TRIBUTÁRIO EM FOCO #edição 7
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- Fátima Figueiroa Farinha
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1 TRIBUTÁRIO EM FOCO #edição 7 Junho de 2012 NOVIDADES NA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA IOF - REDUÇÃO DE ALÍQUOTA - PESSOA FÍSICA - DECRETO Nº 7.726, DE 22 DE MAIO DE 2012 IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO - REDUÇÃO - BENS DE CAPITAL - RESOLUÇÃO DA CÂMARA DE COMÉRCIO EXTERIOR Nº 37, DE 11 DE JUNHO DE 2012 IOF - REDUÇÃO DO PRAZO MÉDIO MÍNIMO PARA CONTRATAÇÃO DE EMPRÉSTIMO EXTERNO - DECRETO Nº 7.751, DE 13 DE JUNHO DE CONTROLE FISCAL CONTÁBIL DE TRANSIÇÃO (FCONT) - LUCRO REAL E REGIME TRIBUTÁRIO DE TRANSIÇÃO (RTT) - PRAZO DE ENTREGA - ALTERAÇÃO - INSTRUÇÃO NORMATIVA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL Nº 1.272, DE 4 DE JUNHO DE 2012 ISS - NOVO REGULAMENTO DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO - DECRETO MUNICIPAL Nº , DE 17 DE MAIO DE 2012 DECISÃO JUDICIAL IMPOSTO DE RENDA - CONVENÇÕES CONTRA BITRIBUTAÇÃO - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA DECISÕES ADMINISTRATIVAS PIS E COFINS - PARTES E PEÇAS - DESPESAS COM AQUISIÇÃO E REPOSIÇÃO - SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 41, DE 22 DE MAIO DE 2012 PIS E COFINS - SEGURADORAS - RESERVA TÉCNICA - SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 91, DE 2 DE ABRIL DE 2012 Advogados Responsáveis: ROBERTO GRECO DE SOUZA FERREIRA roberto.greco@cgbm.com.br GRAZIELE PEREIRA
2 GUILHERME SELLITTI RANGEL OTÁVIO SASSO CARDOZO NOVIDADE NA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA IOF - REDUÇÃO DE ALÍQUOTA - PESSOA FÍSICA - DECRETO Nº 7.726, DE 22 DE MAIO DE 2012 O Decreto nº 7.726, de 22 de maio de 2012, alterou o Regulamento do IOF para reduzir a alíquota do imposto incidente sobre empréstimos e outras operações de crédito realizadas por pessoa física, de 0,0068% para 0,0041%, com efeitos a partir de 23 de maio Além disso, foi reduzida a zero a alíquota do IOF incidente sobre operações de crédito realizadas por instituição financeira pública federal em que sejam tomadores de recursos pessoas físicas com renda mensal de até 10 (dez) salários mínimos, desde que os valores das operações sejam direcionados exclusivamente para adquirir bens e serviços de tecnologia assistiva destinados a pessoas com deficiência. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO - REDUÇÃO - BENS DE CAPITAL - RESOLUÇÃO DA CÂMARA DE COMÉRCIO EXTERIOR Nº 37, DE 11 DE JUNHO DE 2012 O governo reduziu o Imposto de Importação (II) de bens de capital e de bens de informática e telecomunicações até A Câmara de Comércio Exterior (Camex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior alterou para 2%, até 31 de dezembro de 2013, as alíquotas ad valorem do Imposto de Importação incidentes sobre a importação de bens de capital, na condição de ex-tarifários sem produção nacional. O regime de ex-tarifário é um mecanismo de estímulo aos investimentos produtivos no País por meio da redução temporária do II sobre a importação de bens de capital, informática e telecomunicação que não são produzidos no Brasil. O objetivo é incentivar a inovação tecnológica e os investimentos para o abastecimento do mercado interno. IOF - REDUÇÃO DO PRAZO MÉDIO MÍNIMO PARA CONTRATAÇÃO DE EMPRÉSTIMO EXTERNO - DECRETO Nº 7.751, DE 13 DE JUNHO DE 2012 O Decreto nº 7.751, de 13 de junho de 2012, alterou o artigo 15-A, inciso XXII, do Decreto nº 6.306/ Regulamento do IOF, reduzindo para 720 (setecentos e vinte) dias o prazo médio mínimo de contratação de empréstimo externo que implique em ingresso de recursos no País, cujas liquidações de operações de câmbio são tributadas pelo IOF à alíquota de 6%, com efeitos em relação às operações contratadas a partir de 14 de junho de 2012.
3 A redação antiga do artigo 15-A, inciso XXII, do Decreto nº 6.306/2007 estipulava prazo médio mínimo de até (um mil e oitocentos) para as operações contratadas a partir de 12 de março de CONTROLE FISCAL CONTÁBIL DE TRANSIÇÃO (FCONT) - LUCRO REAL E REGIME TRIBUTÁRIO DE TRANSIÇÃO (RTT) - PRAZO DE ENTREGA - ALTERAÇÃO - INSTRUÇÃO NORMATIVA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL Nº 1.272, DE 4 DE JUNHO DE 2012 Por meio da Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil nº 1.272, de 4 de junho de 2012, foi alterada a Instrução Normativa RFB nº 967, de 15 de outubro de 2009, que trata do Programa Validador e Assinador da Entrada de Dados para o Controle Fiscal Contábil de Transição (FCont). O FCont é a escrituração das contas patrimoniais e de resultado das empresas no Regime Tributário de Transição - RTT, que trata dos ajustes tributários decorrentes dos novos métodos e critérios contábeis introduzidos pela Lei nº , de 28 de dezembro de A Instrução Normativa RFB nº 1.272/2012 trouxe algumas alterações relativas ao prazo de entrega do FCont, através do Sistema Público de Escrituração Digital - SPED, quais sejam: transmissão até o último dia útil do mês de junho do ano seguinte ao ano-calendário a que se refira a escrituração, independente do prazo de entrega da DIPJ para o ano de referência; nos casos de extinção, cisão parcial, cisão total, fusão ou incorporação, o FCont deverá ser entregue até o último dia útil do mês subsequente ao do evento; para os casos de cisão, cisão parcial, fusão, incorporação ou extinção ocorridos em 2011, depois do mês de outubro de 2011, e em 2012, até o mês de maio de 2012, a apresentação do FCont deverá ocorrer até o último dia útil do mês de junho de 2012; a obrigatoriedade de entrega do FCont não se aplica à incorporadora, nos casos em que as pessoas jurídicas, incorporadora e incorporada, estejam sob o mesmo controle societário desde o ano-calendário anterior ao do evento; para a apresentação do FCont é obrigatória a assinatura digital mediante utilização de certificado digital. Além disso, a referida Instrução Normativa garante a possibilidade de retificação do FCont transmitido referente a determinado ano-calendário até a transmissão do FCont referente ao ano-calendário posterior. ISS - NOVO REGULAMENTO DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO - DECRETO MUNICIPAL Nº , DE 17 DE MAIO DE 2012 Foi aprovado, na forma do Anexo Único do Decreto nº , de 17 de maio de 2012, o novo Regulamento do ISS do Município de São Paulo. Destacamos algumas das várias alterações presentes nos seus 173 artigos. O Decreto nº /2012 reproduziu o previsto na Lei nº , de 8 de julho de 2011, e determinou a aplicação da alíquota de 2% na prestação de determinados serviços, dentre os quais o de administração de fundos quaisquer, de cartão de crédito
4 ou débito e de carteira de clientes. As alíquotas aplicáveis para os diferentes serviços foram mantidas em 2%, 3% e 5%. Algumas atividades tiveram a alíquota reduzida, de 5% para 2%, como serviços de instituições financeiras e registros públicos. Outra alteração para os tomadores de serviços localizados no Município de São Paulo é a obrigação de reter e recolher o ISS de alguns serviços executados por prestadores também estabelecidos no Município. Esta obrigação se estende para os tomadores de serviços relacionados à: informática e programação; restauração e recondicionamento de objetos; assessoria e consultoria, inclusive econômica ou financeira; pesquisa e análise de informações; propaganda e publicidade; e auditoria. A Nota Fiscal Paulistana, anteriormente disciplinada apenas em Portarias Municipais, passou a ser regulamentada pelo Decreto nº /2012. O Regulamento prevê, ainda, o bloqueio da emissão de Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e) das empresas que estiverem inadimplentes em relação ao recolhimento do ISS no Município de São Paulo. Importante destacar que existem consistentes argumentos jurídicos para discussão judicial, relativamente a tal impedimento, na medida em que viola a liberdade empresarial e configura coerção ilegal para pagamento dos débitos fiscais. O novo Regulamento do ISS entrou em vigor em 18 de maio de DECISÃO JUDICIAL IMPOSTO DE RENDA - CONVENÇÕES CONTRA BITRIBUTAÇÃO - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA No último dia 17 de maio, a Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que a Fazenda Nacional não pode exigir retenção de Imposto de Renda na Fonte (IRRF) em caso de serviços prestados a cliente nacional por empresa estrangeira não estabelecida no Brasil. Segundo o Acórdão proferido nos autos do Recurso Especial nº , os acordos internacionais contra bitributação são especiais e devem prevalecer em relação à lei que trata do Imposto de Renda (IR). No caso analisado, os rendimentos em questão decorrem do pagamento feito por empresa nacional à empresa estrangeira relativamente a contratos de prestação de assistência técnica e de serviços técnicos sem transferência de tecnologia. Por sua vez, as Convenções Brasil-Canadá e Brasil-Alemanha, firmadas para evitar a bitributação, estabelecem a exclusão da incidência do IR sobre os aludidos rendimentos. Nesse contexto, a Fazenda Nacional argumentava que o montante pago pela empresa
5 nacional não poderia ser classificado como lucro da empresa estrangeira, já que esse lucro só seria conhecido ao final do exercício e, portanto, o pagamento realizado seria apenas remessa de receita. A Fazenda Nacional também sustentou que "o art. 7º da Lei n.º estabelece a tributação dos rendimentos decorrentes da prestação de serviço, quando esses valores sejam pagos a pessoas residentes ou domiciliadas no exterior. Em razão desse dispositivo, incide o imposto de renda na fonte, à razão de 25% dos valores pagos, creditados, entregados, empregados ou remetidos ao exterior". No entanto, o Ministro Relator Castro Meira entendeu que o termo "lucro da empresa estrangeira" contido nas Convenções em análise "não se limita ao "lucro real", do contrário, não haveria materialidade possível sobre a qual incidir o dispositivo, porque todo e qualquer pagamento ou remuneração remetido ao estrangeiro está - e estará sempre - sujeito a adições e subtrações ao longo do exercício financeiro". O Relator afirmou que "a tributação do rendimento somente no estado de destino permite que lá sejam realizados os ajustes necessários à apuração do lucro efetivamente tributável. Caso se admita a retenção antecipada - e, portanto, definitiva - do tributo na fonte pagadora, como pretende a fazenda nacional, serão inviáveis os referidos ajustes, afastando-se a possibilidade de compensação se apurado lucro real negativo no final do exercício financeiro". A conclusão da decisão do STJ é de que as Convenções Brasil-Alemanha e Brasil- Canadá devem prevalecer sobre a regra inserta no artigo 7º da Lei nº 9.779/1999, já que a norma internacional é especial e se aplica, exclusivamente, para evitar a bitributação entre o Brasil e os dois outros países signatários. Às demais relações jurídicas não abarcadas pelas Convenções, aplica-se, integralmente e sem ressalvas, a norma interna, que determina a tributação pela fonte pagadora a ser realizada no Brasil. DECISÕES ADMINISTRATIVAS PIS E COFINS - PARTES E PEÇAS - DESPESAS COM AQUISIÇÃO E REPOSIÇÃO - SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 41, DE 22 DE MAIO DE 2012 A Receita Federa do Brasil, por meio da Solução de Consulta nº 41, de 22 de maio de 2012, determinou que as despesas efetuadas com aquisição de partes e peças de reposição, utilizadas em máquinas e equipamentos que sofram desgastes, danos ou perda de propriedades físicas ou químicas em função da ação direta sobre o produto em fabricação, geram créditos da sistemática não cumulativa do PIS e da COFINS, desde que tais partes e peças não integrem o ativo imobilizado da empresa. A Solução de Consulta definiu, ainda, que as despesas com armazenagem de produto destinado à exportação somente geram crédito da sistemática não cumulativa quando o ônus for suportado pelo exportador e forem atendidas as demais exigências da legislação. Ressaltamos que as soluções de consulta da Receita Federal do Brasil vinculam o contribuinte que fez a consulta e orientam os demais contribuintes a respeito do entendimento da RFB sobre determinada matéria. PIS E COFINS - SEGURADORAS - RESERVA TÉCNICA - SOLUÇÃO DE
6 CONSULTA Nº 91, DE 2 DE ABRIL DE 2012 A Solução de Consulta nº 91, de 02 de abril de 2012, consignou que o faturamento corresponde ao resultado econômico das operações empresariais típicas e constitui a base de cálculo do PIS e da COFINS apurada em regime cumulativo. Diante das peculiaridades e implicações da atuação das instituições financeiras e equiparadas, dentre as quais se encontram as Sociedades Seguradoras, há disposições legais que estabelecem atividades empresariais a serem por elas exercidas de forma compulsória. O Decreto-Lei nº 73/1966 determina que as Sociedades Seguradoras devem compulsoriamente constituir "reservas técnicas, fundos especiais e provisões", "além das reservas e fundos determinados em leis especiais", "para garantia de todas as suas obrigações". Segundo a Solução de Consulta, "a efetivação dos investimentos legalmente compulsórios e a cotidiana administração da alocação desses recursos dentre as opções de aplicação expressamente relacionadas pela legislação, as quais envolvem de certificados de direitos creditórios do agronegócio a títulos de emissão do Tesouro Nacional; de ações e debêntures a letras hipotecárias. A efetivação e a administração dos referidos investimentos, para garantia das obrigações assumidas, seriam operações empresariais compulsórias, integradas ao negócio das sociedades seguradoras, constituindo, assim, atividade inserida em seu objeto social. Isto é, tal atividade compõe parcela legalmente tipificada do objeto social dessas sociedades, tratando-se, assim, de receitas brutas típicas do negócio as receitas resultantes de seu exercício." A conclusão da Solução de Consulta é de que as receitas, financeiras ou não, decorrentes dessa atividade empresarial compulsória compõem a base de cálculo do PIS e da COFINS das Sociedades Seguradoras. Assim, conforme interpretação da Receita Federal, as receitas decorrentes de "variações cambiais", quando relacionados a investimentos legalmente compulsórios, integram a base de cálculo do PIS e da COFINS de Sociedade Seguradora. Por outro lado, caso as receitas financeiras não decorram de investimento compulsório da Sociedade Seguradora, não integram o seu faturamento e, assim, não sofrem a incidência das contribuições. Além disso, a Receita Federal definiu que: os prêmios de seguros constituem receita bruta de uma empresa de seguros, pois decorrem do exercício de seu objeto social. Por isso, compõem a base de cálculo do PIS e da COFINS. as importâncias recebidas pela venda de salvados ou pela "parte das indenizações pagas aos segurados mediante a cobrança das demais seguradoras (ou resseguradoras) em relação à parcela do co-seguro ou resseguro realizado" são deduções de um valor a deduzir/excluir (i.e: o valor total das indenizações de sinistros efetivamente pagas) da base de cálculo do PIS e da COFINS. Oportuno lembrar que o Supremo Tribunal Federal (STF) definiu que o PIS e a COFINS incidem sobre as receitas resultantes da venda de mercadorias e serviços, razão pela qual as Instituições Financeiras e Sociedades Seguradoras defendem que não teriam obrigação de pagar as contribuições, sob o fundamento de que não vendem serviços
7 ou bens. No Recurso Extraordinário nº , em que uma Sociedade Seguradora discute a exigibilidade das contribuições, o Ministro Relator Cezar Peluso votou no sentido de que são tributáveis as receitas geradas pelas atividades principais. E, portanto, haveria o recolhimento do PIS e da COFINS sobre o resultado das vendas de prêmios de seguros. Após vista do Ministro Marco Aurélio, os autos foram devolvidos em 5 de maio de 2012 para julgamento. Desse modo, muito embora a Receita Federal tenha firmado sua posição quanto à incidência do PIS e da COFINS relativamente às receitas auferidas pelas Sociedades Seguradoras, a questão está pendente de análise pelo Supremo Tribunal Federal. Este informativo foi elaborado exclusivamente para nossos clientes e apresenta informações resumidas, não representando opinião legal. Dúvidas e esclarecimentos específicos sobre tais informações deverão ser dirigidas ao nosso escritório.
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