PROJETO FAZENDO ARTES NA EDUCAÇÃO INFANTIL: CONTRIBUIÇÕES ÀS PRÁTICAS DOCENTES. Relato de Experiência. Resumo
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- Cíntia de Escobar Pais
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1 PROJETO FAZENDO ARTES NA EDUCAÇÃO INFANTIL: CONTRIBUIÇÕES ÀS PRÁTICAS DOCENTES Rochele Karine Marques Garibaldi Escola de Educação Básica (ESEBA/UFU) Camila Lopes Fernandes Pedagogia/UFU Relato de Experiência Resumo O presente texto se configura em um relato de experiências de uma docente e duas alunas bolsistas que atuam na educação infantil de instituição escolar da rede pública, o qual pretende mostrar as atividades do Projeto fazendo artes na educação infantil e apresentar as suas contribuições às práticas educativas junto às crianças. Considerando que é de extrema importância tomar consciência do valor das Artes Visuais na vida humana, principalmente quando aplicada desde a infância, o Projeto busca com que as crianças reflitam sobre a forma de respeitar os seus conhecimentos e limites, partindo da experiência e da bagagem criativa de cada uma, com vistas a explorar as atividades concretas e contribuir no crescimento delas, visto que através de atividades práticas, a criança pode se expressar e desenvolver o criativo, a imaginação e a percepção. Dessa forma, fez-se necessário pensarmos as Artes Visuais na Educação Infantil como uma forma significativa e contextualizada de expressão e comunicação humana junto ao cotidiano escolar, conectado com práticas pedagógicas e o contato com materiais diversos que buscam aliar criações artísticas e vivências cotidianas, entendendo que as artes visuais expressam, comunicam e atribuem sentidos a sensações, curiosidades, sentimentos, pensamentos e realidade através de desenhos, arquiteturas, linhas formas, pontos, luzes etc. Entendemos que quando se trata de seres humanos, a prática artística tem intenções de contribuir com a formação destes, com posturas reflexivas e críticas, buscando pela arte uma melhor qualidade de ensino e também de vida. Sendo assim, considerando os objetivos do presente trabalho, esperamos que as experiências relatadas no mesmo venham contribuir com as práticas pedagógicas de profissionais que atuam na educação infantil em prol de propostas que envolvam as Artes Visuais no cotidiano escolar dessa etapa de ensino. Texto completo Introdução A educação infantil é um momento no qual para a criança o mundo é repleto de significados e de descobertas que as mesmas fazem de diferentes imagens e muitas vezes o adulto não percebe. Elas fantasiam, imaginam, criam e recriam o tempo todo ao desenhar,
2 pintar, cantar, dramatizar, ou simplesmente brincar, demonstrando que as Artes Visuais estão presentes no seu dia a dia das crianças. Dessa forma, e ao perceber que as imagens estão dentro e fora das escolas, sendo mediados pelos vários meios midiáticos, entendemos que a linguagem visual deve ser um dos objetivos do ensino de artes na Educação Infantil, tendo em vista que outros repertórios visuais, como os das artes visuais e de outras produções culturais, não participam frequentemente da vida das crianças. Então, é preciso uma reconfiguração do trabalho com as Artes Visuais nessa etapa de ensino, já que segundo o Referencial Curricular Nacional (2008, p. 86) A presença das Artes Visuais na educação infantil, ao longo da história, tem demonstrado um descompasso entre os caminhos apontados pela produção teórica e a prática pedagógica existente. Em muitas propostas as práticas de Artes Visuais são entendidas apenas como meros passatempos em que atividades de desenhar, colar, pintar e modelar com argila ou massinha são destituídas de significados. Nesse sentido, fez-se necessário pensar as Artes Visuais na Educação Infantil na Escola de Educação Básica da Universidade Federal de Uberlândia como uma forma significativa e contextualizada de expressão e comunicação humana junto ao cotidiano escolar, conectado com práticas pedagógicas que buscam aliar criações artísticas e vivências cotidianas, entendendo que as artes visuais expressam, comunicam e atribuem sentidos a sensações, sentimentos, pensamentos e realidade através de desenhos, arquiteturas, linhas formas, pontos, luzes, texturas, elementos geográficos, objetos tridimensionais, etc. Considerando a ausência de um professor de artes nessa etapa de ensino na instituição Eseba, buscamos através de um Programa de Bolsas de Graduação concretizar em uma turma de 2º Período o Projeto Fazendo artes na educação infantil com a participação de duas bolsistas, uma do Curso de Pedagogia e outra do Curso de Artes Visuais a fim de contribuir com suas formações docentes e ao mesmo tempo oferecer propostas planejadas que respeitam e estimulam as experiências das crianças para que as mesmas desenvolvam relações entre as representações visuais e suas vivências, enriquecendo seu conhecimento de mundo e das linguagens da arte e se constituindo como leitores, produtores e fruidores de trabalhos artísticos. Partindo do pressuposto que em suas vivências, a criança utiliza muito o pensamento concreto, acreditamos que a arte contribui com ricas experiências às crianças, já que lhes permitem a oportunidade de manipular os mais diversos tipos de material. Dessa forma, através de atividades artísticas, propusemos uma educação do olhar da criança para que ela se expresse diante das inúmeras significações existentes, através do senso estético, da
3 sensibilidade, da criatividade, desenvolvendo assim a imaginação e a percepção. Salientamos a importância de que tais atividades fossem desenvolvidas a partir de um planejamento e de uma fundamentação que justifiquem os procedimentos adotados. Entendida como uma linguagem que tem estrutura e características próprias, a aprendizagem das Artes Visuais, no âmbito prático e reflexivo, se dá por meio da articulação dos seguintes aspectos: fazer artístico, que se refere como uma expressão de construção, da representação propriamente dita e ao conjunto a ele relacionado (exploração, expressão e comunicação); a apreciação, que tem relação direta com a decodificação do sentido da arte, já que a ação de apreciar abrange a percepção de sua obra de arte e a de seus colegas incluindo a identificação com os significados artísticos no cotidiano do aluno (percepção do sentido do objeto); reflexão que é a contextualização do trabalho do aluno, ou seja, situar o conhecimento do próprio trabalho artístico, dos colegas e da arte como produto social e histórico, que revela várias culturas e subjetividades (pensar contínuo do objeto construído). (PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, 2007, p.76) Nessa fase, a criança liga a arte à brincadeira, por isso entendemos que as atividades lúdicas auxiliam diretamente no desenvolvimento de sua expressão, nas relações afetivas com o mundo, com as pessoas e com os objetos. Nesse sentido, buscamos oferecer condições que estimulem a sua criatividade, pesquisa e criação, fazendo com que a criança perceba e valorize a arte, visto que a realização de atividades criativas oferece à criança a possibilidade de desprender-se de limitações, dando-lhe chance de tornar-se independente, expressiva, crítica e autocrítica. Salientamos assim a importância da Arte para a formação de um sujeito crítico em aspectos cognitivos, sensitivos e culturais. Dessa forma, é importante notar como as experiências artísticas influenciam ao aluno, em suas percepções, emoções, na forma de interpretar fatos, de dialogar e apresentar a sua experiência de Enfim esta tem intenções de contribuir com a formação de cidadãos,com posturas reflexivas e criticas, buscando a melhoria da qualidade da educação escolar e de vida. Nesse sentido, atreladas ao trabalho com as Artes Visuais, propusemos atividades em artes plásticas que envolvem os mais diferentes tipos de materiais que indicam às crianças as possibilidades de transformação, de reutilização e de construção de novos elementos, formas, texturas etc. A relação que a criança pequena estabelece com os diferentes materiais fez-se no início, por meio da exploração sensorial e da sua utilização em diversas brincadeiras. Tais ações vão ao encontro com o que nos aponta MEC (1998, p.93) representações
4 bidimensionais e construção de objetos tridimensionais nascem do contato com novos materiais, no fluir da imaginação e no contato com as obras de arte. A linguagem da Arte na educação infantil tem um papel fundamental, envolvendo os aspectos cognitivos, sensíveis e culturais. Por isso é importante que os professores na educação infantil tenham a percepção de que através da arte as crianças ampliam suas expressões e linguagens. Ao buscarmos maneiras de estimular a percepção e o processo criativo da criança, estamos favorecendo o interesse pelas Artes e estimulando para que tenham curiosidade e o contanto com materiais diferenciados, com vistas a ampliar o conhecimento das crianças e possibilitar a elas a exploração de linguagens visuais produzindo, lendo imagens e assim favorecendo a sensibilidade. Sendo assim, entendemos que o contato com as Artes Visuais no cotidiano da Educação Infantil nos leva a conceber que é no fazer artístico e no contato com os diferentes objetos, imagens e espaços artísticos que o conhecimento em artes visuais se desenvolve nas nossas crianças. Conhecendo o Projeto A Escola de Educação Básica (Eseba) em sua proposta pedagógica para a Educação Infantil se baseia na Pedagogia de Projetos. Barbosa (1998, p. 2), define tal metodologia como: [...] um dos modos de organizar o ato educativo que indica uma ação concreta, voluntária e consciente que é decidida tendo-se em vista a obtenção de alvo formativo determinado e preciso. É saber parar, na prática escolar, de uma situação-problema global dos fenômenos, da realidade fatual e não da interpretação técnica já sistematizada nas disciplinas. Nessa perspectiva, há o envolvimento de todos os alunos em investigações de problemas baseados em temas que para eles são atrativos e irão culminar em resultados. Os projetos levam o aluno a um nível mais elevado de raciocínio, pois estimula sua curiosidade. É permitida a ele uma participação ativa, criando perguntas desafiadoras que muitas vezes não são respondidas pelo método de ensino rotineiro, e podem até encaminhar novos projetos. Dessa forma, a aprendizagem do aluno é enriquecida com a utilização dessa metodologia. Considerando as especificidades de tais propostas pedagógicas na Educação Infantil, bem como a articulação de um trabalho envolvendo a Artes Visuais nessa etapa de ensino, o Projeto Fazendo artes na Educação Infantil, visa: - estimular o desenvolvimento do imaginário infantil e da capacidade criadora, ampliando os conhecimentos das crianças sobre a própria arte e possibilitando que elas explorem a
5 linguagem visual nas formas de produzir, entender e ler as imagens, bem como investigar as possibilidades dos materiais. - contribuir com a elaboração da linguagem expressiva das crianças como uma forma singular de ler e representar suas relações. - contribuir com a práxis educativa junto à formação acadêmica das alunas bolsistas. - buscar embasamento teórico-crítico que estabeleça a importância do trabalho com as Artes Visuais na educação infantil. - estimular a percepção, o pensamento e a imaginação do processo criativo, possibilitando a criação de técnicas e estilo próprios. - possibilitar a observação de imagens figurativas e produções abstratas. - permitir que as crianças dialoguem entre si sobre seus trabalhos quando em exposição. - favorecer a sensibilidade e interesse estético na criança. - estimular a curiosidade e contato com materiais que permitam a aquisição de habilidades artísticas. Dessa forma, através de atividades artísticas baseadas nos trabalhos de artistas que articulam obras com a infância, buscamos no decorrer do ano letivo de 2012 ampliar o conhecimento das crianças da arte como forma de expressão. Considerando que o Projeto tem o intuito de relacionar as obras com o cotidiano infantil, através das brincadeiras e das atividades desenvolvidas, ressalta-se que ao trabalhar com a leitura de imagens, foi importante aos mediadores fomentar continuamente a verbalização por meio de perguntas que instigam a observação e a descoberta, de forma que as crianças possam demonstrar o que lhes é mais significativo e sejam autoras de suas próprias interpretações. Para tanto as bolsistas envolvidas no Projeto efetuaram leituras orientadas sobre as temáticas que são abarcadas pelo universo do projeto relacionadas às metodologias de ensino e recursos diversificados pertinentes às Artes Visuais, realizando relatórios e seminários, de modo a possibilitar o aprofundamento da base teórica. A partir desses embasamentos, foram realizadas propostas de atividades com linguagem visual articulada ao cotidiano na educação infantil, a fim de estimular e verificar as possibilidades de desenvolvimento artístico e criativo das crianças. Dentre as principais atividades, podemos destacar: - Leitura de textos e livros sobre metodologias de ensino/material didático sobre as Artes Visuais na Educação Infantil. - Conhecimento de artistas e obras famosos. - Apresentação de esculturas e obras arquitetônicas.
6 - Observação de imagens figurativas e abstratas pelas crianças, com leitura e reinterpretação de imagens por meio de desenhos, colagens, recortes, objetos tridimensionais, pinturas etc. Posteriormente, cada aluno apresentou seu trabalho em roda de conversa, bem como as suas impressões e reflexões sobre o trabalho dos colegas. - A arte de ser diferente Depois da leitura do livro Um amigo diferente? que trata sobre as diferenças, as crianças recortaram imagens de pessoas diferentes. Utilizamos o papel kraft para fazer a colagem, escolheram a forma de recortar o papel (nuvem, onda e coração), fazendo decoupage e escolhendo expor o trabalho na sala de aula, para colaborar com a decoração da mesma. - O que é Artes? Conversando com as crianças sobre o que elas acreditam ser a Artes, foi realizado um Diagnóstico Artístico. Algumas faziam relações dos museus a partir do que assistiram em filmes relacionados ao tema, outras demonstraram não ter noção sobre o assunto, não sabiam ou nunca tinham ouvido falar sobre o que é um museu. Poucas crianças conseguiram relacionar museu com obras de artes, quadros e pinturas. Depois da conversa, foi possibilitado às mesmas o contato com alguns livros que continham diferentes trabalhos relacionados às artes para que elas pudessem observar algumas obras. As que elas mais gostaram, fizeram um desenho e depois uma exposição com os desenhos feitos. - Conhecendo molduras Após conversar com as crianças sobre o que são molduras, foi feito um passeio pelos corredores da escola, para que os mesmos pudessem visualizar e identificar diferentes tipos de molduras. Depois fizeram desenhos, e utilizando materiais concretos criaram sua própria moldura. - A Aranha Ao explorar livros que envolvem as artes visuais, as crianças coletivamente escolheram a tela Morte para criança do artista Daniel Senise, para realizarem suas leituras. Depois cada criança criou um desenho de sua aranha e criou a partir desse desenho a sua história. - Visitas a museus e exposições artísticas, a fim de despertar o interesse da criança, e apresentar a atividade cultural como um espaço lúdico no qual a imaginação da criança e a vontade de participar tenha grande importância. - Baseando nos trabalhos artísticos de Luiz Hermano Façanha Farias, um artista plástico contemporâneo que transforma os pequenos objetos e brinquedos de plástico em esculturas e
7 objetos de arte, confeccionamos com as crianças obras de arte, utilizando os diversos materiais e objetos em miniaturas trazidas de casa pelas mesmas. - A Fila Conhecendo as dificuldades das crianças no momento de organização da fila, conversamos a respeito e juntamente com elas compomos uma música de acordo com o nome da turma - Coelhos. Também gravamos uma dança para que pudessem expressar como poderíamos pensar a fila. - Fantoches da família Depois da leitura de uma história sobre a família, cada criança desenhou sua família, recortamos e colamos no canudinho para montarmos fantoches, em seguida os alunos apresentaram cada membro desta. - Gravuras Recebemos a visita do professor Marcel Esperante do Curso de Artes Visuais da UFU, que ministrou uma oficina sobre gravuras. As crianças aprenderam que uma gravura é feita a partir de um risco ou gravado sobre determinada superfície ou material, que depois é reproduzido a partir de uma matriz. Conheceram também sobre a gravura de Cordel e depois tiveram a oportunidade de realizar sua própria xilogravura, que é uma técnica de gravura. Utilizaram folhas de Raio-x como matriz, desenhando primeiramente as partes sem cor. Após aplicar tinta guache sobre o Raio-x, colocaram um papel sobre a mesma, e aplicando pressão, a folha da imagem foi transferida para o papel. - Pinturas As crianças aprenderam sobre o que é uma pintura e conheceram alguns pintores famosos através de uma apresentação em Power Point: Tarsila Amaral, Pablo Picasso, Candido Portinari, Pieter Brueghel e Joan Miró. A partir de exemplos das obras desses artistas, as crianças puderam interpretá-las, observando os elementos utilizados como: cores, formas, traços e ideias; com liberdade puderam criar, representar e construir seus conceitos. Depois, baseando-se no trabalho em cerâmica de Miró, cada criança explorou suas habilidades artísticas: pintaram a parede de cerâmica existente no pátio da escola, desenvolvendo o hábito de observação e apreciação, atentando para detalhes (cor, forma, textura, noções de espaço), e desenvolvendo sua criatividade e imaginação. Houve ainda a realização de uma pesquisa junto às famílias: cada criança apresentou em roda a imagem de uma obra que tenha gostado de um dos pintores conhecidos em sala, com informações sobre esse pintor e sobre a obra. - Fotografias
8 Trabalho desenvolvido com o objetivo de levar as crianças ao conhecimento da fotografia e sua história, além de ampliar suas leituras de imagem, capacidade de observação e noções de tamanho e espaço. Esse envolveu algumas atividades, enumeradas abaixo: 1.Levantamento em roda de conversa das hipóteses das crianças sobre fotografias (o que é fotografia, quem já tirou fotos, o que significa contraste?). Depois cada criança fez um desenho representando a foto perfeita para ela mesma. 2.Apresentação em slides sobre o significado das fotografias e sua história. Por conseguinte, cada criança fez um registro por meio de um desenho do que achou mais interessante. 3.Foto preferida: cada criança trouxe de casa uma fotografia dela própria, que goste muito, e expôs na roda o motivo dessa escolha. 4.Conhecer sobre fotografias em anamorfoses (transformação, distorção de uma imagem). Nas artes visuais, leva o observador a se colocar sob um determinado ponto de vista. Denominamos de fotos diferentes. Foi feita uma atividade de registro, na qual as crianças utilizando recortes de revistas fizeram uma colagem criando uma imagem de anamorfose. 5.Diferentes perspectivas: atividade prática, na qual as crianças tinham que tirar em seus ambientes fotos de diferentes objetos e cenários (um antigo, um moderno e uma atividade/objeto preferidos). Na sala de aula, após uma roda de conversa sobre as fotos, as crianças fizeram uma arte na folha utilizando papel crepom molhado no álcool. - Mostra dos trabalhos desenvolvidos pelas crianças: após finalização das atividades em sala de aula, foi realizada no Centro Municipal de Estudos e Projetos Educacionais (CEMEPE) uma mostra dos trabalhos desenvolvidos em todo o projeto pelas crianças. Tivemos a participação das famílias e de outras pessoas prestigiando os alunos com sua presença. A avaliação do Projeto foi realizada de forma contínua, processual e sistemática, com observação e anotações das reflexões das crianças, documentado por meio de fotos e gravações dos registros das crianças, pelos os quais analisamos se os resultados foram alcançados de acordo com os objetivos propostos, através da efetiva ação da professora e bolsistas nele envolvidas. Além disso, buscando apoiar a criança no desenvolvimento artístico, elas criaram registros, objetos, obras e brinquedos, e suas produções realizadas foram expostas na escola durante o processo de desenvolvimento do Projeto. Considerações finais A partir do nosso trabalho, compreendemos que nas Artes Visuais não há uma resposta imediata, há uma busca permanente de descobertas onde o resultado nem sempre se dá no
9 imediatismo. Pelo contrário, a práxis artística é pautada pela dialética da própria práxis e esperamos que a prática crie possibilidades às crianças de contato com as Artes Visuais, dando mais suporte aos professores com materiais pedagógicos e com a proposta triangular de apreciação, fruição e contextualização junto a linguagem visual. Acreditamos que é preciso despertar cada vez mais a criatividade nas crianças, permitindo o seu desenvolvimento criativo e imaginário no trabalho individual e em grupo, além de possibilitar que todo o trabalho desenvolvido junto às bolsistas fosse documentado, apresentado e divulgado em eventos científicos e artísticos, contribuindo assim com a práxis educativa de outros profissionais no que tange às Artes Visuais na infância. Referências BARBOSA, Maria Carmen S. Por que voltamos a falar e trabalhar com a Pedagogia de Projetos? In: Projeto Revista de Educação (4), 2ª ed. Porto Alegre: Projeto, Trabalhando com Projetos na Educação Infantil. In XAVIER, Maria Luisa M. e DALLA ZEN, Maria Isabel (org.). Planejamento em Destaque: análises menos convencionais. Porto Alegre: Mediação, HORN, M. da Graça S. Por uma pedagogia de projetos na educação infantil. Revista Pátio. Ano 2, nº 7, POA, Artmed, nov. 1998/jan, CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: 1: Artes do Fazer. Petropólis: RJ. Vozes, DERDYK, Edith. Formas de pensar o desenho: desenvolvimento do grafismo infantil. São Paulo: Editora Scipione, DUARTE Jr. João Francisco. O sentido dos sentidos: a educação (do) sensível. Criar Edições, DUBORGEL, Bruno. Imaginário e Pedagogia. Lisboa: Instituto Piaget, HERNÁNDEZ, Fernando. Cultura Visual, mudança educativa e projeto de trabalho. Artes Médica Sul, SÃO PAULO, Secretaria Municipal de Educação. Diretoria de orientação técnica. Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o ensino fundamental cicloii. Artes/ Secretaria Municipal de Educação- São Paulo: SME/DOT, 2007 VIEIRA DA CUNHA, Susana (org). Cor, som e movimento: a expressão plástica, musical e dramática no cotidiano da criança. Cadernos de Educação Infantil n 8. Porto Alegre. Ed. Mediação, Como vai a arte n educação infantil? Disponível em Acesso em 20 nov. 2011
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