FONTES DO DIREITO DIREITO DO TRABALHO FONTES FORMAIS DO DIREITO DO TRABALHO FONTES FORMAIS DO DIREITO DO TRABALHO 2

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1 FONTES DO DIREITO Fontes materiais referem-se aos fatores sociais, econômicos, políticos, filosóficos e históricos que deram origem ao Direito, DIREITO DO TRABALHO influenciando na criação das normas jurídicas; Fontes formais referem-se às formas de manifestação do FONTES DO DIREITO DO TRABALHO Aula 02 Direito no sistema jurídico, pertinentes, assim, à exteriorização das normas jurídicas; PLT p. 13 FONTES FORMAIS DO DIREITO DO TRABALHO Constituição Federal de 1988 capítulo II (dos direitos sociais) e título II (dos direitos e garantias fundamentais; Leis a CLT Consolidação das Leis do Trabalho (decreto-lei nº , de 1º. de maio de 1943), além de várias leis esparsas versando sobre temas específicos do Direito do Trabalho; Atos do Poder Executivo regulamentos presidenciais (decretos), disposições originadas do Ministério do Trabalho e Emprego como as Normas Regulamentadoras (NRs); Sentença normativa decisão proferida no dissídio coletivo, pondo fim ao conflito e estabelecendo normas e condições de trabalho; FONTES FORMAIS DO DIREITO DO TRABALHO 2 Jurisprudência a reiterada interpretação conferida pelos tribunais às normas jurídicas, a partir dos casos concretos colocados a seu exame jurisdicional. Súmulas vinculantes do Supremo Tribunal Federal (STF); Sentença arbitral é forma de solução de conflitos por meio de um terceiro (árbitro), que decidirá o litígio; Convenções e acordos coletivos a convenção coletiva põe fim a conflitos coletivos envolvendo a categoria profissional e a categoria econômica, em princípio é firmada pelos respectivos sindicatos de trabalhadores e empregadores. O acordo coletivo é o instrumento normativo negociado firmado entre o sindicato da categoria profissional e uma ou mais empresas; 1

2 FONTES FORMAIS DO DIREITO DO TRABALHO 3 INTERPRETAÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO Usos e costumes são considerados fontes formais, envolvendo condutas reiteradamente praticadas e observadas pelo grupo social ou comunidade, que as consideram juridicamente obrigatórias. Exemplo: a conduta habitual do empregador, que seja mais benéfica, passa a ser obrigatória (art. 468 CLT); Regulamento da empresa passam a integrar os contratos de trabalho de cada empregado, devendo observar os preceitos mínimos presentes na legislação trabalhista; Contrato de trabalho estipula uma série de direitos e deveres às partes que figuram na relação de emprego; Princípios jurídicos gerais e específicos. A interpretação da norma jurídica significa a obtenção de seu verdadeiro sentido e alcance. Hermenêutica é a ciência do Direito que versa sobre o conjunto de teorias, princípios e meios de interpretação das normas jurídicas. No Direito do Trabalho os critérios de interpretação devem ser utilizados em conjunto, para que se possa verificar o verdadeiro significado, conteúdo e extensão da norma jurídica. INTEGRAÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO A integração no Direito do Trabalho tem a finalidade de suprir as lacunas da lei, ou seja, resolver o problema da ausência de norma jurídica específica regulando determinada situação. A integração concretiza o princípio da completude do ordenamento jurídico. Conforme a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, art. 4º, quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do Direito. INTEGRAÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO - 2 O art. 8º da CLT estabelece que na falta de disposições legais ou contratuais, as autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho devem decidir, conforme o caso: Pela jurisprudência; Por analogia; Por equidade; Outros princípios e normas gerais do direito; E ainda, com os usos e costumes; Direito Comparado. 2

3 INTEGRAÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO - 3 O parágrafo único do art. 8º da CLT estabelece que o Direito comum será fonte subsidiária do Direito do Trabalho, naquilo em que não for incompatível com os princípios fundamentais deste. A analogia é o principal método de integração do ordenamento jurídico, significando a aplicação de certa norma jurídica para situação de fato sem tratamento específico, mas semelhante à relação regulada pela disposição normativa. Eficácia no Tempo e no Espaço das Normas de Direito do Trabalho PLT, p. 27 Eficácia da norma no tempo A LINDB (art. 1º) estabelece que, salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 45 dias depois de ser publicada; As convenções e acordos coletivos de trabalho, estabelecem entrada em vigor três dias após a data da sua entrega no órgão competente do Ministério do Trabalho e Emprego, não sendo sua duração superior a dois anos. Eficácia da norma no tempo - 2 A eficácia da norma jurídica no tempo indica a sua produção de efeitos, ou seja, o período em que incide sobre as relações jurídicas; A teoria do efeito imediato da norma jurídica é a que apresenta maior adequação, inclusive para o Direito do Trabalho. A nova disposição normativa tem aplicação imediata, ou seja, incide sobre a relação de emprego em curso, regulando apenas os fatos ocorridos daí para frente, sem atingir eventos anteriores. 3

4 Eficácia da norma no espaço Aplica-se a lei do local da execução do contrato de trabalho para a solução de conflitos de normas no espaço; Súmula 207 do TST (atualmente cancelada) a relação jurídica trabalhista é regida pelas leis vigentes no país da prestação de serviço e não por aquelas do local da contratação; O art. 651 da CLT dispõe: A competência das Varas do Trabalho é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. Eficácia da norma no espaço - 2 Mas há controvérsias, eis que a Lei 7.064/82 estipula que o trabalhador contratado no Brasil ou transferido do Brasil para trabalhar no exterior, aplica-se a lei brasileira, a menos que a lei do outro país seja mais favorável ao trabalhador. Código de Bustamante a relação de emprego é regida pela lei do local da prestação do serviço. Princípios Gerais de Direito Princípios de Direito do Trabalho PLT, p. 33 São verdades que dão sustentação ao sistema jurídico como um todo, ou seja, enunciações normativas de valor genérico, que condicionam e orientam a compreensão do ordenamento jurídico, quer para a sua aplicação e integração, quer para elaboração de novas normas. 4

5 FUNÇÕES DOS PRINCÍPIOS Integração do ordenamento jurídico; Interpretação orientando o juiz e o aplicador das normas jurídicas quanto ao real sentido e alcance destas; Inspiração ao legislador, em sua atividade de elaboração de novas disposições normativas. Princípio protetor O princípio protetor engloba três vertentes: - In dubio pro operario; -Aplicação da norma mais favorável; - Condição mais benéfica. Princípio protetor O polo mais fraco da relação jurídica de emprego merece um tratamento jurídico superior, por meio de medidas protetoras, para que se alcance a efetiva igualdade substancial, ou seja, promovendo-se o equilíbrio que falta na relação de trabalho. Os seus titulares normalmente se apresentam em posições socioeconômicas desiguais. Princípio protetor O parâmetro para se verificar a norma mais favorável não deve ser o trabalhador considerado individualmente, mas sim a coletividade interessada (categoria). Por meio do princípio da condição mais benéfica, assegurase ao empregado a manutenção, durante o contrato de trabalho, de direitos mais vantajosos, de forma que as vantagens adquiridas não podem ser retiradas nem modificadas para pior. 5

6 Princípio da Irrenunciabilidade Significa não se admitir (em tese), que o empregado renuncie, ou seja, abra mão dos direitos assegurados pelo sistema jurídico trabalhista; Exemplo: não são válidas estipulações, no contrato individual de trabalho, de salário inferior ao mínimo legal, ainda que o empregado concorde. Princípio da Primazia da Realidade Indica que na relação de emprego, deve prevalecer a efetiva realidade dos fatos, e não eventual forma construída em desacordo com a verdade. Deve prevalecer a verdade real! Princípio da Continuidade da Relação de Emprego Tem o objetivo de preservar o contrato de trabalho, fazendo com que se presuma ser a prazo indeterminado e se permita a contratação a prazo certo apenas como exceção. Tal princípio inspira diversas disposições: proteção da relação de emprego, estabilidades, aviso prévio, sucessão trabalhista, etc. Outros Princípios Aplicáveis Princípio da boa-fé, princípio da razoabilidade e vedação de discriminação, também fazem parte dos princípios que norteiam as relações de emprego. Quanto a discriminação esta pode ser: -Direta: quando há conduta expressa de preconceito quanto à condição da pessoa (exemplo: religião, orientação sexual, etc); -Indireta: quando não verificada de forma explícita, mas sim velada, podendo ser constatada por indícios e estatísticas (exemplo: admissões, promoções de pessoas de certos grupos, etc.). -Institucional: quando a discriminação atinge a própria organização da empresa, encontrando-se inserida na forma de sua organização e administração. 6

7 AÇÕES AFIRMATIVAS Não são consideradas ilícitas as medidas de discriminação positiva ; Previsão de quotas em favor de admissão de pessoas portadoras de deficiência ou reabilitadas (art. 93 da Lei 8.213/91); Ou reserva de vagas em concurso público às pessoas portadoras de deficiência (art. 37, inciso VIII, da CF/88); Fonte: GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Manual de direito do trabalho. 7 ed. Rio de Janeiro: Forense, (PLT 830) 7