade do sector de melhorar a gestão escolar. Foram preparadas as condições para a 4 A taxa média de promoção no Ensino Primário melhorou de 71,1% (2010/2011) para 76,9% (2012/2013) enquanto a taxa de desistência reduziu no mesmo período de 18,3% para 16%. 6
17 RELATÓRIO CONJUNTO implementação do projecto-piloto na área de primeira infância. Foi concluída a avaliação do ensino bilingue e está em elaboração a estratégia para a sua expansão. Ao nível do ensino pós-primário, houve progressos particularmente na consolidação e expansão da Reforma da Educação Profissional, bem como na formação e capacitação de professores. O número de alunos que frequentam o ensino técnico de nível médio cresceu em 25% e mais escolas (4) oferecem cursos baseados nas novas competências. Foi aprovado, em Conselho de Ministros, o pacote legislativo do ETP que é chave para a coordenação e financiamento da Educação Profissional, e que prevê uma maior autonomia das Instituições de nível médio. Com a aprovação da Reforma Financeira para o Ensino Superior ampliam-se as condições para um ensino mais competitivo e de melhor qualidade. Aumentou o número de novos ingressos 5 na 8ª e na 11ª classe em 3% e 5% respectivamente, e melhoraram os rácios de alunos por professor e por turma. As taxas de aproveitamento (2012) melhoraram em comparação ao ano anterior (2011) de 46,9 para 47,6% na 10ª classe e, de forma mais significativa, na 12ª classe de 50,9% para 58,7%. Na área de Alfabetização e Educação de Adultos, onde não foi atingida a meta de 1 milhão de alfabetizandos, participaram nos diferentes programas de alfabetização pessoas, dos quais quase 60% eram mulheres sendo de destacar o programa Família Sem Analfabetismo (PROFASA) que envolve estudantes do 3º ciclo do Ensino Primário e do Ensino Secundário. 1.3 Áreas de atenção Apesar das melhorias no aproveitamento no Ensino Primário, os estudos de campo/avaliação revelam que o nível de competências de leitura é baixo. Será importante continuar e acelerar a implementação das acções prioritárias identificadas no PEE como estratégias principais para melhorar a aprendizagem, como sendo a implementação do plano de acção da leitura e escrita, a expansão do ensino bilingue, a formação inicial de professores e em exercício, as melhorias no ambiente escolar e a melhoria da gestão escolar, entre outros. A expansão controlada do Ensino Secundário merece também atenção. Apesar do aumento de novos ingressos na 8ª e 11ª classes, as metas das taxas brutas de admissão não foram atingidas, nem as metas do PESD (registaram se alunos dos planificados). As possíveis razões podem ser, entre outras, ao nível do ensino presencial, a redução de graduados da 7ª classe nos anos anteriores, os custos relativamente altos do ensino secundário para grande parte dos pais, a falta da infra- 5 Ensinos público, privado e comunitário, turnos diurno e nocturno. 7
18 RELATÓRIO CONJUNTO estrutura, principalmente nas grandes cidades (Beira, Matola e Cidade de Maputo) e um interesse ainda limitada dos pais e alunos para participarem no ensino à distância. Embora em 2013, tenha havido progressos na regulamentação do ensino técnico profissional (por exemplo o pacote legislativo para a Educação Profissional) e superior (por exemplo a estratégia do financiamento para o ensino superior), os atrasos acumulados nos anos anteriores podem ter impacto negativo nos resultados de médioprazo. 1.4 Execução financeira A despesa (em termos reais) aumentou em 2013 em cerca 12% 6 relativamente a Este aumento verificou-se principalmente na despesa financiada pela fonte interna, mas também na despesa da fonte externa (FASE) que aumentou em 8%. A taxa de execução orçamental manteve-se em volta de 93% (REO) para o orçamento global do sector, e melhorou significativamente para os fundos do FASE, de 80% para 90% entre 2012 e 2013, como se pode verificar no Quadro 2. Quadro 2: Orçamento e execução, , Total e FASE Orçamento REO 2012 REO / Orç. Exec. % Exec. Orç. Exec. % Exec (Exec) Educação total % % 12% FASE % % 8% Em síntese, estes progressos mostram um aumento da capacidade de planificação, orçamentação e implementação dos diferentes programas do sector. 1.5 Factores de (in) sucesso Contribuíram para o desempenho satisfatório do sector em 2013: O alinhamento dos processos de planificação e orçamentação plurianual facilitando a preparação de um Programa de Actividades (PdA) mais realista e implementável e alinhado com as prioridades do sector; O aumento da capacidade institucional, particularmente na área de aquisições: Como já previsto no Relatório de Desempenho de 2012, o reforço da UGEA no segundo semestre de 2012 teve um impacto positivo na execução do Plano de Aquisições em 2013, além das melhorias na área de planificação plurianual. Contudo, em 2013 enfrentaram-se alguns obstáculos que limitaram um melhor desempenho, tais como: Deficiências na comunicação interna, que afectou a coordenação necessária em algumas acções provocando atrasos na sua implementação como, por exemplo, o 6 Em preços reais, tomando em conta uma inflação de 4,2% e uma variação cambial de 5.9%. 8
19 RELATÓRIO CONJUNTO processo de lançamento dos concursos para as auditorias e estudos na área de construção; A falta de liquidez na Conta Forex do FASE no início e no fim do ano de 2013, que criou transtornos na implementação das actividades do sector, afectando, principalmente, a execução do programa de construção acelerada ao nível das províncias. Constitui preocupação do sector o elevado nível de absentismo de professores e alunos, tal como foi constatado durante as visitas de supervisão. Através da priorização das acções concebidas para melhorar a gestão escolar 7 o sector está a trabalhar para ultrapassar esta realidade e melhorar o processo de ensino-aprendizagem. 1.6 Assuntos transversais A contratação, gestão e desenvolvimento dos recursos humanos O GdM orçamentou a admissão de novos professores em 2013, dos quais 96% foram contratados. Contudo, o sector não conseguiu atingir a meta do rácio alunos por professor, entre outras razões, devido ao crescimento contínuo do número de alunos no Ensino Primário, à complexidade dos processos de substituição do pessoal que sai do sistema e à necessidade de contratação de mais professores para o ensino secundário de forma a não agravar as condições de ensino-aprendizagem neste nível de ensino. Apesaro de não ter conseguido contratar pessoal não docente em 2013, devido à sua não orçamentação, para o ano 2014 foi orçamentada a admissão de 500 novos funcionários não docentes para as escolas e para os SDEJTs. O sector tem priorizado, nos últimos anos, a capacitação do pessoal docente e nãodocente. Permanece contudo a preocupação da sua retenção no sistema. Gestão descentralizada Destaca-se, em 2013, a aprovação da lei que permitiu a transformação dos SDEJTs em UGBs. Isto permitirá a apresentação do orçamento do sector de âmbito distrital por programa sectorial, usando o classificador funcional, contribuindo assim para uma maior transparência na alocação dos fundos. Ao mesmo tempo, permite o aumento do controlo directo dos SDEJTs sobre o seu orçamento, facilitando a sua execução. Equidade de género O sector continua a fazer progressos em termos de equidade de género no acesso e também ao nível da retenção ao nível do ensino geral, particularmente no ensino 7 A capacitação dos directores de escola, o reforço da supervisão distrital e do envolvimento do Conselho da Escola, entre outras iniciativas em curso. 9
20 RELATÓRIO CONJUNTO secundário. Contudo, continuam a existir grandes diferenças entre as províncias, principalmente a partir do EP2. O não alcance da meta de contratação de professoras é explicado principalmente pela redução do número de alunas frequentando os IFPs em 2011 e 2012 esperando-se que o assunto seja ultrapassado com as medidas correctivas já tomadas 8. Em 2013 a proporção de alunas frequentando os IFPs foi de 49%. Equidade regional Por detrás das médias nacionais observadas nos indicadores do sector, escondem-se grandes diferenças regionais. Na alocação de recursos (admissão de novos professores, construção da infra-estrutura, entre outros) estas diferenças são tomadas em conta. Através de uma planificação operacional e de meio-termo ao nível das províncias, o sector tenta melhorar a capacidade ao nível da província para responder de forma informada e concreta às especificidades de cada uma das províncias, assegurando equidade entre os diferentes distritos. Resposta às emergências No âmbito da emergência, foi elaborada a Estratégia de Integração de Gestão de Risco de Desastres nos Curriculum Escolares, e foram capacitados professores e na área de Mudanças Climáticas e RRD. Ainda para mitigar o impacto negativo no ano lectivo das calamidades, foi ajustado o calendário escolar, iniciando o ano lectivo a 4 de Fevereiro ao invés de 15 de Janeiro como acontecia anteriormente. O Governo incluiu a componente de emergência nos orçamentos das Direcções Provinciais de Educação e Cultura e para resolver o problema de danificação de infraestruturas escolares, resultante de desastres naturais, o Ministério da Educação em parceria com o Ministério das Obras Públicas e Habitação e o Ministério para a Coordenação de Acção Ambiental e outros parceiros, elaborou um projecto de Escolas Seguras, cujo enfoque é na observância de uma multiplicidades de factores a considerar na construção de edifícios escolares resilientes. 1.7 Seguimento dos assuntos de atenção especial A fraude no pagamento dos salários (MINED central) Desde que foi descoberta a fraude na área dos salários, em Novembro de 2012, o Ministério tomou todas as medidas necessárias para dar seguimento adequado ao assunto. O caso foi reportado e dirigido às entidades competentes para o seu seguimento (Gabinete Central de Combate à Corrupção e Inspecção Geral de Finanças). A nível da 8 A proporção de professoras no EP1 cresceu de 24% em 1998 para 45% em Em 2013, o número de professoras aumentou comparativamente ao ano anterior, mas menos do que o número de professores. 10
21 RELATÓRIO CONJUNTO justiça (Ministério Público e Gabinete de Combate à Corrupção) decorrem os trâmites legais para o julgamento dos implicados no caso da fraude, que conta já com os principais réus sob custódia policial. Quase todos funcionários (170) que recebiam os seus salários através do Sistema Nacional de Vencimentos (SNV) foram migrados para o sistema e-folha. Reforçaram-se os procedimentos de controlo interno, garantindo uma maior coordenação entre a DAF e a DRH no processamento dos salários e um papel mais activo e actuante da Inspecção Geral da Educação. A nível da Repartição de Salários, foram afectos dois funcionários, para substituir o pessoal envolvido na fraude e garantir a segregação de funções. Contudo, persiste a problemática da retenção do pessoal nesta área. Ambos os colegas já solicitaram a sua desvinculação, um dos quais já saiu. A sua substituição tem sido dificultada devido à falta de pessoal qualificado do quadro e ao nível salarial praticado para estas funções. Pelas mesmas razões o MINED ainda não conseguiu prover a vaga de chefe do Departamento Financeiro desde que o lugar ficou vago na sequência da fraude. Desenvolvimento de plano de anticorrupção Foi elaborado o Plano de Acção de Combate à Corrupção no Sector da Educação Órgão Central e Instituições Subordinadas e Tuteladas, que se enquadra na implementação da Estratégia da Reforma e Desenvolvimento da Administração, na base de um diagnóstico institucional sobre a prevalência ou incidência de actos de corrupção no órgão central e instituições subordinadas e tuteladas. O plano de acção concentra-se na necessidade de i) separar as funções de programar e pagar a despesa; ii) reforçar o controlo interno e inspecção, e iii) melhorar a transparência nos processos de aquisições e outros processos administrativos. 1.8 Estudos planificados Dos quatro estudos planificados, foram realizados dois, designadamente: A avaliação de larga-escala (através de uma amostra representativa até o nível das províncias) para avaliar o nível da aquisição das competências básicas de leitura obtidas no 1º ciclo do Ensino Primário veja o indicador 2 do QAD; A 4ª avaliação do SACMEQ. Até Agosto de 2014 está prevista a conclusão dos dois estudos que se atrasaram em 2013, nomeadamente: A auditoria às obras inacabadas do programa de construção acelerada; A avaliação da nova abordagem do programa de construção acelerada. 11
22 RELATÓRIO CONJUNTO 2. Desempenho dos parceiros 2.1 Parecer Embora o diálogo entre o MINED e os seus parceiros esteja institucionalizado e seja contínuo, o desempenho da Parceria em 2013 é considerado Misto, pelas seguintes razões: Não ter sido cumprido o cronograma de desembolsos em 2012 e 2013 por várias razões 9 que resultou na falta de liquidez no início (primeiros 4 meses) e no fim do ano de 2013, comprometendo a implementação do PdA De notar que este atraso foi ligado, parcialmente, à resolução do assunto da fraude. A falta de previsibilidade das contribuições dos parceiros no contexto da elaboração do CFMP o que limitou a planificação para 2014 e anos seguintes; A deficiência no diálogo entre o MINED e os Parceiros ao nível técnico o que tem contribuído para alguns mal entendidos sobre os desenvolvimentos e progressos no sector. 2.2 Áreas de atenção O princípio do financiamento na base de resultados parece consolidar-se na agenda internacional dos PAPs relativamente à eficácia do apoio externo, resultando deste modo a necessidade de se ter melhorias nos progresso e resultados mais visíveis. Novas contribuições dependerão de progressos feitos na implementação dos diferentes compromissos acordados pelo sector nas negociações com os diferentes parceiros. Embora o princípio tenha o seu mérito, não deixa de ter a sua complexidade e contradições que podem prejudicar a implementação dos programas actuais do sector. Nesta perspectiva, recomenda-se: Um diálogo mais profundo sobre o conceito de financiamento por resultados, e o seu significado no contexto actual da Educação em Moçambique; Uma reflexão sobre a participação e contribuição dos parceiros ao nível técnico, através dos grupos do trabalho ou de outros mecanismos; Valores indicativos dos parceiros para três anos, rolantes, no contexto do CFMP (ou do financiamento à implementação do PEE). 9 Razões ligadas, entre outras, à condicionalidade de um desembolso em 2012 à assinatura de MdE do FASE, o impacto da fraude e a procedimentos burocráticos demorados ligados ao seguimento das formalidades dos acordos bilaterais. 12
23 RELATÓRIO CONJUNTO 3. Lições aprendidas e Recomendações Apesar das ligeiras melhorias na retenção dos alunos no Ensino Primário, o sector não vai atingir a meta da taxa de conclusão da 7ª classe de 54% em As melhorias devem acontecer ao nível da escola. Assim o enfoque do sector na gestão escolar do Ensino Primário como reflectido no PEE permanece pertinente e prioritário para os próximos anos. A previsão dos fundos externos para o FASE no futuro próximo (2015 e 2016) ainda não é muito clara se se considerar que grande parte das contribuições chega ao fim em Ainda, a experiência dos projectos bilaterais (particularmente na área do Ensino Técnico Profissional) mostra grandes atrasos na realização dos compromissos. Isto implica que o sector deve, proactivamente, diversificar as suas fontes de financiamento. Em Novembro de 2013 teve lugar uma avaliação de meio-termo relativamente à contribuição do BM e da Parceria Global da Educação (PGE) à implementação do PEE através do FASE. Na sequência da avaliação foram acordadas uma série de acções / recomendações que abarcam as aéreas cruciais do sector da Educação e que podem afectar o financiamento futuro ao sector por parte do BM e da Parceria Global da Educação. O sector está e continuará a prestar a maior atenção às referidas recomendações de forma a assegurar o seu cabal cumprimento, incluindo o cumprimento dos novos prazos de conclusão das auditorias e estudos na área de construção. Maputo, 25 de Março de 2014 (versão 3).= 13
24
25 PARTE II: Relatório de Progresso na Implementação do PEE
26
27 EVOLUÇÃO DO SISTEMA EDUCATIVO 1. Desenvolvimento do Sistema Educativo 1.1 Introdução A missão do sector da Educação é a criação de um Sistema Educativo justo, inclusivo, eficaz e eficiente, um sistema onde os alunos desenvolvam as competências requeridas em termos de conhecimentos, habilidades e atitudes para a sua afirmação e integração na vida social, económica e política, indispensável para ao desenvolvimento do País e o combate à pobreza (PEE , p. 15 e 16). A criação deste sistema implica investir no ambiente escolar, na melhoria do processo de ensino-aprendizagem, na gestão do sistema educativo com o envolvimento da comunidade e dos seus filhos, entre outros, como é esquematizado na Figura 1. Figura 1: Domínio e os factores que influenciam a aprendizagem dos alunos na escola Os pais alfabetizados Ambientes de leitura e informação Atenção para o desenvolvimento da 1ª infância Alimentação e nutrição das crianças Alunos que vão para escola e fazem TPC Aluno preparado para aprender Boa gestão da escola e do sistema Directores e professores presentes na escola Plano de desenvolvimento da escola Supervisão e acompanhamento O Conselho da Escola a funcionar Aprendizagem do aluno Salas de aula saudáveis Mobiliário e equipamento Professores em números adequados, motivados e formados Livros e materiais didácticos disponíveis Recursos e meios suficientes Eficácia do ensinoaprendizagem Aluno e professor atento na sala de aula Currículo baseado em competências Método de ensino orientado ao aluno Acompanhamento da aprendizagem do aluno A partir da análise da situação do sector em 2011 e da implementação do PEEC /2011, e tomando em conta as previsões em termos de recursos disponíveis, foram definidos objectivos específicos para o período e acções prioritárias para serem implementadas para o seu alcance. 17
28 EVOLUÇÃO DO SISTEMA EDUCATIVO No período da implementação do PEE , o enfoque é na aprendizagem do aluno em todos os níveis, mas principalmente no Ensino Primário para assegurar que as crianças que entram na 1ª classe, transitem e concluam a 7ª classe com as competências desejadas. 1.2 Rede escolar 10 A rede escolar continuou a crescer com maior destaque para o Ensino Primário do 2º grau, mostrando um progresso contínuo na transformação das EP1s em EPCs. Quadro 1: Rede escolar, Ensino Geral, turno diurno, , ensino público, privado e comunitário Níveis Ano lectivo 2011/ 2012/ % não público EP % 3% 1,5% 1,6% EP % 13% 2,9% 2,9% ES % 5% 23,4% 24,8% ES % 8% 38,1% 36,3% A participação do sector privado é significativa no ensino secundário (Quadro ). Em 2013 aumentou a oferta das escolas privadas/comunitárias no ESG1, tendo a mesma diminuiu no ESG2. Quadro 2: Crescimento do EP1 e do EP2, turno diurno, , ensino público, privado e comunitário EP1 EP2 % EP2 / EP1 Província 2013/ 2013/ Niassa % % 21% 26% Tete % % 23% 28% Zambézia % % 31% 36% Sofala % % 32% 37% Cabo Delgado % % 33% 37% Nampula % % 30% 41% Manica % % 41% 46% Gaza % % 41% 46% Maputo % % 55% 60% Inhambane % % 43% 70% Cidade de Maputo % % 85% 87% Total % % 33% 41% O Quadro 2 mostra que, entre 2011 e 2013, o número das escolas que oferecem o EP2 cresceu em 29% (média nacional). Destacam-se as Províncias de Inhambane que 10 A referência aqui são os níveis do ensino leccionados nas escolas, e não os edifícios. 18
29 EVOLUÇÃO DO SISTEMA EDUCATIVO cresceu em 68% e Nampula em 49%. Em 2013, estima-se que 41% 11 das escolas primárias leccionam o ensino primário completo (turno diurno) contra 33% em O Quadro 3 mostra que, gradualmente, a percentagem das salas de aula precárias sobre o total de salas de aula está a reduzir, embora, em 2013, 45% das salas de aula seja ainda de materiais precários. Contudo, em termos absolutos, o número de salas precárias aumentou ao longo do período. Quadro 3: Número de escolas (ensino geral) e de salas de aula (convencionais, precárias 12 ) por província, (ensino público) Província % de % de % de Conv. Prec. Conv. Prec. Conv. Prec. Prec. Prec. Prec. Cabo Delgado % % % Gaza % % % Inhambane % % % Manica % % % Maputo % % % Nampula % % % Niassa % % % Sofala % % % Tete % % % Zambézia % % % Cidade de Maputo % % % Total % % % O Quadro 4 mostra a estabilização do Ensino Público no Ensino Superior. Ainda, no Ensino Técnico Profissional e Superior, a participação do sector privado é significativa. Quadro 4: Rede escolar, Ensino Superior, público e privado, Ensino Superior Público Privado Total Quadro 5: Rede escolar, Ensino Técnico Profissional, público e privado, 2013 Ensino Técnico Profissional Público Privado Total Escolas profissionais Escolas básicas Institutos médios Total O número de escolas que apenas oferecem EP2 (turno diurno) é baixo. Assim, assumimos que as escolas do EP2 são Escolas Primárias Completas. 12 Trata-se de salas de aulas maticadas, de pau-a-pique e outros materiais. Nem todas as salas classificadas como precárias são de má qualidade (como se pode verificar na Província de Inhambane). 13 NB: Trata-se de instituições físicas. A fonte de informação são as brochuras estatísticas que apresentam a informação por instituição normalizada, independentemente dos diferentes níveis e ramos oferecidos. 19
30 EVOLUÇÃO DO SISTEMA EDUCATIVO 1.3 Alunos 14 no Ensino Geral 15 Em 2013 o número de efectivos no sistema educativo cresceu em quase todos os níveis de ensino (diurno), à excepção do EP2 onde este diminuiu ligeiramente (Quadro 6). A participação das meninas cresceu em todos os níveis com maior destaque para o ESG1. Quadro 6: Evolução do número de alunos no ensino geral, diurno, (ensino público, privado e comunitário) Anos lectivos Crescimento (totais) / 2012 / Totais Mulheres %M Totais Mulheres %M Totais Mulheres %M EP ,7% ,7% ,8% 3,6% 2,6% EP ,9% ,2% ,5% -0,04% -1,3% ES ,2% ,8% ,5% 3,6% 1,1% ES ,4% ,6% ,0% 5,2% 6,3% Total ,4% ,5% ,7% 3,2% 2,0% O Quadro 7 mostra que houve crescimento do número de crianças com a idade escolar adequada para um determinado nível do ensino, sendo de destacar a diminuição do número de alunos acima da idade no EP e ESG1. Em 2013, 28% dos alunos na primeira classe tinha 8 anos ou mais. Em 2012, esta percentagem era de 30%. Isto mostra, por um lado, progresso na estabilização do sistema. Por outro lado, comparando as percentagens de alunos na idade certa no EP2 e no ESG1,os dados mostram que as crianças que entraram na idade certa e progrediram normalmente pelo ensino primário têm maior probabilidade de transitar para o ensino secundário. Quadro 7: Evolução do número de alunos no ensino geral, por grupo etário (idade certa e acima da idade certa), (ensino público, privado e comunitário) Idade Certa (IC) Anos lectivos 2013 / % IC/ Idade Certa % IC/ Idade Certa % IC/ IC Acima da IC Acima da IC Acima da IC Total (IC) Total (IC) Total EP ,5% ,6% ,8% 6,8% -4,3% EP ,5% ,9% ,7% 2,3% -1,3% ES ,6% ,7% ,2% 11,5% -3,2% ES ,8% ,3% ,7% 14,1% 1,6% Total ,9% ,7% ,9% 6,9% -3,2% Idade Certa: EP1: 6-10 anos; EP2: anos; ES1: anos; ES2: anos Analisando o turno nocturno, pode-se observar que o número de alunos continua a diminuir em todos os níveis (Quadro 8). Adicionalmente, o Quadro 9 mostra uma Acima da IC 14 Existem ligeiras diferenças entre os dados apresentados neste documento e no BdPES 2013, uma vez que o BdPES apenas trata de alunos no ensino público. 15 A análise na base da informação estatística é limitada ao Ensino Geral. A informação relativa aos efectivos escolares nos outros níveis e tipos de ensino é apresentada no capítulo 3: Realizações por Programa Sectorial. 20
31 EVOLUÇÃO DO SISTEMA EDUCATIVO redução significativa da frequência dos alunos na idade escolar relevante nos turnos nocturnos. Quadro 8: Evolução do número de alunos no ensino geral, nocturno, (ensino público, privado e comunitário) Anos lectivos Crescimento (totais) / 2012 / Totais Mulheres %M Totais Mulheres %M Totais Mulheres %M EP ,1% ,6% ,5% -18,1% -16,4% ES ,4% ,9% ,6% -5,0% -4,8% ES ,7% ,4% ,5% 0,0% -1,8% Total ,7% ,1% ,0% -5,9% -6,2% Quadro 9: Evolução do número de alunos no ensino geral, por grupo etário (idade certa e acima da idade certa), nocturno, (ensino público, privado e comunitário) Idade Certa (IC) Anos lectivos 2013 / Acima IC da IC Acima da IC % IC / Total Idade Certa (IC) Acima da IC % IC / Total Idade Certa (IC) Acima da IC EP ,6% ,7% ,3% -67,5% -17,7% ES ,8% ,5% ,0% -11,4% -4,5% ES ,1% ,1% ,8% -80,5% 66,1% Total ,1% ,4% ,5% -60,3% 3,9% Idade Certa: EP1: 6-10 anos; EP2: anos; ES1: anos; ES2: anos % IC / Total 1.4 Professores no Ensino Geral Em 2013, o corpo docente cresceu em 5%, comparativamente ao ano anterior, acima do crescimento do número de alunos como se pode verificar do Quadro 11. Foram contratados novos professores, dos quais 77% para o ensino primário. Quadro 12: Número de professores contratados em 2013, por nível de ensino Nível de ensino Professores Em % do Total Ensino Primário % Ensino Secundário % Ensino Técnico Profissional 152 2% Total de docentes contratados % Embora a prioridade seja a contratação de novos professores para o Ensino Primário e apesar do elevado número de professores contratados, os rácios de alunos por professor no EP1 e de alunos por turma não melhoraram. Os rácios nos outros níveis de ensino melhoraram. O Relatório do Grupo de Trabalho de Desenvolvimento Administrativo e Institucional (veja o Anexo 3) apresenta mais detalhes sobre o rácio de alunos por professor por províncias. 21
32 EVOLUÇÃO DO SISTEMA EDUCATIVO Quadro 11: Número de professores no Ensino Geral, , ensino público, diurno Nível / 2013 / M Total %M M Total %M M Total %M EP % % % 3% 4% EP % % % 4% 3% ESG % % % 10% 9% ESG % % % 11% 17% Total % % % 4% 5% A percentagem de professoras aumentou no Ensino Secundário, mas diminuiu no Ensino Primário do 2º Grau devido, pelo menos em parte, a não se ter atingido a meta de contratação de professoras (50%) (para mais detalhes veja o Relatório do Grupo de Trabalho de Desenvolvimento Administrativo e Institucional no Anexo 3). Quadro 14: Rácios de alunos por professor e alunos por turma, Ensino Geral, , ensino público, diurno Alunos/Professor Alunos/Turma EP1 62,9 62,7 62,6 50,9 50,7 50,6 EP ,4 32,3 50,9 49,5 46,0 ESG1 44,8 41,3 39,0 63,4 60,1 58,6 ESG2 28,4 28,5 24,3 57,5 53,9 52,6 22
33 REALIZAÇÕES POR PROGRAMA SECTORIAL ENSINO PRÉ PRIMÁRIO E PRIMÁRIO 2. Realizações por Programa Sectorial 2.1 Ensino Pré Primário e Primário Apreciação do desempenho O desempenho do Ensino Primário em 2013 é considerado Satisfatório. Dos quatro indicadores, as metas de dois indicadores foram atingidas (taxa de escolarização aos seis anos e indicador de desempenho dos alunos). A meta do indicador rácio de alunos por professor não foi atingida e estagnou ao nível de 2011, por um conjunto de razões, nomeadamente, o crescimento do número de alunos no ensino primário, a perda de professores, atrasos nos processos de substituição e contratação e a necessidade de contratar professores para outros níveis do ensino, entre outras. As metas do indicador referente ao projecto-piloto do Pré-Escolar, cuja implementação tem o seu início em 2014, apenas serão medidas em Para além do cumprimento da maior parte das metas em 2013, o sector fez progressos na implementação das acções prioritárias, contribuindo para melhorias nas taxas de promoção, repetição e desistência. Contudo, persistem desafios ligados à aprendizagem, com enfoque no desenvolvimento das habilidades de Leitura e Escrita com destaque para o 1º ciclo, bem como desafios ligados à formação em exercício e à construção de salas de aulas Áreas de maior progresso Primeira infância Devido aos atrasos observados em 2012, a implementação do projecto-piloto atrasou-se um ano, e apenas iniciará em Em 2013 foram criadas as condições (formação, capacitação, arranjos institucionais e de logística) para o arranque do Projecto-piloto do Pré-escolar cuja implementação nas províncias de Cabo Delgado, Nampula, Tete, Gaza e Maputo para a testagem de diferentes modelos de intervenção como base para uma futura expansão. Está já inscrito no OE 2014, o valor para o pagamento dos animadores nos 10 distritos onde o projecto-piloto será implementado. Entrada na idade certa A entrada na idade certa é crucial para a retenção e progressão no sistema educativo (veja também ponto 1.3). 23
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