DIREITO PENAL MILITAR
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- Maria Antonieta Braga Mascarenhas
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1 DIREITO PENAL MILITAR Teoria Geral do Crime Militar Parte 6 Prof. Pablo Cruz
2 Desistência voluntária e arrependimento eficaz Teoria Geral do Crime Militar Art. 31. O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. O STM, em 2010, já decidiu que: O instituto do arrependimento posterior não é estranho à legislação penal Castrense. Contudo, no caso de peculato, é previsto apenas nos casos de peculato culposo (art. 303, 3º e 4º) não o facultando ao autor do peculato na sua forma dolosa (STM - EMB PE Relator(a): José Coêlho Ferreira - Publicação: 27/05/2010).
3 Peculato: Art Apropriar-se de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse ou detenção, em razão do cargo ou comissão, ou desviá-lo em proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de três a quinze anos. (...) Peculato culposo: 3º Se o funcionário ou o militar contribui culposamente para que outrem subtraia ou desvie o dinheiro, valor ou bem, ou dele se aproprie: Pena - detenção, de três meses a um ano. Extinção ou minoração da pena: 4º No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede a sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
4 Iter Criminis Iter Criminis são as fases, os momentos do crime. É formado, de acordo com entendimento prevalente, pela cogitação, preparação, execução e consumação. Somente a partir da execução é que o Direito Penal passa a incidir, de modo a intervir para a proteção do bem jurídico que pelo menos corre risco de lesão.
5 Art. 30. Diz-se o crime: Crime Consumado Teoria Geral do Crime Militar I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; Tentativa II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Pena de Tentativa: Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime, diminuída de um a dois terços, podendo o juiz, no caso de excepcional gravidade, aplicar a pena do crime consumado.
6 Teoria objetiva (distingue a pena do crime consumado da do crime tentado). Assim, o único prevê uma exceção subjetiva à teoria objetiva. Razão pela se pode afirmar que o CPM adotou uma teoria objetiva temperada no que tange à punição da tentativa, pois o juiz pode, em caso de excepcional gravidade, aplicar a pena do crime consumado ao crime tentado.
7 No que tange ao crime impossível, o CPM adotou, igualmente ao Código Penal comum, a teoria objetiva. A teoria objetiva, no contexto do crime impossível, é uma teoria explicativa que tem como critério a preponderância ou aspecto objetivo, risco ao bem jurídico, em detrimento do aspecto subjetivo, a intenção do agente. Segundo a teoria objetiva a imputação de um fato possui elementos objetivo e subjetivo, e sem a concorrência do primeiro não há falar-se em tentativa. O elemento objetivo é o perigo para os bens penalmente tutelados. É um perigo que deve ser objetivo e real, advindo desta circunstância o conceito de inidoneidade. Se a conduta não possui idoneidade para lesar o bem jurídico, não constitui tentativa. (ROSSETTO, Enio Luiz. Código Penal Militar comentado. 1ª edição. São Paulo: Editora RT, 2012, p. 171.)
8 No que tange ao crime impossível, o CPM adotou, igualmente ao Código Penal comum, a teoria objetiva. A teoria objetiva, no contexto do crime impossível, é uma teoria explicativa que tem como critério a preponderância ou aspecto objetivo, risco ao bem jurídico, em detrimento do aspecto subjetivo, a intenção do agente. Segundo a teoria objetiva a imputação de um fato possui elementos objetivo e subjetivo, e sem a concorrência do primeiro não há falar-se em tentativa. O elemento objetivo é o perigo para os bens penalmente tutelados. É um perigo que deve ser objetivo e real, advindo desta circunstância o conceito de inidoneidade. Se a conduta não possui idoneidade para lesar o bem jurídico, não constitui tentativa. (ROSSETTO, Enio Luiz. Código Penal Militar comentado. 1ª edição. São Paulo: Editora RT, 2012, p. 171.)
9 Ilicitude Conceito: É a contradição do fato ao ordenamento jurídico. A ilicitude, somada à tipicidade, forma o denominado injusto penal. A ilicitude ou antijuridicidade é um juízo de desvalor. Se fala de desvalor, pois decorre de juízo pautado numa leitura negativa do fato, que já foi eleito como típico. Assim, Ilícito será o comportamento eleito como típico que foi realizado de forma não amparada em uma das excludentes de ilicitude (art. 42 do CPM).
10 Exclusão de crime Art. 42. Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento do dever legal; IV - em exercício regular de direito. Parágrafo único. Não há igualmente crime quando o comandante de navio, aeronave ou praça de guerra, na iminência de perigo ou grave calamidade, compele os subalternos, por meios violentos, a executar serviços e manobras urgentes, para salvar a unidade ou vidas, ou evitar o desânimo, o terror, a desordem, a rendição, a revolta ou o saque.
11 Exclusão de crime Art. 42. Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento do dever legal; IV - em exercício regular de direito. Parágrafo único. Não há igualmente crime quando o comandante de navio, aeronave ou praça de guerra, na iminência de perigo ou grave calamidade, compele os subalternos, por meios violentos, a executar serviços e manobras urgentes, para salvar a unidade ou vidas, ou evitar o desânimo, o terror, a desordem, a rendição, a revolta ou o saque.
12 Legítima defesa É um tipo permissivo o art. 44 do CPM que prevê a legítima defesa. Dispõe o art. 44: Art. 44. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
13 Estado de Necessidade Trata-se de uma das grandes distinções entre o Direito Penal Comum e o Direito Penal Militar, o tratamento que se dá Estado de Necessidade nas respectivas legislações. Enquanto a doutrina majoritária no direito penal comum afirma que estado de necessidade é sempre justificante, adotando a teoria unitária, no Direito Penal Militar, o legislador fez opção expressa pela teoria diferenciadora, onde se especifica um estado de necessidade exculpante (excludente de culpabilidade) e outro justificante (excludente de ilicitude).
14 Estado de Necessidade Estado de Necessidade Justificante Diz o CPM: Estado de necessidade, como excludente do crime Estado de Necessidade Exculpante Diz o CPM: Estado de necessidade, com excludente de culpabilidade Art. 43. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para preservar direito seu ou alheio, de perigo certo e atual, que não provocou, nem podia de outro modo evitar, desde que o mal causado, por sua natureza e importância, é consideràvelmente inferior ao mal evitado, e o agente não era legalmente obrigado a arrostar o perigo. Art. 39. Não é igualmente culpado quem, para proteger direito próprio ou de pessoa a quem está ligado por estreitas relações de parentesco ou afeição, contra perigo certo e atual, que não provocou, nem podia de outro modo evitar, sacrifica direito alheio, ainda quando superior ao direito protegido, desde que não lhe era razoàvelmente exigível conduta diversa.
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