DISTÚRBIOS DE POTÁSSIO, SÓDIO E CLORO 1

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "DISTÚRBIOS DE POTÁSSIO, SÓDIO E CLORO 1"

Transcrição

1 DISTÚRBIOS DE POTÁSSIO, SÓDIO E CLORO 1 Potássio Este é o principal cátion intracelular das células dos mamíferos, mantendo com isso o volume intracelular, além de manter o potencial de repouso da membrana celular, portanto, desordens da concentração de potássio afetam membranas excitáveis como células musculares. A manutenção da concentração de potássio no fluido extracelular (FEC) dentro dos limites estreitos é essencial para evitar o risco de morte pela influência da hipercalemia na condução cardíaca. Uma das mais relevantes funções do potássio no corpo é sua participação na geração do potencial de membrana celular juntamente com o sódio nas células do sistema nervoso central e dos músculos. Nos ruminantes o potássio tem ação tamponante no rúmen, o que favorece o crescimento e a função das bactérias ruminais, principalmente as do tipo celulolítico. O potássio é absorvido em todos os segmentos do trato digestivo por difusão. Quando bovinos são alimentados com pastagens de inverno, que contém baixa concentração de potássio, promove-se o reaproveitamento do potássio endógeno, principalmente associado à saliva e ao suco gástrico. O controle externo do potássio é mantido pelo equilíbrio entre excreção (pela urina) e ingestão (dieta). No animal normal, o potássio é absorvido pelo organismo apenas no trato gastrointestinal e virtualmente todo potássio ingerido no estômago e no intestino delgado. O potássio oriundo da alimentação e da destruição celular é removido do corpo principalmente pelos rins e, em quantidade muito menor pelo trato gastrintestinal. O equilíbrio interno de potássio e controlado pela troca entre o FEC e o FIC. A maioria do potássio em excesso é excretado pelos rins, mas enquanto os rins se adaptam a esta excreção ocorre troca entre o FEC e o FIC, evitando a morte por hipercalemia. A secreção de insulina endógena e a estimulação do receptor β2-adrenérgico pela epinefrina promovem absorção celular de potássio no fígado e no músculo em razão do aumento da atividade da enzima Na-K- ATPase na membrana celular. 1 Seminário apresentado pela aluna FRANCIELE SONAGLIO na disciplina TRANSTORNOS METABÓLICOS DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS, no Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no segundo semestre de Professor responsável pela disciplina: Félix H. D. González. 1

2 O rim é o principal regulador do equilíbrio de potássio. Este é filtrado nos glomérulos e cerca de 70% da carga filtrada são reabsorvidos isosmoticamente com água e sódio nos túbulos proximais. A aldosterona é o hormônio mais importante envolvido na excreção urinária de potássio. A aldosterona aumenta a reabsorção de Na + e a secreção de íons K + e H + no néfron distal. Seu principal efeito é aumentar a quantidade de canais de Na + abertos nas membranas luminais das células principais. Hipocalemia A hipocalemia esta presente quando a concentração sérica de potássio esta inferior a 4,0 meq/l. A hipocalemia pode se desenvolver após a ingestão reduzida de potássio na dieta que é menos comum da translocação de potássio a partir de FEC para FIC e perda excessiva de potássio, vias gastrointestinais ou urinária. A história clínica muitas vezes fornece informações sobre a fonte provável de perda de potássio (vômito crônico, administração de diuréticos) ou a possibilidade de translocação (por exemplo, a administração de insulina). Os casos de alcalose contribuem para a hipocalemia, pois os íons potássio entram nas células em troca de íons de hidrogênio. Causas de hipocalemia Gatos alimentados com dietas altamente acidificantes e com baixo teor de potássio podem desenvolver nefropatia hipocalêmica. Diminuição da ingestão de potássio por si só é pouco provável de causar hipocalemia, mas pode ser um factor contribuinte. A administração de fluidos deficientes em potássio para um animal anoréctico também pode resultar em hipocalemia.translocação de potássio nas células (do FEC para o FIC) podem ocorrer com a administração de bicarbonato de sódio, insulina e liberação de catecolaminas. A insulina promove a captação de glicose e potássio por células hepáticas e do músculo esquelético e pode contribuir para a hipocalemia quando os fluidos contendo glicose são administrados. Perda gastrointestinal de potássio de vómitos ou diarreia é uma causa muito importante de hipocalemia em gatos. Perda urinária de potássio é outra causa importante de hipocalemia. A doença renal crônica foi o distúrbio mais comum associado observado em um levantamento de gatos com hipocalemia. Perdas urinárias de potássio também pode ocorrer em acidose tubular renal e durante a diurese pós-obstrutiva que segue alívio de obstrução uretral e após a administração de laço ou diuréticos tiazídicos. Sinais clínicos 2

3 Segundo Nelson e Couto (2010), a maioria dos animais é assintomática quando a hipocalemia é discreta a moderada (3 a 4 meq/l). A hipocalemia clinicamente grave primeiramente afeta os sistemas neuromuscular e cardiovascular, relacionando-se a hiperpolarização inicial induzida pela hipocalemia seguida por uma hipopolarização das membranas celulares. O sinal clínico mais comum da hipocalemia é a fraqueza músculoesquelética generalizada. A fraqueza muscular pode ser observada quando a concentração sérica de potássio cai abaixo de 2,5-3,0 meq/l. Na fraqueza muscular dos membros posteriores, o animal adquire uma posição de base larga, além de hipermetria do membros anteriores. Em gatos a fraqueza dos músculos do pescoço leva a ventroflexão da cabeça. Estes animais parecem ser mais sensíveis aos efeitos da hipocalemia. Em cães os sinais podem não ser evidentes até que a concentração sérica de potássio seja inferior a 2,5 meq/l, enquanto que em gatos os sinais podem ser observados quando a concentração sérica de potássio se encontra entre 3 e 3,5 meq/l. As consequencias cardíacas da hipocalemia incluem contratilidade reduzida do miocárdio, débito cardíaco reduzido e distúrbios do ritmo cardíaco. Os distúrbios cardíacos assumem uma variedade de sinais clínicos, evidenciados geralmente apenas pelo eletrocardiograma. As arritmias cardíacas podem desenvolver porque a hipocalemia aumenta a automaticidade ventricular e atrasos na repolarização. Segundo Morais (2009) no eletrocardiograma as alterações não são específicas, embora arritmias supraventriculares e ventriculares podem ocorrer. A hipocalemia torna arritmias refratárias à terapia e favorece toxicidade digitálica. Outras complicações da hipocalemia incluem polimiopatia e paralisia dos músculos respiratórios. Diagnóstico A determinação da excreção fracionada de potássio (FEK) pode ajudar a diferenciar fontes renal e não-renal da perda de potássio. A FEK deve ser < 4% para fontes de perda não-renais e valores > 4% indicam perda renal inadequada em face da hipocalemia. A ocorrência de hipocalemia com alcalose metabólica sugere vômito do conteúdo do estômago ou da administração de diuréticos como possíveis causas de perda de potássio. Tratamento 3

4 A terapia é indicada quando a concentração sérica de potássio é inferior a 3 meq/l, caso estejam presentes os sinais clínicos, ou caso a capacidade do animal em compensar a perda de potássio sérico esteja comprometida. O cloreto de potássio é o aditivo de escolha para terapia parenteral, porque o cloreto também é muito importante se o vômito ou administração de diuréticos é a causa subjacente da hipocalemia. Quando administrado por via intravenosa não deve ser infundido a uma taxa superior a 0,5 meq/kg/h. A infusão de fluidos contendo potássio inicialmente pode estar associada a um decréscimo na concentração plasmática de potássio, como resultado de diluição, aumento do fluxo tubular distal, e a captação celular de potássio, especialmente se o líquido infundido também contém glicose, porém este efeito pode ser minimizado por meio de um fluido que não contenha glicose. Gluconato de potássio é recomendado para suplementação oral. Em gatos com nefropatia hipocalêmica, a dose inicial oral de gluconato de potássio é de 5-8 meq por dia ou dividida (BID, TID), enquanto que a dose de manutenção pode geralmente ser reduzida para 2-4 meq por dia. Deve-se ter muito cuidado na suplementação de potássio quando se utiliza a insulina para tratar a cetoacidose diabética. Hipercalemia A hipercalemia está presente quando a concentração sérica de potássio esta acima de 5,5 meq/l. A hipercalemia pode se desenvolver após a ingestão de K em excesso, após o deslocamento de potássio do meio intracelular (FIC) para o meio extracelular (FEC) ambos incomuns, ou como resultado da excreção defeituosa de potássio pela urina. A excreção urinária insuficiente de potássio é comumente causada por uma disfunção renal ou hipoadrenocorticismo. A hipercalemia iatrogênica também é comum em cães e gatos. Pode ocorrer pseudo-hipercalemia in vitro, e um exemplo é a hemólise em cães da raça Akita e em English Springer Spainel com deficiência na fosfofructoquinase. Segundo Biondo e Moraes (2006), a hipercalemia é incomum quando a função renal e a excreção urinária estão normais. No momento após a ingestão de uma carga de potássio, a absorção celular desse íon é mediada por insulina, epinefrina e aumento resultante na própria concentração de potássio do FEC, porém em seguida, há excreção renal da carga de potássio. Mesmo em casos de insuficiência renal crônica a excreção de potássio é mantida por secreção tubular reforçada em néfrons remanescentes, de modo que só se desenvolve hipercalemia se ocorre oligúria. Assim, hipercalemia crônica é quase sempre associada com a excreção renal. 4

5 A translocação de potássio do FIC para o FEC pode causar hipercalemia. Acidose metabólica provoca deslocamento de potássio para fora das células, em troca de íons hidrogênio que entram na célula a ser tamponada, porém isso é muito variável. Deficiência de insulina e hiperosmolalidade contribuem para a hipercalemia em pacientes diabéticos. Diminuição da excreção urinária é a causa mais importante de hipercalemia na prática de pequenos animais. Os distúrbios mais comuns associados são a obstrução da uretra, ruptura de bexiga, anúria ou insuficiência renal oligúrica, e hipoadrenocorticismo. O tempo necessário para o desenvolvimento de hipercalemia em gatos após obstrução uretral é variável, mas pode ocorrer dentro de 48 horas. Após o alívio da obstrução a hipercalemia resolve dentro de 24 horas enquanto a azotemia e a hiperfosfatemia requerem horas para se resolver. Hipercalemia ocorre apenas na insuficiência renal quando anúria ou oligúria se desenvolve. Diuréticos poupadores de potássio (por exemplo, espironolactona) reduzem a excreção urinária de potássio e podem causar hipercalemia. Sinais clínicos Fraqueza muscular e arritmias cardíacas se desenvolvem com hipercalemia, geralmente quando a concentração de potássio sérico acima de 8 meq / L. Os achados eletrocardiográficos causados pela hipercalemia incluem pico ondas T estreitas e curto intervalo QT refletindo anormalmente rápida repolarização. Estas alterações são seguidas por complexos QRS alargados e diminuição da amplitude, bem como ondas P anormalmente largas ou ausentes associadas a despolarização retardada. O ritmo sinoventricular desenvolve seguido por fibrilação ventricular e parada cardíaca. Estes achados eletrocardiográficos representam as consequências que ameaçam a vida funcional de hipercalemia. Diagnóstico Aumento da ingestão, a translocação do intracelular para fluído extracelular e a excreção prejudicada devem ser todos considerados quando se avalia um paciente com hipercalemia. Exceto em ambiente hospitalar onde a infusão de potássio pode ser a fonte de hipercalemia, diminuição da excreção urinária de potássio ou translocação são as causas mais comuns. Tratamento Ao administrar gluconato de cálcio, a concentração do fluido extracelular de cálcio é aumentada e o potencial limiar é diminuído normalizando assim a diferença entre o potencial de 5

6 repouso e do limiar e restaurando a excitabilidade da membrana. Cálcio administrado começa a funcionar dentro de poucos minutos, mas o seu efeito dura menos de uma hora. Glicose funciona aumentando a liberação de insulina endógena e movendo potássio nas células. Seus efeitos começar em uma hora e duram algumas horas. Fluidos contendo glicose (5 ou dextrose a 10%) ou dextrose a 50% (1-2 ml / kg) podem ser usados para este propósito. Sódio O sódio é o principal cátion do FEC. Cerca de 45% do depósito corporal de sódio são encontrados no FEC, 45% nos ossos e o restante no interior das células. O sódio mobilizável esta localizado no FEC, o qual contém aproximadamente dois terços do sódio corporal. O restante está nos ossos de forma não-mobilizável. O teor de sódio é o principal determinante do volume de FEC, e os déficits de sódio são a principal causa de diminuição do volume FEC. Aumentos no conteúdo de sódio em resultado de expansão de volume de FEC podem levar ao desenvolvimento de hipertensão ou a formação de edema. Hipernatremia A hipernatremia ocorre quando a concentração sérica de sódio excede 160 meq/l. Isso geralmente se desenvolve quando a perda de água é maior do que a perda de sódio. A perda de água pode ser pura (não acompanhada pela perda de eletrólitos, como ocorre na diabetes insípida), ou pode ser hipotônica, na qual há tanto perda de água quanto de sódio, contudo com predomínio da água, como no caso da perda de fluidos gastrointestinais e insuficiência renal. A hipernatremia é acompanhada de aumento de água corporal, provocando uma sobreidratação isotônica que causa hipertensão e edema generalizado. Nestes casos o problema inicial é a retenção de sódio. Para diluir o excesso de sódio ocorre a o excesso de água retida ou ingerida, por isso está quase sempre associada à elevação da osmolaridade no plasma. Isto ocorre em animais que apresentam desidratação e a perda de água excede as perdas eletrolíticas. A ingestão insuficiente de água ou um mecanismo de sede anormal são geralmente características da perda excessiva de água. Dentre as causas de hipernatremia, Nelson e Couto (2010) citam perdas de água como na diabetes insípida, acesso inadequado a água, febre, vômitos, diarreia, insuficiência renal crônica, diurese osmótica e queimaduras e por fim o excesso de retenção de sódio como no hiperaldosteronismo primário e infusão salina hipertônica. A terapia de fluidos com sódio em pacientes com dano renal é causa iatrogênica de hipernatremia. 6

7 Os sinais clínicos de hipernatremia são principalmente nervosos e associados à retirada de água das células cerebrais por osmose. A redução abrupta do volume cerebral pode provocar ruptura dos vasos do cérebro e hemorragia focal. Caso a hipernatremia seja decorrente de perda de fluido hipotônico, podem-se notar ao exame físico sinais clínicos de depleção de volume (taquicardia, pulso fraco e prolongamento do tempo de preenchimento capilar, porém se a hipernatremia se desenvolver por ganho de sódio, podem-se notar sinais de sobrecarga de volume como, por exemplo, edema pulmonar em animais com insuficiência cardíaca congestiva. A dosagem de sódio plasmático ajuda no diagnóstico. A concentração da urina também é uma informação valiosa, pois está aumentada devido à liberação do ADH que aumenta a reabsorção de água concentrando a urina. Tratamento O objetivo do tratamento é restaurar o volume extracelular na hipernatremia com desidratação severa. Porém, a correção oral caso seja possível é preferível em caso de déficit de água. Deve-se fazer a correção da causa primária e eventualmente o uso de solução hipotônicas de NaCl + dextrose 2,5%, de forma lenta para evitar a morte por edema cerebral. O edema cerebral ocorre por translocação do fluido extracelular ao interior do neurônio quando a administração de fluido é rápida. Hiponatremia A hiponatremia está presente quando a concentração de sódio é inferior a 140 meq/l. Ela pode resultar de uma perda excessiva de sódio, primariamente através dos rins ou de uma conservação aumentada de água ou de ambas. Na maioria dos casos a hiponatremia é o resultado de anormalidades no equilíbrio hídrico (principalmente um defeito na excreção renal de água), sendo mais comum do que as anormalidades no equilíbrio do sódio. Além disso, também pode ser considerada um indicador de excesso de volume de água. A hiperglicemia associada à diabetes mellitus ou a administração de glicose em excesso. A hiponatremia ocorre, pois o excesso de glicose no FEC aumenta a concentração do meio atraindo água para o FEC e diluindo a concentração de sódio no soro. Uma falsa hiponatremia ou pseudo-hiponatremia pode ocorrer em quadros de hiperlipidemia e hiperproteinemia, pois proteínas e lipídeos em grande quantidade ocupam um espaço significativo do plasma. Dentre as causas de hiponatremia podemos citar: - perdas no volume efetivo circulante (vômito, diarreia, sudorese excessiva) 7

8 - hemorragias - sequestro de fluidos que contenham sódio em cavidades (ascite, peritonite) - consumo excessivo de água - doença renal com deficiente reabsorção de Na + - secreção deficiente de vasopressina (ADH). Conhecer a concentração de sódio na urina ajuda a diferenciar os tipos de hiponatremia. Nos casos de perdas de fluidos como diarreia e vômito, a resposta renal compensatória mantém uma adequada reabsorção de sódio e a urina tem uma baixa concentração de sódio. Em casos de insuficiência adrenal, a diminuição de aldosterona leva a uma redução na reabsorção de sódio e na excreção de potássio, ocorrendo hiponatremia com hipercalemia, ao mesmo tempo em que a urina tem uma concentração de sódio elevada. Na deficiência de vasopressina (ADH), a hiponatremia vem acompanhada de altos níveis de sódio na urina, pois este não é reabsorvido. Sinais clínicos Segundo Nelson e Couto (2010), os sinais clínicos são letargia, anorexia, fasciculações musculares, desorientação, convulsões e coma. Os sinais do sistema nervoso são os mais graves, pois devido ao deslocamento de fluido extracelular para o intracelular ocorrem edema e lise dos neurônios. Quanto mais crônica for a hiponatremia maior a capacidade do cérebro para compensar as alterações na osmolalidade. Os sinais se desenvolvem quando a redução da osmolalidade do plasma ocorre mais rapidamente do que a capacidade dos mecanismos de defesa do cérebro em conter o influxo de água para dentro dos neurônios. Tratamento Os principais objetivos do tratamento da hiponatremia envolvem o diagnóstico e tratamento da doença primária e, se necessário, aumento da concentração sérica de sódio e da osmolalidade plasmática. Hiponatremia sintomática grave, de inicio agudo (duração inferior 24 a 48 h), pode resultar em convulsões, edema cerebral e morte, necessitando de tratamento imediato. Recomenda-se apenas a administração de soluções cristalóides convencional como Ringer lactato e solução salina 0,9%. 8

9 Cloro O cloro é o principal ânion filtrado pelos glomérulos e reabsorvido nos túbulos renais. Este é importante não apenas para manter a osmolalidade, mas também participa do equilíbrio ácido-básico. Entre as causas das alterações do cloro estão aquelas relacionadas ao sódio, pois estes têm estreita relação entre si. No entanto existem alterações no cloro independentes dos níveis de sódio, as quais estão relacionadas com o equilíbrio ácido-básico. É o principal ânion extracelular. Consequentemente, sua concentração intracelular é baixa, mas varia com o tipo de célula. A concentração de Cl - no eritrócito é comparativamente alta (60 meq/l), permitindo que ele se desvie do espaço intracelular para o extracelular em resposta ao movimento de íon bicarbonato para o espaço intracelular do eritrócito (desvio do cloreto). O cloreto desempenha papel importante na regulação ácido-básica, papel este ligado à sua relação recíproca com o bicarbonato. O principal local de absorção intestinal do cloro e sódio é o cólon,onde 90% destes são absorvidos. A reabsorção ativa do cloro e a secreção de bicarbonato ocorrem no cólon distal. Os rins exercem a função de filtrar a maior parte do cloro filtrado. O transporte epitelial considera o cloro como um parceiro obediente que segue o íon sódio que é transportado ativamente. O transporte de cloro está intimamente ligado ao transporte de sódio e de fluidos, bem como ao metabolismo ácido celular. Hipercloremia A hipercloremia com aumento proporcional de sódio é observada na desidratação. A hipercloremia sem aumento de sódio é observada na acidose metabólica na alcalose respiratória. A hipercloremia artefactual está mais comumente associada a déficit de água livre (diabetes insípida, hipernatremia essencial) ou perdas hipotônicas (diurese osmótica). A hipercloremia pode estar associada a diarreia, terapia com o sal cloreto, administração de líquidos ricos em cloreto, intoxicação por sal, insuficiência renal, acidose tubular renal, hipoadrenocorticismo, diabetes mellitus e alcalose respiratória crônica. A acidose metabólica hiperclorêmica resulta da ingestão excessiva ou da excreção reduzida de cloreto. Os sinais clínicos associados à hipercloremia estão relacionados com a acidose metabólica que a acompanha, e podem incluir irritação gastrintestinal, anorexia, perda de peso, letargia e hiperventilação persistente. A terapia consiste na eliminação da fonte de cloreto e na administração de bicarbonato de sódio. 9

10 Hipocloremia Casos de hipocloremia com diminuição simultânea de sódio são observados na sobreidratação. Quando não há diminuição proporcional na concentração de sódio, a hipocloremia está associada a uma alcalose metabólica ou a compensação de uma acidose respiratória. A hipocloremia pode ser artefactual estando associada à insuficiência cardíaca congestiva, hipoadrenocorticismo e perdas de sódio e cloro. É possível que a hipocloremia esteja associada a vômitos gástricos, perdas induzidas pelo exercício, administração de diuréticos de alça, tiazídicos ou bicarbonato de sódio, acidose respiratória crônica e hiperadrenocorticismo. A perda excessiva de cloro tende a limitar a excreção de bicarbonato, e pode ser devida a menor liberação de cloro para os túbulos coletores, onde o cloreto é necessário para a secreção de bicarbonato pelo intercâmbio HCO - 3 / Cl -. Os sinais clínicos de hipocloremia estão relacionados com distúrbios ácido-básicos intercorrentes. O tratamento consiste na administração intravenosa de líquidos ricos em cloreto, como o cloreto de sódio a 0,9% suplementados com cloreto de potássio, se indicado. Em animais com déficit de água livre quando a expansão de volume não é necessária, pode-se administrar o cloreto como cloreto de potássio ou cloreto de amônio. Referências DiBARTOLA S. P. Disorders of potassium. Proceedings of the Southern European Veterinary Conference Barcelona: GONZÁLEZ, F.H., SILVA, S.C. Introdução à bioquímica clínica veterinária. 2 ed. Porto Alegre: UFRGS, HOUPT, T.R. Água e eletrólitos. In: SWENSON, M.J., REECE, W.O. Duke s Fisiologia dos Animais Domésticos. 11 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, MORAIS, H. Potassium disorders in cats: myths and facts. In: Proceedings of the 34th World Small Animal Veterinary Congress. São Paulo: MORAIS, H.A.; BIONDO, A.W. Distúrbios relacionados ao cloro: hiper e hipocloremia. In: DiBARTOLA, S.P. Anormalidades de fluidos, eletrólitos e equilíbrio ácido-básico na clínica de pequenos animais. 3 ed. São Paulo: Roca, NELSON, R.W.; COUTO, C.G. Medicina interna de pequenos animais. 4 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, SLATTER, D. Manual de cirurgia de pequenos animais. 3 ed. São Paulo: Manole, WILLARD, M.D. Disorders of potassium homeostasis. Veterinary Clinics North American Small Animals Pract, v. 19: ,

Alterações do equilíbrio hídrico Alterações do equilíbrio hídrico Desidratação Regulação do volume hídrico

Alterações do equilíbrio hídrico Alterações do equilíbrio hídrico Desidratação Regulação do volume hídrico Regulação do volume hídrico Alteração do equilíbrio hídrico em que a perda de líquidos do organismo é maior que o líquido ingerido Diminuição do volume sanguíneo Alterações do equilíbrio Hídrico 1. Consumo

Leia mais

Homeostase do potássio, cálcio e fosfato

Homeostase do potássio, cálcio e fosfato Homeostase do potássio, cálcio e fosfato Regulação dos eletrólitos Homeostase do potássio Intracellular ADP ATP P Extracellular Hipocalemia: baixo Repolarização mais lenta do potencial de membrana. - Fraqueza

Leia mais

DESEQUILÍBRIO ELETROLÍTICO: SÓDIO, POTÁSSIO E CLORO 1

DESEQUILÍBRIO ELETROLÍTICO: SÓDIO, POTÁSSIO E CLORO 1 DESEQUILÍBRIO ELETROLÍTICO: SÓDIO, POTÁSSIO E CLORO 1 Equilíbrio eletrolítico Os eletrólitos têm um papel importante na manutenção da homeostase no organismo. Nos mamíferos, os líquidos e eletrólitos estão

Leia mais

21/07/14' ! Dinâmica da água e eletrólitos no organismo! Água x Peso

21/07/14' ! Dinâmica da água e eletrólitos no organismo! Água x Peso Prof. Dr. Adriano Bonfim Carregaro Medicina Veterinária FZEA USP www.anestesia.vet.br! Dinâmica da água e eletrólitos no organismo! Água x Peso Neonato 75% Adulto 66% Idoso 60% 40% Intracelular 20% Extracelular

Leia mais

Conceito de ph ph = - Log [H + ] Aumento [H + ] => diminuição do ph => acidose Diminuição [H + ] => aumento do ph => alcalose Alterações são dependent

Conceito de ph ph = - Log [H + ] Aumento [H + ] => diminuição do ph => acidose Diminuição [H + ] => aumento do ph => alcalose Alterações são dependent Equilíbrio ácido-básico A concentração de H no FEC é mantida dentro de um limite extremamente estreito: 40 nmol/l = 1.000.000 menor que a Concentração dos outros íons!! [H] tem profundo efeito nos eventos

Leia mais

ESTUDO DIRIGIDO SOBRE FISIOLOGIA RENAL. Abaixo, encontram-se os pontos que precisam ser estudados na área de Fisiologia Renal.

ESTUDO DIRIGIDO SOBRE FISIOLOGIA RENAL. Abaixo, encontram-se os pontos que precisam ser estudados na área de Fisiologia Renal. 1 ESTUDO DIRIGIDO SOBRE FISIOLOGIA RENAL Abaixo, encontram-se os pontos que precisam ser estudados na área de Fisiologia Renal. Anatomia funcional do rim As diferenças entre a circulação cortical e medular

Leia mais

21/07/14. Processos metabólicos. Conceitos Básicos. Respiração. Catabolismo de proteínas e ácidos nucleicos. Catabolismo de glicídios

21/07/14. Processos metabólicos. Conceitos Básicos. Respiração. Catabolismo de proteínas e ácidos nucleicos. Catabolismo de glicídios Prof. Dr. Adriano Bonfim Carregaro Medicina Veterinária FZEA USP www.anestesia.vet.br Processos metabólicos Respiração Catabolismo de proteínas e ácidos nucleicos Ácidos acético, sulfúrico, fosfórico e

Leia mais

98% intracelular extracelular

98% intracelular extracelular DISTRIBUIÇÃO CORPORAL DE 98% intracelular extracelular 2% HOMEOSTASE DE POTÁSSIO BALANÇO EXTERNO vs BALANÇO INTERNO BALANÇO INTERNO BALANÇO EXTERNO HOMEOSTASE DE POTÁSSIO BALANÇO EXTERNO vs BALANÇO INTERNO

Leia mais

BIOQUÍMICA II SISTEMAS TAMPÃO NOS ORGANISMOS ANIMAIS 3/1/2012

BIOQUÍMICA II SISTEMAS TAMPÃO NOS ORGANISMOS ANIMAIS 3/1/2012 BIOQUÍMICA II Professora: Ms. Renata Fontes Medicina Veterinária 3º Período O conteúdo de Bioquímica II utiliza os conhecimentos adquiridos referentes ao estudo do metabolismo celular e fenômenos físicos

Leia mais

Desequilíbrio Hidroeletrolítico. Prof.º Enfº. Esp. Diógenes Trevizan

Desequilíbrio Hidroeletrolítico. Prof.º Enfº. Esp. Diógenes Trevizan Desequilíbrio Hidroeletrolítico Prof.º Enfº. Esp. Diógenes Trevizan Muitos pacientes que dão entrada na unidade de atendimento de urgência podem ter o equilíbrio hidroeletrolítico comprometido em função

Leia mais

DISTÚRBIO HIDRO- ELETROLÍTICO E ÁCIDO-BÁSICO. Prof. Fernando Ramos Gonçalves -Msc

DISTÚRBIO HIDRO- ELETROLÍTICO E ÁCIDO-BÁSICO. Prof. Fernando Ramos Gonçalves -Msc DISTÚRBIO HIDRO- ELETROLÍTICO E ÁCIDO-BÁSICO Prof. Fernando Ramos Gonçalves -Msc Distúrbio hidro-eletrolítico e ácido-básico Distúrbios da regulação da água; Disnatremias; Alterações do potássio; Acidoses

Leia mais

ALCALOSES 1. Introdução HA H + +A -.

ALCALOSES 1. Introdução HA H + +A -. ALCALOSES 1 Introdução Acidose e alcalose referem-se aos mecanismos fisiopatológicos que causam acúmulo de ácido ou base no organismo. Os termos acidemia e alcalemia referem-se ao ph no fluido extracelular.

Leia mais

Hidroclorotiazida. Diurético - tiazídico.

Hidroclorotiazida. Diurético - tiazídico. Hidroclorotiazida Diurético - tiazídico Índice 1. Definição 2. Indicação 3. Posologia 4. Contraindicação 5. Interação medicamentosa 1. Definição A Hidroclorotiazida age diretamente sobre os rins atuando

Leia mais

10anos. Jose Roberto Fioretto

10anos. Jose Roberto Fioretto 198 10 1988 1988 1998 10anos Jose Roberto Fioretto jrf@fmb.unesp.br Professor Adjunto-Livre Docente Disciplina de Medicina Intensiva Pediátrica Faculdade de Medicina de Botucatu-UNESP Metabolismo do K

Leia mais

Eletrólitos na Nutrição Parenteral

Eletrólitos na Nutrição Parenteral Unesp Eletrólitos na Nutrição Parenteral Sergio A R Paiva Complicações da NP Mecânicas Infecciosas Distúrbios metabólicos Complicações da NP Mecânicas Infecciosas Distúrbios metabólicos Complicações da

Leia mais

Alterações metabólicas na desidratação *

Alterações metabólicas na desidratação * Alterações metabólicas na desidratação * Desidratação A desidratação é caracterizada quando a perda de líquido no organismo é maior que a quantidade de líquido ingerido, consequentemente ocorre diminuição

Leia mais

Petr Soares de Alencar DISTÚRBIOS DO EQUILÍBRIO ÁCIDO BASE

Petr Soares de Alencar DISTÚRBIOS DO EQUILÍBRIO ÁCIDO BASE Petr Soares de Alencar DISTÚRBIOS DO EQUILÍBRIO ÁCIDO BASE GASOMETRIA ARTERIAL GASOMETRIA ARTERIAL Paciente com os seguintes valores na gasometria arterial: ph = 7,08; HCO - 3 = 10mEq/litro; PCO 2 = 35

Leia mais

26/10/2018. A osmolaridade pode ser entendida como a proporção entre solutos e água de uma solução.

26/10/2018. A osmolaridade pode ser entendida como a proporção entre solutos e água de uma solução. COMPOSIÇÃO IÔNICA DOS LÍQUIDOS CORPORAIS HUMANOS Soluto Líquido extracelular Líquido intracelular Na + (meq/l) 145 12 K + (meq/l) 4 150 Ca 2+ (meq/l) 5 0,001 Cl - (meq/l) 105 5 HCO 3- (meq/l) 25 12 Pi

Leia mais

Sistema Urinário. Patrícia Dupim

Sistema Urinário. Patrícia Dupim Sistema Urinário Patrícia Dupim Insuficiência Renal Ocorre quando os rins não conseguem remover os resíduos metabólicos do corpo. As substância normalmente eliminadas na urina acumulam-se nos líquidos

Leia mais

Drogas que atuam no sistema cardiovascular, respiratório e urinário

Drogas que atuam no sistema cardiovascular, respiratório e urinário Drogas que atuam no sistema cardiovascular, respiratório e urinário Drogas que atuam no sistema cardiovascular As principais classes terapêuticas: 1. Antihipertensivos 2. Antiarrítmicos 3. Antianginosos

Leia mais

Diuréticos. Classificação da diurese. FUNÇÕES RENAIS A manutenção do meio interno através s da: Secreção de hormônios. Excreção de drogas

Diuréticos. Classificação da diurese. FUNÇÕES RENAIS A manutenção do meio interno através s da: Secreção de hormônios. Excreção de drogas Diuréticos Os diuréticos são fármacos f que tem a propriedade de causar Diuréticos aumento do volume urinário rio e cujo mecanismo é a inibição da reabsorção tubular de sódio s e água. Prof. Carlos Cezar

Leia mais

SISTEMA TAMPÃO NOS ORGANISMOS ANIMAIS

SISTEMA TAMPÃO NOS ORGANISMOS ANIMAIS SISTEMA TAMPÃO NOS ORGANISMOS ANIMAIS Regulação do Equilíbrio Ácido-Básico ph = Potencial Hidrogeniônico Concentração de H + Quanto mais ácida uma solução maior sua concentração de H + e menor o seu ph

Leia mais

Magnésio. Magnésio Funções. Magnésio Sódio Potássio. HNT 130 Nutrição normal. Organismo humano adulto

Magnésio. Magnésio Funções. Magnésio Sódio Potássio. HNT 130 Nutrição normal. Organismo humano adulto HNT 130 Nutrição normal Funções, metabolismo, necessidades e recomendações dietéticas Organismo humano adulto 20 a 28g 60% 26% 14% Vísceras e fluidos corpóreos Funções Cofator em diversas reações enzimáticas

Leia mais

Biofísica renal. Estrutura e função dos rins

Biofísica renal. Estrutura e função dos rins Biofísica renal Estrutura e função dos rins Múltiplas funções do sistema renal Regulação do balanço hídrico e eletrolítico (volume e osmolaridade) Regulação do equilíbrio ácidobásico (ph) Excreção de produtos

Leia mais

Equilíbrio ácido-básico. Monitor: Tarcísio Alves Teixeira Professor: Guilherme Soares Fisiologia Veterinária / MFL / IB / UFF

Equilíbrio ácido-básico. Monitor: Tarcísio Alves Teixeira Professor: Guilherme Soares Fisiologia Veterinária / MFL / IB / UFF Equilíbrio ácido-básico Monitor: Tarcísio Alves Teixeira Professor: Guilherme Soares Fisiologia Veterinária / MFL / IB / UFF O que são Ácidos e Bases Ácido: substância que, em solução, é capaz de doar

Leia mais

DISTÚRBIOS DO SÓDIO E DO POTÁSSIO

DISTÚRBIOS DO SÓDIO E DO POTÁSSIO DISTÚRBIOS DO SÓDIO E DO POTÁSSIO HIPONATREMIA Dosagem de sódio ( Na ) sérico < 130mEq/L Oferta hídrica aumentada; Baixa oferta de sódio; Redistribuição osmótica de água ( p.ex. hiperglicemia); Excreção

Leia mais

METABOLISMO DE ÁGUA E ELETRÓLITOS NA SAÚDE E NA DOENÇA

METABOLISMO DE ÁGUA E ELETRÓLITOS NA SAÚDE E NA DOENÇA METABOLISMO DE ÁGUA E ELETRÓLITOS NA SAÚDE E NA DOENÇA Prof. José Aroldo Filho goncalvesfilho@nutmed.com.br ÁGUA CORPORAL A água e eletrólitos são componentes essenciais do meio interno do organismo. São

Leia mais

Controle da Osmolalidade dos Líquidos Corporais. Prof. Ricardo Luzardo

Controle da Osmolalidade dos Líquidos Corporais. Prof. Ricardo Luzardo Controle da Osmolalidade dos Líquidos Corporais Prof. Ricardo Luzardo Osmolalidade é uma função do número total de partículas em solução, independente de massa, carga ou composição química. As partículas

Leia mais

METABOLISMO DE ÁGUA E ELETRÓLITOS NA SAÚDE E NA DOENÇA

METABOLISMO DE ÁGUA E ELETRÓLITOS NA SAÚDE E NA DOENÇA METABOLISMO DE ÁGUA E ELETRÓLITOS NA SAÚDE E NA DOENÇA Prof. José Aroldo Filho goncalvesfilho@nutmed.com.br ÁGUA CORPORAL A água e eletrólitos são componentes essenciais do meio interno do organismo. São

Leia mais

Fisiologia do Sistema Urinário

Fisiologia do Sistema Urinário Sistema Urinário Fisiologia do Sistema Urinário Funções do sistema urinário Anatomia fisiológica do aparelho urinário Formação de urina pelos rins Filtração glomerular Reabsorção e secreção tubular Equilíbrio

Leia mais

Distúrbios do equilíbrio ácido básico. Fisiologia do equilíbrio ácido básico (6,80) 7,35 7,45 (7,80)

Distúrbios do equilíbrio ácido básico. Fisiologia do equilíbrio ácido básico (6,80) 7,35 7,45 (7,80) Renato Ribeiro Nogueira Ferraz Mestre e Doutor em Nefrologia pela Universidade Federal de São Paulo UNIFESP, com Pós Doutorado também em Nefrologia pela mesma Universidade. Organizador do livro Nefrologia:

Leia mais

Fármacos com Ação nas Arritmias, Insuficiência Cardíaca e Acidentes Vasculares

Fármacos com Ação nas Arritmias, Insuficiência Cardíaca e Acidentes Vasculares UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Faculdade de Ciências Farmacêuticas Departamento de Farmácia Fármacos com Ação nas Arritmias, Insuficiência Cardíaca e Acidentes Vasculares Prof. Dr. Roberto Parise Filho Química

Leia mais

CASO CLÍNICO. O fim do mundo está próximo José Costa Leite Juazeiro do Norte Ceará

CASO CLÍNICO. O fim do mundo está próximo José Costa Leite Juazeiro do Norte Ceará CASO CLÍNICO Leitor nosso mundo velho Já está vai ou não vai Uma banda pendurada E a outra cai não cai Daqui pro fim da era Nada de bom se espera Vem castigos de Deus Pai O fim do mundo está próximo José

Leia mais

FLUIDOTERAPIA E HEMODINÂMICA EM CÃES E GATOS

FLUIDOTERAPIA E HEMODINÂMICA EM CÃES E GATOS FLUIDOTERAPIA E HEMODINÂMICA EM CÃES E GATOS Professora: Dra. Juliana Peloi Vides 08/02/2018 OBJETIVOS Compreender desidratação x hipovolemia Repor déficits por desidratação Escolha da solução cristaloide

Leia mais

Fluidoterapia em animais domésticos. Clínica das doenças carencias, endócrinas e metabólicas. Aulus Carciofi

Fluidoterapia em animais domésticos. Clínica das doenças carencias, endócrinas e metabólicas. Aulus Carciofi Desequilíbrio hidroeletrolítico e ácido básico Fluidoterapia em animais domésticos Clínica das doenças carencias, endócrinas e metabólicas Aulus Carciofi Composição e distribuição dos fluidos Unidades

Leia mais

Profª Allana dos Reis Corrêa Enfermeira SAMU BH Mestranda em Enfermagem UFMG

Profª Allana dos Reis Corrêa Enfermeira SAMU BH Mestranda em Enfermagem UFMG Gasometria Arterial Profª Allana dos Reis Corrêa Enfermeira SAMU BH Mestranda em Enfermagem UFMG Gasometria arterial Por quê a Gasometria se temos o Oxímetro de pulso e Capnógrafo? Gasometria Arterial

Leia mais

FISIOTERAPIA PREVENTIVA

FISIOTERAPIA PREVENTIVA FISIOTERAPIA PREVENTIVA DIABETES MELLITUS APOSTILA 5 DEFINIÇÃO É um distúrbio crônico, caracterizado pelo comprometimento do metabolismo da glicose e de outras substâncias produtoras de energia, bem como

Leia mais

Distúrbios Hidroeletrolíticos. Hiponatremia - I

Distúrbios Hidroeletrolíticos. Hiponatremia - I Distúrbios Hidroeletrolíticos Hiponatremia - I Déficit de H 2 O corporal total e déficit maior de Na + corporal total Excesso de H 2 O corporal total Excesso de Na + corporal total. Excesso mais acentuado

Leia mais

artéria renal arteríola aferente capilares glomerulares artéria renal capilares glomerulares veia renal

artéria renal arteríola aferente capilares glomerulares artéria renal capilares glomerulares veia renal FUNÇÕES DOS RINS Controle da osmolaridade dos fluidos corporais Regulação do volume dos fluidos corporais (controle a longo prazo da pressão arterial) Regulação da concentração de eletrólitos: Na +, K

Leia mais

Fluidoterapia em animais domésticos. Clínica das doenças carencias, endócrinas e metabólicas

Fluidoterapia em animais domésticos. Clínica das doenças carencias, endócrinas e metabólicas Desequilíbrio hidro- eletrolítico e ácido básico Fluidoterapia em animais domésticos Clínica das doenças carencias, endócrinas e metabólicas Aulus Carciofi Composição e distribuição dos fluidos Unidades

Leia mais

SISTEMA URINÁRIO QUAIS SUAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS?

SISTEMA URINÁRIO QUAIS SUAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS? SISTEMA URINÁRIO SISTEMA URINÁRIO QUAIS SUAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS? Conjunto de órgãos responsáveis pela filtração do sangue e eliminação de substâncias tóxicas, desnecessárias ou em excesso através

Leia mais

COMPONENTES NO DIAGNÓSTICO DOS DISTÚRBIOS HIDRO-ELETROLÍTICOS 1

COMPONENTES NO DIAGNÓSTICO DOS DISTÚRBIOS HIDRO-ELETROLÍTICOS 1 COMPONENTES NO DIAGNÓSTICO DOS DISTÚRBIOS HIDRO-ELETROLÍTICOS 1 Introdução O equilíbrio hidro-eletrolítico e ácido-base é mantido basicamente pelos rins, sangue e pulmões, com objetivo de manter a volemia,

Leia mais

EQUILIBRIO HIDRICO. Prof. Dr. Rodolfo C. Araujo Berber Médico Veterinário, MSc. PhD. UFMT-Sinop

EQUILIBRIO HIDRICO. Prof. Dr. Rodolfo C. Araujo Berber Médico Veterinário, MSc. PhD. UFMT-Sinop EQUILIBRIO HIDRICO Prof. Dr. Rodolfo C. Araujo Berber Médico Veterinário, MSc. PhD. UFMT-Sinop Porque os organismos de mamíferos possuem grande quantidade de água? Alto ponto de ebulição (controle da temperatura);

Leia mais

DROGAS QUE ATUAM NO SISTEMA URINÁRIO

DROGAS QUE ATUAM NO SISTEMA URINÁRIO DROGAS QUE ATUAM NO SISTEMA URINÁRIO FORMAÇÃO DA URINA - ECREÇÃO RENAL : FILTRAÇÃO - REABSORÇÃO SECREÇÃO. - RINS FILTRAM 11 O VOLUME DO LIQ ETRACELULAR - 99% É REASORVIDO - 120mL FILTRADO/MIN -> 1mL/min

Leia mais

3/6/ 2014 Manuela Cerqueira

3/6/ 2014 Manuela Cerqueira 3/6/ 2014 Manuela Cerqueira He, aí não!!! Anatomia: Anatomia: Túbulo proximal Túbulo distal Hansa de Henle Glomérulo Ducto colector Funções mais importantes do rim: Regulação do volume e composição dos

Leia mais

Classificação. Diuréticos Tiazídicos Hidroclorotiazida Diuréticos de Alça Furosemida Diuréticos Poupadores de Potássio Espironolactona e Amilorida

Classificação. Diuréticos Tiazídicos Hidroclorotiazida Diuréticos de Alça Furosemida Diuréticos Poupadores de Potássio Espironolactona e Amilorida Diuréticos Classificação Diuréticos Tiazídicos Hidroclorotiazida Diuréticos de Alça Furosemida Diuréticos Poupadores de Potássio Espironolactona e Amilorida Diuréticos Tiazídicos Hidroclorotiazida Hidroclorotiazida:

Leia mais

Apostila de Biologia 06 Sistema Excretor Fábio Henrique

Apostila de Biologia 06 Sistema Excretor Fábio Henrique 1.0 Excreção Apostila de Biologia 06 Sistema Excretor Fábio Henrique É a Eliminação de subprodutos do metabolismo celular. 1.1 Homeostase É uma condição na qual o meio interno do corpo permanece dentro

Leia mais

Impact Factor: 1,75. Gabriela Bueno Luz Maria Amélia A. Weiller Vinicius Copes

Impact Factor: 1,75. Gabriela Bueno Luz Maria Amélia A. Weiller Vinicius Copes Impact Factor: 1,75 Gabriela Bueno Luz Maria Amélia A. Weiller Vinicius Copes Fósforo Função estrutural em tecidos Metabolismo de células Rigidez óssea Equilíbrio ácido-base DNA e RNA Algumas definições

Leia mais

Profa Maria Clorinda EV/UFG

Profa Maria Clorinda EV/UFG Escola de Veterinária e Zootecnia da UFG Departamento de Medicina Veterinária Maria Clorinda Soares Fioravanti (clorinda@vet.ufg.br) Disciplina: Clínica Médica de Pequenos Animais Profa Maria Clorinda

Leia mais

DESEQUILÍBRIOS DO SÓDIO: IMPORTÂNCIA E TERAPIA 1

DESEQUILÍBRIOS DO SÓDIO: IMPORTÂNCIA E TERAPIA 1 DESEQUILÍBRIOS DO SÓDIO: IMPORTÂNCIA E TERAPIA 1 Introdução Distúrbios no balanço hidro-eletrolítico e acido-básico são comuns na prática médica de animais domésticos, exigindo atenção especial para o

Leia mais

BU004/01. Isofarma Solução de cloreto de potássio Isofarma Industrial Farmacêutica Ltda. Solução Injetável 10% - 19,1%

BU004/01. Isofarma Solução de cloreto de potássio Isofarma Industrial Farmacêutica Ltda. Solução Injetável 10% - 19,1% Isofarma Solução de cloreto de potássio Isofarma Industrial Farmacêutica Ltda. Solução Injetável 10% - 19,1% ISOFARMA - SOLUÇÃO DE CLORETO DE POTÁSSIO 10% - 19,1% cloreto de potássio APRESENTAÇÕES Solução

Leia mais

Biofísica renal. Estrutura e função dos rins. Biofísica Medicina Veterinária FCAV/UNESP/Jaboticabal

Biofísica renal. Estrutura e função dos rins. Biofísica Medicina Veterinária FCAV/UNESP/Jaboticabal Biofísica renal Estrutura e função dos rins Biofísica Medicina Veterinária FCAV/UNESP/Jaboticabal Sistema renal Múltiplas funções Regulação do balanço hídrico (Filtração diária de 180 L do plasma, eliminação

Leia mais

ONDE OCORRE TRANSPORTE ACOPLADO? Exemplos

ONDE OCORRE TRANSPORTE ACOPLADO? Exemplos ONDE OCORRE TRANSPORTE ACOPLADO? Exemplos Epitélio do estômago (Antiporte entre HCO 3 - e Cl- para formação do suco gástrico) Epitélio do intestino (Simporte entre glicose e Na + ) Dutos pancreáticos (Formação

Leia mais

Cerca de 60% do peso de um homem adulto e de 50% do de uma mulher adulta são constituídos de água (42 L em um homem de 70 kg). Desse total, 2/3 (28

Cerca de 60% do peso de um homem adulto e de 50% do de uma mulher adulta são constituídos de água (42 L em um homem de 70 kg). Desse total, 2/3 (28 Cerca de 60% do peso de um homem adulto e de 50% do de uma mulher adulta são constituídos de água (42 L em um homem de 70 kg). Desse total, 2/3 (28 L) situam-se no compartimento intracelular e 1/3 (14

Leia mais

Água o componente fundamental!

Água o componente fundamental! Ms. Sandro de Souza Água o componente fundamental! Claude Bernard, no século XIX, foi o primeiro fisiologista a elucidar a quantidade de líquidos no corpo humano. Posteriormente os líquidos foram compartimentalizados

Leia mais

Nos diferentes tecidos do corpo, um dos produtos da degradação das proteínas e dos ácidos nucléicos é a amônia, substância muito solúvel e

Nos diferentes tecidos do corpo, um dos produtos da degradação das proteínas e dos ácidos nucléicos é a amônia, substância muito solúvel e SISTEMA EXCRETOR 1 Nos diferentes tecidos do corpo, um dos produtos da degradação das proteínas e dos ácidos nucléicos é a amônia, substância muito solúvel e extremamente tóxica para as células, esmo em

Leia mais

Reabsorção tubular. substâncias. reabsorção tubular.

Reabsorção tubular. substâncias. reabsorção tubular. Reabsorção tubular Tanto a filtração glomerular quanto a reabsorção tubular ocorrem em muito maior escala do que a excreção da maioria das substâncias. Reabsorção tubular é altamente seletiva. Como a filtração

Leia mais

CLORETO DE SÓDIO 0,9% Solução Injetável 9,0 mg/ml. Cristália Prod. Quím. Farm. Ltda. MODELO DE BULA PARA O PACIENTE

CLORETO DE SÓDIO 0,9% Solução Injetável 9,0 mg/ml. Cristália Prod. Quím. Farm. Ltda. MODELO DE BULA PARA O PACIENTE CLORETO DE SÓDIO 0,9% Solução Injetável 9,0 mg/ml Cristália Prod. Quím. Farm. Ltda. MODELO DE BULA PARA O PACIENTE I IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO cloreto de sódio 0,9% APRESENTAÇÕES Solução injetável:

Leia mais

DIURÉTICOS 09/10/2016 CONCEITO INTRODUÇÃO FISIOLOGIA RENAL FISIOLOGIA RENAL FISIOLOGIA RENAL

DIURÉTICOS 09/10/2016 CONCEITO INTRODUÇÃO FISIOLOGIA RENAL FISIOLOGIA RENAL FISIOLOGIA RENAL CONCEITO DIURÉTICOS Diuréticos são drogas que promovem a excreção renal de água, sódio e outros eletrólitos, aumentando assim a formação de urina e o débito urinário. Prof. Karina Lemos Guedes Karinag@pitagoras.com.br

Leia mais

São exemplos de órgãos que realizam excreção em nosso corpo: Rins (exemplo de substância excretada = uréia);

São exemplos de órgãos que realizam excreção em nosso corpo: Rins (exemplo de substância excretada = uréia); O sistema excretor é formado pelo conjunto de órgãos que permitem a eliminação de substâncias encontradas em excesso no corpo ou algumas são nocivas à saúde humana; Muitos metabólitos (Ex: uréia, H +,

Leia mais

artéria renal arteríola aferente capilares glomerulares artéria renal capilares glomerulares veia renal

artéria renal arteríola aferente capilares glomerulares artéria renal capilares glomerulares veia renal FUNÇÕES DOS RINS Controle da osmolaridade dos fluidos corporais Regulação do volume dos fluidos corporais (controle a longo prazo da pressão arterial) Regulação da concentração de eletrólitos: Na +, K

Leia mais

EXAMES BIOQUÍMICOS. Profa Dra Sandra Zeitoun Aula 3

EXAMES BIOQUÍMICOS. Profa Dra Sandra Zeitoun Aula 3 EXAMES BIOQUÍMICOS Profa Dra Sandra Zeitoun Aula 3 Íons/Eletrólitos do plasma No plasma existem diversos eletrólitos positivos: Na+, K+, Ca², Mg² E eletrólitos negativos: Cl-, HCO3-, fosfatos e proteínas.

Leia mais

Distúrbios do Na+ 0 7 / 1 2 / 2 0 1 5

Distúrbios do Na+ 0 7 / 1 2 / 2 0 1 5 Distúrbios do Na+ MARIANA PEREIRA RIBEIRO 6 SEMESTRE 0 7 / 1 2 / 2 0 1 5 Principais problemas clínicos na emergência; Cuidado com pacientes críticos: Grande queimado; Trauma; Sepse; ICC e IRA; Iatrogenia.

Leia mais

DISTÚRBIOS HIDROELETROLÍTICOS HIPONATREMIA - I

DISTÚRBIOS HIDROELETROLÍTICOS HIPONATREMIA - I DISTÚRBIOS HIDROELETROLÍTICOS HIPONATREMIA - I Déficit de H 2 O Corporal total e déficit maior de Na + corporal total Déficit de H 2 O Corporal total e déficit maior de Na + corporal total Excesso de Na

Leia mais

Aula 05 DIABETES MELLITUS (DM) Definição CLASSIFICAÇÃO DA DIABETES. Diabetes Mellitus Tipo I

Aula 05 DIABETES MELLITUS (DM) Definição CLASSIFICAÇÃO DA DIABETES. Diabetes Mellitus Tipo I Aula 05 DIABETES MELLITUS (DM) Definição O diabetes surge de um distúrbio na produção ou na utilização da insulina por isso é considerado um distúrbio endócrino provocado pela falta de produção ou de ação

Leia mais

FARMACOLOGIA. Aula 11 Continuação da aula anterior Rim Diuréticos Antidiuréticos Modificadores do transporte tubular ANTIGOTOSOS

FARMACOLOGIA. Aula 11 Continuação da aula anterior Rim Diuréticos Antidiuréticos Modificadores do transporte tubular ANTIGOTOSOS FARMACOLOGIA Aula 11 Continuação da aula anterior Rim Diuréticos Antidiuréticos Modificadores do transporte tubular ANTIGOTOSOS RIM RIM RIM Filtra perto de 150 litros por dia! Após secreção e reabsorção

Leia mais

Prof. Hélder Mauad 2012

Prof. Hélder Mauad 2012 Prof. Hélder Mauad 2012 FORMAÇÃO DE URINA CONCENTRADA E DILUÍDA REGULAÇÃO DA OSMOLARIDADE DO LIQUIDO EXTRACELULAR E DA CONCENTRAÇÃO DE SÓDIO As células do corpo são banhadas por LEC com concentração constante

Leia mais

HOMEOSTASE Entrada + Produção = Utilização + Saída. sede BALANÇO DA ÁGUA. formação de urina INGESTÃO DE ÁGUA PERDA DE ÁGUA (*)

HOMEOSTASE Entrada + Produção = Utilização + Saída. sede BALANÇO DA ÁGUA. formação de urina INGESTÃO DE ÁGUA PERDA DE ÁGUA (*) FISIOLOGIA RENAL BALANÇO RENAL BALANÇO RENAL Uma das principais funções dos rins é manter o volume e a osmolaridadedo líquido extracelular, independente das variações diárias da ingestão de sal e água

Leia mais

Fisiologia Humana. Prof. Alberto Ferreira Donatti

Fisiologia Humana. Prof. Alberto Ferreira Donatti Fisiologia Humana Prof. Alberto Ferreira Donatti Fisiologia Renal Elementos da Função Renal Elementos da Função Renal I - Aspectos Gerais Os rins são órgãos excretores e reguladores. Excreção pela excreção

Leia mais

DIURÉTICOS Professora: Fernanda Brito

DIURÉTICOS Professora: Fernanda Brito DIURÉTICOS Professora: Fernanda Brito PRINCIPAIS FUNÇÕES RENAIS Promover a excreção de produtos de degradação (uréia, ác. úrico, creatinina) Regular o balanço hidro-eletrolítico Regular a concentração

Leia mais

Lembrando. Ácidos são quaisquer substâncias capazes de ceder H+ Exemplos: ácido clorídrico, ácido lático, ácido úrico

Lembrando. Ácidos são quaisquer substâncias capazes de ceder H+ Exemplos: ácido clorídrico, ácido lático, ácido úrico GASOMETRIA Lembrando Ácidos são quaisquer substâncias capazes de ceder H+ Exemplos: ácido clorídrico, ácido lático, ácido úrico Lembrando Bases são quaisquer substâncias capazes de captar H+ Exemplos:

Leia mais

Sistema Renal. Profa Msc Melissa Kayser

Sistema Renal. Profa Msc Melissa Kayser Sistema Renal Profa Msc Melissa Kayser Componentes anatômicos Rins Ureteres Bexiga urinária Uretra O sangue é filtrado nos rins, onde os resíduos são coletados em forma de urina, que flui para pelve renal,

Leia mais

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM Fisiologia Renal Função Tubular Formação da Urina Clearance (Depuração) Prof. Wagner de Fátima Pereira Departamento de Ciências Básicas

Leia mais

Interpretação de Exames Laboratoriais para Doença Renal

Interpretação de Exames Laboratoriais para Doença Renal Interpretação de Exames Laboratoriais Aplicados à Nutrição Clínica Interpretação de Exames Laboratoriais para Doença Renal Prof. Marina Prigol Investigação da função renal Funções do rim: Regulação do

Leia mais

DISTÚRBIOS DO EQUILÍBRIO HIDROELETROLÍTICO. Funções Renais. Equilíbrio do Na e K EQUILÍBRIO HIDROELETROLÍTICO. Regulação da Pressão Arterial;

DISTÚRBIOS DO EQUILÍBRIO HIDROELETROLÍTICO. Funções Renais. Equilíbrio do Na e K EQUILÍBRIO HIDROELETROLÍTICO. Regulação da Pressão Arterial; Renato Ribeiro Nogueira Ferraz Mestre e Doutor em Nefrologia pela Universidade Federal de São Paulo UNIFESP, com Pós Doutorado também em Nefrologia pela mesma Universidade. Organizador do livro Nefrologia:

Leia mais

Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra Ano Lectivo 2011/2012. Unidade Curricular de BIOQUÍMICA I Mestrado Integrado em MEDICINA 1º Ano

Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra Ano Lectivo 2011/2012. Unidade Curricular de BIOQUÍMICA I Mestrado Integrado em MEDICINA 1º Ano Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra Ano Lectivo 2011/2012 Unidade Curricular de BIOQUÍMICA I Mestrado Integrado em MEDICINA 1º Ano ENSINO PRÁTICO E TEORICOPRÁTICO 5ª AULA TEÓRICOPRÁTICA RESOLUÇÃO

Leia mais

BIOQUÍMICA E METABOLISMO DOS MICRONUTRIENTES NA TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL E PARENTERAL

BIOQUÍMICA E METABOLISMO DOS MICRONUTRIENTES NA TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL E PARENTERAL BIOQUÍMICA E METABOLISMO DOS MICRONUTRIENTES NA TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL E PARENTERAL Profa. Dra. Maria Rosimar Teixeira Matos Docente do Curso de Nutrição da UECE TERAPIA NUTRICIONAL Suprir as necessidades

Leia mais

BU004/01. Isofarma Solução de cloreto de potássio Isofarma Industrial Farmacêutica Ltda. Solução Injetável 10% - 19,1%

BU004/01. Isofarma Solução de cloreto de potássio Isofarma Industrial Farmacêutica Ltda. Solução Injetável 10% - 19,1% Isofarma Solução de cloreto de potássio Isofarma Industrial Farmacêutica Ltda. Solução Injetável 10% - 19,1% ISOFARMA - SOLUÇÃO DE CLORETO DE POTÁSSIO 10% - 19,1% cloreto de potássio APRESENTAÇÕES Solução

Leia mais

MACROELEMENTOS PARA CÃES E GATOS

MACROELEMENTOS PARA CÃES E GATOS MACROELEMENTOS PARA CÃES E GATOS Nutrição e Alimentação de Cães e Gatos Prof. Dr. Aulus Cavalieri Carciofi Doutoranda Fernanda Sanches Mendonça ELEMENTOS ESSENCIAIS Cães e gatos necessitam de 12 elementos

Leia mais

Reconhecendo os agravos clínicos em urgência e emergência. Prof.º Enfº. Diógenes Trevizan

Reconhecendo os agravos clínicos em urgência e emergência. Prof.º Enfº. Diógenes Trevizan Reconhecendo os agravos clínicos em urgência e emergência Prof.º Enfº. Diógenes Trevizan Cuidando do cliente com agravos respiratórios em urgência e emergência Introdução Em atenção às urgências, a insuficiência

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE ENSINO TUTORIAL (PET) FACULDADE DE MEDICINA DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E ÁCIDO-BÁSICO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE ENSINO TUTORIAL (PET) FACULDADE DE MEDICINA DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E ÁCIDO-BÁSICO UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE ENSINO TUTORIAL (PET) FACULDADE DE MEDICINA DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E ÁCIDO-BÁSICO Petiano(a): Flora Cruz de Almeida ÁGUA CORPORAL Sexo - Homem: 60% - Mulher:

Leia mais

ph do sangue arterial = 7.4

ph do sangue arterial = 7.4 Regulação do Equilíbrio Ácido Base ph do sangue arterial = 7.4 < 6.9 ou > 7.7 = MORTE 1 Importância do ph nos processos biológicos Protonação ou desprotonação de radicais proteicos Variação da carga total

Leia mais

Tetania da. Lactação e das. Pastagens

Tetania da. Lactação e das. Pastagens Tetania da Lactação e das Pastagens Tetania da Lactação e das Pastagens Hipomagnesemia Conjunto de fatores: Desequilíbrio da ingestão e excreção de Mg Estresse - esteróides endógenos Cátions com ação neuromuscular

Leia mais

Disciplina de BIOQUÍMICA do Ciclo Básico de MEDICINA Universidade dos Açores 1º Ano ENSINO PRÁTICO 5ª AULA PRÁTICA

Disciplina de BIOQUÍMICA do Ciclo Básico de MEDICINA Universidade dos Açores 1º Ano ENSINO PRÁTICO 5ª AULA PRÁTICA Disciplina de BIOQUÍMICA do Ciclo Básico de MEDICINA Universidade dos Açores 1º Ano ENSINO PRÁTICO 5ª AULA PRÁTICA EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE NO ORGANISMO HUMANO REGULAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO HIDROGENIÓNICA - IMPORTÂNCIA

Leia mais

RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO

RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO Página 1 de 19 1. NOME DO MEDICAMENTO VETERINÁRIO SORO HIPERTÓNICO SALINO 7,5% BRAUN VET, 7,5 g / 100 ml, solução para perfusão para bovinos, equinos, ovinos,

Leia mais

Solução Glicofisiológica

Solução Glicofisiológica Solução Glicofisiológica Solução injetável cloreto de sódio + glicose 9 mg/ml + 50 mg/ml 1 Forma farmacêutica e apresentações: Solução injetável MODELO DE BULA Solução Glicofisiológica cloreto de sódio

Leia mais

Reposição Volêmica. Paulo do Nascimento Junior. Departamento de Anestesiologia da Faculdade de Medicina de Botucatu

Reposição Volêmica. Paulo do Nascimento Junior. Departamento de Anestesiologia da Faculdade de Medicina de Botucatu Paulo do Nascimento Junior Departamento de Anestesiologia da Faculdade de Medicina de Botucatu Tipo e Quantidade de Fluido condições clínicas do paciente tipo e duração da cirurgia objetivos da reposição

Leia mais

BULA PACIENTE MixIstar HALEX ISTAR

BULA PACIENTE MixIstar HALEX ISTAR BULA PACIENTE MixIstar HALEX ISTAR SOLUÇÃO INJETÁVEL MixIstar cloreto de potássio + glicose + cloreto de sódio IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO MixIstar 0,4%; 0,6% e 0,8% FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÕES

Leia mais

Manutenção do ph do sangue

Manutenção do ph do sangue Manutenção do ph do sangue Muitos dos fluidos biológicos, quer no interior, quer no exterior das células, apresentam intervalos de ph muito apertados, ou seja um valor de ph praticamente constante, uma

Leia mais

CONHECIMENTO ESPERADO

CONHECIMENTO ESPERADO REPOSIÇÃO VOLÊMICA GABRIEL MAGALHÃES NUNES GUIMARÃES, GABRIEL@GABRIEL.MED.BR DISPONÍVEL EM WWW.ANESTESIOLOGIAUNB.COM.BR AULA DA DISCIPLINA BASES DA ANESTESIOLOGIA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, 2017 CONHECIMENTO

Leia mais

4/19/2007 Fisiologia Animal - Arlindo Moura 1

4/19/2007 Fisiologia Animal - Arlindo Moura 1 4/19/2007 Fisiologia Animal - Arlindo Moura 1 HIPOTALAMO Neuronios do hipotalamo sintetizam TRH (hormonio tireotrofico) Sistema portahipotalamico hipofisario TRH estimula a sintese e secreacao de TSH (hormonio

Leia mais

100 ml de solução injectável contêm 0,9 g de cloreto de sódio como substância activa.

100 ml de solução injectável contêm 0,9 g de cloreto de sódio como substância activa. RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO 1. NOME DO MEDICAMENTO Soro Fisiológico B. Braun 9 mg/ml solução injectável 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA 100 ml de solução injectável contêm 0,9 g

Leia mais

DISTÚRBIO HIDRO- ELETROLÍTICO E ÁCIDO-BÁSICO. Prof. Fernando Ramos Gonçalves -Msc

DISTÚRBIO HIDRO- ELETROLÍTICO E ÁCIDO-BÁSICO. Prof. Fernando Ramos Gonçalves -Msc DISTÚRBIO HIDRO- ELETROLÍTICO E ÁCIDO-BÁSICO Prof. Fernando Ramos Gonçalves -Msc Distúrbio hidro-eletrolítico e ácido-básico Distúrbios da regulação da água; Disnatremias; Alterações do potássio; Acidoses

Leia mais

Macroelementos. para cães e gatos. Aulus Carciofi

Macroelementos. para cães e gatos. Aulus Carciofi Macroelementos para cães e gatos Elementos essenciais Cães e gatos necessitam de 12 elementos Necessidades: Macroelemetos g ou fração de g por 1.000kcal EM ou por kg MS Ca, P, Mg, Na, K e Cl S deve estar

Leia mais

artéria renal arteríola aferente capilares glomerulares artéria renal capilares glomerulares veia renal

artéria renal arteríola aferente capilares glomerulares artéria renal capilares glomerulares veia renal FUNÇÕES DOS RINS Controle da osmolaridade dos fluidos corporais Regulação do volume dos fluidos corporais (controle a longo prazo da pressão arterial) Regulação da concentração de eletrólitos: Na +, K

Leia mais

CLORETO DE POTÁSSIO Farmace Indústria Químico-Farmacêutica Cearense LTDA Solução Injetável 0,10g/mL, 0,15g/mL e 1,91g/mL

CLORETO DE POTÁSSIO Farmace Indústria Químico-Farmacêutica Cearense LTDA Solução Injetável 0,10g/mL, 0,15g/mL e 1,91g/mL CLORETO DE POTÁSSIO Farmace Indústria Químico-Farmacêutica Cearense LTDA Solução Injetável 0,10g/mL, 0,15g/mL e 1,91g/mL IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO CLORETO DE POTÁSSIO 10%, 15% E 19,1% APRESENTAÇÕES

Leia mais

Isofarma Solução de cloreto de potássio Isofarma Industrial Farmacêutica Ltda. Solução Injetável 10% - 19,1%

Isofarma Solução de cloreto de potássio Isofarma Industrial Farmacêutica Ltda. Solução Injetável 10% - 19,1% Isofarma Solução de cloreto de potássio Isofarma Industrial Farmacêutica Ltda. Solução Injetável 10% - 19,1% ISOFARMA - SOLUÇÃO DE CLORETO DE POTÁSSIO 10% - 19,1% cloreto de potássio APRESENTAÇÕES Solução

Leia mais

Tampão. O que é? MISTURA DE UM ÁCIDO FRACO COM SUA BASE CONJUGADA, QUE ESTABILIZA O P H DE UMA SOLUÇÃO

Tampão. O que é? MISTURA DE UM ÁCIDO FRACO COM SUA BASE CONJUGADA, QUE ESTABILIZA O P H DE UMA SOLUÇÃO Tampões biológicos Relembrar os conceitos de ácido e base (Brönsted-Lowry), ph, pka; Compreender a importância do ph na manutenção da estrutura tridimensional das biomoléculas; Conhecer os valores de ph

Leia mais

POTENCIAL DE MEMBRANA E POTENCIAL DE AÇÃO

POTENCIAL DE MEMBRANA E POTENCIAL DE AÇÃO POTENCIAL DE MEMBRANA E POTENCIAL DE AÇÃO AULA 3 DISCIPLINA: FISIOLOGIA I PROFESSOR RESPONSÁVEL: FLÁVIA SANTOS Potencial de membrana Separação de cargas opostas ao longo da membrana plasmática celular

Leia mais

Transporte através de membranas celulares. Tipos de transporte. Exemplos. Importância fisiológica

Transporte através de membranas celulares. Tipos de transporte. Exemplos. Importância fisiológica Transporte através de membranas celulares Tipos de transporte Exemplos Importância fisiológica Transporte através de membranas celulares (32 D) (44 D) Bicamada lipídica é permeável a gases e moléculas

Leia mais