DIREITO PENAL MILITAR

Transcrição

1 DIREITO PENAL MILITAR Parte 5 Prof. Pablo Cruz

2 Para se configurar um crime culposo deve se observar os seguintes requisitos: Conduta humana voluntária (descuidada); Inobservância de um dever objetivo de cuidado; Resultado lesivo não desejado; Nexo de causalidade; Previsibilidade objetiva; Adequação típica.

3 Erro de Direito e Erro de Fato Art A pena pode ser atenuada ou substituída por outra menos grave quando o agente, salvo, em se tratando de crime que atente contra o dever militar, supõe lícito o fato, por ignorância ou erro de interpretação da lei, se escusáveis.

4 Art É isento de pena quem, ao praticar o crime, supõe, por erro plenamente escusável, a inexistência de circunstância de fato que o constitui ou a existência de situação de fato que tornaria a ação legítima. 1º - Se o erro deriva de culpa, a este título responde o agente, se o fato é punível como crime culposo. 2º - Se o erro é provocado por terceiro, responderá este pelo crime, a título de dolo ou culpa, conforme o caso.

5 Diferentemente do Código Penal comum, que prevê os erros de tipo e de proibição, o Código Penal Militar prevê os erros de fato e de direito. É possível afirmar que o erro de fato é uma espécie do erro de tipo, quando se compara o que dispõem os art. 36 do CPM com o previsto no art. 20 do CP comum. Na mesma medida, o erro de direito é um tipo de erro de proibição, quando se compara o art. 35 do CPM com o art. 21 do CP comum. Contudo deve-se ter cautela com o referido paralelo, pois o Erro de Direito não isenta de pena o agente, somente viabilizando a redução da pena ou a substituição por outra de menor gravidade.

6 Outro detalhe fundamental é que nos crimes que atentem contra os deveres militares, não cabe a alegação do erro de direito, pois o militar tem obrigação de conhecer as normas castrenses e interpretá-las adequadamente. No erro de fato, o agente sabe perfeitamente o que é o ilícito penal, só não sabe que esta praticando um, por não ter a real dimensão do que esta fazendo; já no erro de direito, o que acontece é o inverso, pois o sujeito ativo tem o domínio da situação fática, no entanto, não tem ciência de que aquela conduta é reprovável sob o aspecto penal.

7 ERRO DE FATO ERRO DE DIREITO O agente não sabe o que faz. O agente sabe o que faz, mas pensa que é lícito. É o erro incidente sobre os elementos objetivos do tipo É o erro quanto à ilicitude da conduta

8 ERRO DE FATO ERRO DE DIREITO Trata da má interpretação sobre os FATOS. fragiliza a POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE, que é elemento da culpabilidade. Não há erro sobre a situação de fato, já que essa está incontestável, mas, não há a exata compreensão sobre os LIMITES JURÍDICOS DA LICITUDE da conduta. Exclui o DOLO. Se poderia ser evitado, responde pela culpa se houver previsão. Diminui a pena.

9 Peculiaridade importante se refere ao delito de insubmissão (art. 183), que, embora seja crime que atenta contra o serviço militar, prevê, na alínea a do seu 2, uma espécie de erro de direito, configurando causa de diminuição de pena, contrariando o disposto no art. 35. Insubmissão: Art Deixar de apresentar-se o convocado à incorporação, dentro do prazo que lhe foi marcado, ou, apresentandose, ausentar-se antes do ato oficial de incorporação: Pena - impedimento, de três meses a um ano. (...) Diminuição da pena: 2º A pena é diminuída de um têrço: a) pela ignorância ou a errada compreensão dos atos da convocação militar, quando escusáveis;

10 Erro sobre a pessoa: Art. 37. Quando o agente, por erro de percepção ou no uso dos meios de execução, ou outro acidente, atinge uma pessoa em vez de outra, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela que realmente pretendia atingir. Devem ter-se em conta não as condições e qualidades da vítima, mas as da outra pessoa, para configuração, qualificação ou exclusão do crime, e agravação ou atenuação da pena. Erro quanto ao bem jurídico 1º Se, por erro ou outro acidente na execução, é atingido bem jurídico diverso do visado pelo agente, responde este por culpa, se o fato é previsto como crime culposo.

11 Duplicidade do resultado 2º Se, no caso do artigo, é também atingida a pessoa visada, ou, no caso do parágrafo anterior, ocorre ainda o resultado pretendido, aplicase a regra do art. 79.