Tempo do Crime. Lugar do Crime
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- Marcelo Araújo Almada
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1 DIREITO PENAL GERAL Professores: Arnaldo Quaresma e Nidal Ahmad TEORIA GERAL DA NORMA Tempo do Crime Lugar do Crime Art. 4º, CP: teoria da atividade. Considerado praticado o crime no momento da ação ou omissão. Art. 6º, CP: teoria da ubiquidade/mista. Lugar do crime é tanto onde houve a conduta, quanto o local em que se deu o resultado. MACETE PARA A PROVA L U (Lugar do Crime - Ubiquidade) T A (Tempo do Crime - Atividade) LEI PENAL NO TEMPO Regra: ninguém será punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime. Exceção: lei posterior que beneficie o agente, aplica-se a fatos anteriores. Princípios: irretroatividade da lei mais severa e retroatividade da lei mais benigna. LEI EXPECIONAL E LEI TEMPORÁRIA Lei Excepcional: feitas para durar durante estado anormal. Cessam a vigência ao mesmo tempo quando a situação excepcional terminar (calamidade pública, revoluções, epidemias, etc). Lei Temporária: editadas com período determinado de duração, dotadas de auto-revogação. O tempo é previamente fixado pelo legislador. Características da Lei Excepcional e Temporária: 1. Autorrevogáveis; 2. Ultrativas.
2 HIPÓTESES DE CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO ABOLITIO CRIMINIS Lei nova não incrimina fato que antes era ilícito penal. Retroage para alcançar o fato. NOVATIO LEGIS IN MELLIUS Lei posterior que beneficie o agente, retroage para alcançar o fato, mesmo que decidido por sentença condenatória transitada em julgado. NOVATIO LEGIS INCRIMINADORA Lei nova incrimina fatos antes considerados lícitos. Não retroage. NOVATIO LEGIS IN PEJUS Lei mais severa que a anterior. Não reatroage. CRIME PERMANENTE/ CONTINUADO Aplica-se lei nova durante a atividade executória do crime permanente, ainda que prejudicial ao réu. PENA E SENTENÇA ESTRANGEIRA Pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas (artigo 8º, CP). Sentença estrangeira pode ser homologada no Brasil, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, para obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e outros efeitos civis, ou sujeita-lo a medida de segurança. Homologação de sentença estrangeira depende de pedido da parte interessada (se for para reparar o dano) e existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade emanou a sentença ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. CONTAGEM DE PRAZO Inclui-se no cômputo o dia do início, contando-se os dias, meses e anos pelo calendário comum;
3 Nas penas privativas de liberdade ou restritivas de direitos, as frações de dia são desprezadas; Nas penas de multa, as frações de dinheiro (centavos) são desprezadas. LEGISLAÇÃO ESPECIAL As regras gerais previstas no Código Penal aplicam-se aos fatos incriminados por leis especiais, se estas não dispuserem de movo diverso. TIPICIDADE Tipicidade formal é a adequação da conduta desenvolvida pelo agente ao modelo legal de conduta proibida descrito pelo tipo penal. Tipicidade material se caracteriza pelo dano ou perigo de dano a um bem jurídico penalmente tutelado. Quanto À Conduta Ausência de Dolo e Culpa Coação Física Irresistível Resultado Conduta do Agente Nexo da Causalidade Algumas Causas Excludentes de Tipicidade Crime Impossível Erro de Tipo Essencial Princípio da Insignificância Súmula Vinculante 24 Movimentos Reflexos Estado de Inconsciência ERRO DE TIPO
4 Invencível Exclusão Dolo Culpa Fato Atípico Essencial Exclusão do dolo Vencível Responde por culpa, se tiver previsão legal ERRO DE TIPO Erro sobre Objeto Acidental Erro Sobre Pessoa Aberratio Ictus art.20, 3, CP art. 73 CP Aberratio Criminis art. 74, CP
5 Isenção de pena Redução de pena de 1/6 a 1/3 ERRO DE TIPO ERRO DE PROIBIÇÃO Portar arma de fogo verdadeira, supondo ser de brinquedo Cidadão americano portar arma de fogo no Brasil supondo ser conduta lícita Agente não sabe o que faz Agente sabe o que faz Causa excludente de tipicidade Se soubesse, não incorreria em erro, pois sabe ser conduta ilícita Se erro for invencível, exclui o dolo e a culpa e o fato será atípico Sendo erro vencível, exclui o dolo. Agente responde por culpa, se houver previsão de modalidade culposa Supõe que sua conduta é lícita Se erro for inevitável, há isenção de pena Se erro for evitável, há redução da pena de 1/6 a 1/3 Causa excludente de culpabilidade
6 TEORIA DO CRIME FATO TÍPICO ILÍCITO CULPÁVEL CRIME CRIME DOLOSO Dolo direto: quando o agente quis o resultado. Dolo eventual: quando o sujeito assume o risco de produzir o resultado, ou seja, admite e aceita o risco de produzi-lo. CRIME CULPOSO Conduta humana voluntária desenvolvida sem observar o dever de cuidado objetivo e que, por imprudência, negligência ou imperícia, produz um resultado involuntário, objetivamente previsível, que poderia ter sido evitado. Crime Culposo Imprudência Agir positivo, sem a observância do dever de cuidado positivo Negligência Ausência de cautela e precaução. Se dá antes do início da conduta. Imperícia Incapacidade ou despreparo de agente autorizado a desempenhar arte, profissão ou ofício. CRIME CONSUMADO O crime é consumado quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal. A consumação será diferente para cada espécie de crime: Materiais Se consumam com a produção do resultado naturalístico.
7 Formais De Mera Conduta Permanentes Habituais Omissivos Próprios Qualificados Pelo Resultado Se consumam com a atividade, independente de produção de resultado. Se consumam com a mera ação ou omissão. A consumação se prolonga no tempo. Consumação só existirá quando houver reiteração de atos, com habitualidade. Se consumam com a mera abstenção da conduta exigida no tipo penal específico, independente de qualquer resultado. Assim como os preterdolosos, se consumam com a produção do resultado agravador. CRIME TENTADO Se caracteriza pelo início da execução de um crime, que não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Desistência Voluntária: quando o agente dá início à execução do crime, mas antes de esgotar os meios à disposição, não o consuma por vontade própria; Arrependimento Eficaz: o agente, após ter esgotado os meios à disposição para consumar o delito, arrepende-se e impede que o resultado se produza. Não se admite tentativa em crimes culposos, preterdolosos, comissivos próprios, unissubsistentes, habituais, de atentado ou contravenções. ATENÇÃO! Arrependimento Posterior: difere do arrependimento eficaz, pois, nesse caso, o arrependimento é manifestado por meio da restituição da coisa ou reparação do dano, e ocorre após a consumação do delito, até o recebimento da denúncia ou queixa. CRIME IMPOSSÍVEL Ineficácia Absoluta do Meio Impropriedade Absoluta do Objeto CONCURSO DE CRIMES FATO ATÍPICO Pode ocorrer de três formas: concurso material, formal e continuado de crimes.
8 Crimes Mesma Espécie Exasperação Crime Continuado art. 71, CP Pluralidade De Condutas Condições Tempo Lugar Modo Execução CONCURSO DE CRIMES Concurso Material art. 69, CP Pluralidade De Condutas Cúmulo Material Concurso Formal art. 70, CP Unidade De Conduta Formal Perfeito Formal Imperfeito Exasperação De pena Cúmulo Material ILICITUDE É a contrariedade do fato típico praticado pelo agente em relação ao ordenamento jurídico. As possibilidades de se excluir a ilicitude do fato são as seguintes:
9 Estado de Necessidade CAUSAS EXCLUDENTES DE ILICITUDE Legítima Defesa Estrito Cumprimento do Dever Legal Exercício Regular do Direito CULPABILIDADE Doença mental/desenvolvimento mental incompleto ou retardado (art. 26 CP) Embriaguez completa e acidental decorrente de caso fortuito ou força maior (art. 28, 1º CP) Inimputabilidade Dependência ou intoxicação involuntária decorrente de uso de drogas (art. 45 Lei 11343/2006) Causas Excludentes de Culpabilidade Falta de Potencial Consciência da Ilicitude Menoridade (art. 27 CP e 228 CF/88) Erro de Proibição (art. 21 CP) Inexigibilidade de Conduta Diversa Coação Moral Irresistível (art. 22 CP) Obediência Hierárquica (art. 22 CP)
10 CONCURSO DE PESSOAS AUTOR executa a ação descrita no verbo nuclear do tipo: TEORIA RESTRITIVA PARTÍCIPE FORMAS NÃO EXECUTA AÇÃO DESCRITA NO VERBO NUCLEAR DO TIPO INDUZIR; INSTIGAR MORAL MATERIAL AUXILIAR REQUISITOS DO CONCURSO DE PESSOAS (cumulativos) PLURALIDADE DE CONDUTAS RELEVÂNCIA CAUSAL LIAME SUBJETIVO E NORMATIVO IDENTIDADE DE INFRAÇÃO PARA TODOS OS PARTICIPANTES MESMA FINALIDADE DOLO + DOLO DESNECESSÁRIO AJUSTE PRÉVIO
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