Rodada n. 03 Direito Penal Tema: Parte Geral

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1 Rodada n. 03 Direito Penal Tema: Parte Geral 1

2 EQUIPE: Priscila Couto Franquini Advogada Graduada pelo Instituto Cuiabano de Ensino e Cultura de Mato Grosso - Especialista em Direito Penal e Processo Penal pela Fundação Escola do Ministério Público do Estado de Mato Grosso. Atuou como Assessora jurídica junto ao Ministério Público do Estado de Mato Groso na Promotoria da Saúde Coletiva até o ano de Exerceu a função de Analista Tributário e Trabalhista da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso - FAMATO. Atuou na função de Membro do Conselho de Contribuintes como representante da FAMATO/MT na Secretaria de Fazenda do Estado de Mato Grosso. Fundadora do site Estudo destacado e Coordenadora do curso OAB destacada. Conteudista e Professora de Legislação Penal Extravagante no curso OAB Destacada. Luana Araújo Advogada- Graduada pela PUC/Rio de Janeiro - Professora do canal Ciências Criminais - Digitalinfluencer com mais de 52,7 mil seguidores do - Pós-graduanda pela Escola Paulista de Direito em Penal e Processo Penal. Professora de Direito Processual Penal e Direito Penal Parte especial no Curso OAB Destacada. Paulo Victor Ayres Advogado - Graduado em Direito pela Universidade Estácio de Sá-RJ - Especialista em Direito Constitucional e Militar pela Universidade Cândido Mendes-RJ - Monitor do Curso Preparatório à Carreira da Magistratura Federal ESMAFE-RS - Professor de Direito Administrativo do Curso Ativa Aprendizagem - Professor Conteudista de Direito Constitucional no Curso Estudos Iuris - Advogado junto ao PROCON - Ex-Chefe de Divisão no Departamento de Licitação e Contratos, todos no Município de Rio das Ostras-RJ Membro do Colégio de Professores da Academia Brasileira de Direito Constitucional (ABDConst) Autor do livro Direito Constitucional Simplificado, Ed. Clube de Autores, Professor de Direito Constitucional, Direito Administrativo e Direitos Humanos no Curso OAB Destacada. 2

3 Mônica Amâncio Advogada- Graduada pela UNIBRASIL - Curitiba - Pós-graduanda pela Estácio de Sá em Direito Processual Civil. Professora de Direito Processual Civil, Ética da OAB, Direito Civil e Direito Empresarial do Curso OAB Destacada. Adriene dos Santos Advogada- Graduada pela Universidade Tiradentes/SE - Pósgraduanda em Direito Penal pela FAVENE e Sócia do Escritório de Advocacia Vieira Marques. Professora de Direito do Trabalho, Processo do Trabalho, Arbitragem, Teoria do Direito e Direito Previdenciário no Curso OAB Destacada. Gustavo Aguiar Advogado - Graduado em Direito pela Faculdade MultiVix - Especialista em Direito Penal e Processual Penal pela FDDJ - Professor de Direito Penal e Processual Penal nos Cursos Preparatório JC e Dominando o Edital - Ex-Inspetor Penitenciário do Estado do Espírito Santo Autor do livro Direito Constitucional Simplificado, Ed. Clube de Autores, Professor de Direito Penal e Direito Internacional no Curso OAB Destacada. Débora Anastácio Calzoarai Advogada- Graduada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Sinop Grupo UNIC Pós Graduada em Processo Civil pela Fundação Escola Superior do Ministério Público de Mato Grosso Advogada atuante no escritório CLA Advocacia e Consultoria, Professora de Direito Ambiental, Direito Tributário, Estatuto da Criança e do Adolescente -ECA, Direito do Consumidor CDC e Filosofia. 3

4 SUMÁRIO EQUIPE:... 2 INTRODUÇÃO TEORIA GERAL DO DELITO SUJEITO DO CRIME SUBSTRATOS DO CRIME FATO TÍPICO CONDUTA CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL DO INIMIGO CARACTERÍTICAS DA CONDUTA CAUSAS DA EXCLUSÃO DA CONDUTA CRIME DOLOSO TEORIA DO DOLO ESPÉCIES DO DOLO CRIME CULPOSO ESPÉCIES DE CULPA EXCLUSÃO DA CULPA CRIME PRETERDOLOSO ELEMENTOS DO CRIME PRETERDOLOSO RELAÇÃO DE CASUALIDADE CONCAUSAS CONCAUSA ABSOLUTAMENTE INDEPEDENTE PREEXISTENTE CONCAUSA ABSOLUTAMENTE INDEPEDENTE CONCOMITANTE CONCAUSA ABSOLUTAMENTE INDEPEDENTE SUPERVENIENTE CONCAUSA RELATIVAMENTE INDEPEDENTE PREEXISTENTE CONCAUSA RELATIVAMENTE INDEPEDENTE CONCOMITANTE CONCAUSA RELATIVAMENTE INDEPEDENTE SUPERVENIENTE TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA ERRO ERRO DE TIPO E ERRO DE PROIBIÇÃO ESPÉCIES DE ERRO DE TIPO TIPICIDADE TIPICIDADE CONGLOBANTE (ZAFARONI) TIPICIDADE FORMAL E AS NORMAS DE EXTENSÃO QUESTÕES DESTACADAS: REFERÊNCIA:

5 INTRODUÇÃO Olá nobre colega, tudo bem? Vamos prosseguir com o nosso estudo do Direito Penal Parte geral. Nesta rodada abordaremos os temas: Teoria Geral do Delito. Conduta. Relação de Causalidade. Teoria da imputação objetiva. Tipo penal doloso. Tipo penal culposo. Erro. Erro de tipo. Erro de proibição. Erro de tipo permissivo. Tipicidade. Ao final de cada rodada terá algumas questões sobre os temas estudados e que foram abordadas nos últimos exames, a fim de que você possa treinar e compreender o perfil da banca FGV. Procure ler a lei seca relacionada com o tema estudado diretamente no seu Vade Mecum, pois é ele quem vai te acompanhar na aguardada segunda fase! Mantenha-se atualizado com a jurisprudência do STF e do STJ, com as novidades legislativas e pesquise sempre. O professor é mero acompanhante, espectador e incentivador do aluno. Aqui no Curso OAB destacada, você é o protagonista do próprio sucesso. Vamos juntos!!! 5

6 1. TEORIA GERAL DO DELITO. o enfoque. Conceito de Infração Penal: o conceito de infração penal varia conforme - enfoque formal: infração penal é aquilo que assim está rotulado em uma norma penal incriminadora, sob ameaça de pena. - enfoque material: infração penal é comportamento humano causador de relevante e intolerável lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. - enfoque analítico: leva em consideração os elementos estruturais que compõem a infração penal, prevalecendo fato típico, ilícito e culpável. contravenção penal. Infração penal é gênero, podendo ser dividida em crime (ou delito) e Obs1.: No Brasil foi adotado o sistema dualista ou binário. Infração penal divide-se em crime (delito) e contravenção penal (crime anão, delito liliputiano ou crime vagabundo). Obs2: Essas espécies, crime e contravenção, não guardam entre si distinções de natureza ontológica (do ser), mas apenas axiológica (de valor). Os comportamentos considerados mais graves devem ser rotulados como crime, os menos graves como contravenção. Quem faz essa valoração é o legislador e isso ainda pode variar de acordo com a realidade em que se vive a sociedade. Obs3.: Conclui-se com isso que o rótulo de crime ou contravenção para determinado comportamento humano, depende do valor que lhe é conferido pelo legislador, numa verdadeira opção política. 2. SUJEITO DO CRIME Sujeito ativo do crime: é a pessoa que pratica a infração penal. Qualquer pessoa física, capaz e com 18 anos, pode ser sujeito ativo. Obs.: Hoje, o STJ deixou de adotar a dupla imputação. Agora tanto STF, quanto STJ entende que pode sim a PJ ser responsabilizada independentemente da responsabilização da PF. Classificação do crime quanto ao sujeito ativo: a) crime comum: quanto o tipo penal não exige qualidade ou condição 6

7 especial do agente. Ex.: homicídio. b) crime próprio: quando o tipo penal exige qualidade ou condição especial do agente. Ex: peculato. c) crime de mão própria (ou de conduta infungível): além de exigir o tipo qualidade ou condição especial do agente, a execução do crime só pode ser praticada por ele Ex.: falso testemunho e falsa perícia. SUJEITO PASSIVO DO CRIME: é a pessoa ou ente que sofre as consequências da infração penal. Pode ser pessoa física ou jurídica ou mesmo ente indeterminado, destituído de personalidade jurídica (família, coletividade). Obs.: esses crimes em que o sujeito passivo for ente indeterminado e destituído de personalidade jurídica são chamados de crimes vagos. Obs.: as expressões sujeito passivo e vítima não são sinônimos, pois, é possível haver, em decorrência de um fato, uma vítima que não seja sujeito passivo da infração penal. Vitima é mais amplo que sujeito passivo. 3. SUBSTRATOS DO CRIME O conceito analítico de crime compreende as estruturas do delito. Prevalece hoje que sob o enfoque analítico, crime é composto de três substratos: fato típico, ilicitude (ou antijuridicidade) e culpabilidade. A punibilidade não integra o conceito do crime, é uma consequência jurídica. 3.1 FATO TÍPICO Fato típico é um fato humano indesejado, orientado pelo princípio da intervenção mínima, consistente numa conduta produtora de um resultado ajustando-se a um tipo penal. Requisitos do Fato Típico: Conduta, Resultado, Nexo causal e tipicidade penal. Tipicidade Penal não se confunde com Tipo Penal Tipicidade penal é operação de ajusta fato/norma. Tipo penal é modelo de conduta proibida orientando a tipicidade formal, composto de elementos objetivos e eventualmente subjetivos. 7

8 3.2 CONDUTA Não há crime sem conduta (nullum crimen sine conducta). Obs.: com base nesse axioma, temos doutrina negando a tese da pessoa jurídica praticar crimes, pois o ente coletivo não pratica conduta, mas é conduzido. Obs.: conduta não se confunde por ato reflexo, pois a conduta é dominável pela vontade, já o ato reflexo é não voluntário. Para definir conduta, temos que analisar as teorias que cercam esse tema, vejamos: a) Teoria causalista/causal naturalista/clássica/naturalística/mecanicista: idealizada por Von Liszt, Belling, Radbruch. Ela teve início no século XIX e está marcada pelos ideais positivistas, ou seja, segue o método empregado pelas ciências naturais, é o método que segue leis da causalidade. Para teoria causalista, o mundo deveria ser explicado através da experimentação dos fenômenos, sem espaço para abstrações. Para a teoria causalista o crime tem 3 substratos: fato típico, ilicitude e culpabilidade. Atenção: dolo e culpa são analisados na culpabilidade como suas espécies. b) Teoria Neokantista (neoclássica ou causal valorativa): idealizada por Edmund Mezger, desenvolvida nas primeiras décadas do século XX. Vale notar que essa teoria é neocausalista.a teoria neokantisa é tripartite, ou seja, o crime é fato típico, ilicitude e culpabilidade. No fato típico encontra-se a conduta, na culpabilidade está o dolo, culpa, imputabilidade e exigibilidade de conduta diversa. Essa é a maior prova que essa teoria tem base causalista, pois dolo e culpa está na culpabilidade. 8

9 TEORIA CAUSALISTA TEORIA NEOKANTISTA O delito estrutura-se sobre movimento corporal que produz modificação no mundo exterior perceptível pelos sentidos. Questiona se é possível apreciar toda a realidade com a ajuda do método das ciências naturais. Trabalha com métodos similares aos das ciências extas. As ciências naturais explicam parcialmente a realidade (só os fenômenos que se repetem). Não explicam os fenômenos individuais (explicados pela ciência da culturadireito). Conduta = movimento (não abrangendo crimes omissivos) Conduta = comportamento (abrangendo crimes omissivos) c) Teoria Finalista: criada por Hans Welzel. Meados do Seculo XX. Essa teoria percebe que o dolo e a culpa estavam inseridos no substrato errado (não devem integrar a culpabilidade). Na teoria causalista o dolo e culpa são analisados na culpabilidade. Na teoria neokantista o dolo e culpa são analisados na culpabilidade. Na teoria finalista ela migra o dolo e culpa para o fato típico. Conclui-se que nas teorias causalista e neokantista a conduta é ato de vontade sem conteúdo. Já na finalista a conduta é ato de vontade com conteúdo. 9

10 A teoria finalista é tripartite: fato típico, ilícito, culpável. No fato típico analisa a conduta, o dolo e a culpa. Na culpabilidade se tem a imputabilidade, a potencial consciência da ilicitude e a exigibilidade de conduta diversa. O fato típico passa a ter duas dimensões (após analisar o dolo e culpa no fato típico). Uma dimensão objetiva que é conduta, resultado, nexo causal e tipicidade. E uma dimensão subjetiva que é dolo e culpa. d) teoria finalista Discidente: é uma teoria brasileira discidente da alemã. Essa teoria é bipartite, ou seja, crime é fato típico e ilicitude. Para essa teoria a culpabilidade não integra o crime, devendo ser tratado com juiz de censura, de reprovação, pressuposto de aplicação da pena. Assunto será aprofundado na culpabilidade. e) teoria social da ação: desenvolvida por Wessels, tendo como principal adepto Jescheck. A pretensão desta teoria não é substituir as teorias clássica e finalista, mas acrescentar-lhes uma nova dimensão, qual seja, a relevância social do comportamento. Para essa teoria, crime é tripartite, fato típico, ilicitude e culpabilidade. No fato típico terá conduta e aqui analisa dolo e culpa, porém na culpabilidade também analisará novamente dolo e culpa, ou seja, ela analisa dolo e culpa duas vezes. Para essa teoria, conduta é comportamento humano voluntário psiquicamente dirigido a um fim, socialmente reprovável. O dolo e a culpa integram o fato típico, mas são novamente analisados no juízo da culpabilidade (isso para agradar o neokantismo e o causalismo). f) Funcionalismo (teorias funcionalistas): ganham força e espaço a partir de 1970, discutidas com ênfase na Alemanha. Buscam adequar a dogmática penal aos fins do Direito Penal. Percebem que o Direito Penal tem necessariamente uma missão e que seus institutos devem ser compreendidos de acordo com essa missão (edificam o Direito Penal a partir da função que lhe é conferida). A conduta deve ser compreendida de acordo com a missão conferida ao 10

11 Direito Penal. são: As teorias acabam divergindo sobre a missão do direito penal, as principais Teoria funcionalista Teleológica de Roxin que diz que a missão do direito penal é proteger bens jurídicos. Para ele, o conceito de conduta tomara como base a proteção de bens jurídicos. Teoria Funcionalista Sistêmica de Jakobs que diz que amissao do direito penal é a proteção do sistema. O conceito de conduta tomará como base a proteção do sistema. Agora vamos analisar cada um em separado. g) Funcionalismo Teleológico/dualista/moderado/da política criminal: ROxin. Para esta teoria o crime é fato tííco, ilicitude e reprovabilidade/responsabilidade. Assim, a conduta esta no fato típico, já na reprovabilidade/responsabilidade está a imputabilidade, potencial consciência da ilicitude, exigibilidade de conduta diversa e necessidade da pena. Para Roxin a culpabilidade é limite da pena, chamada de culpabilidade funcional. A missão do direito penal, para essa conduta, é a proteção de bens jurídicos. Proteger valores essências à convivência social harmônica. Para Roxin, conduta é comportamento humano voluntário causador de relevante e intolerável lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. h) Funcionalismo Sistemico/Monista/Radical: Para JAKOBS crime é fato típico, ilícito e culpabilidade. No fato típico está a conduta, na culpabilidade está a imputabilidade, potencial consciência da ilicitude, exigibilidade de conduta diversa. Para Jakobs, a missão do direito penal é assegurar a vigência do sistema. Está relativamente vinculada à noção de sistemas sociais (Niklas Luhmann). Assim, conduta para essa teoria é comportamento humano voluntário 11

12 causador de um resultado violador do sistema frustrando as expectativas normativas. As premissas sobre as quais se fundam o Fucionalismo Sistêmico deram ensejo à exumação da Teoria do Direito Penal do Inimigo, representando a construção de um sistema próprio para o tratamento do indivíduo infiel ao sistema. Vamos analisar a Teoria do Direito Penal do Inimigo ou Direito Penal Bélico: O delinquente, autor de determinados crimes, não deve ser considerado como cidadão, mas como um cancro societário a ser extirpado. Assim, o que Jakobs fez foi desenterrar essa teoria e lhe dar contornos mais modernos, pois ela já era assim pensada bem antigamente por Protágoras, São Tomas de Aquino, Kant, Locke, Hobbes. Assim, é evidente que não foi Jakobs que criou a teoria do direito penal do inimigo, mas se inspirou nesses pensadores e a trouxe à tona novamente como contornos modernos. Jakobs fomenta o Direito penal do inimigo para o terrorista, traficante de drogas, de armas e de seres humanos, e para os membros de organização criminosa transnacionais CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL DO INIMIGO 1- Antecipação da punibilidade com a tipificação de atos preparatórios (não espera o inicio da execução para punir determinados crimes, ex.: terrorismo). 2- Condutas descritas em tipos de mera conduta e de perigo abstrato (flexibilizando o princípio da lesividade, ex.: crimes de terrorismo). 3- Descrição vaga dos crimes e das penas (flexibilizando o princípio da legalidade, ex.:lei de terrorismo, crimes vagos). 4- Preponderância do Direito Penal do autor (flexibilizando o princípio da materialização/exteriorização do fato); 5- Surgimento das chamadas leis de luta e de combate : leis de ocasião. Trabalhase muito com o direito penal de emergência; 12

13 6- Endurecimento da execução penal; 7- Restrição de garantias penais e processuais penais: Direito penal de 3ª velocidade. Prevalece que a reforma penal do CP em 1984 seguiu a teoria finalista, para alguns a teoria Alemã tripartite e para outros a finalista discidente brasileira bipartite. O código penal militar é causalista (dolo e culpa na culpabilidade). É visto no artigo 33 do CPM. A doutrina moderna nacional segue o funcionalismo de Roxin (principalmente quanto a missão do direito penal), apenas corrigindo a culpabilidade (tirando a tal responsabilidade/reprovabilidade) CARACTERÍTICAS DA CONDUTA Comportamento voluntário (dirigido a um fim): Se estiver diante de uma conduta dolosa, o fim é a lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. Se for uma conduta culposa o fim é a prática de um ato capaz de causar lesão ou perigo de lesão. Exteriorização da vontade: aparece por meio de uma ação ou omissão CAUSAS DA EXCLUSÃO DA CONDUTA Caso Fortuito/Força maior: a) Caso fortuito: o evento tem origem em causa desconhecida (ex.: cabo elétrico que sem motivo aparente se rompe provocando incêndio). b) Força Maior: fato da natureza ocasionando o acontecimento (ex.: raio que provoca incêndio). Força maior e caso fortuito São fatos imprevisíveis ou inevitáveis. Involuntariedade: ausência de capacidade de dirigir a conduta de acordo como 13

14 uma finalidade. a) Estado de inconsciência completa: ex.: sonambulismo, hipnose. Não há conduta, não há fato típico (e não falta de culpabilidade, nem sequer há fato típico) b) Movimento reflexo: sintoma de reação automática do organismo a um estímulo externo, desprovido de vontade. Não se pode confundir movimentos reflexos como ações em curto circuito. No movimento reflexo se tem impulsos completamente fisiológicos (desprovidos de vontade) ex.: um susto. Não há vontade, não há conduta. Nas ações em curto circuito: movimentos relâmpagos provocados pela excitação, acompanhados de vontade. Ex.: briga de torcida organizada, ali há uma excitação momentânea. Há vontade, há conduta. Coação FISICA irresistível: o coagido é impossibilidade de determinar seus movimentos de acordo com a sua vontade. Atenção: a coação moral irresistível exclui a culpabilidade, ou seja, tem conduta. Quem exclui a conduta é a coação física irresistível. 4. CRIME DOLOSO Espécies da conduta (crime doloso e crime culposo) Quanto à voluntariedade o crime pode ser doloso e culposo: Para a teoria clássica o crime é fato típico, ilícito e culpabilidade (dolo e culpa na culpabilidade). Para a teoria finalista o crime é fato típico (dolo e culpa: elementos implícitos do tipo penal), ilicitude, e culpabilidade. 14

15 Crime Doloso: está previsto no artigo 18, I CP. Conceito :vontade consciente dirigida a realizar (ou aceitar realizar) a conduta descrita no tipo penal. Obs.: Não está escrito vontade Livre e consciente, mas vontade consciente. Cuidado com o livre. Obs.: a noção de dolo não se esgota na realização da conduta, abrangendo resultado e demais circunstancias do crime. Elementos do dolo: sendo o dolo vontade consciente, o dolo possui apenas dois elementos: 1º Elemento volitivo: vontade de praticar a conduta proibida pela norma. 2º Elemento intelectivo: consciência da conduta e do resultado. Cuidado: a liberdade da vontade não é elemento do dolo, mas circunstancia a ser analisada na culpabilidade. Se tem consciente + vontade= dolo. Se for uma vontade livre = culpável. Consciente + vontade = dolo. Vontade não livre = pode estar ausente a culpabilidade. Isso quer dizer que a liberdade livre não interfere no dolo, mas pode interferir na culpabilidade. Assim o conceito de dolo que traz a liberdade (vontade livre e consciente) é ultrapassado, atualmente o conceito/elemento do dolo é apenas vontade e consciente (volitivo e intelectivo), a liberdade (livre) não interfere e nada tem a ver com o dolo e sim com a culpabilidade. 15

16 4.1 TEORIA DO DOLO a) Teoria da Vontade: Dolo é a vontade consciente de querer praticar a infração penal. b) Teoria da representação: fala-se em dolo sempre que o agente tiver a previsão do resultado como possível e mesmo assim decide prosseguir com a conduta. Essa teoria acaba abrangendo no conceito de dolo a culpa consciente. Na culpa consciente o agente prevê o resultado, mas acredita poder evita-lo. Para essa teoria da representação nada importa ele querer ou não impedir o resultado, o fato dele prever o resultado é o suficiente para se caracterizar o dolo. c) Teoria do consentimento/assentimento: fala-se em dolo sempre que o agente tiver a previsão do resultado como possível e ainda assim decide prosseguir com a conduta assumindo o risco de produzir o evento. Ao exigir do agente o assumir o risco de produzir o resultado, não mais abrange no conceito de dolo a culpa consciente. O código penal adotou a teoria da vontade e do consentimento. Ao ler o artigo 18, I percebe-se que quando o CP fala quando o agente quis o resultado (direto) está adotando a teoria da vontade, já quando fala quando o agente assumiu o risco de produzi-lo (eventual) é a teoria do consentimento/assentimento. Assim, conclui-se que o Brasil adota a teoria da vontade para explicar o dolo Direto (Teoria da vontade = dolo direto). E adota a teoria do consentimento/assentimento para explicar o dolo eventual (teoria do consentimento/assentimento = dolo eventual). 16

17 4.2 ESPÉCIES DO DOLO a) Dolo Normativo ou dolo híbrido ou dolo colorido: é o dolo adotado pela teoria neoclássico ou neokantista, essa especei de dolo integra a culpabilidade, trazendo, a par dos elementos consciência e vontade, também a consciência atual da ilicitude, elemento normativo que o diferencia do dolo natural.teoria Neokantista: crime é fato típico, ilicitude e culpabilidade (imputabilidade, exigibilidade de conduta diversa, culpa e dolo). O dolo para essa teoria tem três elementos que é consciência, vontade e consciência da ilicitude (elemento normativo do dolo), ou seja, o dolo normativo é o dolo adotado pela teoria neokantista/neoclássica que integra a culpabilidade, composto de três elementos, mais precisamente na consciência da ilicitude que é o dolo normativo. b) Dolo natural ou neutro: é dolo componente da conduta, adota pela teoria finalista. O dolo pressupõe apenas a consciência e vontade. Para essa teoria, crime é fato típico (dolo e culpa), ilicitude e culpabilidade (imputabilidade, potencial consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa). O dolo nessa teoria tem apenas dois elementos que é consciência e vontade. Este dolo é despido (não tem) a consciência da ilicitude, composto apenas dos elementos naturais, ou seja, consciência e vontade. Assim, dolo natural ou neutro é o dolo adotado pela teoria finalista presente no primeiro substrato do crime, é o dolo que possui apenas os elementos naturais que é consciência e vontade, despido de elementos normativo. c) Dolo direto/determinado/imediato/incondicionado: configura-se quando o agente prevê um resultado, dirigindo sua conduta na busca de realizar esse evento. Ex.: A prevê matar alguém e dirige sua conduta para matar alguém. d) Dolo indireto ou indeterminado: o agente, com sua conduta não busca resultado certo e determinado. Este dolo indeterminado tem duas espécies: 1ª Dolo Alternativo: é uma espécie do dolo indireto. Nesta espécie de dolo, o agente prevê pluralidades de resultados, dirigindo a sua conduta para realizar qualquer dele. Tem a mesma intensidade de vontade de realizar os resultados previstos. O 17

18 agente quer um ou outro resultado. O dolo alternativo possui ainda duas espécies: a) Dolo Alternativo objetivo: quando a vontade indeterminada estiver relacionada com o resultado em face da mesma vítima. Ex.: atirar contra fulano para ferir ou matar, tanto faz. b) Dolo Alternativo subjetivo: quando a vontade indeterminada envolver vítimas diferentes de um mesmo resultado. Ex.: atirar contra um grupo de pessoas para matar qualquer uma delas. 2ª Dolo Eventual: o agente prevê pluralidade de resultados, dirigindo a sua conduta para realizar um deles, assumindo o risco de realizar o outro. A intensidade da vontade em relação aos resultados previstos é diferente. Ex.: o agente quer ferir a pessoa, mas assume o risco se ela morrer (ferir 100%, matar 50%). Dolo alternativo: o agente prevê pluralidade de resultados, dirigindo a conduta para relizar qualquer deles. Dolo eventual: o agente prevê pluralidade de resultados, dirigindo a conduta para realizar um deles, assumindo o risco de realizar o outro. e) Dolo cumulativo: o agente pretende alcançar 2 resultados em sequencia. É hipótese de progressão criminosa. Ex.: o agente depois de ferir a vítima resolve mata-la. O agente responde apenas por homicídio, ficando a lesão corporal inicial absorvida. f) Dolo de dano: a vontade do agente é causar efetiva lesão ao bem jurídico tutelado. Ex.: artigo 121 CP (dolo de dano). g) Dolo de Perigo: o agente atua com a intenção de expor a risco o bem jurídico tutelado. Ex.: 132 (expor o bem jurídico, dolo de perigo). h) Dolo genérico: o agente atua com vontade de realizar a conduta descrita no tipo penal sem um fim específico. Ex.: 121 CP. i) Dolo Específico: o agente atua com vontade de realizar a conduta descrito 18

19 no tipo penal com um fim específico. Ex.: falsidade ideológica. Obs.: atualmente a doutrina prefere não mais classificar dolo em genérico e específico, pois o dolo genérico é o próprio dolo, especifico é o dolo + elemento subjetivo do tipo. j) Dolo Geral/erro sucessivo: essa espécie analisada na próxima aula (erro de tipo). l) Dolo de 1º grau: é o Dolo direto, já estudado. m) Dolo de 2º Grau: é espécie de dolo direto. No dolo de 2ºgrau, a vontade do agente se dirige aos meios utilizados para alcançar determinado resultado. Abrange os efeitos colaterais do crime, de verificação praticamente certa. Obs.: os efeitos colaterais são consequências necessárias para a concretização do resultado perseguido. Ex.: 19

20 DOLO DE 1º GRAU DOLO DE 2º GRAU Corresponde ao resultado que o agente persegue imediatamente Abrange as consequências necessárias, mesmo que não perseguidas pelo agente, porém sabidamente inevitáveis. Ex.: Quero matar meu desafeto, passageiro de um avião, para tanto, coloco uma bomba no avião. - Dolo de 1º grau: morte do desafeto. - Dolo de 2º grau: morte dos demais passageiros/tripulantes. 20

21 Diferenças entre Dolo de 2 Grau e dolo Eventual DOLO DE 2º GRAU DOLO EVENTUAL Espécie de dolo direto Espécie de dolo indireto Resultado paralelo é certo e inevitável O Resultado paralelo é incerto e eventual Ex.: Desafeto entra no avião e eu explodo o avião. Dolo de 1º grau é a morte do meu desafeto, dolo de 2º grau é a morte dos demais passageiros, ou seja, este é o resultado paralelo inevitável e certo. Ex.: quero matar meu desafeto que dirige o ônibus. Atiro nele e a morte dos demais passageiros é incerto, pode morrer ou não, a morte do meu desafeto é certa, mas dos demais não. Isso é dolo eventual, assumiu o risco da morte dos mais, mas não sabe se vão ou não morrer todos. E o que é Dolo de 3º Grau? é a consequência da consequência desejada. Ex.: vamos acrescentar naquele exemplo do avião uma passageira grávida. Morte do desafeto: dolo de 1º grau. Morte dos tripulantes: dolo de 2º grau. Tripulante grávida=aborto: dolo de 3º grau. n) Dolo antecedente: Dolo anterior a conduta o) Dolo concomitante: dolo existente no momento da conduta. 21

22 p) Dolo subsequente: dolo posterior a conduta. Obs.: O que importa é o dolo concomitante. q) Dolo de propósito: a vontade é refletida, pensada. é a premeditação que não necessariamente agrava ou qualifica o crime. r) Dolo de ímpeto: caracterizado por ser repentino, sem intervalo entre a fase da cogitação e da execução. Presente nas ações de curto circuito (crimes de multidão). s) Dolo abandonado: Verifica-se o dolo abandonado nas situações de desistência voluntária e arrependimento eficaz, em que o agente, afastando-se de seu propósito inicial, desiste de prosseguir na execução de determinado delito ou atua para impedir que o resultado se concretize. Desaparece a tentativa e o agente responde somente pelos atos até então praticados. 5. CRIME CULPOSO Conceito: o crime culposo consiste numa conduta voluntária que realiza um evento lícito não querido ou aceito pelo agente, mas que lhe era previsível (culpa inconsciente) ou excepcionalmente previsto (culpa consciente) e que poderia ser evitado se empregasse a cautela necessária. Elementos do crime culposo: - Conduta humana voluntária; - violação de um dever de cuidado objetivo; - resultado naturalístico involuntário; - nexo entre conduta e resultado; - resultado involuntário previsível; - tipicidade. 22

23 a) Conduta Humana voluntária: ação ou omissão dirigida ou orientada pelo querer, causando um resultado involuntário. Não se pode confundir crime dolos com culposo. No doloso é conduta voluntária + resultado voluntário. Na culpa tem conduta voluntária + resultado involuntário. b) Violação de um dever de cuidado objetivo: o agente na culpa viola seu dever de diligencia (regra básica para o convívio social). O comportamento do agente não atende o que esperado pela lei e pela sociedade. Como apurar se houve ou não infração ao dever de diligencia? O intérprete deve analisar as circunstancias do caso concreto pesquisando se uma pessoa de inteligência média evitaria o perigo. Formas de violação do dever de diligência: 1ª Imprudência: precipitação, afoiteza (forma positiva da culpa=ação). Obs.: se manifesta concomitante à ação, ou seja, está presente no decorrer da conduta que culmina no resultado involuntário. Ex.: conduzir veículo em alta velocidade em dia de muita chuva. 2ª Negligência: ausência de precaução (forma negativa da culpa = omissão). Obs.: ao contrário da imprudência, revela-se a negligencia antes de se iniciar a conduta ex.: conduzir veículo com pneus gastos. 3ª Imperícia: falta de aptidão técnica para exercício de arte ou profissão. Ex.: condutor troca o pedal do freio pelo do acelerador. Atenção: na denúncia, o MP deve apontar a forma de violação do dever de diligência, descrevendo no que consiste. Falar que fulano matou culposamente beltrano ou que fulano, com manifesta imprudência matou beltrano está errado, o correto é: fulano, dirigindo em alta velocidade em dia de chuva, nisso, aliás, consistiu sua imprudência, matou Beltrano. c) Resultado Naturalístico involuntário: Em regra, o crime culposo é 23

24 material (exige modificação no mundo exterior) culpa = voluntária + resultado involuntário (esse resultado é material, modificação no mundo exterior/naturalístico). Obs.: temos crimes culposo sem resultado naturalístico. Ex.: artigo 38 da Lei de Drogas, prescrever culposamente droga... d) Nexo causal entre conduta (voluntário) e resultado (involuntário). e) resultado involuntário previsível: Previsível = possibilidade de prever o perigo advindo da conduta. Não se pode confundir previsível com previsão, na previsão o resulto é conhecido. Na previsibilidade/previsível é possível/possibilidade de prever o perigo. Ainda que previsto o perigo, não se descarta a culpa, desde que o agente acredite poder evitar o resultado (é a culpa consciente). f) Tipicidade: Artigo 18, p.unico CPB. Se o tipo penal quer punir a forma culposa, deve ser expresso. No silêncio, o tipo penal só é punido a título de dolo. Princípio da excepcionalidade do crime culposo (salvo casos em lei, só pode punir crime culposo previsto na lei, deve estar previsto que se pune a titulo de culpa). Previsibilidade Subjetiva: possibilidade de conhecimento de perigo, analisada sob o prisma subjetivo do autor, levando em consideração seus dotes intelectuais, sociais e culturais. A previsibilidade subjetiva não é elemento da culpa, mas será analisada na culpabilidade, no juízo da exigibilidade de conduta diversa. 5.1 ESPÉCIES DE CULPA a) Culpa consciente (com previsão/ ex lascívia ): O agente prevê o resultado, mas espera que ele não ocorra, supondo poder evita-lo com suas habilidades ou com a sorte. 24

25 Obs.: aqui o agente mais do que previsibilidade, tem previsão (porém o resultado continua involuntário). b) culpa inconsciente (sem previsão/ ex ignorantia ): o agente não prevê o resultado que, entretanto, era previsível. Obs.: qualquer pessoa, de diligência média, tinha condições de prever o risco. Conclui-se que culpa consciente é culpa com previsão e o resultado é involuntário. Culpa inconsciente é culpa sem previsão e resultado involuntário. c) Culpa própria (propriamente dita): O agente não quer e não assume o risco de produzi o resultado, mas acaba lhe dando causa por imprudência, negligencia ou imperícia. Obs.: a culpa própria tem como espécie a culpa consciente e a culpa inconsciente. A culpa própria é conduta voluntária + resultado involuntário. d) culpa imprópria (por equiparação/assimilação/extensão): é aquela em que o agente, por erro evitável, imagina certa situação de fato que, se presente, excluiria a ilicitude (descriminante putativa). Provoca intencionalmente determinado resultado típico, mas responde por culpa., por razões de política criminal (art ª parte CP). Ex.: A está andando na rua quando se depara com uma pessoa com aparência suspeita que põe a mao no bolso, nesse momento, A devido a todo contexto fático presente achou que seria assaltado/morto e então puxou sua pistola e matou B, mas quando foi ver, B estava tirando sua carteira do bolso e nada tinha a ver com arma, assim, A responderá a titulo de culpa, pois mesmo que toda situação foi dolosa, A pensou estar diante de uma discriminante putativa (legitima defesa) que lhe permitia agir. Obs.: a estrutura do crime é dolosa, nessa caso tem conduta voluntária e o resultado voluntário, respondendo a titulo de culpa por razoes de politica criminal. Conclui-se: Culpa própria: conduta voluntária + resultado involuntário = culpa. 25

26 Culpa imprópria: conduta voluntária + resultado voluntária = dolo. Assim, pela regra o resultado seria doloso, mas numa situação de descriminante putativa sobre situação de fato, o agente responde por culpa por razões de política criminal. Obs.: a culpa imprópria admite tentativa, pois a estrutura do crime é dolosa. Essa é a única modalidade culposa que admite tentativa, ou seja, em se tratando de culpa, apenas a culpa imprópria que admite tentativa. e) culpa presumida ( in re ipsa ): modalidade de culpa admitida pela legislação penal anterior ao CP de 1940, consistente na simples inobservância de uma disposição regulamentar. Obs.: Hoje a culpa não se presume, devendo ser comprovada. 5.2 EXCLUSÃO DA CULPA a) caso fortuito e força maior: se inserem entre os fatos imprevisíveis, que não se submetem à vontade de ninguém. Conclusão: o resultado dai advindo não pode fundamentar a punição por culpa. b) princípio da confiança: o dever objetivo de cuidado se estabelece sobre todos os indivíduos e por isso pode-se confiar que todos procedam de forma a permitir a pacifica convivência em sociedade. Dessa forma, se alguém age nos limites do dever de cuidado, confiando que os demais procedam da mesma forma, não responde por eventual resultado lesivo involuntário em que se veja envolvido. Ex.: motorista conduz regularmente seu veículo, confia em pedestres diligentes, mas se um pedestre resolve atravessar a via em local e momento inadequado e for atropelado, o princípio da confiança serve para excluir a culpa do motorista. c) risco tolerado: o comportamento humano, no geral, atrai certa carga de risco que, se não tolerada, impossibilitaria a prática de atividades cotidianas básicas e tornaria proibitivo o desenvolvimento pessoal e o progresso científico e tecnológico. Quanto mais essenciais forem determinados comportamentos, maior deverá ser a tolerância em relação aos riscos que trazem às relações humanas, 26

27 afastando-se, consequentemente, qualquer reprovação que pudesse limitar a sua adoção. Ex: procedimentos médicos experimentais. VOLUNTARIEDADE: RESUMO CONSCIÊNCIA VONTADE DOLO DIRETO Previsão Querer o resultado DOLO EVENTUAL Previsão Aceitar o resultado CULPA CONSCIENTE Previsão Não quer/aceita o resultado CULPA INCONSCIENTE Sem previsão, mas com previsibilidade Sem vontade no resultado. 6. CRIME PRETERDOLOSO Previsto no artigo 19 do CP: pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver ao menos culposamente. - é uma espécie de crime qualificado pelo resultado. Fala-se uma espécie, pois há 4 espécie de crimes agravados/qualificados pelo resultado, vamos relembrá-la: a) crime doloso agravado/qualificado pelo dolo (ex.: homicídio qualificado); b) crime culposo agravado/qualificado pela culpa (ex.: incêndio culposo qualificado pela morte culposa); 27

28 c) crime culposo agravado/qualificado pelo dolo (ex.: homicídio culposo qualificado pela omissão de socorro); d) crime doloso agravado/qualificado pela culpa (ex.: lesão corporal seguida de morte). Aqui é o preterdolos/preterintencional. Conceito de crime preterdoloso: no crime preterdoloso, o agente pratica delito distinto do que havia projetado cometer, advindo da conduta dolosa resultado culposo mais grave do que o projetado. Obs.: cuida-se de figura hibrida, havendo verdadeiro concurso de dolo no antecedente e culpa no consequente. 6.1 ELEMENTOS DO CRIME PRETERDOLOSO a) conduta dolosa visando determinado resultado; b) provocação de resultado culposo mais grave que o desejado; c) nexo causal entre conduta e resultado; d) tipicidade: não se pude crime preterdoloso sem previsão legal. Atenção: O resultado deve ser culposo, se fruto de caso fortuito ou força maior, não pode ser imputado ao agente (sob pena de responsabilidade objetiva). OBS.: O STJ já decidiu que o crime preterdoloso é um crime doloso qualificado culposamente, logo, o agente é reincidente em crime doloso sim. 7. RELAÇÃO DE CASUALIDADE Relação de causalidade: é o vínculo entre conduta e resultado. É a relação de produção entre a causa eficiente e o efeito ocasionado. O nexo causal busca aferir se o resultado pode ser atribuído objetivamente ao sujeito ativo como obra do seu comportamento típico. Liga a conduta ao resultado. 28

29 Art O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido O artigo 13 caput adotou a teoria da equivalência dos antecedentes causais (teoria da equivalência das condições ou teoria da condição ou causalidade simples ou teoria da condição generalizadora ou conditio sine qua non). Para o artigo 13 caput todo fato sem o qual o resultado não teria ocorrido é considerado causa (é causa toda ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido). Dai surge a dúvida, como saber se o fato foi determinado para o resultado? Responde-se: Deve-se trabalhar também com outra teoria, a teoria da eliminação hipotética dos antecedentes causais. E o que seria essa teoria hipotética? É o método empregado no campo mental da suposição ou da cogitação, através do qual causa é todo fato que, suprimido mentalmente, o resultado não teria ocorrido como ocorreu ou no momento em que ocorreu. Exemplificando em caso de um homicídio, qual a causa da morte? É toda ação ou omissão sem a qual a morte não teria ocorrido. E qual ação ou omissão foi determinante para o resultado? Aqui aplica-se a teoria da eliminação hipotética, assim, para esse teoria, ao eliminar a ação ou omissão e o resultado morte ainda continuará então essa ação ou omissão não é causa, porém, se ao eliminar essa ação ou omissão e o resultado morte não ocorrer, ai sim essa será a causa. Temos que trabalhar numa fórmula para chegar a causa objetiva: Teoria da Equivalência + teoria da eliminação hipotética. Consegue chegar à causa do resultado e não às pessoas. Ex.: Fulano morreu envenenado, antes da morte de fulano temos que cicrano comprou veneno, comprou bolo, misturou veneno com o bolo, cicrano toma suco, cicrano entrega o bolo envenenado para fulano, e ai quais são causas? Se cicrano não comprar veneno, não comprar o bolo, não misturar o veneno no bolo e não entrega o bolo envenenado a fulano não teria chegado ao resultado morte, por outro lado, cicrano tomar um suco não tem nada a ver com o 29

30 resultado morte, logo tomar o suco não é causa, os demais atos são causas para o resultado. Mas ainda poderia sair ao passado infinito para tentar eliminar as condutas (chegar até adão e eva), justamente contra esse regresso ao infinito que surge a teoria da imputação objetiva. Essas duas teorias somadas (teoria dos equivalentes + eliminação hipotética). Obs.: No que diz respeito a causa objetiva existe um regresso a infinito. Já quanto a imputação do crime, no entanto, não regressa ao infinito, pois é indispensável a causalidade psíquica (se o agente agiu com dolo ou culpa) evitando responsabilidade penal objetiva. A teoria da imputação objetiva ataca, então, a causa objetiva que é o regresso ao infinito, já que a imputação fica restrita à analise do dolo ou culpa. 8. CONCAUSAS O resultado, não raras vezes, é feito de pluralidade de comportamentos, associação de fatores, entre os quais a conduta do agente aparece como seu principal (mas não único) elemento desencadeante. Tem-se as concausas absolutamentes independente e as concausas relativamente independentes. a) Absolutamente independentes: a causa efetiva do resultado não se origina do comportamento concorrente. b) relativamente independente: a causa efetiva do resultado se origina (ainda que indiretamente) do comportamento concorrente). Para as duas espécies elas poderão ser: a) Preexistentes: a causa efetiva antecede o comportamento concorrente. b) Concomitantes: a causa efetiva é simultânea ao comportamento concorrente. c) Superveniente: a causa efetiva é posterior ao comportamento concorrente. 30

31 Após analisar se é absoluta ou relativamente independente ai passamos para ver se é antes, durante ou depois. Passamos a analisar mais especificamente CONCAUSA ABSOLUTAMENTE INDEPEDENTE PREEXISTENTE Ex.: fulano, as 20h, insidiosamente, serve veneno para Beltrano. Uma hora depois, quando o veneno começa a fazer efeito, Sicrano, inimigo de Beltrano, aparece e dá um tiro no desafeto. Beltrano morre no dia seguinte em razão do veneno. Causa efetiva: o veneno, o responsável pelo veneno é fulano. Causa concorrente: disparo (sicrano). Obs.: O veneno não se origina do disparo (absoluta independência). Obs.: o veneno já existia quando ocorreu o disparo (preexistente). Obs.: Fulano que serviu o veneno responde por homicídio consumado. Obs.: Sicrano autor do disparo responde por tentativa de homicídio. De acordo com a causalidade simples a morte não pode ser imputada a sicrano, que responde pela tentativa de homicídio CONCAUSA ABSOLUTAMENTE INDEPEDENTE CONCOMITANTE Ex.: Enquanto Fulano envenenava Beltrano, supreendentemente surge sicrano que atira contra Beltrano, causando a sua morte. Causa efetiva: disparo (Sicrano) Causa concorrente: veneno (fulano). Sicrano e fulano não estão agindo em concurso de pessoas. Obs.: O disparo não se origina do veneno, isso significa que a relação entre os dois é de absoluta independência. Obs.: o disparo e o veneno são comportamentos concomitantes. 31

32 Obs. Sicrano autor do disparo responde por homicídio consumado. Obs.: Fulano, que envenenava a vítima, responde por tentativa de homicídio. De acordo com a causalidade simples, o resultado morte não pode ser imputado a Fulano, respondendo então por tentativa de homicidio CONCAUSA ABSOLUTAMENTE INDEPEDENTE SUPERVENIENTE Ex.: Fulano ministra veneno em Beltrano. Antes do veneno fazer efeito, Beltrano, enquanto descansava, viu o lustre cair na sua cabeça. Beltrano morre em razão de traumatismo craniano. Causa efetiva: queda do lustre Causa concorrente: veneno (fulano) Obs.: a queda do lustre não se origina do veneno, logo, é uma relação de absoluta independência. Obs.: a queda do lustre é posterior ao veneno (superveniente). Obs.: o resultado foi provocado pela queda do lustre. Obs.: Fulano responde por tentativa de homicídio, de acordo com a causalidade simples, pois o resultado morte não pode ser imputado a fulano, pois foi o lustre a causa da morte. Conclusão: Na concausa absolutamente independente (preexistente, concomitante, superveniente) a causa concorrente deve ser punida na forma tentada CONCAUSA RELATIVAMENTE INDEPEDENTE PREEXISTENTE Ex.: fulano, portador de hemofilia é vítima de um golpe de faca executado por Beltrano. O ataque para matar produziu lesão leve, mas em razão da doença preexistente acabou sendo suficiente para matar a vitima. Causa efetiva: é a doença. 32

33 Causa concorrente: é o golpe de faca (Beltrano). Obs.: as consequências da doença se originam do golpe de faca, a relação é de relativa independência. Obs.: a doença já existia antes da facada (preexistente). Obs.: a morte será atribuída à doença. Obs.: De acordo com a causalidade simples, o resultado deve ser atribuído a Beltrano, que responde por homicídio consumado, pois sem a sua facada Fulano não teria sangrado. Mas, atenção: para evitar responsabilidade penal objetiva, o direito penal, em casos como a morte de hemofílico, moderno corrige essa conclusão, de maneira que somente seria possível imputar homicídio consumado ao agente caso ele soubesse da condição de saúde da vitima, do contrario haveria tentativa de homicídio. Assim, se Beltrano sabia que Fulano era hemofílico ele responde por homicídio consumado. Se ele não soubesse que era hemofílico responde por tentativa de homicídio CONCAUSA RELATIVAMENTE INDEPEDENTE CONCOMITANTE Ex.: Fulano dispara contra Beltrano. Este, ao perceber a ação do agente tem um colapso cardíaco e morre. Causa efetiva: é o colapso cardíaco Causa concorrente:é o disparo de fulano. Obs.: o colapso cardíaco origina-se do disparo, logo, a relação é relativamente independente. Obs.: os comportamentos são concomitantes. Obs.: o resultado morte advém do colapso cardíaco. Obs.: de acordo com a causalidade simples, o resultado deve ser imputado a fulano, 33

34 que responde por homicídio consumado. Atenção: até agora foi visto as concausas absolutamente independente (preexistente, concomitante e superveniente) e as concausas relativamente independente (preexistente e concomitante), em todas estas utiliza-se a causalidade simples prevista no artigo 13 caput do CP. Falta ainda a concausa relativamente independente superveniente, e nessa trabalha-se com a causalidade adequada prevista no artigo 13 1 do CP. Art. 13 (...) 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. (causalidade adequada) 8.6. CONCAUSA RELATIVAMENTE INDEPEDENTE SUPERVENIENTE Causalidade adequada (ou teoria da condição qualificada ou teoria da condição individualizadora). Considera causa a pessoa, fato ou circunstancia que, além de praticar um antecedente indispensável à produção do resultado (que para a causalidade simples é o que basta), realize uma atividade adequada à sua concretização. O problema da causalidade superveniente se resume em assentar, conforme demonstra a experiência da vida, se o fato conduz normalmente a um resultado dessa índole (resultado como consequência normal, provável, previsível do comportamento humano). Obs.: o artigo 13 1 CP reconhece duas situações: 1ª as concausas que por si só produzem o resultado 2ª as concausas que não por si só produzem o resultado. 34

35 QUE POR SI SÓ PRODUZIU O RESULTADO QUE NÃO POR SI SÓ PRODUZIU O RESULTADO A causa efetiva superveniente não está na linha de desdobramento causal normal da conduta concorrente. A causa efetiva superveniente está na linha de desdobramento causal normal da conduta concorrente. A causa efetiva é um evento imprevisível (sai da linha da normalidade) A causa efetiva é um evento previsível 9ainda que não previsto) Não sai da linha da normalidade Ex.: Fulano atira para matar Beltrano, beltrano é socorrido, mas morre por conta de um incêndio no hospital. Ex.: Fulano atira para matar Beltrano. Beltrano é socorrido, mas morre na cirurgia em razão de erro médico. Neste caso, fulano responde por tentativa de homicídio. Isso porque esse O erro médico está na linha do desdobramento normal de um tiro, isso 35

36 comportamento (fogo no hospital) sai da linha de normalidade do evento. porque foi necessário um médico para tentar salvar a vida daquele que sofreu o tiro de um atirador. Por isso, Fulano responderá por Homicídio consumado. E no caso da vítima do disparo contrair uma infecção hospitalar posterior ao evento? Prevalece que a infecção hospitalar tem que ser tratada como erro médico, logo, o atirador responderá por homicídio consumado. 9. TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA Busca delimitar a imputação, sob aspecto objetivo, evitando regresso ao infinito gerado pela teoria da causalidade. Lembrando: a teoria da causalidade + teoria da eliminação hipotética leva a causa ao infinito. A solução para evitar o regresso ao infinito da causalidade simples foi acrescentar ao estudo da causalidade o nexo normativo. Assim, para a doutrina tradicional a causalidade objetiva existe quando presente o nexo físico(mera relação de causa e efeito). Presente a causalidade objetiva, deve-se analisar dolo e culpa (evitando a responsabilidade penal objetiva) Já para a teoria moderna, tem-se a teoria da imputação objetiva, que a causalidade objetiva precisa analisar o nexo físico + nexo normativo (que é composto por: criação ou incremento de um risco proibido, realização do risco no resultado, resultado dentro do alcance do tipo. Presentes os nexos físico e normativo, deve-se analisar dolo e culpa. Assim, somente após analisar nexo físico e normativo que terá culpa, se não tiver os dois nexos não será nem analisado culpa ou dolo, pois nada existe. 36

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