NEXO CAUSAL PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES

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1 NEXO CAUSAL PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES 1 Conceito. Causa. É elemento do fato típico. É o vínculo entre conduta e resultado. O estudo da causalidade busca concluir se o resultado decorreu da conduta e se o resultado pode ser atribuído, objetivamente, ao sujeito ativo. Relação de Causalidade Art O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. O art. 13 adotou a causalidade simples, generalizando as condições, ou seja, todas as causas que contribuíram para o resultado estão no mesmo nível de importância, equivalendo-se em seu valor (teoria da equivalência dos antecedentes causais ou conditio sine qua non). Causa é toda a conduta pretérita sem a qual o resultado não teria ocorrido exatamente como ocorreu e quando ocorreu. Ex: Morte (resultado) - antes inúmeras condutas pretéritas (A, B, C, D, E, etc) a causa para a morte é toda a conduta sem a qual o resultado não teria ocorrido basta eliminar a conduta A, B, C... e se a morte for eliminada é porque foi causa. Para saber se a conduta foi determinante para a ocorrência do resultado, aplica-se a teoria da eliminação hipotética dos antecedentes causais, ou seja, vai eliminando mentalmente cada conduta e se o resultado também for eliminado é porque tal conduta foi determinante. 1

2 No campo mental da suposição ou da cogitação, o aplicador deve proceder a eliminação da conduta para concluir pela persistência ou desaparecimento do resultado. Persistindo o resultado, a conduta não é causa; desaparecendo o resultado, é causa. Resultado morte: para saber se a conduta é causa ou não aplica a teoria da causalidade simples + teoria da eliminação hipotética dos antecedentes causas. Ocorre que esta fórmula pode resultar no regresso ao infinito. O pai e a mãe são causas da morte praticada pelo criminoso, Adão e Eva, etc. Assim, a teoria da equivalência dos antecedentes causais é muito extensa, permitindo o regresso ao infinito na investigação do que seja causa. Numa morte por envenenamento, o fabricando do veneno pode ser considerado causa; os pais do homicida podem ser considerados causa; Adão e Eva podem ser considerados causa. Entretanto, para evitar a responsabilidade de certas condutas antecedentes que contribuíram para o resultado, a doutrina clássica analisa o dolo e a culpa como limites de responsabilidade. Portanto, a responsabilidade pela infração cometida depende de: IMPUTAÇÃO OBJETIVA DO EVENTO (causa - de acordo com a teoria da equivalência não é Teoria da Imputação Objetiva) + IMPUTAÇÃO SUBJETIVA (dolo e culpa). 2 Concausa Pluralidade de causas (mais de uma causa) concorrendo para o mesmo resultado. Ex: A dispara contra B B morre quando conduzida para o hospital em razão de acidente com a ambulância 1º causa: disparo com a arma de fogo 2º causa: acidente o acidente foi a causa efetiva da morte, mas a importância do assunto é para saber o que haverá com a causa 1º? (para isto serve o estudo das concausas). 2

3 2.1 Espécies de concausas a) Absolutamente independentes A causa efetiva do resultado não se origina da causa concorrente. Pode ser: a.1) Preexistente: a causa efetiva do resultado antecede a causa concorrente. Ex: A (19h) deu veneno para vítima B (20h), dispara contra a vítima a vítima morre às 21 em razão do veneno (causa efetiva). O veneno (causa efetiva) não se originou do disparo (absolutamente independentes). Eliminando o disparo, a vítima morreria do mesmo modo (por isso, o disparo não é causa da morte). O veneno ocorreu antes do disparo. Conclusão: B responderá por tentativa de homicídio. a.2) Concomitante: a causa efetiva do resultado ocorre ao mesmo tempo da causa concorrente (simultâneas). Ex: A (19h) dá veneno para vítima B (19h mesma hora) aparece e atira contra a vítima vítima morre em razão dos disparos (causa efetiva). A causa efetiva (disparos) não se originou da causa concorrente. Eliminando o veneno, a vítima morreria do mesmo jeito (o veneno não foi causa do resultado). Veneno e disparos ocorreram ao mesmo tempo. Conclusão: A responderá por tentativa de homicídio. a.3) Supervenientes: a causa efetiva do resultado é posterior a causa concorrente. Ex: A (19h) dá veneno para vítima depois (20h) o lustre cai na cabeça da vítima vítima morre em razão da queda do lustre (causa efetiva). A causa efetiva não se origina da causa concorrente (absolutamente independente). A causa efetiva apareceu depois da causa concorrente. 3

4 Conclusão: A responderá por tentativa de homicídio. Assim, se a concausa for absolutamente independente, o autor da causa concorrente sempre responderá por tentativa, pois o resultado não é imputado a causa concorrente. b) Relativamente independentes A causa efetiva do resultado se origina da causa concorrente (direta ou indiretamente). Pode ser: b.1) Preexistente: a causa efetiva do resultado antecede a causa concorrente. Ex: A desfere faca na vítima (portador de hemofilia) esta vem a falecer em razão da grande perda de sangue provocada pela hemofilia hemofilia (causa efetiva) não seria desencadeada sem as facadas. Assim, a causa efetiva (hemofilia) origina-se da causa concorrente (facadas). Eliminando o golpe de faca o resultado desaparece (relativamente independente). Conclusão: A responderá por homicídio consumado. Obs: tem jurisprudência exigindo que A conheça a condição de hemofílico, evitando a responsabilidade penal objetiva. b.2) Concomitante: a causa efetiva do resultado ocorre ao mesmo tempo da causa concorrente (simultâneas). Ex: A atira contra a vítima (19h) na mesma hora e em razão do disparo a vítima sofre ataque cardíaco e morre (causa efetiva). O ataque cardíaco decorreu dos disparos. Eliminando o disparo a morte desaparece. Assim, o disparo é causa da morte (t. da conditio sine qua non) Conclusão: A responde por homicídio consumado. 4

5 b.3) Superveniente: a causa efetiva do resultado é posterior a causa concorrente. Aqui não se aplica o art. 13 do CP, mas sim o art. 13, 1º, do CP. Superveniência de Causa Independente 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. Aqui é aplicada a teoria da causalidade adequada. Nos termos do art. 13, 1º, do CP, existem 2 espécies: b.3.1) Que por si só produz o resultado O resultado produzido sai da linha de desdobramento causal normal da conduta concorrente. É um evento imprevisível para a conduta concorrente. A conduta concorrente não é idônea (adequada) para produzir o resultado. b.3.2) Que não por si só produz o resultado O resultado está na linha de desdobramento causal normal da conduta concorrente. É evento previsível para a conduta concorrente. A conduta concorrente é idônea (adequada) para produzir o resultado. Ex: A atira na vítima para matar socorrida e no hospital o médico comete um erro que mata a vítima (erro médico) a causa efetiva foi o erro médico (decorreu da causa concorrente e depois). Prevalece que o erro médico não por si só produziu o resultado, pois é sabido que a vítima seria socorrida e, como errar é humano, seria previsível o erro médico (este erro estaria na linha de desdobramento normal do tiro). Logo a causa concorrente responde por crime consumado. Ex2: A atira na vítima socorro e vai para hospital durante a recuperação ocorre um incêndio no hospital e a vítima morre queimada o fogo no hospital é causa que por si 5

6 só produziu o resultado, por ser imprevisível e não está na linha de desdobramento normal do tiro. A conduta concorrente responderá por tentativa. Ex3: Atira na vítima para matar socorro e no hospital morre de infecção hospitalar prevalece que não por si só produziu o resultado e a causa concorrente responde por crime consumado. Assim, o art. 13, caput, adota a causalidade simples (causa é a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido). Já o art. 13, 1º, traz a causalidade adequada, isto é, somente haverá imputação do resultado se fosse a conduta do agente, consoante as regras de experiência comum, a mais adequada à produção do resultado ocorrido (considerando a experiência comum, o tiro pode provocar a morte por erro médico, por ser previsível). 6

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