MUDANÇA DE VENTO: REDISTRIBUIÇÃO DAS FUNÇÕES NO ESPAÇO DE UMA COMUNIDADE PESQUEIRA LUCENA - PARAIBA

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1 MUDANÇA DE VENTO: REDSTRBUÇÃO DAS FUNÇÕES NO ESPAÇO DE UMA COMUNDADE PESQUERA LUCENA - PARABA ANA GLORA CORN!:LO MADRUGA Orientador : Profa. Ora. ROSA ESTER ROSSN Dluertaçlo de Meatrado apre. 1entad -~ -~º Departamento de Geografia da Faculdade de Fiio. eofla, Letra e Cl6nclae Humanae da Unlvel'lldade de Slo Paulo. S Ã O P A U L C.AT '

2 A Hoacyr pela companhia na incansável viagem em busca do conhecimento e do amor

3 AGRADECMENTOS - A Rosa pela presença e participação nos mo m e.n t o s em q u e f o i s o 1 i c i t a d a. Aos colegas e amigos que trabalharam estimularam essa produção' suavizando tempo com a perspectiva da 1 iberdade. e o - A. Sandra, Zi Antonio, Ana Harangoni Sevã e Hyrna.

4 1 N D l C. E PÃG 1. t NTRODUÇÃO 2. - O DESENVOLVJMENTO DA ATtVDADE PESQUERA EM LUCE- NA.. e ' e A Atividade Pesqueira em Lucena A Situação do Pescador e~ Luce~a. em face da reorganização do espaço Condições d~ OcupaÇão do Litoral em Lucena O CRESCMENTO DA POPULAÇÃO DE LUCENA, EM FACE "DA EXPANSÃO DA PRODUÇÃO DA CANA-DE-AÇOCAR A Organlz~ção do Espaço. segundo a Divisão d o T r a 6.a 1 fio..... \ A R'eo rgan 1 zação no uso do solo, no campo e. na cidade, e o nfvel de consumo da Popula - ção ~. - AS OPÇnEs PARA o MERCADO DE TRARALHO O f'btencta.1 Estuarlno e Possibilidades de Expansão do Espaço Ribeirinho A Situação do Mercado de Tra~albo em Lucena As Convtcçõ~s ldeo.15glco-po1ttlcas spb~e a Pesca e suas tmpllcações no~ discursos s. - COHSl~ERAÇnEs FNAS B 1 B L 1 O G RA F 1 A ~

5 FOTOS: MOACYR MADRUGA Janeiro de 1979 Lucena - ParaTba. Pág. F:OTO. 1 (Jangada de B6~a) 1 1 FOTO 2 (Arrasto) 13 FOTO 3 (Casa de c veranista) 62 FOTO 4 (Coberta de uma casa) 70 FOTO 5 (Casas pr6ximas a Lagoa) 72 FOTO 6 (nterior de uma caiçara) 73 FOTO 7 (Lucena Antiga e Banco) 81 FOTO 8 (Bar e Restaurante) 83

6 Pág. FOTO 9 oe.cascador de coco) 98 FOTO 10 (Catando peixe) 109 FOTO 11 (Jangada de pau) MAPAS MAPA 1 - Posiçio do territ5rio paraibano face as an - tigas Capitanias hereditárias. 35 MAPA 2 - Fluxos do Brasil com o exterior o MAPA 3 - Distribuiçio geográfica da Capitania de PeL Mambuco e suas ~nax~s em MAPA 4 - Distribuiçio dos Sítios em Lucena, ano MAPA 5 - Plano para a expansao urbana de Lucena em MAPA 6 - Limites do núcleo urbano em Lucena MAPA 7 - Ocupaçio do Município de Lucena em

7 KAPA 8 - Ocupação do Município de Lucena em QUADROS - Participação de pescadores no 1 Encontro Nacional de Pastora) de Pescadores Distribuição das atividades em Lucena Evolução da propriedade das terras de 1960 a 1980 no Es~ado da Para.íba, inicroregião do 1 itora1 e Municí pios de Lucena e Sarita Rita, segundo a condição dos estabelecimentos Evolução dos grupos de irea total de 1960 a 1980 no Estado da Paraíba, na micr~região do 1 itoral e nos munlctpios de Lucena e Santa Rita~ 77 - Distribuição das atividades por Setor em Lucena Demonst.rativo da produção de ilcool em Usina e Desti lar ias que contribuem com caldas para -0 estuirio do Rio ParaTba Empregos na COPESBRA Situação da população por sexo e domictlio em Lucena e munictpios limttrofes

8 1 M T R O D U Ç Ã O Nossa investigação sobre as condições de reprodu - 9ão do pescador procede a partir da constatação de que, como traba lhador, ele contribui para a reprodução do capital e de que com a venda da sua força de trabalho e a produção doméstica de valores - de uso ele influi na composição dos custos de sua própria reprodução. Com a necessidade de aumento na produtividade na atividade pesqueira desenvolveram-se novos padrões e condições de reprodução do pescador. No discurso da pesquisa, encontramos sérias difi - culdades na coleta de nformações estaitsticas sobre o tema. Dep~ ramo-nos, também, com muito pouca bibliografia. Sobre o pescador e as comunidades pesqueiras em geral, ou mesmo ~specificamente. Essa ausência de pesquisas ou obras publicadas sobre o tema nos levou a avaliar, e deixar documentados, as condições de existêncía de pe~ cadores arte~an~is, a partir da investigação das tranfbrmações re centemente ocorridas no municícipio de Lucena (que abriga uma comu. 1 nldade pesquiera) envolvendo a produção agrtcola. Preten (1) Diante da falta de estatísticas que possibilitasse uma investi gação medi~da e diante da inexistência de bibliografia que co~ plementasse essa investigação, optamos por desenvolver técnicas de observação participante, que implicam um contato sistem~tico e direto do pesquisador com o objeto de estudo por um certo te~ po. Ao mesmo tempo, procuramos realizar uma abordagem que possl blitasse estudar uma organização espacial através da considera ção das atividades econômicas locais e suas articulações com o restido território.

9 2 demos utilizar a categoria de forma~o econômica, social e esp2_ cial proposta por Milton San.to~, e.orno teoria e como método. para e n t e n d e r a o r i g em e a e v o 1 u ç ão ºª-s f o r ma s q u e a s s u me m a s g_ens, em determinados mom~hl..tqs... Com essa proposta entendemos ser possrvel a com preensao da paisagem como resultante da produção da sociedade.des sa forma, podemos colocar em evidência não. só as transformaçõesqte ocorrem ao nfvel da paisagem, mas também os movimentos que aconte cem e envolvem toda a população num lugar determ~~ado. Na sua trajetória enquanto ciência, a Geografia manteve sempre uma preocupação com as formas surgidas a partir da superfície terrestre. Para percorrer esse trajeto, aproximou - se de outr~s ciências, e essa interdisciplinaridade acarretou a ado çao de diferentes métodos, definidores do modo como seriam trata dos os dados obtidos sobre a realidade estudada. à medida que os métodos contri&ufram para desvendar ou ocultar as realidades estu dadas, surgiram cada vez mais controvérsias acerca dos mesmos, fa to este que propiciou um avanço contfnuo, na procura de um discu~ soque fosse mais universal, no sentido da representação real das paisagens 1 O que fica evidente de todo esse questionamento é que o real não é composto apenas de fatos neutros, mas contém também um compromisso por parte daquele que pesquisa, em relação ao obj~ to estudado. (1') As tentativas de união do tempo com o espaço na Geografia fi zeram com que a ciência geogrifica não. contivesse fronteiras: ConseqUentemente, a paisagem estudada a partir de sua evol~ ção social e econômica passou a ser reconhecida como um obj~ to de estudo plenam~nte v~lido da Geografia.

10 Tempo e espaço reunidos na Geografia fizeram 3 com que essa ciência não se ocupasse exclusivamente de temas que lhes eram espectficos, mas que bordasse uma tem~tica que era, em gra~ de parte, comum a outras ciincias. Uma vez que o nosso campo de pesquisa reproduz as contradições sociais da nossa ~ciédade, propomos realizar o nos so trabalho, dando atenção a ambos os fatores: espaço e tempo.te~ po este, em movimento constante, fazendo também a história atua 1. Dessa maneira, ao estudarmos as transformações e os rumos da comunidade pesqueira em Lucena, p~ocuramos colocar a situação espacial, de maneir~ que não só fiquem evidentes as fel ções atuais do nosso objeto de estudo, mas também que as ~uas for mas antecedentes sejam considerada~ como indispensiveis, para uma melhor compreensão do contexto sócio-espacial. Com esse tipo de a&ordagem, pretendemos aplicar a metodologia que elege a categoria de formaç~o econômica, social e espacial, como teoria e método para o entendimento das mutações que ocorrem nas paisagens. O objetivo de nosso trab.alho é o de estudar a p~ pulação da comunid~de pesqueira de Lucena, vista sob tris aspe~ tos: o do caráter da ocupação e povoamento do litoral,gerador das condições de ocupação atual da Praia de LuceAa e da evolução principal atividade 'desenvotvida pela população, a atividade da pe~ queira; o do deslocamentoda população em Lucena, ante a reorganiz_!

11 çao efetuada no uso do solo rural e urbano do municfpio; e o.4 as pecto do quadro regional, no que djz respeito ao mercado de traba lho para essa população. O nosso ponto de partida é a forma de re produção da população que hoje haóita parte dos primeiros espaç~s.conquistados no litoral do Nordeste, bem como o seu comportamento em face dos avanços produzidos pelo desenvolvimento econsmico avanços estes que se manifestam, concretamente, na forma de org~ nização d~ sociedade no seu territ5rio. O entendimento da transformação da paisagem foi ciado pela análise da evolução da propriedade da terra, no ini lito ral da ParaTba. Com tal.procedimento, pretendemos conhecer as con dições de desenvolvimento da atividade pesqueira, dimensionando assim a relação existente entre as formas de ocupaçio do espaço e sua transformação atravis da reprodução da população. Trilhamos uma 1 inha de investigaçio que.nos fez remontar à época em que Lucena destinava parte de sua atividade à produção canavieira - possuindo um engenho no povoado de Bonsuces so ~e i produção do coco e à pesca artesanal. Mesmo ~p5s a fase da produção can~vieira que conduz a concentração de terras, a con centração das propriedades continuou a evoluir, dando origem às~ bordinação de todos os moradores não proprietários, estando entre estes os agricultores, os tiradores de coco e, em maior numero, os pescadores. A atividade pesqueira artesanal predominante em Lucena apresentou sempre uma produção que prfvilegia o autoconsumo do pescador e, ao mesmo tempo, permite a sua reprodução, medi ante o consumo de outros produtos. ~medida que o crescimento do

12 mercado consumidor urbano tornou-se o parâmetro de avaliação montante necessãrio de pescado a ser produzido, a atividade 5 do arte sanal passou a ser questionada, quanto à viabilidade de sua baixa produção, quando comparada com as possibilidades de produção de correntes da modernização das e~bar~aç5es. Modernização essa, in viivel para a maioria dos pescadores, devido is exigincias pecu - liares aos financia~entos bancirios~ _ bem como ao estigio "de ~ual! ficaçio d~ mio-de-obra local. A introdução das nov~s ticnicas foi feita pelo E~ tado, mediante projetos geridos pela EMATER, e os primeiros sint~ mas. das transformaç5es ~emontam ao início da dicada de 1970, qua~ do a Capitania dos Portos restringiu a área de ocupação dos pese~ dores, situada em terrenos que pertenciam ao domínio da União. Esta medida da Capit~nia dos Portos, em relação à propri~dade de seus domtnios, beneficiou apenas os proprietários de terra, uma vez que desocupou espaços e transferfu, de modo ab~ sivo, os moradores para áreas sem infra-estrutura e menos zadas, não reconhecendo a circunstância de posseiros ~os valori morado ~es pelo usuc~piio. A população atingida pelas determinaç5es da Marinha acabou por fnstalar-se em terrenos onde foi permitida a posse para a construção de uma casa. E essas posses disseminaramse pelas iteas menos valorizadas, do ponto de vista do uso do so lo uróano. Os terrenos at disponrveis para a expansao na tu ral e para imigraç~es, que t~m um papel destaque no crescimento, da população do lugar, estão ainda condicionados à disposição do

13 6 potencial htdrico. rste, por sua vez, s~ apresenta sob formas de lagoas, maceiós e pequenos rios, tudo com um movimento flutuante, de acordo com a estação do ano e com o movimento das marés. Dessa forma, podemos visualizar uma diferenciação espacial na paisagem, que se estratifica socialmente da seguinte forma: por um lado,te~ renos destinados i especul~ção imo~i 1 iiria com fins de lazer para a classe média urliana, durante o veraneio, localizados a beira mar; por outro lado, terrenos insalubres, ~cupados por uma popul~ ção permanente e necess~ria a manutenção da produção local e da produção como um ~odo. A liai.xa.produção da pesca artesanal em Lucena pr~ moveu a necessidade de engajamento nu~a atividade mais segura quanto aos rendimentos, e fez com que muitos pescadores, alegando a baixa produção do pescado, se mudassem para a região Sudeste do pafs conce~trando-s~ na irea do porto dé Santos; que permitia o envolvimento numa atividade portuária e em outros setores de ser viço de mão-de-obra não qualificada. Esse.movimento migratório e~ tabeleceu uma relação entre Lucena e Santos e teve como resultado a assimilâção de novos valores que, somados aos da pqpulação iml grante em iucena representavam uma mudança no contexto dessa com~ munidade; caracteri~ada, por um lado, pela adoção de novos valores e, por outro, por um emjiobrecimento ou permanência do estado latente demiseria. ~medida que podemos avaliar como se deu a evolu ção do setor pesqueiro em Lucena, podemos compreender melhor os momentos da luta travada por uma soctedade em transformação,sujel ta aos impactos do desenvolvi~ento econômico. A presença constan te de intermediiri6s manifesta a dependincia do pescador, frente

14 a agentes na comercialização do pescado, cujo papel é o de 7 expl~ radores do trabalho do pescidor artesanal, que na impossibilidade de armazenar e fazer circular seu produto, submete a sua produ~ão ao "Pombeiro 111 O motivo das dificuldades encontradas pelo. pese~ dor será encontrado, quando averiguarmos o papel do pescado na pródução da sociedade: O destino da produção pesqueira, o mercado a que ela se destina e a importância da produção pesqueira arte sanal, ao ntvel das pr5prias comunidades pesqueiras, da região e do espaço nacional Em Lucena o pescado, alim de constituir a ai imen ' tação básica da população, associado i farinha, ser~e de compl~ mente alimentar para a população que frequenta as feiras de Cabe delo, Santa Rita, Sapé, municfpios estes em que, se excetuarmos ti primeiro, existe uma predomin~ncia da produção extensiva da cana de-açúcar., do aba:caod e do fumo. Esse complemento chega is feiras sob a forma salgada, sendo particularmente apreciado pela popul~ çao de baixa renda, que tem ainda como opção o peixe salgado veniente do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro. 2 pr~ Aceitarmos que nenhum tema i exclusivamente ge~ gráfico, mas que s5 se torna geográfico, de acordo com a forma co mo é tratado, ou seja: com o mitodo utilizado na observação e análise do espaço, fez com que especificássemos os elementos na pr~ pulsores das mudanças ocorridas na organização do espaço, pelos (J} D~nominação regional dada aos atravessadores na comercializa ~ao do pescado. (2) O peixe seco do Sul e Sudeste do país, concorre com o pescado 1~cal, mas constituí um comércio mais formalizado. A localiza ç~o desse tipo de cpmércio na feira é o interior da constru.7 çao Central - o mercado pgbl ice, entendido assim como uma ati vldade prevista. Ao passo que o comércio co~ o peixe sec~ pr~ veniente do 1 itoral da Paraíba não está necessariamente locã llzad~ nessas insealações e quando isso acontece quase sempre se foi repassado a ou-ros comerciantes.

15 deslocamentos da população. SÓ assim, parece-nos possfvel 8 enten der que a viabilização das mudanças no setor pesqueiro em Lucena se efetivou com a interferincia do Estado, que, através EMATER/PESCART, tentou queimar etapas.no desenvolvimento da da téc nica, ao intro~uzir técnicas mais rentiveis que as da pesca arte sanal.

16 O DESENVOLVMENTO DA ATVDADE PESQUERA EH LUCENA A Atividade Pesqueira em Lucena A atividade da pesca em Lucena envolve parte consi derive1 da populaçio. Nio s5 produz a bas~ da alimentaçio cotidia na mas também move uma série de outras atividades que se desenca de iam, a partir da produção do pescado. No entanto, mesmo que, dentro da divisio do traba 16-0 loc~l, a pesca ocupe lugar de destaque quanto ao envolvimento da população com a atfvtdade, a maiorta dos pescadores pertencem ao grupo de tra6.alliadores que empolirecem gradativamente. Considerando-se a co~diçio do pescador e do sftio u r 6_a no d o la g a r, não é m u i to ma 1 e ã v e 1 e p o s s r v e 1 a p a s s a g em d e uma atividade para outra, embora sai&amos que esse empobrecimento gradativo do pescador si~nifica uma força que o impele a uma mu dança na forma de participar no mercado de ~rabalho. Nio é maleã vel a mudança de ativtdade, no sentido d~ que parte do processo de trabalho esti ainda no seu estágio artesanal, quanto~ sua forma de produztr. E assim, a divisio do tra&al~o se inicia nos estra tos etários mais jovens da populaçio e pode aparecer anos antes do ingresso desse efétfvo na atividade como populaçio ativa.em ou tros termos: o aprendizado do of.fcfo faz-se tradicionalmente ne cessirio. Dessa forma, as possibilidades reais p~ra a efetiva~io de uma mudança de atividade, muitas vezes, s5 se torna possfve1

17 redinha, a de Jinha, o curraj e o arrasto. 1 1 A eaçoeira necessita, no máximo, de duas pessoas para a sua prática utilizando como equipamento a jangada a. pano, uma extensa corda.com óõias para flutuação e um conjunto de an zõ~s presos a Jinhas que partem da corda flutuante. DesenvoJve-se. regulada pelo movimento das marés. Na maré vazante, a caçoei ra e armada onde existe uma certa profundidade de água; na maré cheia, s~o pescados os peixes e, quando inicia o novo movimento de. mar e vazante, o pescador vai fazer a despesca, sobretudo de caçoes ( daf o nome caçoeiral e de caçonetes. - FOTO - A Jangada de cortiça,utll iza um tipo de madeira denomin~ da regionalmente de Pau-do-Sul por ter sido durante muito tempo proveniente do Estado de Alagoas. Sua durabi lidade depende da conservação da mesma que precisa perman~ cer seca em terra ficando às vezes na posição da jangada acima, sito é, esquinada. Sua âncora é construída de pe ~ra e madeira 1canto direito da foto) e é denominada F~ teixa. Com o desmatamento no litoral do Nordeste fo.i ft cando cada vez mais difícil encontrar material de repos~ ção para as jangadas de cortiça. Lucena, 1980.

18 12 Tam&im com duas pessoas, i possível par em funcio namento a pesca com a redinha. Prática por ser leve, hoje em i confeccionada com nylon, e o tamanbo das suas malhas permite pesca do camarão, princtpa!mente do camarão branco. Seu corpo d.f a a -e composto de uma pano de rede ( de malbasl atado em duas extremi~ dades a calões, que sao bastões compridos de madeira resistente, servindo como ponto de apoio para o manuseio da rede, no ato da pescaria. A pesca de l inha envolve apenas uma pessoa para a sua execuçio, nio existindo nenhuma periodicidade nessa ati~ldade individual. O curral sempre constituiu uma atividade que necessi ta de um investimento maior, haja visto o equ.ipamento utilizado P.! ra a sua implantação. Conta, hoje em dia, com uma legislação da Capitani~ dos Portos, que proíbe a sua construção em can~l,devido aos perigos que pode causar ã navégação. Utiliza para a no máximo tris pessoas e., apesar de garantir quase sempre despesca algum pescado, tam~im diminui em ngmero e em produção, sendo esta pouco significativa, em relação ao ngmero de tra~albadores necessários à sua prática, mas muito rentável em relaç~o ã capacidade de pr2_ duçio do pescado em uma s5 despesca. A instalação do curral se dá sobre as croas originadas pelo alinhamento de sedimentos que, na sua maioria, fi cam emersos durante a mari vazante. Constitui -se de uma cerca de mourao (estacas de 10 cm de diimetro aproximadamente), cuja fina lidade ia de compor um cerco qüe se fecha numa extremidade, con tendo um la&i rinto que permite a éntrada do peixe na ma ri cheia e a despesca na mari vazante. Por locatizar~se na vizinhança de ca

19 nais de profundid~de, ocorre a captura de animais de porte midio, 1 3 como a cavala, e de cardumes de peixes pequenos como as sardi nhas. Comumente, os currais pertenceram e pertencem aos propriet~ rios de terra, ficando no comando da despesca um mestre de pesca. FOTO 2 - A retirada do arrasto exige um dispêndio gra~de de força tanto ~evido a correnteza da á~ua como devido ao fato de sempre arrastar as algas marinhas depositadas no fundo Lucena, Já o a r r as to e, sem d G v i d a, o t 1 p o d e pesca q u e m~ vimenta diariamente um contingente impresctndfvel -a sua execuçao, - uma vez que utiliza de 8 a 10 pessoas para a produção do pescado, em uma rede. Quase todas são empregadas, porque só uma pessoa - e proprietária do equipamento - o que,contudo, não. dá a obrig~ ção : ao: empregador de pagar um salário fi.xo. Assim, devido a constância e quase sempre incerteza, em relação ao volume do in pe~

20 cada a ser produzido, existe a possf~ilfdade de se trabalhar e 14" não ganhar salário. Basta que não haja a produção do pescado. En tretanto, mesmo que o proprietário do equipamento nao diretamente da atividade com sua força de tra&alho, sua participe condição de proprfetârio lhe dá o direito de, na partilba do pescado,ficar como uma'parte para a canoa outra para a rede e duas para ele, na condição de proprietário do equipamento. Se por acaso ele participar com a sua orientação de mestre da pescaria, também ganhará mais uma parte. Fica assim com 5/11 do produto, ou seja: de 11 partes ele fica com 5 e cada pescador, com uma ~arte. De uma pe~ caria de arrasto, participam 6 ou 8 pescadores incluindo o mes tre~ Se o papel de mestre de uma pescaria não coincidir com a sua condição de proprtetário, mesmo assim o mesmo tem garantida duas partes do pescado: uma como pescador e outra como mestre,aparece~ do assim uma vantagem para a qualificação pr6fissional, que sempre e obtida por meio de cursos e sim da experiincia. nem Vemos assim que a produção, desenvolvendo-se so~ a forma artesanal im~~ le o pescador à exploração, uma vez que o patrão, na figura do proprietário do equipamento, ascende socialmente às custas da evo lução dessa exploração do trabalho do pescador. Observamos que houve uma evolução nessa exploração, pois, ati 1979 mais ou meno~ o proprietário do arrasto tinha garantido d~spartes do produto uma pela rede, uma pela canoa e uma como mestre, caso pescasse.e~ mo um dos tipos de pesca que conseguiu manter-se, caracterizandose como importante produtor do camarão, o arrasto e considerado por alguns como um dos responsáveis pelo escasseamento. gradativo do pescado, considerando-se para isso o arrasto, do ponto de vis ta da sua dimensão, do tamanho das ma.lhas e da capacidade para a produção de um volume ~aior do pescado.

21 15 A campanha,anterior ao arra~to,era o tipo de pe~ ca mais praticado, utl lizando-se duas ca~oas, uma rede com pesos e bóias e de duas a quatro pessoas. Do pqnto de vista técnico, t~ ria menos capacidade de aprisionar o peixe do que o arrasto, uma vez que a rede de campanha, além de ser menor, não toca o.fundo do mar. 11 quando apareceram os primeiros aqui, enquanto o su jeito matava um cesto de peixe na campanha, o sujeito matava três, quatro cargas no arrasto 111 Para o desenvolvimento da sua aiivldade, o pese~ dor nece~sita manter algumas relaç5es com as instituiç5es que re gulamentam e determinam algumas lets, no sentido de manter o con trole da atlvtdade, pela dependincia b.urocrática. A instituição mais pr5xima do pescador é a Colônia de Pesca que, por intermédio do capataz e do Prestdente fiscaliza e legali7a respe~ tivamente a funçã o do pes cador 11 O pres idente legaliza o pese~ dor, o capataz é uma fun~ão mais do mar: embarcação, terrenos da marinha. O Presidente da Cólania hoje é quem esti na ativa, ele legalizar e não consentir ninguém pescar; e o capataz lá para no mar, encontrando uma navegação, não consentir: é matriculado? ~! Não? então 5ota pra fora". ~assim que é entendida pelos pescadores a açao do presidente da Colônia e a do Capataz subordinado à Ca pitania dos Portos. O Presidente da Colônia é eleito por todos os pe~ cadores sócios, enquanto o capataz i n~meado. (1) Entrevista com o Prefeito -da cidade de Lucena e p~oprietár. io _ de equipamento. de pesca, Dossiê de entrevistas, pág : J8.

22 A Colania de Pesca é subjugada~ 16 Capitania dos Por tos. No entanto, o relat5rio de prestação de contas nao e levado i Capitania, e sim i SUDEPE; e o direito de receber os recibos - e da Federação dos Pescadores. A matrtcula do pescador na Colônia representa institucional tzação como mão-de-obra ativa. Alim do pagamento uma mensçil idade quase simb51 ica (dez cruzeiros,1979 )ª matrícula sua de na Colania deveria garantir os benefícios da Previdência Social: sau de e aposentadoria por idade ou invalidez. Apesar disso, o funcion~ mento dessa relação do pescador com a instituição ainda é prec!!_ - rio; não é facilitado a todos o acesso a essa instituição, que a burocracia intimida, não sendo mutto clara ou mesmo visto inaces stvel, quanto ao custo necessário para sua e~ecuçao ou porque nao é dada importincia i necessidade de se institucionalizar. E e uma das formas de escamotear uma preocupação do Estado a não existe porque não lheinteressa integrar formalmente toda a de-õ&ra envolvida com a pesca artesanal, fazendo com que, forma, o pescador faça parte de um mercado de trabalho em ç Õ e s d e s u p e r ex p 1 o r a ç ão q u e o mantenha no s ex t r a to s s o c i a i s baixos e dlfl~ulte a ascensão social e a organização essa q ua 1 - maodessa condi ma i s po 1 l. tica e profissional, O processo de desenvolvimento da. produção e comer ciallzação do pescado reafirma essa sf'tuação. Ap5s a partilha do pescado, esse passa is mãos do pom&eiro, que é um atraves~ador,um intermediãrio na comercàalização do produto. Parte do valor trabalho.do pescador é aí depreciada com essa intermediação, vez que o pombel ro investe no transporte e na conservação do do uma pr~

23 17 duto, com a aquistçio de gelooucomprando um frigor[fico ( denomina ção dada a um pequeno freezer com capacrdade média de 200kg) 1 prometendo-se maf s nas suas relaç~es com os preços do mercado, co~. O pescador vê-se assim na condição de trabalhador por conta pr3prta 2, numa atividade em que, tendenciosamente, sua forma artesanal, vem forçando o pescador a uma dependência pesca com a finaltdade da subsistência. Na ' medida do posstvel, famflias tentam diversificar as atividades, ante a incerteza pela da as do ganho diirio, necessirio i so&revtvência. A precariedade das fotmas desenvolvidas para a co~ servaçao do pescado faz com que, para escoat ripida e seguramenteo produto, o pescador compromet~-se com a sua comercialização,que e feita por intermédio do pombeiro, no caso do peixe fresco, e poucos pequenos comerciantes que trabalham com o peixe seco dos mais migdo, conservando-o com a salga e com a secagem ao sol. Essa atividade da salga e secagem ao sol, tradici~ nalroente, i destinada i mão-de-obra feminin~, que, junto is crianç~s, participa de uma procura de peixes miildos, desprezados na ati vidade pesqueira, por ser trabalhosa a sua retirada da rede, envol v i d os nos s a r g aços ( a s a 1 g a s 1 E s s a a t i v i d a d e d i r íamos q u e invo (1) Esse tipo de conservação é feito ou imediatamente na praia por intermédio de caixas de (sopor com a capacidade que varia de 20 a 50 kg e destinam se à cidade de CabedeJo ou João Pessoa; ou é levado para a rua principal onde estão localizados os freezer - sempre sujeitos a interrupção da energia elétrica que ocorre com frequência. Dos freezer o pescado tanto pode passar para a caixa de isopor e seguir aquele mesmo destino ou ficar na cida de para abastecimento dos verajistas. 11 (2) Trabalhador independente 11 11, ''trabalhador autônomo ou au to-empregador 11 o trabalhador que não tem qualquer vínculo empre gatício, nem como empregado, nem como empregador 11 Prandi, J.Re ginaldo. O trabalhador por conta própria sob o capital". Símbo:: lo, São Paulo, Coleção Ensaio e Memória. 14 (pág. 26)

24 1 u i u, JS 11 porque h.o j e a moça v a i as: s i s t i r a te 1 e v i sã o, na o q u e r ma i s tratar de peixe. Ela tem a mae dela que tem um ma~ldo ela não vai mais ligar para aquilo.ali. Aquelas velhas que tratavam o peixe são aposentadas e não vão fazer tanta força para irem tratar peixe ati meia noite, até certa hora''~ Essa é a versão do presidente da Colônia, tamóim proprietário de equipamento de pesca.~o entanto, podemos considerar que não é o acesso ã televisão e a aposentado - ria que i~pedem o desenvolvimento dessa atividade, uma vez que a diminuição do pescado condicionou a procura dos peixes mi~dos, no sargaço, pelos pr5prios pescadores, a qual ji i feita mais minucio sarnente. Esse fato fez com que se reduzisse o numero de pessoas qt.e. dependiam da atividade da cata de peixes migdos para a sua subsis tincia. Mas a procura por peixes migdos tipo sardinha, aumentou p~ ra o abastecimento de peixe seco nas feiras de Santa Rita e Sapé.A evolução dessa atividade levou a uma concentração.de esforços para a produção do peixe mi~do (pequeno). Hoje os pr6prios pescadores fornecem o produto a esse tipo de comércie. O cres.ci menta do mercado para o peixe seco sucedeu is trocas de mercadoria por mer cadoria, ou seja: de produto por produto, para dar lugar ã circula ção do capital. Essas trocas se davam dos frutos do mar processados pela ~alga, pelos produtos agrfcolas dos agricultores da região dos ta&uleiros, principalmente a farinha e a hatata-doce. Hoje os ta&uleiros dão lugar is grandes plantaç3es - a cana por exemplo que expulsou da regl~tl - os pequenos agricultores, inviabiliz.ando es. se tipo de troca. Mas o peixe seco i inclufdo ainda na dieta ali rnentar da população de ~aixa renda dos municfpios canavieiros de Santa Rita, Sap&, Marnanguape e Rio Tinto, contribuindo, dessa for

25 1 9 ma, para a reprodução da população dependente da monocultura cana vieira. Podemos ainda considerar que a atividade da pesca deprecta o valor do trafialho do pescador artesanal, por não ser este um assalariado convenci onal. " O trab.alho autônomo, no.. n1 vel formal e aparente, nem está sufiordi nado ao capitalista nem as classes ass~lartadas, mas tem sua exploração determinada no todo dinimico do modo capitalista de produção, que, pof ser predomina~ te, hlstoricamente já colocou em plano secundári6 o trabalhador ln capaz de gerar excedente, mesmo que ainda dele faça uso, na finali dade Última de se realizar. t claro que este "fazer uso" não impl.!_ caem nenhuma idéia diretiva na consclincia dos agentes e das elas ses interessada~ na reprodução do sistema e nem confere ao sistema uma racional idade que ele não tem. No nfvel global da economia, a realização de certa g_ama de tralialh.o socialmente necessário que exige baixa capitaliz~ çao podé se dar apenas a custa de dispêndio de trabalho vivo, que se faça necessário o uso de capital constante, o qual pode sem as sim ser aplicado em outros setores mais rentáveis da economia 11.l Para o pescador, sua incapacidade de acumular se dá pela baixa produção obtida com as ticnicas artesanais emp reg!!. das. E podemos dizer que, a nível local,a sua condição é uma das (1) Prandi, Jos~ Regfnaldo. O Trabalhador por conta pr5pria sob o capital. Sím~olo, S~o Paulo, 1978,.pág.Jl.

26 ai lmentadoras; da e.xpansao da cana nos tafiulei ros. fs.to, porque, ao 20 nfvel das condições de produção, mesmo com a ~aixa produção do pe~ cada, o mercado do peixe seco ( sempre de peixes de baixo va 1 o r comerciall continua em franca atividade. E ao nfvel das (condições de reprodução; porque ao empo&recimento gradativo do pescador art~ sanai veio juntar-se tam&ém o empo&recimento do agricultor sem te~ ra e o da mão-de-o&ra volante necessária i produção canavieira, de finindo assim tam&~m, a nfvel da organização espacial, formas de ocupação peculiares i &aixa qual idade de vida. A medida que o pescador artesanal, destitufdo de equjpamento, não consegue acumular capital porque i explorado,numa primeira instância, pelo proprietário do equipamento uti 1 izado mais distante ele fica de contar como efetivo de mão-de-obra ativa no contingente reconfiecido oficialmente pelo Estado. Para essa distâ.!: eia contri&.uem tanto o seu estágio cultural.. q.uanto a burocracia qu~, além de deficienté na sua pr6pria execução, requer do envolvl do um certo dispêndio em dinheiro. Faz-se presente, entre os pese~ dores, o descré8ito, em rélação ao poder do Estado em beneficiar uma classe de tão ~aiia renda, impossi~ilitada de acumular. O p~ der do Estado é' s em dúvida reconheci do mui to mais na sua açao coer "t",. d 1 1 d c1 1va e po 1c1a ora. Por outro a o, no tocante a interferência 11 (1) O Estado não é um árbitro neutro, nem um juiz do óem-estar dos cidadãos. Nem é um ins-trumento, uma ferramenta nas mãos das classes dominantes, para rea1.izar seus interesses. O Estado é uma relação social. Neste sentido, o Estado é um campo de 6ata1ha, onde as diferentes frações da burguesia e certos interesses do grupo no poder se defrontam e se conciliam com certos interesses das cl;jsscs dominadas O Estado é, ao mesmo tempo, lugar do poder polftico, um aparelbo coercitivo e de integração, uma organização bu rocrática, uma instância de mediação para a práxis social capaz de organi zar o que aparece num determinado territ6rio como o interesse geral". Faleiros, Vicente de Paula. A Política Social do Estado Capitalista: As Funções da Previdência e Assistência Sociais. São Paulo, Cortez Editora, Página 46.

27 feita pelo Estado na atividade pes.queira, perceb.e-se a tentativac2 2 l inserção de novas técnicas, para permitir o aumento da p rodut i vj_ dade. Essa interferincia se faz sentir na orientação existente bre as possibilidades de se passar da condição de trabalhador so por conta pr6pria para assalariado, orientação essa destinada ao pese! doi e veiculada através da EMATERi da SUDEPE e da Capitania dos Portos, cuja preocupação maior é a de elevar a produção mediante a desartesanização. De certa forma, es&a p~ssagem encontra uma re sistincia por parte dos pretensos i assfstincia oferecida - do ponto de vista da assistincia social como do financiamento tanto de equipamento - pois, na prática, essa assistincia não permite a pa~ ticipação da maioria da mão-de-o&ra envolvida na atividade. Em 19.78, um projeto denominado 11 PESCART 11, criado pela SUDEPE e transferido para a EMATER, teve Lucena como uma das praias escolhidas para uma parte do desenvolvimento do mesmo. Nele se colocou como dific~ldade a enfrentar e como meta a especial iz! ção na atividade pesqueira. 11 Já é pensamento nosso, quer dizer EMATER, SUDEPE e Capitania dar um curso a nível de patrão de pe~ ca, quer dizer, comandante de ó.arco, mas uma das dificuldades que nos encontramos, inclusive a Capitania. na bera que nós tivermos co~ diç5es de selecionar esse pessoal, a Capitania entra com os recu r sos, nao tem pro61ema nenhum, inclusive pagar professores, mas o problema principal é justamente a parte cultural de cada pescador, que af esses cursos vão exigir um pouco de matemática, de port~ guis, para que o cara tenha condiç~es de acompanhar o curso e ju~ tamente i s s o não está sendo fã c i l no setor pesquei r o. Hoje, visto que n6s trabalhamos com o MOBRAL, proc~ramos incentivar,abrindo S! las de aula por tudo quanto é comunidade do setor pesqueiro, mas

28 mesmo assim nao conseguimos um número. Atualmente a gente 22 junta~ do todo o litoral da ParaTba, apenas 5 pescadores nós conseguimos com essa condição de receóer esses curs.os 111 Essa inexistência do preparo cultural dos pescad~ re~ ~ rnats um indicativo da sua condição de s.o~revivência,uma vez que, ingressando mutto jovem na atividade, numa fafxa que varia dos 8 aos ll anos de idade, a oportunidade.de cursar regularmente uma escola fica limitada, devido ao tempo que se faz necessário ga~ tar, dedicado i so~revivência. E ji na idade adulta, a motivação é pouca para frequentar uma escola not~r~a, após um dia de trabalho no mar. Dess:a forma, é limitado tamb.ém o tempo destinadoao lazer que se reduz quase que unicamente i cacbaça que se pode to mar no sáóâdo e domingo. Podemos air.da considerar que o interesse e a reja çio da ~~o-de-o6ra pesqueira com o Estado se d~ não só através do pescador. O desenvolvlmenio de o~tros tipos de atividades ligadas ao s:etor pesqueiro reflete a condição de distância que h'ã as condtçaes reais da atividade e a preocupação de apoio ao por parte do Estado." um dos oó.jetivos nos.sos. também, e entre setor tirar o homem dessa pescaria costeira. Esse tipo de pescaria de redes, e levar justamente ao alto-mar onde ele vai ter condiç5es de pro d~ (1) - Eotrevista com o técnico do PESCART em Lucena. Dossiê de en trevistas, pág

29 zir toda época do ano e utilizar vários aparelfios de pesca e daí a 23 necessidade de uma em&arcação de mel~or porte, uma embarcação mot~ rizada quando o financiamento é através do Banco do Brasil. é exigida a documentação dp ~scador. Realmente é legalizado junto ao Órgão do governo,( Colônia, SUDEPE, Capitania dos Portos) um par~ cer do Pr~sidente da Co15nia, ~e ele está em dfa com a documen tação junto ao Órgão do Governo, ele tem que apresentar o aval,ou a garantia ieal Um dos pontos negattvos ' é esse, não é todo mundo que vai ser aval de um pescador que não tem nada. 111 Mesmo os responsáveis pelo desenvolvimento de tais projetos nao levam muito a sério a própria relação que mantém com a instituição em que operam, uma vez que não priorizam os critérios de seleção, além de que os critérios mencionados são bastante sub jetivos. 11 Nós fizemos a seleção da seguinte maneira: foi adotado 4 critérios, um dos principais era a capacidade técnica de cada pescador porque não seria justo a gente entregar uma embarca cação motorizada a um determinado pescador que ele não tivesse ca pacidad~ de operar com essa em&arc~ção, certo? Depois,. a respo~ sabi tidade de cada pescador, responsabi tidade com a família,com o trabalho, com os Órgãos do g~verno o qual ele e vinculado. O ter ceiro critério seria o número de filhos de cada pescador, e o qua~ 2 to não estou lemb.rado 11 (1 ) Entrevista com o técnico do PESCART em Lucena. Dossiê de entre vist~ pãg.66, (2) Entrevista com o técnico do PESCART. Dossiê de entrevistas, p

30 Avaliamos, assim, o desempenho do Estado como dis tante e deficiente, no tocante ao apoio dado à atividade artesanal, visto que a 'forma de produção predominante necessita investir onde houver a possibilidade da acumulação, fenômeno esse muito raro no setor artesanal pesqueiro, se tratamos da mão-de-obra destituída - de. equipamento. A distância entre o objetivo formal e a prática das instituições faz com que se desprese, na atividade pesque~ra, todo um conhecimento anterior - passível de rep~esentação, ao nível do lugar - para introdução de novas técnicas, cujo objetivo principal é aumentar a condição do pescador artesanal de trabalhador explor~ do. Entre outras formas, a distância se dá à medida que a introdução da motorização se fa~ sem uma pesquisa e um conhe cimento prévio da viabilização física - no que diz respeito à mor fologia e biolog.ia marinha - e da viabilização humana - no que diz respeito à capacid~de de adaptação à transição das técnicas. Como decorrência desse alienamento da lnstitúição, temos não só a falên eia da maioria dos empreendimentos como também a própria desativa çao do PESCART, acrescentando-se ainda a existência de logros pr~ ticados pelos dirigentes da nstituição, em favor próprio e de ter cetros não envolvidos na atividade pesqueira. Dessa maneira, a introdução da técnica mais desen volvida para assegurar maior volume de produção, ao passar à prátl ca, desenvolveu a contradição contida nos seus próprios objetivos, uma vez que o crescimento da produção nao se efetuou. Além dessa condição na atividade pesqueira em Luce na, o pescador e demais moradores da comunidade passaram a ameaçada a sua sobrevivência, não so pelas alterações do ver mercadode-trabalho mas também pela mudança d~ destino da ocupação territó

31 rlal do munlcfpio A Situação do Pescador em tucena, em face da reorganização do espaço Morfologicamente, o Municfpio de Lucena apresenta duas formas predomtnantes: a planfcie e os ta&ulerros costeiros. Na planfcie - onde se localiza a praia de Lucena - desenvolve-se a atividade pesquefra e os serviços;nos ta~uleiros, a atividade agrf cola. Pontilhada de pequenas propriedades, a região que correspônde em termos morfológicos. aos tabuleiros. costei ros, sem pre havia representado, em termos de produtividade, a 11 esteril id~ de" da terra para outra!i atividades, além da agricultura de subsis tincia. Por essas e outras raz5es, corno a necessidade da nao-expa~ são dos limites da produção açucareira, a instalação do habitat s~ breviveu tradicionalmente nesta paisagem, de uma forma conservadora tonvivendo com~ ~egetação dos tabuleiros e das matas. As ativida des se desenvolviam sempre na continuidade de um mesmo padrão suhsistinci a, pois, num primeiro momento, o que interessava era de a reprodução do homem pelo consumo imediato da sua. produção.depois e que ocorria a troca dessa produção por outra. Para a comunidade pesqueira de Lucena sempre importante o desempenho da economia praticada na região dos foi tabu leiros, uma vez que a agricultura de suhsistincia dessa região sem

32 pre abasteceu nio s5 as feiras pr5~imas 26 (como a de Santa Rita, Rio Tinto, Sapé), como tam5ém a populaçio da planfcie costeira de Luce na. Nesse mercado, eram comuns as trocas de mercadorias, como por exemplo: a troca do peixe seco por farinha ou tubérculos. Com a re traçio da atividade das catadoras voluntárias de peixes mi~dos,ta~ bém foi havendo uma retração no desenvolvimento desse tipo de ca e, concomitantemente, foi diminuindo tam&im a produção de tro sub sistincia na região dos tabuleiros, fazendo com que a troca de mer cadoria por mercadoria fosse anulada na sua import~ncia nomia doméstica, restando hoje apenas casos isolados que para a eco utilizam ainda essa pritica. Pela forma de comercializaçijo que ocorria, podemos avaliar o estigio em que se encontrava a ~conomia, em relação ao desenvolvimento do mercado a nfvel regi onal. E é pela ava.l lação des se mercado, composto de produtos excedentes programados, que se ressalta o confronto com as transformações que se dão na reorganl. zação do espaço rural. Esta se dá, mais objetivamente,associada a polttica do PRõ=ALCOOL e à dominação territorial da multinacional HAGUARY-KBON. A MAGUARY-KBON tornou-se proprietária de terras na região dos tabuleiros, retirando os moradores algumas existen tes e ocupando as terras com o plantio do coco e da soja. As diretrizes da polftica do 11 PRÕ-ALCOOL 11 com a ~proprtaç~o de grandes extensões de terra para o culti~o da canade-açgcar repre~entam para a população envolvida nesse processo uma transformaçio desconttnua, no tempo e no espaço; no tempo, Pº..!:. que a populaçio v~-se o~rigada a engajar-se cada vez mais num mer cado, do qual estava, anteriormente, mais distante; no espaço, Pº..!:.

33 que mudam a~ funçõe~ de seu espaço tradicional de sobrevivincia 27 uma vez que a reorganização ~a distribuição da propriedade da ter ra, por ser de caráter concentrador, conduz os expropriados a um territ~rio ur~ano onde as atividades são diversificadas, mas nao formalizadas, e onde ocorre uma aglutinação da massa imigrante da zonê: rural dos taliulei ros do-município e municípios vizinhos No en tanto, uma grande maioria desses imigrantes da zona rural mantim - se ou na atividade agrfcola ou na extrativa, no caso do carvio. 1 A ocupaçao extensiva das terras nos tabuleiros nao se di apenas com a plantação da cana-d~-aç~car, mas tambim com a do coco e da soja, transformando a paisagem, em função de interes ses que liberam a mão-de-obra já existente, destruíram quase todas as formas construfdas anteriormente na paisagem e orientaram a pr~ dução, no sentido de uma sazonalidade, quanto ao período de empr! go de mão-de-o~ra, necessitando de meno~ empregados permanentes. Essa redefinição das funções da produção do es~aço agrário,. na região dos tabuleiros costeiros, em Lucena e em Santa Rita, orientou um conting~nte de população, no sentido do núcleo.,. urbano da Px~ia de Lucena. Para esta expansão, foi muito prop1c10 o momento polftico que antecedeu as eleições municipais de (1) As atividades envolvidas no processo de produçio do carvão tim sido exercidas como uma fase preparat6ria para futuras plantações de cana e iniciam, quase sempre, com a atividade de desma tamen to.

34 O Muni e T pi o de Lucena teve. sua emanei pação po l í ti ca com a Le-i 28 '' 2.664, de 22 de dezembro de Antes disso, era considerada itstrito do Município de Santa Rita. Vem daí a dependência estrei :a de Lucena a Santa Rita, principalm~nte no que diz respeito aos 1spectos políticos e jurídicos. Todos os prefeitos, desd~ o prime! ~ o que foi nomeado até o momento, têm que contar com o apoio poli tico de Santa Rita para serem eleitos. O cart6rio foi aberto em Até 1932, tinh.a poderes para efetuar casamentos. Atualmente, com suas atribuiç~es li~itadas ao registro civil, percebe-se que houve uma gradativa queda de poder do cartório, poder esse repass~ do aos cart6rios.da cidade de Santa Rita, ~ue centralizam também todas as atividades judiciárias, com relação aos imóveis do Municí ) io. Dessa manejra, os o~jetivos polfticos de "Lucena de vem sempre coincidir com os objeti~os políticos de Santa Rita,que, por sua vez, são liderado.s pelos usineiros do Grupo da Várzea, nominação essa, que terrta sintetizar o poder dos proprietários de de terras do Vale do Rio Pararoa, onde se desenvolve a monocultura ca navieira. Com objetivos político-eleitoreiros, deu-se, praia de Lucena, uma crescente ocupaçao urbana, uma vez que na foi facilitado o acesso ao cbão da casa - o que veio redefinir também a função do espaço considerado urbano. De território destinado a função de lazer, a localidade passa, simultaneamente, a exercer tam b~m a função de concentradora de uma população imigrante, na sua ma i o r i a d a r e g i ão d os Ta 15. u 1 e i r os C os t e i r o s Como e s s a i m i g r a ç ão oco.! re também,num momento de crise para a economia como um todo,a atra

35 O Muni e T pi o de Lucena teve. sua emanei pação po 1 í ti ca com a Le-i. n~ 2.664, de 22 de dezembro de Antes disso, era considerada 28 distrito do Municfpio de Santa Rita. Vem daf a dependência estrei ta de Lucena a Santa Rita, principalm~nte no que diz respeito aos _aspectos poltticos e jurtdicos. Todos os prefeitos, desde o prime! ~o que foi nomeado até o momento, têm que contar com o apoio poli tico de Santa Rita para serem eleitos. O cartório foi aberto em Até 1932, tinha poderes para efetuar casamentos. Atualmente, com suas atribuiç~es li~itadas ao registro cfvil, percebe-se que houve uma gradativa queda de poder do cartório, poder esse repass~ do aos cartórios.da cidade de Santa Rita, que centralizam também todas as atividades judiciárias, com relação aos imóveis do Municí pio. Dessa manejra, os o~jetivos polfticos de lucena de vem sempre coincidir com os objeti~os polfticos de Santa Rita,que, por sua vez, são 1 iderado~ pelos usineiros do Grupo da Virzea, de nominação essa, que tenta sintetizar o poder dos proprietários de terras do Vale do Rio Parafóa, onde se desenvolve a monocultura ca navieira. Com objetivos polttico-eleitoreiros, deu-se, praia de Lucena, uma crescente ocupaçao urbana, uma vez que na foi facilitado o acesso ao cbão da casa - o que veio redefinir também a função do espaço considerado urbano. De território destinado a função de Jazer, a 1oca1idade passa, simultaneamente, a exercer tam bém a função de concentradora de uma população _imigrante, na sua maioria da região dos Tal:iulei ros tostei ros. Como essa imigração oco_! re também,num momento de crise para a economia como um todo,a atra

36 - çao que exercem os.centros urbanos, como a~sorvedores 29 de m~o-de-o bra,.decresceu, em virtude dos elevados fndices de desemprego.a~ sim, tanto a expansão da monocultura como a cultura associada co co - soja liberaram mão-de-obra permanente nas propriedades, leg~ Jizaram algumas relaç5es de trabalho com o assalariamento e orien taram a fixa~ão desse contingente, expropriado, pouco a pouco.p~ ra Lucena e para um n~cleo de urbanização rural no Municfpio de Santa Rita-O Lerol~ndia. o afluxo. acelerado de um contingente popul~ ciorial (. es:te e.xcedeu os. 1.imites do crescimento natural)_ fez com que crescesse o n~cleo ur&ano, num territ6tio considerado rural acelerando a ocupação e valorizando a propriedade com o surgir dos loteamentos 1 Como decorrincia, os posseiros do sftio urbano tam b&m se viem o~rigados, quando ameaçados, a reivindicar a posse j~ dfciál '.da sua ~asa, uma vez que o restante do terreno - salvo os bens de raiz 2 - pertencem ao proprietário do sftio, que coleta p~ riodicamente o coco. Podemos dizer que sao dois os movimentos que pr~ v o c a m, a o me s mo t em p o, a v a 1 o r i z a ç ã o d os i m õ v e i s e um a c r e s c e n t e (1) 11 A propriedade privada do solo urbano faz com que a posse de uma renda monetária seja requisito indispensável ã ocupação do espaço Or&ano. Mas o funcionamento normal da economia capit~ 1 i s ta não asse g u r a um m í n' i mo d e renda a to d os. E s te f u n cionamento tende a manter uma parte 'da força de trabalho em reserva, o que significa que uma parte correspondente da popu lação não tem meios para pagar pelo direito de ocupar üm pedi ço do solo urbano". Singer, Paul O Uso do Solo Ur&ano na Economia Capitalista Boletim Paulista de Geografia n~ 57 São.Pa.ulo, AGB, 1980". Pág. 87. (2) Bens de raiz sem as benfeitorias realizadas pelo morador tais como o plántio de árvores frutíferas.

37 d e ses t a li i 1 i z a ç ão na v i d a d o t r aba 1 Ea dor em L u c e na, no a s p e c to 30 mora dia. De um lado, a valorização da terra destinada ao lazer de uma população ex5gena; de outro, a va lorização da terra destinada i expans~o da população local e da p~ pulação imigrante. Para melhor compreendermos a ~erança desse cariter de insegurarçac:hpopulaçao costeira, no tocante ' à propriedade de sua moradia, elemento fndrspensivel ~ reprod~ção da população, necessi tamos retomar as etapas de evolução desse povoamento Condiç~es da Ocupação do Litoral em Ltic na O conhecimento sob.re a evolução d o povoamento e d a a t i v i d a d e p r o d u t i v a no. 1 i to r a 1 nos p e r mi te a a n á 1 i se d e a 1 g um a s singularidades, no processo de ocupação e no significado desse pr~ cesso, quando do infcio da colonização e povoamento do Brasi 1. nteressa-nos sobretudo entender como o litoral que foi uma das primeiras ireas a serem povoadas, manteve os nu - cleos de povoamento isolados entre si, com comunicação preciria.e~ sa comunicação, as mais das vezes, se restringia ao acesso natural feito através de ca.minhos beirando o mar. O controle exerctdo pela coroa portuguesa,relatjvo i penetração nas terr~s, foi um dos responsiveis pelo povo~ mento disperso. da costa, pois havia determinaçaes estipuladas no

38 3 1 regimento dos donat~rios, para que não se viajasse por terra,qua~ do do percurso de uma Capitania a <;>utra, " para evitar alguns inconvenientes que dis so seguem 11 1 O clima proibitivo contido no regimento dos donatirios, no tocante i interiorização no contine~.te, di-nos uma prova da tnsegurança dos portugueses em face da im pos~ibilidade de controle da totalrdade das terras. A grande extensão de terras a controlarera reconheci da, e Portugal não dtspunha nem de hdmens nem de recursos sufici entes para tal empresa. Apenas na segunda metade do siculo XV e que aquele pafs, assocfado ~ Holanda transforma seus objetivos de. exploração em empres a ag.rtcola, e pass-a a ter uma preocupação mais efetiva com o povoamento. Assim, num prfmei ro momento, a ocupaçao do terri t6rio com um cunho puramente explorat6rio, embora economicamente tenha dado &ons result~dos como nas capitanias de Pernambuco e Parafba, no siculo XVt -suscftou a diversidade e o isolamento dos núcleos de povoamento, ao longo do 1 i toral, como resultante essen cialmente das atividades econ6micas voltadas para o m~rcado exte rior, do regime' de propriedade das terras e do traçado da costa. A união ibérica, sob a dinastia filipina, teve i n i e i o n o s e e, X V 1, no No r d e s t e, e p e r d u to u d e O a O, ma n t e~ do como colonizadora espanhola a tradi ção de penetração pelo in (1} HOLANDA, S.B. Hist6ria Geral da Civilização B.rasileira. Tomo 1, São Paulo. Difel, pâgs

39 terlor, havendo orientação explicita da coroa espanhola recomen 32 dando-se a interiorização cujo motivo sabemos ser a pesquisa de minas - por se considerar entre outros motivos a insalubridade dos lugares marítimos. No século XV 1, mesmo com o desenvolvimento das vias de circulação a mineração abalaria o capital e o conti~gente populacional do 1 itoral. A necessidade de expansão dos domínios 1 itorâ neos da capitania de Pernambuco, com a final idade de desenvolver a monocultura canavieira, determinou que o espaço denominado atual mente de Paraíba, que integrava a Cap1t~nia de ltamaraci e Perna~ buco passasse ao domínio da Capitania de Pernambuco, possibilita~ do, pelo seu estigio de especulação, a extensão da produção ca navieira.. Esse fato não propiciou uma integração territo rial, ao nível das relações mantidas entre Pernambuco e Paraíba, integração que s6 se efetivaria timidamente, quando da nvasão H~ landesa no Nordeste. Esta despertou um sentimento de união,objet! vando uma junção de esforços para impedir que a Holanda se apo~ sasse da economia açurareia. A Holanda, que financiara a empresa agrícola de Portugal no Brasil, também controlava a maioria das transações co mérciais da Europa, feitas por mar, e lançava-se na luta pelo co~ trole do açúcar, reforçando pela perma.nência dos mesmos no Brasil de

40 1630 a A posse dos conhecimentos ticnicos e de organiz~ çao da ndústria do açgcar vai dar origem ao desenvolvimento de uma concorrente. na regiio do Caribe. ' Com a exru1são dos holandeses, com a crise advin da da economia açucarei ra pela concorrência da produção das Anti lhas - instalada pelos flãmengos - e com a criação da Companhia de Comércio de Pernam&uco e Parafb~, a metr5pole adota a polftica de expansao demogrifica, com o objetivo de incrementar a produção e a arrecadação. Dessa ipoca conta-se apenas a criação de Vi 1 a S em antigos povoados indtgenas, uma vez que~ criação da Comp~ n h i a d e com é r c i o f o i ' a n t e s d e t u d o ' o e s t a b e 1 e e i me n t o d o comer cio colonial para fortalecer a burguesia comercial p~rtug~esa. A Companhia Geral do Comércio surgiu no Brasi 1 em 1649, exercendo o monop51 iodo comércio e utilizando-se do capital particular dos cristãos-novos. A expansao do pov6amento, spb a política Pombal! ~~~, deu-se adotando o~ mesmos ~rtncfpio~ de controle da coroa,f~ zen do com qae liooves-s e ~ma e:xpans ão do povoamento por portugueses negros e Tndios. Nao oo.edeceu a nennum critério de fortalecimen (.1) No séc.xv 11, foram criadas as Últimas companhias pelo Marquis de Pombal: a nova Companhia de Comircio do Grão Pari e Maranhão e a Companhia Geral do Comércio da Parafba e Pernambu co. Esta Gltima entre 1759 e iderou a exportação do aç~ car para a Europa e o comércio do algodão. Ma5 faliu devid~ aos muitos créditos cedidos.~os senhores de Engenho da Paraíba e Pernamliuco.

41 34... to de uma ocupaçao mal~ orga~izada. sto se pode observar, ao ana lisar-se que a instalação e o desenvolvimento dessas companhias de comércio aqui no Brasil ao inv~s das ligações internas, intensi ficaram as relações externas entre o Nordeste e a Colônia,entre A~ gola e Pernambuco. Assim, a disperião e o is~lamento dos núcleos do litoral permaneceriam ainda por bastante tempo, pois as comuni cações eram diffcels e tam~im não incentivadas pelo menos até a dinastia d.os Fel ipes, que foi um acontecimento particular no pr~ cesso de colonização e povoamento do Nordeste. (Mapa 1) Garantiu-se assim, de formas diversas, o propósl to de se desenvolver ape~as a ocupaçao que fosse importante para o desenvolvimento. da Europa. Os primeiros núcleos de importância para a repr~ dução econômica foram originados pela produção da cana-de-açúcar.a produção da cana, sob a forma de monocultura, objetivando o do externo, propiciou o desenvolvimento da agricultura de merca subsis tência, não só no interior mas também no próprio litoral, como uma.forma de produção complementar à sobrevivência. E reproduziu uma população que n~o compartilhava das mesmas necessidades, no que diz respeito à ocupação do solo para produção das exportações.essa contradição vai-se fazer representar pelo nfvel de vida e da org~ nização espacial dos núcleos. No séc~lo XX em t~da a exiensio da c o s t a b r a s i 1 é í r a - ex c e t o em R e c i f e, na B a i x a d a F 1 um i n e n s e, S a n t o s os elementos culturais da populaçio do Litoral apres~ntava~ uma si~ pl~cidade~ que comparada com o passado vtvta um decl.fnio. O que acontecia i produçio dé subsistincia era a transformaçio

42 35 MAPA 1 ~ ~ r---:--;;<;t- -r-a-p-1-~.p.-n: -1~-.. -Bt'"':-. -P--~-_,,,-:;Nr-~-'H:-"'-..._ -o.l.j---;--'tfz?'.7..._~-_ji. \ ' / i'f... -'~... r---r-----.l12 r-----1l._---1,~ Fonte: R1t:>e1ro.Junior.Jose Co1on1zaçoo e Monopol10 no NE Bros1le1ro 1976

43 36 MAPA 2 FLUXO DO BRASL COM O EX"t::E=..:R...:..:.1-=0-'-"R----. ;. f A e A --10 i.,..,.,. lfcal.a.....~.., Ot... JeHú ~ Fonte: Ribeiro.Junior.José - Brasileiro 1976 Colonizaçõo e MonopÓlio no Nordeste

44 )7 MAPA 3,l/ 1 \..., \ \ ) OSTRBUiÇÃO GEOGRÁFCA DA CAPTANA DE PE RNAMB.JC O E SUAS ANEXAS EM \ ~ ) ';,...,! ' ' \ l~") i / f'~l...> -... \,,_.,.....,.'.,. l lt'alll Jo',;,.,,ta'ko to 1 "6 /10 JC llnello ANNA(JJ/ A llllorr~,.. FONTE: COLONZAÇÃO E MONOPÓLO NO NORDESTE BRASLERO R!BERO.JUNOR,.JOSÉ

45 do seu papel no mercado. Seus produ~os torna~am-se mais necessirios a produção do litoral. Para o abastecimento da cidade. 38 "Seria nessa época que sedimentar:..se~fa toda uma tradição que se perpetuaria até nossos dias conservadfssima em seus ingredientes, portugueses e. indfgenas Do tipo de vida fechada. que se desen volveu no litoral, com poucbs contacto~ com o mundo de fora, ou recebendo dele um mfnimo de influência e de produtos, por não se dispor de meio aquisitivo, resultou um aproveitamento intensivo, quase exclusivo e mesmo a&usivo dos recursos do meio, criando- se por ssim dizer, uma intimidade muito pronunciada entre o homem e o seu habitat O Litoral não podia escapar à regra tão comum no Brasil, de uma ocupação destrutiva do solo, principalmente sendo a irea de primeiro povoamento. Ati a um leigo não escapa,pela si~ ples inspeção da paisagem, o defloramento de suas terras, inicia d o d es d e o começo d a co 1 on1zaçao As condições de existência e as atividades desen volvidas nesses pequenos núcleos do litoral refletem o caráter hereditirio dessas ~ondiçõ~s haja vista o cariter tradicional das atividades produtivas. sso faz com que possamos equip~rar,quanto às formas de submissão a denominação de pescador com a de nês, do ponto de vista da subordinação econômica; isso, tanto campo_ no mercado de trabalho como nas condições de reprodução.consideramos aqui que"... a. exclusaodo camponês do pacto polfticó é o fato que ce!. cario ~ntendimento da sua ação polftica. Mas essa exclusão não~ (1) Mussolini, Gioconda Ensaios de Antropologia lndfgena'e Caiçara Rio. Paz e Terra, 1980, página 298."

46 39 como is vezes tem sido entendida, mera exclusio polftica.por isso, ~ necessirio entender a histsrla de sa exclusio, seus mecanismos econsmicos, sociais, polrticos. Essa exclusio define justamente o lugar do camponês no processo hist~rico A ausência de um concei to, de uma categoria, que o localize socialmente e o defina de mo do ~ompleto e uniforme constitui exatamente a clara expressao da focma como tem se dado a sua participaçio nesse processo - alguém que participa como se nio fosse essencial, como se nao estivesse participando. O escamoteamento conceitual é o produto necessirio,.a forma necessiria e eloquente da ~efintçio do modo como o camp~ nês tem tomado parte no processo hist5~ico brasileiro - como um ~xclurdo, um nferior, um ausente que ele realmente é: ausente na apropriaçio dos resultados objetivos do seu trabalho, que aparece como se fosse desnecessirio,de um lado, e alheio, de outro lado 111 ~ Essa situaçio do camporiês, no processo hist5rico.brasileiro, e do estigio artesanal da atividade pesqueira, em se todo o litoral da Parafba, leva-nos a entender a evoluçio qu~ dos ngcleos ~e povoamento no litoral que mantiveram sempre uma relação muito estreita com a produçio da cana-de-aç~car e da agricultura de subsistência. Os engenhos representaram uma forma de organização q~e proptctou a formação de aglomerados, constitufdos pelas cons truçbes da f~~rica, dores. pela casa grande e pela habitaçio dos-trabalha (1) Martins, José de Sousa. Os camponeses e a Polftica do Brasil. Petrópolis. Vozes, 1981,. pag. 25

47 eram escravos l ou negros com essa berança} e fndios. Alim da 40 ca na-de-aç~car, praticava-se a agricultura de sub~istênci~ para o auto-abastecimento e abastecimento da cida~e. Assim, os traços it nicos da popul-ação em Lucena são um misto de fndio, negro e co, que, provavelmente,_ derivou da organizaçio da produçio bran exis tente nos engenhos. Em Lucena, a existência de engenhos de álcool e aguardente expllca a permanência e a import~ncia da agricultura de subsistência, ao mesmo tempo que s~ desenvolvia~ as colheitas.coco e a pesca artesanal. ~ local idade de aomsucesso 1 tinha de um eng e n h o q u e f u n c i o n a v a p u.x a d o p o r. d o i s b o i s ; em T a b.a p a r a h a v i a o u t ro. No infcfo d~ siculo X~, o pesc~do excedia a de ma n d a e a 1 g um a s e s pi c i e s, i n c 1 u s i v e o e a ma rã o, n ã o t i n h am v a 1 o r c o mercial. Pelas condlç~es de circulaçio de mercadorias dessa ep~ ca, veremos a precariedade dessas condiç~es de circulaçio. A pr~ duçio do coco era escoada atravis do rio Parafba, em canoas tam&im se faziam necessárias no a&astec1mento de mercadorias comircio local. sto demonstra como o isolamento motivado que do pelos meios ncipientes de ci rculaçio garantiu o grau de participação da produçio, ao nfvel do comircio interno ( intra e intermunicipal)e condicionou o estágio das formas de produçio. (.1) Localidade ao norte da pràia 'de Lucena.

48 A ~ecuperaçao de um passado com te~temunhos 41 em Lucena, que digam respeito aos meados do século XX, Mio faz te da herança cultural. da populaçio atual, que, quando muito, Pª!. - tem como data mais antiga o intcio do século XX. Assim, podemos cosstatar a idade recente da ant! ga vila que, provavelmente, originou-ie de atividades canaviei ras 1 pioneiras na franja do litoral. Quando da decadência dessas atividades nessas ireas, Lucena, por sua posiçio comercial, con tando com lojas de tecidos e uma ~eira que durou de 1908 a conleguiu manter uma concentraçio populacional. Assim como a memória polttica da comunidade par~ ce inicia r-s~,em 1930, com a lembrança do movimento ent re liberal is tas e perrepistas, é também desta data a abertura da estrada que liga Lucena a Santa Rita, no governo do Presidente Joio Pessoa. A abertu.ra dessa estrada reforçou a comunicaçio, com a sede do municfpio (Santa Rita), uma vez que a comu~icaçio com Joio Pessoa (capital do Estado} e com Cabedelo continuou a ser feita atravis do rio Parafba. Percebemos,assim, que nao podemos entender os processos de organizaçio espacial em Lucena, sem nos abstrairmos para que possamos entender a'atuaçio do Estado na evoluçio das formas de organizaçio espacial da populaçio. 11 O Estado, de 1930 a 1960~nio tentou a diversifi caçio da economia do NE, apoiando a monocultura que s5 propicia

49 altos Tndices per capit~ quando a população distri&ui~se espars!!_ 42 mente, e lmpossibil itando outras fo~mas de organização do espaço Esse procedimento político realiza sua evolução desde os séculos XV e XV 1, quando o Nordeste tornou-se importante, devido i renda gerada pela eçonomia açucareira, onde 90% dessa renda estava con centrada nos prop~ietirios ~e engenho e plantadores de cana ti' ti' Após uma fase de pro spe ri da de ( ) teve 1n1c10 um per.!_ oda decadente ( competição das Anti lhas no açúcar} e 11 de 1675 até a ndependência a economia do Nordeste sofreu um lento processo de atrofia devido a lna&i 1 idade do ~istema em suplantar as formas de produção e utilização dos recu~sos durante os séculos XV e XV 1 1 ~ No iéculo XV 11, a mão-d~-obra subempcegada nas plantaç5es de car encontra oportuntdade de trabélho no movimento de descoberta das minas, mtgrando, no momento em que muda também a tendênci~ evolução política no pais, transferindo o centro econ&mico da da Co 15nia do Nordeste para o Sudeste. No ~éculo XX, ocorreu a perda do poder poltttco do Nordeste, no momento da ascensio ao poder a di ~ lmportincia do Estado (advindos com a Ndependência) e da uti 1 i zaçao - deste pelos interesses da economia cafeeira. Sucede o cresci menta das exportações do café, subindo este produto de 18,7% exportações brasileiras, de 1821 a 1823, para 60,4%, de 1912 das a 1914, enquanto a cana-de-açúcar passava de 50% a 3,2%, nessas i.res pectivas epocas. De 1850 a 189~~ª renda per capita no Nordeste di minuiu (com exceção do Estado da Bahia) em 0,6%,' enquanto no Su deste au~entou de 2,3%. Em 1905, haveria um aumento rio preço do ( 1) C ha 1 outt;yves. Es~a~o,Acumu. ~ação e Colonialismo nterno; Contradições Nordeste/ Sudeste Petrópolis. Vozes, 1978.

50 43 aç~car, mas o No~deste nao participava mais do mercado mundial,d~ vido i diferença existente entre os custos de produção, com rela çao a outros patses. E~tão ocorrem modiffcaç~es, ao ntvel da divi sao do trabalho, e o mercado interno passa a depender mais d.o deste. Com a criação do AA em 1931, ficou mais 1 imitada ainda Su a participação do Nordeste na produção nacional da cana-de-aç~car (00% seriam a produção do Nordeste. Entretanto sb Pernambuco pr~ duzia 40%. "Essa limitação conduziu a longo prazo à estagnação das usinas favorecendo a agrbind~stria açucareira no Centro Sul. De 1930 a 1960 o estado ap~ia a monocultura mas ficou evidente em.1959,com a criação da SUDENE,que como a região era muito funcio nal para o sistema o Estado não querfa a~ordar os problemas econ~. 1 micos". E nesse panorama polttico-econômico do Nordeste é regul~ mentada a pesca, em 1938, com o código de pesca profissionalizarcb a atividade d.os pescadores. A legislação que rege a atividade pr~ fissional do pescador brasileiro já surgiu com uma grande indefi nição, ao ntvel conceitual, sobre os diferentes tipos e condições de pesca. 11 nao faz nenhuma distinção entre pescadores flu vlais, lagunares ou 1 itor~neos, os quais, para todos os efeitos, sao equiparados aos pescadores embarcados em unidades de 11 empr!:_ s a s f a m i 1 i a r e s 11 o u d e em p r e s a s p e r t e n e e n t e s a g r u p o s e a p i. t a 1 i s t a s, indefinição essa que tem dado ensejo a incompreensões e entraves de toda ordem, dificultando o desenvolvimento e o progcesso pr~ (J) - Chaloult, Yves. Estado Acumulação e.colonialismo nterno: Cónfradições ~fordeste/sudeste Petrópolis. Vozes, 1978.

51 fisslonal dos pequenos pescadores e armadores". l 44 Em 1961, foi criado o Conselho de Desenvolvimento da Pesca (CONDEPE), que originaria a S~perintendincia do Desenvol vimento da Pesc.a,(S.UDEPE), por ato do Governo Federal, em Em 1972, criou-se o PNDP - Plano Nacional para o Desenvolvimento da Pesca, o qual já previa: isenção de impostos de importação para equipame!!. to; atendimento sempre a pessoas jurfdicas com projetos aprovados pela SUDEPE e a redução no imposto de renda, ati 25%, para inver são em projetos. Assim, o maior n~mero de projetos em 1971 eram do Sudeste e do Sul. De 137 projetos 127 eram do Sudeste e do SuJ 2.Em 1973, foi criado o PESCART - Plano de Assistincia i Pesca Ar tesa nal, atravis de convinio entre SUDEPE, NCRA e. BNCC, devido a con siderável participação da pesca artesanal na economia, com o me de capiuras e com a mão-de-obra ativa existente no set6r. volu Dos princtpios básicos do PESCART constam ainda a preocupação com orivel tec nico do processo de produção e comerei~! ização do pescado. Podemos perceber, assim, que a preocupaçao do tado com a atividade pesqueira tambim deixa.transparecer, desde Es a regulamentação da proffssão, em 1938, a necessidade do desenvolvi mento da,rodução pesqueira artesanal, nos mesmos moldes da pro d~ ção da agricultura de subsistincia, isto i, resultantes de uma p~ ( 1 ) (2) Ramos, EduarclQB.oecliat. - 'd d Algumas cons1deraço~s sobre a leg1slaçao que rege a at1v1 a e profissiona! do pes~ador brasileiro. nstituto Oceanogrifico - USP:. Mimeo, Fonte dos Dados: Silva, Carlos Roberto d O Setor Pesqueiro e sua Participaçao na Hfst6ria EconSmica Re cente do Brasil (Monografia) Silva, Carlos Roberto da. Mestrã do em Engenharia de Produção - U.F.Pb.

52 45 lftlca que nao. prioriza o mercado interno.. Atém di.ss-o, pelo Decreto 221, de , pass-ou-se a permitir a associação de empresas e~ trangéiras a empresas nacionais, para exploração dos recursos pe~ quéiros naçionais. Podemos então dizer que a situação de desenvolvi --mento da ativtdade pesqueira artesanal em Lucena di-se tambim mo uma resultante da prspria polftica nacional de exploração co dos recursos pesqueiros. Uma prova disso é a presença da bem sucedida COPESBRA, que explora a caça à baleia, em Costinha, uma das vilas do MunicTpio de Lucena, distando apenas 9 km da sede do Municf pio. Por outro lado, no que diz respeito a organiz~ çao espacial, podemos considerar ~ue a organização espacial do li torai, na porção de Lucena, obedecei mesma lógica do cariter da ocupação do território no litoral brasileiro. Considerando o caráter da ocupaçao do. território lira. s t1 e i r o com b.a se na s g r a n d e s- p r o p r i e d a d e s, c o n s t a t a mo s q u e : 11 A pequena propriedade só pode se desenvolver com base na posse ile gal, uma vez que não havia sido obtida por doação da coroa ou de seu pre'posto. Como affrma Ci.rne Lima, ' apoderar-se de terras de volutas e cultivi-1as tornou-se causa c~rrente entre nossos colo nizadores, e tais proporç5es essa pritica atingiu que p6de; com o correr dos anos, vir a ser considerada como modo legftimo de aqui. - sição de domtnio, paralelamente a princfpio e, apôs, em substitu! çao - ao nos:so tao... d es v 1 rtua d o reg d 1 me e s.es ma r 1 as,. 'e om o fim do regime de sesmarias ( ) nao surge, de imediato, ne

53 nhuma legislação sobre a posse da terra. Em resultado,a ocupaçao 46 das terras devolutas passa a se verificar com base nas posses que, posteriormente, s e legitimavam. Nessas con_dições, aliada à crise em que a economia exportadora está submersa, hã uma expansao espo~ tanea e rapida das pequenas unidades de produçao! O tipo de ocupaçao que evoluiu em Lucena, na zona rural, origfnou-se sobretudo da função da agricultura de subsistin eia no mercado propiciando uma distribuição irregular do habitat Já a formação da vila que se torno"u cidade deve 'a sua organização is suas funções comerciais e ao sistema de propriedade da terra,d! vidido em sttios de coqueiros, cuja ocupação se deu com a final ida de de assegurar a posse do sttio e a conservaçao dos coqueiros. Com a desativação dos engenhos, o núcleo de Luce na, que desenvolvia predominantemente a função comercial, passa a ser cada vez mais povoado_dentro das condições do proprietário dos sftios de coqueiros. Essas condições eram levantadas no sentido de garantirem a plantação, a coleta do coco,e a propriedade da terra. Dessa forma, era concedido o direito de habitar na propriedade, contanto que a situação da moradia não afetasse a pr~ dução do plantio. Essa condição de moradia facilitava a ocupação, uma vez que a relação do morador com o proprietário, não deixava de ser subordinante e, ao mesmo tempo,1sentava o proprietário de (.1) Silva, S. J. Graziano da (Coordenador) Estrutura Agrária e produção de subs~incia na agricultura brasi leira. São Paulo, Hucitec, pâgs. 27 e 28.

54 MAPA 4 D!STRBUÇÃO DOS SÍTOS EM LUCENA LEV:.p,;TAMENTO T O PC G R Á F 1 C O PROPREOAOES PERTECENlES AOS 00 SR. OTÁVO MONTERO FALCÃO LOCALZADAS EM LUCENA- PB 1977 ESCt.LA J!, ~ / / / l / í/1º! ( ;., ' '. i))/! / // / i! ( / i 1,! / t ( { ' ' 1 ' ' 1 / i 1 o.. POr~-:'A HERDEROS OE l\jc E NA r , ',... ' ~-- ~ J. i i Q, - t "' - 1 \ 1 -r.,. 1 'l 1,'t.,! \'. \ l ', '"... ~ - ~,~\. l q ~ ~ "' ~.., " l!. \ : 1,. ~ \ \ ~ l. <>.~ e E.. N e... WZ li ~ j_.!. u... ~ SOUZA - - i :" ""' FALCÃO, " _.,,.,. _,,; ,' /.i li ;;' r i i i. 1 i i 1, i ' 1 j 1.. i i 1 j ~ l.../.',., _,. 1 ',. -.,..,.!" - -r: - r -,.~-,... / : _; ~ i! ' i!! ' 1 j / j 1 1 ;' 1 1 ; i ' ' ' ;/ ' 1 _ 1 _ ij / i!. i i; / li 1, j _il 1.i i.. i r/ 1 1/ 1 ';1;1, ' t 1 1 1i j i i i 1 j 1 j j j _1 j '. j : i 1 11 ' i i 1 /.i 1 ;.l ;' :/ 1 i / 1 1 1/ 1 1~/ n, --L...:;_ /,,, ---./ t ' 1 j _i 1 ' ; J /1 ', ḷi " -,' ' 1 j ;!1 j i '.' _ ~ o/ / 1,<> 1 l /1.i / / _ ;: ~/! ~ ~ i._~' 1 _: ~ j ~ i / / 1 ~ 1 " 1 1 i>.o //;!oi fi, ' / 1 ~... '~.. º ' ~ ~!...,; Z;.. _ ~.,. ;,. \.:.. r.- t.. ~., ~ ~ : '?1~ ~ ~'\.\1C ;, - ~J ~ ~:.., ' ; :. ~ : ~L ~ ~,~.~/,~ -. ~ / ª! ,. ~ i ~ ; 1:-.' f, '1 ~ ~ ~ ~J' ~, :;: Jt'".., p... ~ '" ~,.., ~ 1 ~, ;.~,, " ' ~..., "...,;: ~.,, '-.. \ 1q 1 ~~! 't,. 1.,. $' ~ '~ ~' ~ : '... J :$>/ i ~ : /'t " r ~. 5 "' ' fft $, ~/ - ~.. Q - <;..... ~ $ ~! 1 1 ~ ~ 1 i 1 0 ~... J l " : ~ /"S' ">, "' ~ ' f ~ ""; ~ ~,....., ~ ~' () ' l 11 11"'.. ". \i,., utl,: 0,..'n...,.. r--.,,' 1... ~. fl n,, fl!. a,,.1 ~ 'J1 ij ""'- L111! J. :. "~,, ~~ U ; ' ' ' t M& u1i10.,,.""""~ \,, '-. r -- ~ 1.,,. '."'9 1,.,,:.... ~ ' n r:. "ri / <t.,, 1 ; 1,~ / ' ~ / / 1\. /.!>. ~. ~- \;. _ ;.f ~ ~/., í } Ç ~,o, ~ ~ q li; \'1 :{. i Í i. u u i f u i / ~ ~ ~ ::: ~ <;, Í J - -í - - i ~ : f ~ ~ Q..., i ~ ' j i! - ~ ;í - ' 1 Í! ' i ', ',. ' ', ~ ~- ~ ~ ' --- i ~ i i / i _i.' _. f.'! i. i i... / ' i,.,, ;1 LHA

55 maiores onrigações. Formou-se assim uma concentração linear, 48 ao longo da linha da costa e traçada s~g~ndo a orientação das pla~ tações de c6quefros. Com o recuo do mar e com o decorrente cresci mento da planfcle, as propriedades cresceram seus domfnlos at~ os limites da área da mari nha. Para as condições de fixação da p~ pu_lação, poderfamos.. afirmar que predominou o morador por favor concepção essa, que mant~m uma relação com duas caractertsticas, que não deixam multo claro o fato de que o favor pode ser pago com favor. Es sas duas caractertsticas dizem respeito ao. enviólvlmento com a produção material e o envol~imento emocion~l, imedida que est~ sempre implfcfta na relação a lealdade das partes. Dessa forma, como o ~orador nunca é proprietário, d os 1 1 m 1 te s ter r i to r i a i s q u e u t i 1 i z a p a r a s u a mo.'r adi a ( apenas -e proprietário da construção e dos ~ens de raiz),a sua dfvida com o proprietário do ~Ttio que ocupa é ~tern.:f até que o proprietário resolva dar outro destino ao espaço ocupado pelo morador. Do ponto de vista da estratificação social, b.ase na posse do território, esses moradores faziam parte dos com a gregados no perfodo colonial, que se constltutam dos da posse da terra, por não serem brancos puros ou por serem d i o s, e t c C: n o s é c XV 1 1 l. destiturdos 1n Esse sistema de moradia para o pescador consti tuiu-senuma forma de assegurar a sua perman~ncia nos sttios, uma vez que, deso&rtgados, na sua maioria, de efetuar trabalhos 1 i 9,!. dos ~ produção agrária, podiam iniciar. ou dar continuidade as tradlç~es de pesca, fun~amental para o desenvolvimento da comuni

56 dade, do ponto de vista da soórevivência. t verdade, ainda, que a 49 concentração dessa população facilitava o destfno da maioria das terras no munf ctpio. Na zona rural, produ~ia-se basicamente uma agricultura de subsistência com uma densidade de população bai xa: cana-de-açqcar em alguns vales e na bafxada, prdximo ã costa, os sttios de coquefros. O espaço ocupado pelos habitantes para a moradia limftava-se basicamente, ao espaço da construção da casa e um quintal com mqltfplas funções. As vezes, exercidas coletiva mente. A partfr da década de 7Q, o valor da terra tende a trans formar-se de valor de uso dci solo rural para valor de uso do solo urbano. E a relação proprietário-morador é alterada, fato este que tem repercussoes na ocupação e na organização do espaço da p~ pul ação urbana local. 1 o que poderramos denominar como o srtio urbano de Lucena, no inf~io da década de 1970 _era um arruado com <:onstru çoes dos dois lados, o qual continha poucos serviços e localizava se a poucas centenas de metros do mar. A beira-mar, existiam al guns arruados, tanto paralelos quanto transversais ã linha de cos ta. Na direção ao interior da planfcie, era. praticamente i ne xi s tente a ocupação, devido a localização d~ áreas alagáveis, como a de lagoas originadas pela variação altimétrica, no nível dos ter.11ytomo a demanda por solo ur&ano muda frequentemente, depen dendo, em Gltima análise, do prdprio processo de ocupação: _... do espaço pela expansão do tecido urbano, o preço de determinada área deste espaço es tá sujeito a oscilações violentas, o que torna o mercado i mobiliário essencialmente especulativo". SNGER, Paul uso do solo Urbano na Economia Capitalista_". B9letim Paulista de Geografia n~ 57.Sio Paulo, AGB Pag. 79.

57 50 raços marinhos, durante o qu~tern~rio. A inexistência de um s~porte econômico que fosse além da economia artesanal tornou inviável a função desempenhéda at~ então, por Lucena como uma comuntdade pesqueira. No mercado imobiliário, se deu a valorização das terras nao priorf zando o desenvolvimento da produção existente mas tendo em vista o crescimento urbano com funç5es balneáriasat~ b.ufdas à situação geográfica, ainda que delineados alguns aspee.tos que ~ão a prtvilegiem para tal vocação. Esses aspectos sao a ausência de ~guas transparentes, devfdo à intensa sedimentação em suspensão na igoa ~ i influência das correntes marinhas, mas so6retudo is influências estuarfnas do rio Parafba. Para a concentração da população urbana local,essa tendência nas transformaç5es do uso do solo rural para o u~o urb~ no vai reduzindo as possibilidades da aquisição de um im6ve1, as sim como repercute ra qualjdade da construção do mesmo, deixando, transparecer ao ntvel da paisagem o cariter da distribuição de renda da população. A instabilidade provocada nos moradores, condicio nada~ sua posição na distribuição da renda e ocasionada por uma reorganização do espaço, motivou o surgimento de. duas formas esp~ ciais de ocupação que representam uma valorização seletiva no es paço urbano. 11 o espaço nos pafses subdesenvolvidos se carac teriza por enormes desigual~ades de r~nda, q~e são expressas ao nfvel regional por uma ºtendência~ hierarquização das atividades

58 e, no nfve1 local, pela coexist;ncia de ativtdades similares mas 51 que funcionam em diferentes ntveis As possibilidades de ~ons~ mo variam grandemente. o nrvel de renda de cada um é função de sua localização espacial, a qual por ~ua vez determina a possibl lidade de prod~ztr e de consumir de cada l um. 11 Essas formas espaciais sao representadas pela oc~ pação originária da fragmentação da propriedade em lotes urbanos e pela ocupação re~ultante do crescimento da população trabalhad~ ra da comunidade. Os lotes com destino ao lazer da população urb~ na da classe média de João Pessoa, Santa Rita, Campina Grandeetc., tanto se localizam nas proximidades do mar como se alongam em di reçao ao interior. da planfci~ a população d~ baixa r~nd~, constiíufda pefos despossufdos, em : sua maioria, dos mei~s de produção, aí ocupar as margens da principal via de acesso rodoviário, além,. das áreas mais insalúbres. Podemos ob.servar como"... arenda real de um indiví duo pode alterar-se quando mudam os recursos dispontveis para ele (Thompson 1965, 90). Essa mudança pode ocorrer de várias maneira~ '. A quantidade de um recurso~sem preço (tal como o ar fresco e o si lincio) pode ser alterada; os preços de um recurso podem ser mudados. Hâ,naturalmente, conexão entre o valor do solo e da mora dia e o preço dos recursos, desde que mudanças neste Gltimo sejam hipoteticamente capitalizadas por mudanças nos primei~os" 1 (1) Ecq[lomia Espacial. Santos, Milton. Hucitec; São Paulo, 1979, pág.140.

59 Ao mesmo tempo que o acesso ~ hahitaç~o foi- se 52 tornando mais dlftcll, o acesso aos recursos naturais tambim o foi,.além do cresctmento da população, aumentando a competição so bre esses recursos, restringiu-se tamhém a irea dos mesmos~ Dos recursos natu~ais ~tflizados pela comunidade é a lenha o mafs necess~rio. sto porque o consumo de energia se faz segundo as condfç5es de produção da população. Como o nfvel de consumo de energia é bàixo, a e~istência dos recursos na tu rals é vital para a manutenção da população. A respeito das desigualdades na forma de OCUp.!!_ ção, tanto na irea delimitada urhana como na rural, n~o hi como negar o comprometimento do Estado - visto aqui como o poder ca paz de gerir a organização da ocupação de um territ6rio com limi tes munfcipais - com a classe proprietiria de terra no municfpio. A situação polttica de antigo distrito do municf pio de Santa Rita reforça a suó.jugação político-administrativa de Lucena, que se cons titui num reservatório eleitoral de Santa Rita privilegiadora dos interesses polfticos das grandes propriedades monocultoras da cana-de-açúcar~ No discurso de um prefeito de Lucena, em 1979,p~ demos perce&er as intenç5es e os pré-julgamentos que representam os interesses da classe proprfetiria, da qual o mesmo faz parte e. que reproduzem a dfstincia entre as necessidades da comunidade sem meios para produzir e as necessidades das classes consumido ras. urlia~as. 11 ~esse.povo gosta muito de turismo, talvez isso aqui ( Lucena). melhore muito a situação econômica do.... mun1c1p10

60 com esta estrada as faltada no sentido de rnelh.orar, de trazer o 53 progresso, de trazer condições de trabalno, eu -acho que vai me lhorar. sso aqui com construções, edificações, vai. ser empregada a mão-de-obra, muita gente vai trabalb~r, o dinheiro vair girar aqui com mais frequincia e vai melhorar, comércio e tudo, qua~ do vem o progresso, o neg6cio vai ter que se modificar. Se chegar o asfalto pra aqui, chega os loteamentos, se vem a especulação imobiliária, então reàimente o sujeito, o proprietário, o dono da terra, o sujefto que s6 tem aquilo mesmo ali, quando vi o dinhei ro tem que procurar arranjar qualquer coisa~se ele não tinha na da, vai passar a ter geladeira em casa, melhor para ele porque o terreno valorizou e ele não vai pegar e deixar um camarada construir uma casa de palha na beira-mar, qu~n~o o sujeito pode construir uma casa melhor, dá 'mais renda ao municfpio e melhora o a s p e c to d a c 1 d a d e 1 s s o é um a c o i s a na t u r a 1, e u a c h o q u e n a o está tirando náda d6 pescaddr q~ant~ aó deslocamento da praia ma i s a f a s t a d o d a s p r i n c i p a-i s r u a s, v a i b e n e f i e i a r o P R Õ - Ã L C O O L, o s usineiros, esses af tem grande interesse, o prefeito de Santa ta tem muito interesse. 111 Ri O povo a que ele se refere, que gosta de turismo é representante da class~ média de outras cidades, cujo padrão de vida lhe permite o investimento e o consumo do lazer. A particip~ ção da mão-de-obra de Lucena nesse circuito do lazer e do turismo se dá sempre de uma.maneira nformal e obedece a uma sazonalidad~ isto i, a necessidade do emprego intensivo da mão-de-obra di - se (1) Entrevista com o Prefeito de Lucena. Dossii de Entrevistas 1979.

61 no ver~o. No restante do ano permanecem apenas as atividades de ma nutenção das casas dos verantstas e o comircro nos bares ~ restau rantes- nos- fi nai s de s emana. Na ve~dade, a sttuaçio mel~ora, como diz o prefel to, para o proprtetâri o de terra e os comerciantes, pois os efei tos desse desenvolvimento do qual ele f~la para a maioria da pop~ lação e soliretudo para os pescadores se fazem representar através da pai sagem que não ecurta as leis segundo as quats se dá o processo de empohrectmento de uma popula~ão. A idiia da valorização do terreno vem junto i de uma mel~oria no aspecto da cidade, ass[m como a especulação i mob i liiria i _relacionada i geração de mais tmpostos para o municfpio.o que não esti dtto ~ que essa valortzação do terreno junto i cons t r u ç ão d e c a s-a s d e lio a q u a 1 i d a d e e.x c 1_ u i a p a r t i e i p a ç ã o d os mo r a d o ~slocais, o&riga~os a ocuparem os terrenos insalubres, uma vez que nenhum deles tem condições de-comprar um terreno loteado. E co mo não são respeitados os direi tos de posse, os moradores da faixa de terra mais pr6xima a heira-mar passaram, pouco a pouco, a dei ~ar livres as posses das casas para estas. serem ocupadas pelos ve ranist~s, que. o fazem apenas no verão e)ou em finais de semana. A reaçao dos moradores ante essa situ~ção surgiu basicamente sob du~s fo~mas: ou o morador não -contesta a sua posse e ati reconhece a generos~dade do ~ro~rietário em lhe ceder Outro chão e/ou ajuda para constru~ão de uma nova casa, _ ou o morador com a orientação da Justiça resiste ao despejo de sua casa por um 1 - po 1mpnevrs1v~ tem

62 A estrada asfaltada servirá tanto para aumentar o 55 fluxo de veranistas e turistas da zona canavieira, como para faci 1 itar a circulação proveniente da ind~strfa açucare ira, que representa tambim a entrada de mais renda p~ra o Municfpio, uma vez que este abriga pa~te da populaçio envolvida com a produção canavieir~ alim de produzir cana para as distilarias. Vemos, assim, como a perspectiva da especulação - imobiliária e a concentração da propriedade das terras vai reduzi~ do as formas de acesso à cas~, constitufda de m~ltiplas funções vi tais para a comun.idade. Esta nio redefiniu o seu papel polftico ante as transformações desenvolvidas no Municfpio, não apresentando, portanto, nenhum projeto alternativo ao dos proprietários. A tentativa de organização dos pescadores por pa~ te da greja mediante da Pastoral dos Pescadores, não foi bem cedida, devido às pressões dos proprletários, temerosos da su açao eficiente que foi produzida por aqueles agentes pastorais na praia de Pitimbu (litoral-sul do Estado), com uma organização que uma cooperativa, aproveitada posteriormente _pela EMATER, para gerou dar continuidade à mesma. A Pastoral dos Pescadores, utilizando-se da giio para unir esforços, no sentido de uma participação maior mais justa dos pescadores na vida da comunidade, possibilitava reli e te nuemente, a emancipaçio da população, sem o intermidio dos propri~ tãrios.

63 56 Essa experiên~ia de pastoral entre O$ pescadores do Nordeste contava em 1976, _no seu 1 Encontro Nacional, com part! cipantes de quase todo os Estados da costa brasileira (Ver quadro 1), numa demonstração da identidade existente entre os pescadores. ~esse Encontr~. FRE ALFREDO, o Promotor do encontro, tentou mos trar que os pescadores vivi~m marginaljzados da sociedade e da igreja. E com a descoberta pela greja de que a realidade do pe~ cador não ~em semelhante na população brasileira, precisam de uma atenção especial por parte da iqreja. QUADRO PARTCPAÇÃO DE PESCADORES NO 1 ENCONTRO NACONAL DE PASTORAL DE PESCADORES ESTADOS LOCALDADES N'? de PAR ESTADOS LOCALDADES Cl-PANTES... Maranhão Barreirinlias l Bahia - S a l va dor Cearã Fortaleza 2 Beóe ri 6e 5 R.G.do Nor te s. Bento do Norte - 2 Canguaretama - 2 Arez - 2 A rem bepe Caravelas Alcobaça Conceição Ba.r ra da E.Santo- t-1'? de PAR CPAN TEs- 3 l 4 l 1 Paraíba Lucena 2 Rio de. - L i v r a me n t o l Janeiro Maca é Pi ti m Eiu 1 ltacuruçá - Santa Ri ta t Angra dos Reis Paraty Pernambuco ltapissuma 2 Olinda 6 s.~aulo Santos Recife 1 Cananéia Navegantes Alagoas Maceió 1 - Penedo l TOTAL 1 1 l ~ 1 l 2 78 FONTE: Relatório do 1 Encontro Nacional de Pastoral de Pescadores Olinda 23 a 25 de novem~ro de 1!76.

64 O CRESCMENTO DA POPULAÇÃO DE LUCENA, EM FACE DA EXPANSÃO DA PRODUÇÃO DA CANA-DE-AÇOCAR A Organizaçio do Espaço, segundo a Divisio do Trabalho Na sede do Municfpio, ao lado da atividade pesque..!_ ra coexiste a atividade de extrativismo do coco que, considerada ' 1 seme 1 ha n te à p r i me i ré\, d o p o n to d e v i s t a d a d i v i sã o s o c i a 1 d o t r á b a 1 h o, envolve um contingente também composto de trabalhadcres explorados no processo de produçio. Essa exploração, que coloca o trepa dor (ou tirador) e descascador, o despelador, o carregador, o ponte~ dor ( denominaçõesdadas dentro da divisão técnica do trabalho 2 as diferentes atividades necessárias ã coleta bimestral) no mesmo nf v e 1 d o p e s e a d o r.a r t e s a n a l, n a o s e d ã, no to c a n te ã f a l t a d e p r E. priedade do equipamento de trabalho. Entretanto, se dá, em rela çao i propriedade da matéria bruta ~u objeto de trabalho) Os sftios de coqueiros sao de proprietários part..!_ tulares, que mantim a propriedade da terra, determinando medi dás,. que vao desde o traçado da planta da cidade atê o tipo de ma (1) Distribuição das diferentes tarefas que os indivfduos desem penham na sociedade (econômicas, poltticas, ideológicas) e que se realizam em função da situação que eles têm na estrut~ ra soctal. Segundo Harnecker, Marta. Conceit6s elementais do M~terial ismo ~ist6rico.,sem inform~ç~es da casa editorial e - local da ed1çao. ~ap. 2 1 (2) 11 0 que caracteriza a divisão técnica é que os trabalhadores especializados: isolados não produzem mercadorias e sim valores de uso que podem ser enviados ao mercado para interc~mbio com outros. O que cada tra5alho especializado produz é apenas uma parte do produto final. S5 este, que é o resultado de um tra 6alho coletivo,cons titui-se em mercadoria, isto é, em valorde uso permutável no mercado." dem Op. Cit..

65 teria1 empregado na coberta das casas que ficam nos sítios. Os queiros que circundam as residências constituem uma ameaça aos tos das casas, quando caem seus frutos. Para evitar os pedidos 58 co te de idenização, os proprietários prorbem a utilização de telhas. Quanto à manutenção dos srtios, esta sempre reu, uti1 izando-se do acesso à habitação como uma forma de o morador para beneficiar o srtio com a sua presença, mesmo ocor fixar que o morador não fosse um empregado do proprietário da terra com obri gações contratuais formais. Sabemos que a 1 impa.do terreno e os posstveis efeitos da fumaça doméstica, nos coqueiros, contribuem - para uma melhor produção de frutos, conforme afirmam os modadores locais. Especialistas da Biologia confirmam essa possibilidade com duas hip6teses: a primeira ia de que a fumaça favorece o processo fotosstntese na planta atravis da maior produçio no ar d~ co 2 ; a segunda é a de que a fumaça libera acetileno, e, dessa forma, esti mula a floração. Com efeito, obedecida a orientação de nao utilizar material que pudesse ser danificado, com a catda eventual de fru tos, o morador foi-se tornando um posseiro, tanto pela legislação urbana que rege os sttios urbanos como, muitas vezes, pela pr~ pria legislação que rege a zona rural (cujo número de anos para se confirmar a posse é maior), mesmo que os 1 imites do urbano em Luce na ainda sejam a1eat6rio. (Mapa 5). Nessas condições de propriedade de moradia estão ~ituados a maioria dos moradores desses sttios, que, compoem uma população urbana, do ponto de vista político no entanto,. adm i n i s t r ativo

66 59 a T i 1 T e _._ li ,,,,...,, ( DO u... PLANEJAME MAPA 5 NTO PARA LUCENA~ 19~:PANSÃO URBANA \\ oo~ "" b;j ~ _'.. t =-::;-:... ªº'" -- e ' olllllde ELECACA RA... CEJl PUFETllA l- llll,talla CtlElll o CLllE 0 e. PESCA 11 E e O P. 1 l S 1 l 1 a f CUZERO O o PUCl = 1nl1a ~POllTE ll&clll -.<:::: acui..:..:.:.:.. LA D a -UT ;aalp/ CSTllMl FONTE PlllClll i r e a EClll e i, 1 1 l l E 1 a T.: r. a. r. J. 1 l T '11'...-~

67 60 o A A T e 1; li -& '" MAPA 6 ~ DO ~ ~ 36 j] >)0 )1 L 1 MTES DO NÚCLEO URBANO DE LUCENA &o m ' O 40 eom 1-=.. t - ~ -.=L==-:::: L t CDlllE llcies SEJA ESTRADA '1COSTlllMA C l U 1 E DELECACA CDLECll _LMTE DO NÚCLEO URBANO 'REFETUA U.SAlllTÁllA,.DECASOLlllA LAA111n1a C. DOS 'ESCADDES CUZElll :=::11EllD ::=::::: ' 1 TE.' :.., 1 1 a e 1 1 =~-:-~ M l C E 1 Í '<klr~laca FONTE, AllCU i 1 e A ESCALA e D, 1 A e 1 t LEAllT. PlAllMÉTRC 1 E l CEllA " ElllZ&CÁO : D.E.,..,.OJETD l _J l li l 1 T.o J. l. D.. S. F. Dlll llfdl/h

68 Podemos dizer que a ocupaçao da população urbana está assim 61 com posta: na sua maioria da atividade primária como a pesca artesanaj a agricultura e coleta; em segundo lugar pela atividade etária, como os serviços p~bl icos e o.comircio; e em ~ltimo ter lugar com a lnsignifjcante participação da atividade secundária. Em 1979 de uma população urbana em torno de 1067 hab., 702 pessoas exerciam uma atividade regular. DSTRBUÇÃO DAS ATVDADES EM LUCENA EM 1979 ATVDADES (tipos) N<? DE E~VOLVDOS % Pesca Prestação de Serviços Doméstica Aposentados o Funcionário Público Agricultura Carvão Coleta de Coco ndustria Construção C i Vi i! Artesanato 3 o ;84 Criação de animal Portuário 2 0,56 -- total ,00 1 FONTE: Dados obtidos atravis da aplicação de questionários em Lucena em todas as residências. Recenseado uma população com 1067 indíviduos, em maio de

69 62 FOTO 3 - Na beira do mar, o tipo de construção utilizado pelos veranistas durante um certo tempo, conviveu com o tipo de habitação utilizada pelos pescadores, estas construfdas, pcedominante, de material proveniente dos coqueiros e da madeira dos mangues que fazem parte dos recursos do lugar. -Lucena " A população é favorável porque quanto mais população, mais o município tem participação no fundo ~e participação d o. M un1c1p10.,,jl P or outro 1 a d o, em b ora exista a consc1enc1a... de que mais pessoas significa" Ter mais combustfvel gasto, mais médico, mais dentista, mais medicamentos, mais escolas 112,essa cons ciincia do ~oder municipal não se traduz na prio~ização dessas co~ dlções materiais na vida dos trabalhadores que constituem a maio (1) Entrevista com o Prefeito. Dossii de entrevista pág. 21. (2) Trecho da entrevista com o Prefeito. Dossii de entre istas pág. 22.

70 63 ria da população e ~umentam, signiflca~lvamente, pela imigração,ã medida em que se expande,a área cultivada com a cana-de-açúcar. este, incentivado pelos financiamentos do PRÕ-ÃLCOOL, cujos Fato pr~ gramas de cridito, qu~ benefici am a impla~tação de destilarias vinculam a propriedade de pelo menos, ha de área plantada. Esses imigrantes provem, - em quase sua totalidad~ da zona rural da Parafba e de Pernambuco. Suas atividades, basic~ mente, estio ligadas tanto ao processo de desmatamento que, ante cede 'a plantação da cana nos vales e taó.ulei ros, como ã atividade canavieira nas suas várias etapas de produção, principalmente ao plantio, à adubagem e ao corte de cana. Essa população que vem imigrando e localizando - se em Lucena tem,como motfvo da transferência: a não-subordinação ao trãbalho ria cana, a proximidade do local de trabalho (é o ca so dos carvoeiros e lenhadores que se transferem acompanhando a devastação dos res quícios da mata atlântica e das capeei ras, prep~ rando a terra para a expansão da can~, alim das uni5es e motivos familiares~ Na verdade, o raio de distância que cohre o percurso d e s s a s t r a n s f e r ê,n c i a s i n v o 1 u n t ã r i a s r a r a me n te e.x c e d e a s fronteiras do Estado, sendo muito mais comuns as imigraç5es dentro da própria micro-regi ão do litoral, e mesmo intramunicipal, caracte rizando~se esta Última como uma migração do campo para a cidade que atinge sobremanefra não só os expulsós de outras propriedades mas também os recém-aposentados do FUNRURAL. O elevado núm~ro aposentados sustenta um efetivo populacional parasitário, no tido de que uma grande parcela da mão-de-obra em condições de trabalho de sen mas sem empregoaryreçiada ao aposentado~ consegue sobreviver, na falta quase que. pe.!:.. manente de opções.

71 de trabalho. 64 Qutros motivos das mudanças estão sempre 1 igados à impossibilidade de permanecer no campo ou na periferia de localidades de origem. E o motivo da fixação em Lucena foi a suas pe~ missão relativamente fácil para a ocupação de um terreno e a cons trução de uma casa. Esses, envolvidos basicamente na atividade cana vieira e na atividade do extrativismo vegetal para carvao, vem ocu pando, também, o mesmo espaço de~tinado às pessoas envolvidas, nas atividades pesqueiras e de coleta de coco da comunidade. 1 "A cana no tabuleiro é muito bom para os usineiros, porque antes o usineiro só plantava a cana, so trabalhava com a cana no verao, poruqe a cana era toda plantada na roça e na época do inverno não tinham condições de fazer a colheita da cana. Mas, hoje não, eles a tiram cana da várz~a no verão e a cana do tabuleiro eles tiram em qual quer epoca, pode chover a vontade 112. Podemos acrescentar as causas do cultivo da cana - de-açúc~r no tabuleiro não só as condições climáticas como também a possibilidade de aprimoramento técnico da espécie. Além desse aspecto, que privilegia a situação expansao das terras cultivadas com a cana-de-açúcar, convem de si tuar também o que acontece além do que se vê a nfvel da represent~ ção espacial. Na verdade, as condições de moradia anterior desaparecem no momento em que o morador passa a ser um obstáculo ao cres (l) E a tmigração permanece porque, no tabuleiro, o desenvolvimento da monocultura da cana pode se manter o ano inteiro, -~- 1 obedecendo a sazonal idade das várzeas. (2) Entrevista com o Prefeito de Lucena, Dossiê de entrevistas pág. 22. nao

72 cimento de uma agr icultura do tipo 11 plantations 11, que a sua nova condtçio de morador citadino l~va-o 65 ao mesmo tempo a elevar,cada vez mais, o nfvel do consumo na circulaçio de mercadorias. sso ocasiona um re&alxamento do ntvel de vida, ã proporçao que a pr~. pria utilização de alguns recursos naturals {a igua, a lenha, para gerar energta), necessirto ã economia doméstica wiregulada por uma empresa que vende seu serviço - a CAGEPA, res ponsivel.pelo a&astecimento d'igua no Est~do - ou e inacessfvel, por ser de propriedade privada - é o caso da lenha. Os objetivos bisicos de uma empresa de abasteiime~to d'igua sio uma melhor 9! rantia do ntvel sanitirio da comunidade. Todavta, uma vez que o serviço & diftcultado p~la baixa renda de uma com~nidade, hi uma contradição nes ses objetivos, que, na verdade, só reproduzem a sec tarizaçio ji existente. Assim, o desaparecimento da moradia ante rior, provocado pelas novas formas de ocupaçao do. espaço agririo condiciona o imigrante ã ocupação dos terrenos insalubres na pi~ nfcie de Lucena, vistd que, nas mesmas condições do pescador e dos envolvidos na atividade de coleta do coco, se viem impossibl litados de adquirir um lote pr5prio, devido ã crescente valoriza ção imoniliiria na cidade de Lucena. Para uma melhor base de anilise das condições de moradia do pescador, quanto ao meio ffsico, precisamos situar al gumas caracterfsticas do espaço em estudo, nio &o como uma tenta tiva de mapear os acontecimentos mas sobret~do para delinear me lhor o tipo da organização espacial existente, em função das ne cessidades da circulaçio, bem como da necessidade de reproduçio, das condiç~es de produção da comunidade.

73 A posi.ção geográfica do Municfpio possibilita a 66 exi s tência das diversiffcadas formas de relevo. Num corte leste-oeste, encontramos uma plantcie formada a partir de terraço marinho, altitude entre 2 e 8 metros que varia de extensão, alcançan~o com 2 km na sede do Muntcfpio. No limite oeste com a. planfce sur9e 1 abrupt~ men~e,a formação dos ta6uletros costeiros, com uma altitude média de 30m. Nos ta&uletros, o ecossistema caracterizava-se pela ~eget~ çao;. ttpfca de cerrados, denominada vegetação de ta b.ulei ro, pelos res qufcios da Mata Atlântica e pela vegetação de en costa (capoeira} e dos vales que 'compõem a rede de drenagem do Ta hulef ro. Na plantcie, a vegetação é composta pela presença de man gues e panadfço, tipo de capim que cresce nos terrenos alagados das lagoas. Além da vegetação caractertstica de dunas denominada regionalmente de barba de!iode! ocorre um vasto plantio de co queiros nas cotas mais altas. Na plantcie, estao localizadas as vilas, cuja pulação mantém-se envolvida com a pesca, o pequeno comércio, a pó co teta do coco, a agriculturae a indgstria da baleia na vila de Cós tinha.hi ali, um crescente ngmero de aposentados. Ao longo ou transversalmente aos cordões litorâneos existentes, uma via de aces so percorre essas vilas, delimitando uma concentraçãode domicílios longo da linha da costa, que é interrompida pela presença de tro macei5s e pela desembocadura dos rios Mi ri ri e Camaçari. qu~ Pode (1) Remirea Marítima

74

75 68

76 69 ~os divisar, na direção sul-norte da faixa litorânea, a sucessao ~ de 4 concentrações de população: a vila de Costinha, a de Fagundes, Gameleira, a. de Ponta de Lucena e a de Lucena. Os tipos de ativid~ des e as condições de moradia sao os mesmos, havendo, porém, diferenças, quanto a participação da pesca, na reprodução das 'diferentes conce~trações. Essas concentra~ões são, quanto ao traçado, pre dominantemente 1 ineares e as construções são, na maioria, de taipa e palha, embora se observe a presença da alvenaria e de telha. presença de alvenaria e telha está associada a construções de i A me lhor ntvel. Embora isso seja pouc0 característico das construções dos moradores locais, está presente em todas a~ construções de ca sas de ve~aneio (vamos encontrar mais profusamente esse tipo de construção na beira-mar e nas proximidades). As casas dos veranistas em nada se assemelham às casas dos moradores, mas formam conjutno espacial com a via principal de Lucena, onde habitam um os proprietário~, e os comerciantes, e ond~ estão localizados servi ços, como escola, prefetiruas, igreja, banco, posto de saúde e te lefônico, bares e restaurantes. Com o loteamento dos sítios, surgiu a possibilidade de compra de um lote próprio para o antigo posseiro, mesmo em terrenos alagáveis que não sofreram nehum beneticiamento da delimitação das ruas e lotes. Deu-se início da valorização além da ~rea chamada nobre, por localizar-se próxima do mar, principalmente na Praia de Lucena, e também, em menor concentraçao. em outras vilas da orla marttima do Município.

77 70 FOTO 4 A recoberta da casa de palha deve ser feita no máximo de dois em dois anos. Constitui-se numa atividade coleti va onde os amigos participam sem cobrar pelo trabalho Da atividade também consta uma comemoração final regada acachaça As palhas utilizadas, passam por um processo artesanal de quebra das folhas que as orienta num so sen tido. Dessa forma a colocação das folhas sobrepostas fa cilita a vedação. Lucena ~ açao dos proprietários, na tentativa de "despe jar 11 dessa area da beira - mar os antigos modores,foi reforçada

78 71 ~om as medidas da Capitania dos Portos que determinava a extinção das caiçaras, e mesmo das moradias, que se situassem d~ntro dessa faixa. Em atendimento e essas medidas, hou~e o primeiro momento de desapropriação e remanejamento de antigos posseiros, cuja preocupa çao com a reposição de um local de moradia foi prontamente resolvl. da pelo proprietário do srtio. Essa situação de remanejamento população de economia artesal, evoluiu bastante, de maneira que da a intranquilidade e a insegurança dos morad~res orientou o nivel de aspirações, quanto à sua moradia. A aspiração quanto à residência nas novas ruas, fez com que muitas ocupassem o inicio da faixa terras alagáveis no inverno, sujeitas ao tratamento constante de da esquistossomose, pela SUCAM. Essa aspiração, está fundada no enten dimento da vocação do espaço urbano, pois, uma vez percebida a va lorização imobiliária e a distância entre o seu poder de consumo e essa v~lorização, o morador viu-se diante duma real idade a vencer: a garantia de uma habitação. A esse aspecto de mudança no plano espacial soma se também um maio empenho, por parte dos moradores, no emprego de material mais durável na construção da moradia, no sentido de val~ rizar o imóvel, assim como um maior poder de reivindicação, de al guns serviços básicos, como cido pelos coqueiros para a água e luz e - 1. habitaçao segurnça no perigo afere- (1) Quem decide essa segurança e o Juiz de Santa Rita.

79 /l O mobil iãrio também evolui para alguns pescadores i medida que se int~nsifica o comércio, e a necessidade de acumular dos pequenos comerciantes. Do tambore FOTO 5 Localização de parte da área de expansao recente em Lucena, tendo num primeiro plano as aguas de uma lagoa. Ao fundo, observamos uma das instalações sanitárias feita p~ la Fundação SESP. Lucena

80 73 te, aspira-~e ~cadeira e ao sof~, alim d6~ ohjetos eletrodomisti cos, concorrendo para isso ~ sistema de cridito e a propaganda. O assumir esse novo processo de ocupaçao por PªL te da sociedade local heneficiou os proprietirios que, por sua ve~ utilizaram o ato da doação de terreno para construção de novas ca sas, com objetivos polfticos. No período que antecedeu as eleiç~es municipais de. 1978, o assentamento de habrtaç~es numa das entradas da cidade, ao longo da rodovia de acesso a BR-101, deu-se rapidamente, contri buindo sobretudo para a instalação da população imigrante. FOTO 6 As caiçaras constituem um tipo de abrigo para o equip~mento (canoas, redes, cestos), e para os pescadores que a utilizam tambem como ponto de encontro do trabalho individual ou coletivo, e para o descanso e comemorações. Lucena

81 O contingente que imigrou e estacionou em 74 Lucena veio reforçar a ocupaçao das ~reas insalu&r~s por ter sido este o local a que teve acesso, numa situação espacial que prioriza a ati vidade de lazer da população uróana. Sua função na reprodução do capital est~ intimamente ligada a expansão de grandes cultivos, no munictpio de Santa Rita e Lucena, como a cana-de-açúcar ou o coco e a soja associados. Em outros termos: por um lado, a infra- estru tura urbana i criada, muito mais no sentido de servir, de acordo com a capacidade de consumir, ou seja do ntvel de renda da ção. Assim a infra-estrutura montáda i sempre ;de'ficiente na sua ca pacidade de servir, uma vez que ao contingente permanente do sttio considerado ur&ano não pode ser atri~utda a capacidade de manuten ção - pelo consumo - da infra-estrutura montada. Com o crescimento natural de Lucena, mais as imi graçoes do campo e o aumento sazonal da população de veranistas,p~ demos considerar que, no seu movimento como um todo, o crescimento provocou, para a população local, a redução dos recursos naturais dis pontvàis rebaixando o ntvel de vida, e definiu as opç~es de ocup~ çao para os pescadores, reforçadas pelo movimento de imigração q~ se dava ao mesmo tempo. Deu-se tambim a definição da função de lazer que temporariamente movimenta a cidade causando com esse mo vimento a ilusão de que o aumento do consumo temporariamente sign! fica o desenvolvimento da cidade de Lucena A Reorganização ro uso do solo, no campo e na cidade, e o nf vel de consumo da Populaçã~ A cidade significa aqui, em se tratando de um lo

82 cal de des envolvimento de uma com.unidade pes-queira artesanal, 75 nao s:õ o local de de'senvol-vi~mento de afguns: serviços: óâs i cos, mas tam 6~m uma irea.. delimitada que serviri ao~ interesses polrti co-administrativos do Estado. tsso significa uma atuaçio mais tens a do mesm.o, no senti.do de controlar a s octedade uróana. in Essa caracterfs tica polftico-adrriinistratfva., em uma sociedade urbana torna posstvel a realizaçio do avanço das fronteiras do espaço ur bano sobr~ o espaço rural, modf ffcando o valor de uso do solo e, com ele, possf6il ttando o desenvolvimento das funç5es, que um determinado espaço é chamado a realizar- pela sociedade num determi nado momento. Dessa forma, a cfdade de Lucena desempenha a de incrementar o seu efetivo populacional, como decorrincia transformaç5es que se dio, principalmente na zona rural e na função das per! feria de cidades envolvidas com a reorganizaçio. do mundo rura1, co mo S a n t a R i t a ( Q u a d r o 1 ) Podemos dizer que a maioria da população que mi gra para o sftio urbano de Lucena é oriunda de municfpios fes e de outros municfpios, onde a monocultura ou _grandes limrtro exten s~es de cultura mista são ativid des predominantes. Assim, a origem dos imigrantes, quando nio é a pr5pria zona rural do municfpio de Lucena, é a zona rural de Santa Rita ou de Rio Tinto, entre outras.

83 76 EVOLUÇÃO DA PROPREDADE DAS TERRAS DE 1960 a 1980 NO ESTADO DA PARABA, lllcroreg ÃO DO LTORAL NOS HUNCPOS DE LUCENA E SANTA RJA; SEGUNDO O TPO DE ESTABELECMENTO TPO DE ESTABELEC HENTOS E PARAÍBA LOCAL! DADES E 0 StAà'r"uc HENTOS!ARE~ (ha} 1 i:stãsel'l'i:hentos ÃREA(h<\ll ESTAâfl.âr11ENTOS!HA (h,) ndividual 11.20& Condomínio ou Sociedade Soc.Anõn.ou Cotas Resp. l tda Cooperativa ao. 991 Entidade Pública ; nstituição Pia ou Religiosa Sem Declaração l ~ 1 ndi vi dual Condomínio ou Soe iedade Soc.Anõn.ou Cotas Resp.Ltda Cooperativa Entidade Pública nstituição Pia ou Rei igiosa Sem Declaração LUCENA ndividual Condomínio ou Sociedade Soc.Anõn.ou Cotas Resp.Ltda Cooperat 1 va Entidade Pública lnst!tuição Pia ou Religiosa 2 Sem Declaração SANTA~ ndividual Condomínio ou Sociedade Soc.Anõn.ou Cotas Resp.i tda Cooperativa Entidade Pública nstituição Pia ou Rei igiosa Sem Declaração FONTE: GCE Censo Agropecuário Sinopse preliminar do Censo Agropecuârio de 1980.

84 77 EVOLUÇÃO DOS GRUPOS DE ÃREA TOTAL DE 1960 A 1980 NO ESTADO DA PARATBA, NA MCROREGÃO DO LTORAL E NOS MUNCTPOS DE LUCENA E SANTA RltA LOCALDADES TOTAL DE ESTABELECMENTO E ÃREA (BAl PARATBA. Estabelecimentos t Ãrea ] LTORAL Estabelecimentos Area ' LUCENA Estãbelecimentos -..'.- _:. 238 t 89. Ãrea - ] SANTA RTA Estabelecimentos Ãrea : fonte: 1 BGE - Censo Agropecuá~io, Sinopse pre.liminar do Censo Agropecuário de 1980.

85 Ante~ de compararmos os dados estattsticos referen 78 tes a propriedades das terras nos dofs municfpios, tentaremos clarecer que a quanttftcaçio necessiria ao entendimento da çio do seu quadro é omitida nas publicações oficiais. Assim vamos que existem para o municfpio de Santa Rita dados que es evolu obser perml tem um entendimento da evoluçio na agr!cultura nos anos 1960, 1975 e 1980, nio ocorrendo o mesmo em 1970.E para o mu~tcfpio de Lucena temos esse5 dados apenas de 1975 e 198n. Fizemos uma anilise comp~ rativa - tomando como base apenas os anos de 1975 e da evo luçio do quadro da propriedade da terra no municfpio de Lucena do municfpio de Santa Rita, pela relação que este mantém com e aqu~ le. Haja vista a condição anterior de Lucena, de distrito de Santa Rita. Além disso, pela condição de municfpios que se limitam,dando assim margem a uma expansio de suas fronteiras, onde a forma esp~ cial comporta um movimento de reprodução numana que não obedece a limites espaciais mumicipais. Em Lucena como em Santa Rita, houve uma redução das propriedades menores e um ~créscimo das médias e das grandes pr~ priedades. Dessa forma, podemos di~er, que, em relação.ao movimen to de reordenação do espaço rural no municfpio de Santa Rita, atri buimos efeitos do ponto de vista do movimento da população e transformaçio do valor de uso das propriedades. em Lucena. E da com isso, um aumento da irea de d~terminados cultivos e uma diminuição do número de pequenas propriedades provocou, em termos de produçã~ um esvaziamento na diversificaçio de produtos alimentfcios 'e um a cirramento do mercado.e das condições de trabalho a que está sujel to o trabalhador assalariado. As imigrações se dão tanto de população economicamente ativa,como de inativos..

86 DSTRBUÇÃO DAS ATVDADES POR SETOR EM LUCENA Primário Pesca 76 % Agricultura 25 Carvão 24 Coletação 22 Criação Animal o 0% Secundário Fábrica de Tapete 6 ndústria da Baleia 4 Padaria % Terciário Prestação de Serviços 52 Doméstica %. Funcionário Público 38 Construção C i Vi J 13 1 Artesanato 3 Portuário 2 TOTAL 317 Fonte: Pesquisa de Campo O setor que mais se beneficiou com o crescimento do núcleo urbano, inclusive com a baixa da produção pesqueira, foi o p~ queno comércio, uma vez que a prática da venda a crédito, mesmo de g~ nero de primeir~ necessidade, assegura a reproduçã~ de uma cliente \a, cujo salário muitas vezes - na maioria dos casos o do pescador - nao é definido nem tido como certo. Qualquer pessoa pode comprar na venda, desde que se ja efetuado o pagamento semanal ou mensal. Como o pagamento dos bens de primeira necessidade nas vendas é efetuado com a total idade dos salários ganhos, a única alternativa que resta e um novo endivi

87 damente onde ji se tem crédito. Acontece até de haver um rodfzio de endividamento entre todos os estabelecimentos, mantendo-se, assim, a competição entre os mesmos. ao _A garantia para o comerciante é a manutenção do dito, mesmo que os pagamentos não sejam sistemáticos, pois é mente o fiado que sustenta a importância do comerciante, uma.que a maioria da população sobrevive dessa forma. 1 cre just~ vez Esse comércio e composto de venda de produtos al imén tfc.ios, de limpeza, de combustfvel; de bares, restaurantes e pada - rias. As vendas sao uma réplica dos barracões dos antigos engenhos e de algumas fazendas ainda hoje. Num único compartimento estão as mercadorjas expostas no teto, nas paredes e mesmo no chão. Um balcão, divide o ambiente e organiza as funções de vendedor e de consumidor. O proprietário do estabelecimento, via de regra, e o vendedor ou parente deste, não sendo comum a existincia de empregados trabalhando na venda. (1) "De fato, esses aglomerados urbanos são bastante propfcios ao desenvolvimen to de atividades por conta própria de baixo rendimento e baixo nícel de ha bitação ocupacional. Em virtude da baixa renda familiar, estas populações-: ficam distanciadas do mercado ~onsumidor na medida em que seu baixo poder aquisitivo as obriga a comprar o retalho, e.a comprar a crédito sem que po~ sam participar do sistema de crédito legalizado. Compram dos pequenos vende dores autônomos locais que, embora vendendo a preços mais elevados, oferecem crédito e venda a retalho". PRAND, José Reginaldo. O trabalhador por conta própria sob o Capital. São Paulo. Sfmbolo, 1978 pág. 88.

88 81 f OTO 7...,.-. - Via Principal de Lucena. No primeiro plano a esquerda, vemos um casa rão residencial e com funções comerciais, na epoca em que o proprietário do sitio mantinha na própria residência uma venda com entrada independente. Em frente ao casarão está a primeira Agência Bancária da cidade. Luce na O movimento diário é feito, frequentemente, por mu lheres e criançàs, mas o elemento masculino está sempre presente - no estabelecimento ou nas imediações, seja ingerindo bebidas al coól icas, seja simplesmente trocando idéias.

89 No movimento di5rio da venda, o vendedor 82 utiliza constantemente a caderneta de contas, onde di &aixa no preço das mercadorias vendidas a cridito. A dependincia do cridito leva, mui tas vezes, o consumidor a aceitar o total dessas contas mensais mesmo discordando da soma total, ou seja: segundo os moradores,ta~ b~m se paga o que nao se comprou. A maior movimentação das vendas se dá no sabado,cbmingo, e no final do mis. ~ comum avolumar-se o ngmero de pessoas nas ven das, no ;i&ado, quando tambim i f~ito o pagamento das contas e a renovação do cridito e das mercadorias necessárias a uma semana con~titu1das &asicarnente. do açucar, do cafe, da bolacha, do sabão~ e do querosene. Dos t ris bares,e restaurã'ltes apenas um consegue manter se menos precariamente, durante o ano inteiro. Funcionam mais como bares e exercem na mesm~ construção a função de res~dincia do pr~ prietirio do restaurante, o qual so assim consegue realizar a manu tenção do seu estabelecimento. O abastecimento do pescado ainda i prec5rio, devido is precárias condiç5es de conservação, pois os fteezers e~istentes são de pequena capacidade ( em torno de 200Kg} e exercem mgltlplas funç5es o que acarreta variaç5es na qualidade de conservação do pescado. (1) A Bolacha e de fabricação local sendo muito comum o consumo do brote, um bo lachão de massa não muita leve, mas que subst.itui a massa do pão ou da fari - nha - adqurida na venda ou nas feiras - na falta daqueles dois. A farinha de mandioca que tradicionalmente fez parte do hábito alimentar dos pescadores já i frequentemente substitufda.

90 83 FOTO 8 Via principal de Lucena, tendo em primeiro plano um restaurante num dia de domingo. A precariedade de funcionamento desse tipo de estabeleci mento comercial é um testemunho das condições desse tipo de comércio em Lucena - cujo funcionamento sistemático só é verificável com afluência de turistas. Lucena O comércio efetuado na venda nao so se manteve co mo tam5ém cresceu, inclusive como componente da economia doméstica. Esse fato não dimtnuiu a importinci a das feiras para o pescado,pois este é o ponto de comercialização para o peixe seco. Além disso, o preço das mercadortas, mesmo contando-se os custos do transporte saem sempre mais 6aixos nas fetras do que o das mercadorias do co m~rcio local. As vendas representam os principais pontos do comer cio. locàl e representam uma forma de manutenção da miséria do traba lhador. Exercendo os mecanrsmos do mercado, os preços dos chegam sempre mais caros em Lucena do que nas feiras da produtos região (Santa Rit~, Cabedelo, Sapél. Como no lugar hi uma irregularidadena

91 obtenção de salirio, a co~pra 84 dos gineros alimentftt6s bisicos se dá na venda onde a existincia do crédito vai permitir a sob revi vincia de uma parte considerável da população (incluindo-se aqui tambim os imigrantes recentes). Esses pontos de comércfo não s5 abastecem o traba lhador de salário incerto que habita ~ núcleo urbano, como tam bém serve de entreposto comercial para os produtos dos pequenos produtores da zona rural das adjacincias. Essa função de entrepo~ to apresenta-se como um ponto de i~terrupção no fluxo de a ~19 umas mercadorias destinadas is feiras de Ca~edejo e de Santa Rita. Des sa forma, observamos que a função da agricultura de subsistinciar atende também as necessidades de uma socied~de_ urbana em desenvol vimento, coroo a de Lucena. " ~ surpreenden_te que as caracte rtsticas arcaicas da agricultura regional permanecem nao por inér eia ou resistincia i mudança' ~o tipo clissico, mas tendem a aprofundar-se e acentuar sua simetria, imedida que avançam os processos de urbanização e industrialização do pais. E ainda mais desconcertante e - a compatibilidade entre essa estrutura aparent~ 0 mente o b so l eta e o crescimento acentua d o d os n1veis r d e pro d uça~ - ~ 1 Essa função de entreposto é antiga em Lucena e re monta i epoca em que o proprietário da terra era o proprietirio da venda. (1) Francisco Sá, Jr. O Desenvol~imento da Agricultura Nordesti~a e a Função das Atividades de Subsistincia. ~o P~ulo. Seleç~es CEBRAP 1.

92 Talvez esse fato, aliado à proximidade a ã importân..... eia das feiras dos municfpios vizinhos, explique o motivo da exjs - tência de uma feira em Lucena, somente entre 1912 e 193. Não se tem nottcia de outras datas até hoje, em que uma feira em Lucena funcio.nasse regularmente e conseguisse se estabelecer. Com o crescimento 85 do núcleo urbano e com a partilha das propriedades por hernaça, es se controle através do comércio assumiu outra forma. Forma esta que se estabelece e se firma à medida que se dá uma reordenação ou reorganização no uso do solo, no campo e na cidade dos municípios - de Santa Rita e Lucena. Podemos dizer que, na evolução da forma de ocupaçao esta retoma a já antiga relação com a produção canavieira. Relaçãoessa, que, talvez nunca s~ tenha desfeito, desde a exist~ncia do e~ genho de Bonsucesso. A diferença está em que a acumulação do capit~ propiciada pelo engenho foi também investida na formação da vila a 3 km ao sul de Bonsucesso. O que resultou num crescimento, mesmo lento, da vila e um estacionamento da local idade de Bonsucesso que culminou com o desaparecimento da paisagem que fora constituída por um arruado de casas de palha e que foi substitufda pelo vazio, devi do a especulação imobiliária. A forma de ocupaçao que assume hoje a paisagem urbana em Luce na apresenta as características da estratificação social existente e u~ predomí - nio da classe mais baixa, composta de pescadores, coledores, agricultores. Essa classe se expande horizontalmente nos espaços insalubres, orientad~ pela valoriza ção imobiliária da orla marítima e pelo despovoamento da zona rural. Ao assumir a função de balneário, Lucena estreitou as relações com João Pessoa, com a finalidade de turismo e de veraneio e com uma orientação de consumo para João Pessoa. A relativa facilidade de comunicação também contribui p~ ra esse acesso, que pode ser efetivado diariaménte através da BR-101 via Santa Ri ra, ou através da travessia do estuário feira entre Costinha e Cabedelo.

93 AS OPÇOES PARA O MERCADO DE TRABALHO O Potencial Estuarino e Possibilidades de Expansio do Espaço Ribeirinho Do ponto de vista da organização do espaço regi~ nal, a região em que Lucena está inse~ida comporta uma extensa irea estuarina contfgua espacialmente ao municfpio de Lucena. A condição de estuário {a confirmação da existên eia de uma intensa vida vegetal e animal, e que vocacional mente se!. vede espaço destinado ao dese~volvimento da atividade pesqueira e da agricultura de subsistência. Ao situarmo~nos na geomorfologia da região, observa mos que Lucena faz parte de um conjunto de planfcies, do qual fa zem parte ( a de Joio Pes~oa, a da Restinga e a de Lucena) de for mação terciária que, entendidas do ponto de vista de s~a formação, nos apresentam um potencial biológico muito significativo, conside rando-se a importância dos mangues e da ocorrência dessa veget~ ção, no estuãrio do rio Paraib.a. Os mangues têm 11 uma importâ~ eia vital n~ produção ~iolsg~ca, favorecendo a p~oliferação de b.actérias e de fitoplanc.ton., tão necessários. a cadeia alimentar tem ainda o mangue importância vital como filtro de sedimentos, fa vorecendo o depósito de parttculas finas. A grande quantidade vegetação de mangue no estuário do Rio Parafba, ocupando uma de -area de mais ou menos 6.SOQ ha. nos coloca diante de uma verdadeira

94 floresta inundada com uma potencialidade de produção em torno 87 de 260JOQO toneladas/ano de produção de matiria orginica seca. ndiscutivelmente a presença desta fabulosa flores ta de mangue concorre para a grande potencialidade bio16gica deste estuário, 'alim do prsprio mangué sér parte importante nesta produ T tividade, com o uso de suas madeiras em construç~es populares. ~ A organizaçio do espaço ri hei rinho ~o estuário do rio ParaTba conta com essa potencial idade natural' uti 1 izada tanto para a atividade pesqueira de subsistincia como para a infra-estru tura urbana e industrial, necessária i sociedade, como por exem pio, o recebimento de terminais de es~otos e de restilos industri ais, e a ocupaçao que se dá com fins habitacionais. Poderfamos mes mo dizer que, se.no momento a polftica de organizaçio espacial dá prioridade ao crescjmento ur&ano, a maioria das atividades relacio nadas ao espaço ribeirinho estio voltadas i manutençio de infra-es t r u t u r a u r b.a na par a J o ão P e s: soa A atividade de subsistincia no estuirio funciona co mo uma produçio atenuadora entre as necessidades de expansio d6 consumo urbano e as condiç~es do mesmo em se efetivar. ~ o que ob servamos, quahdo acompanhamos o destino da produção das comunidades ribeirinhas do estuário, na direção dos mercados dos núcleos urba (1) Madruga, A.Moacyr Relatório Final de Atividades do Curso de Mestrado. Pág. 86.

95 nos, como João Pess.oa, Bay eu.x, Santa Rita e Caó-edelo. 88 O comércio das feiras: livres, nas cidades de Santa Rita, Bayeu.x e Ca~edelo as mais frequentadas pelos habitantes do es:tuãrio da margem esquerda leva-nos ao reconn.ecimento da importâ~ eia das feiras como ponto de comircio ~de interação social. sto porque, de uma forma sistemittca, possi~tlita a uma popula~ão ru ral a venda dos excedent~s de sua produção e obtenção dos produtos de que necessita, &em como a manutenção de relaç5es sociais que fa zem parte do uhiverso social do agricultor. 11 Do ponto de vista da realidade ru.ral do estuário, são distintos o~,movimentos sociais das p~opriedades rurais em seu processo produtivo e os da vida social das populaç5es. A produção agrtcola do estuirio, de carit~r e~tensivo e extrativo, esti volta da diretamente ao mercado dos centros ur~anos, s~ja na forma de bens de consumo direto (frutas}, seja como matiria prima para in d~strias alimenttcias. A aparente proximidade ffsica da produção~ grtcola das propriedades com nacleos de população rurél' não se traduz ent.retanto, numa aproximação destes. com esse. processo pr2 dutivo. Ao contrário, a população rural desenvolve apenas uma~ gricultura de sushistincia em pequenos pedaços de terra arrendadas e não esti o~rigatoriarnente envolvida na produção da propriedade. sto se dá ~m grande parte e~ consequincia da pr6pria natureza da cultura extensiva, que s6 emprega mão-d~-o~ra em caráter temporã. rio e que por ser uma agricultura de tipo permanente, de ~azonal i dade definida ( o coco de 2 em 2 meses e manga anualmente} poucos cuidados durante o ano A rigor os principais pontos exige de relacionamento entre a propriedade e pe~soas que nela habitam se

96 referem ao pagamento do aluguel de moradia e do foro pelo uso 89 da terra arrendada, em que cada proprf~t~rio, segundo seus. interesses e sua forma ije gerir a propriedade, estahelece formas distintas de 1 pagamento". Vemos aqui como a necessidade bisica da h.ab i tação ~ainda mais su&jugada ao proprietirio da terra do que em Lucena - o que permitiu um decriscimo de população em algumas propriedades ao mesmo tempo que outras localidades como Forte Velho e N.S, do Livramento cresceram intensificando as relaç~es com Santa Rita e Cahedelo. Mesmo assim, não se pode contar com o crescimento popul~ cional ribeirinha que tambim j~ tem seu futuro orientado: a ocup~ ção desse espaço pela oana-de-açgcar ~ loteamentos para o lazer de João Pessoa. Dessa forma se mant~m tambim no estuirio o estado cr5nico de mis~ria oriunda da exploração do trabalho. sto faz com que a relação mantida com o meio-ambiente proporcione sempre a pectativa da possi&ilidade de reprodução e so&revivincia, sem ex ne cessariamente passar, na sua tot~lidade, pela dependincia do merca do de consumo urbano. Ao aspecto da su~sistincta da população, nas perif~ rias das cidades as5ociamos a pr5prta habitação. Dada a caracterfs tica dos mangues, de pertenierem ao patr[manio da União, a ocup~ çio dos seus terrenos constitui uma forma alternativa - no proce! (1) Cadernos de estudos regtonais. P~g.84, 85 e 87, 88, Sirie Mono grafia li.

97 90 so de expulsão da produção do campo.- de ocupaçao e crescimento das cidades de Joio Pessoa e de Bayeux. As possibilid~des dessa ocup~ ção existem nas zonas de contato entre o mangue e as terras firmes, sobretudo nos )imites da vegetação de mangue, que é parcialmente~ terrada, mas c~nttnua predominando no espaço construído, assim co mo a fauna, que, em alguns casos, compete com o pr5prio homem sua sobrevivintia, um exemplo são os insetos que permanecem no na lu gar,~pesar da futa diária e preciria para dehe1i-jos. Os habitan tes dessas ~reas fazem o uso constante de um artifício denominado: 11 6.oi-de-fogo", que se cons:titui erri um b.raseiro e..xalando fumaça e que~ necessário durante o dia e a npite, ~ais ainda para afuge~ tar partes dos ~arutns, espécies naturais do mangue, as quais ato~ mentam a vi da dos ha6.itantes com picadas e t es~es que podem prov~ carna pele. Por outro Jado sa~emos o que significa para a qual! dade de vtda a sa1u&ridade do ambiente, isto é, se existe. uma ocu paçao sem nenh~ma infra-estrutura ~a região do mangue, i normal que esses habitantes, principalmente crianças e velhos, sofram de pr~ &lemas pulmonares devido i e~cessiva e constante umidade do lugar. Afora as ativid~des de su~sistincia, como a agricu1. - tura e a pesca, presentes na organização do espaço ribeirinho, ou tra atividade esti muito bem representada na vida do estuârio,pois provoca uma verdadeira catástrofe para a continuidade do ciclo bi~ 16gtco ~a poluição com os restilas provjndós : das agro indus trias açucaretras, e os dejetos das cidades, canalizados pelo sane amento ur6ano.

98 91 DEMONSTRATVO DA PRODUÇÃO DE ÃLCOOL EM UStNAS E bestltaras QUE CONTRBUEM COM CALDAS PARA O ESTUÃRrO -SAFRA 81/82. USNAS E PRODUCÃO DE ÃLCOOL/LTROS DESTLARAS POSÇÃO EM POSÇÃO EM S O M A São João Santa Helena Santana SOMA TOTAL DEMONSTRATVO DA PRODUÇÃO DE ÃLCOOL EM USNAS E DESTLARAS QUE "CONTRBUEM" COM CALDAS PARA O ESTUÃRO - SAFRA 82/83. USNAS E PRODUÇÃO DE ÃLCOOL: LTROS E M3 DESTLARAS POSÇÃO EM POSÇÃO EM s O M A LTROS ' LTROS.. COBCOS. São João Santa Helena Santana Jacuipe L Japungú o oo SOMA/TOTAL FONTE: M.l.C. - l.a.a. - nstituto do Açúcar e do álcool

99 92 Das atividades envolvidas com a potencialidade natu ra1 do estuá~io do rto Parafba, podemos dizer que, em ~e tratando de possfveis prejufzos que possam trazer a esse meio ecológico essas duas atividades têm um caráter bastante acelerador dos meca nlsmos que acarretam o assoreamento e a poluição do meio, afetan do es.paci'a1mente uma extensa área que, direta ou indiretamente participa do ciclo de vida do estu5rio, através da cadeia alimen tar. As ame~ças, ou mesmo, as açoes desses mecanismos poluidores, têm ainda uma atuação que extrapola o domfnio da poluição e do a~ sorea,r.ento, isto ê, as nterferências na qualidade dos recursosp!!_ ra a população ri&eirinh~ da planfcie e para a sociedade de todo litoral A Situ.ação do Mercado de Trahalb..o em Lucena Diante da falta de alternativa no espaço regional observimos que a população vê-se cada vez mais impelida a as atividades artesanais ao mesmo tempo que se vê cada vez forçada a integrar o circuito da circulação do capital, no mo. Este consumo, por sua vez, só se torna mais viável e deixar mais consu garantl do, i medida que os salários tenham uma frequência garantida possa permitir inclusive a possibilidade da expansao do 1 CO. que comer 11 -t«tt-a-: O salário e a renda do trabalho autônomo ( renda-trabalho) pertencem a classes distintas de conceitos. O salário é a expressão monetária da parcela de valor que é paga ao traóalhador em troca da venda de sua força de trabalho - em condiç5es ideais de mercado nas quais o valor corresponde, ao preço -, enquanto que a renda-trabalho é a expressão do valor produzido pelo desgaste da força de trabalho do próprio proprietário dos meios de pro dução''. - PRAND, Jpsé Reginaldo. O Trabalhador por Conta PrÕpria' :Sob o capl taf São Paulo, STmbolo, 1978.Pág. 76.

100 Al~m dos serviços pg~licos e privados. 93 as opç~es de assalariamento no municfpio surgem com a presença de empresas industriais, como a COPESBRA, as destilarias de ilcool do Municfpio de Santa Ri ta e a MAGUARY-KBON afora tras atividades de menor importincia econsmica, mas nem por ou isso menos necessárias a essa sociedade. A Companhia da Pesca Norte do Brasil - COPESBRA -, integrante do grupo multinacional Nippon Reizo KK, de Tóquio foi adquirida em e está localizada na vila de Costinha. Antes da COPESBRA, a e~ploração da baleia foi fei ta por um Norueguis que passou a empresa pa~a um brasileiro. O processo de extrair o Óleo era feito no próprio navio, no rio, a carne era atirada ao mar, quando o navio safa para a caça. e a COPESBRA dinamizou a produção, às custas de uma maior exploração, d os r e c u r s o s n a t u r a i s: d o l u g a r ( 1 u g a r a q u i, c o n s i d e r a d o com o a totalidade da superffcie do municfpio e adjacências) e sempre foi muito hem-vinda no municfpio, particularmente, no que diz respel to ao CM arrecadado. Essa aceitação esti p~esente em todo um discurso justificativo para a existincia da COPESBRA. "Realmente, a companhia de_pesca da baleia em Cos tinha, que i do municfpio de Lucena, a nao ser o Fundo de Partki paçao, dos Municfpios que a Prefeitura recebe do Governo Federal, -.,,. e a maior fonte de renda daqui. Tanto para o mun1c1p10 como para a população. Quanto a Companhia de Pesca congrega na ipoca da pesca mais ou menos 3QQ operários, quer dizer são quase pe~ soas a viver e.comer dali, a vestir dali, s~ houver a paralização

101 da pesca da baleia, é um prejufzo enorme para o muhfcfpio e i 94 um p r o b 1 em a s o c i a 1 m u i t o g r a n d e p a r a n ó s: a q u i t a m b_é m não s o u c o n t r a, e u 1 u t o a q u i, eu ba ta 1 h o a q u i p e 1 a p e r ma nê n c i a d a b a 1 e i a, p o..!: que o municfpio não tem uma indgstria. r a Gnica indgstria que o mumicfpio tem ~ essa. Então se você só tem um prato para comer, e só. tem aq~e1e comer, você não v~i querer que ele vi embora, voce tem o direito de fazer tudo para voce se alimentar então eu vou, participar p'or aqui. Já reunimos a Câmara Municipal duas vezes para passar um telex para o Presidente da RepGblica, a todos os MunicTpios, apelando para eles não acabarem com i pesca da ba )eia. Mas eu não sou contririo, na realidade eu me apego a isso, porque nós s6 temos aquilo. Mas tambim não faria questão se. s. acahasee com nossa ecologia bonito que eu acho ia renda ela que entra para o municfpio, para os bolsos dos operi~ios. Quem vive dat são os operários, são famflias deles, tem o comprador da car ne fresca que vende e sustenta a famflia dele tambim, ji tem o pobre na feira que não pode dar 70 cruzeiros no qui 1o de verde, mas di 30 no quilo da baleia fresca depois vem a carne carne seca que o sujeito compra, o caminhão firmas em João Pessoa. que compram a carne de charque para exportar para o interior da Ba~ia que s6 lá consome 70% da safra d~qui da Companhia de Pesca, e ~ b r1nca. d. eira.,l A importância da pesca da bal~ia para o Municfpioi aqui maximizada, pois, se atentarmos para a relação existente en (1} Entrevista com o Prefeito de Lucen~. de entrevistas págs. 29, 30, Dossiê

102 95 tre o possfvel lucro da companhia e o percentual do que fica para o Muntcfpio, so~ a forma de CM, certamente não seri essa relação que di a mencionada tmportincia i caça da baleia e i sua lndustri alização na ~a e de Costinha. Na real idade, podemos dizer que i muito pouco si~ nificativo o envolvimento da população com a pesca da baleia, se considerada a totalidade do Municfpio. A população residente em Costinha mantim, pela pr~ xtmidade ffsica, uma relação maior comª COPESSRA. No entanto esse fato não justifica a exploraçao dos recursos humanos, como a que li se desenvolve. Qualquer outro empreeridimento do mesmo ramo de atividade eu não que tenha capacidade de absorção da mão-de obra local seri, da mesma forma que a COPESBRA, um empree~dimento necessirio, tanto do ponto de vist~ do mercado de trabalho quanto da arrecadação do CM. Pois com relação ao consumo da car ne verde da &aleia no Municfpio, este ainda se di muito irregulal mente, se o compararmos com o da respectiva charque, no interior da Bahia, e das: carnes. de melhor qualidade q,ue são congeladas e exportadas para o Japão. Com relação ao CM pago pela COPESBRA, (que o Pre feito, em seu discurso, diz ser a maior fonte de renda do MunicT pio),. fica i eviden~e a pr~oridade rara a localização da indús tria, no Munic[pio,uma vez que do ~rrecadado, 20% sio destinados como trànsferência, ao orçamento municipal. Para esclarecer alguns dados referentes a absorção

103 96 real de mão-de-obra, apresentamos um quadro de empregros da COPES BRA, em EMPREGOS NA COPESBRA 1 - ANO TOTAL FXOS. MOVES TOTAL TEMPORÁROS EVENTUAJS SAFRA ENTRE SAFRA FONTE: Folhas de pagamento de 1979 (semanais e mensais) OBS: Fixos - por semana/ou mês durante todo o ano Móveis - só na safra ou na entresafra. Dividem-se em: Móveis temporários - são empregados que trabalham regularmente. Móveis eventuais - são empregados que trabalham em tarefa. Alguns cientistas conjuntamente aos movimentos ecológicos na Pa raíba e no Brasil vem batalhando junto à opinião pública no sentido da conscientizaçao das peculiaridades da caça à Baleia em Costinha, com o seguintes argumentos: As Baleias são caçadas no litoral da Paraíba enquanto fazem a sua trajetória em busca de aguas mais quentes para o acasalamento e reprodução; o tipo caçado hoje - em dia é a Mink, pois das Baleias maiores e que produzem maior quantidade de óleo como a cacholote já não aparecem na área de caça, o que pode significar uma redução de população; e a exploração do trabalho na COPESBRA, por exemplo, a ideologia dos japoneses éomo por exemplo no afirmar que trabalhador brasileiro ganha mal porque é regido pela lei brasileira e trabalhador japonês ganha bem pelas leis do Japão. (1) Extraído: "A Questão da Baleia: da Luta Ecológica à Exploração Humana" Madru ga, A.M. Cadernos de Estupos Regionais n~ 3 (pág. 10$).

104 11 D o s em p r e g a d o s, em 1 9 7" 7, 2 O e r a m j"a p o n e s e s e 311 brasileiros. Só que, do capital gasto com a remuneração dessas 97 pessoas, ou seja Cr$ ,00, 36% são destinados aos funcioná rios japoneses, que representam apenas 6% do total das pessoas em pregadas. Os outros 64% do capital utilizado na folha de pagamento são destinados aos 6rasileiros,que representam 94% do total de pe~,-oal empregado. Sem contar que desse total de brasileiros, existe uma pequena"concentração de salários", pois neste percentual brasileiros estão lnclufdos os funcionários admi nistrativos, de que_ ganham um pouco mais. A média de salários dos 20 japoneses,naquele ano de 1977, era de Cr$2.520,00, estando af inclufdos os funcioná rios administrativos que recebem um pouco m~is. Pois, sem eles a média baixaria para Cr$l.600, Podemos ainda constatar que, apesar de a COPESBRA, ter figurado como a Única inaústria do municfpio, existia em Luce na a instalação de uma fábrica de tapetes, de capachos e de benefi ciamente da fibra do coco, na sede do Municfpio, que, no entanto, não recebeu nenhum incentivo, devido ao seu desenvolvimento moldes artesanais, tanto no equipamento como na técnica de sob traba 1 h o A ma t é r i a p r i ma u t i 1 i z a d a e r a a b u c h. a s e c a d o c o c o, q u e e r a obtida, gratuitamente, dos proprietários dos sftios de coqueiros Com o auxílio do fio de agave tecia-se o pano que depois era subme tido a um acabamento manual,que constava de arremate dós fios queima para nivelar a superffcie e a pintura. A mão -de-obra e era Madruga, A. Moacyr (1) A questão da Baleia: da Luta Ecológica~ exploração Humana. Cadernos de Estudos Regionais n~ 3. Pig. 102.

105 98 reduzida, havendo a~nmulo de funç5es, por parte dos e~pregados, e o produto era destinado prdncipalmente a Pernambuco e a Sio Paulo. Para este Gltimo eram destinadas as fibras do coco que ~rviam para enchimento de estofados na Volkswagen. FOTO 9 A coleta bimestral do coco utiliza uma divisão técnica ao trabalho onde esti envolvfda apenas a população masculina adulta e jovem, cujo salirio é pago por produção. As atribuições são a subida no coqueiro, a coleta dos frutos, o transporte para local adequado. Após essas etapas e que o coco é manipulado para perder a casca, utilizando-se para isso a foice e a habi lidade individual de cada pescador. Lucena Em 1982, a fibrica faliu~ desempregou pessoas que n~o tive~am mais a oporturiidade de assalariamento sistemitico na comunidade, mesmo permanecendo o mercado de trabalho, proporcion~ do pela coleta bimestral do coco que~ mrontra limitado. Talvez ha ja alguma perspectiva quando da produção dos sítios novos da MAGUA RY-KBON.

106 Do ponto de vista do emprego da mão-de-obra na 99 in dgstrta, podemos dizer que este é in signtficante para o municfpio pois a relação maior se dá na pr5pria vi la de Costinha onde está 1 o c a 1 i z a d a a : 1 rl :d ú s t r i a e ma i s p a r a o n o r t e, n a v i 1 a d e F a g LÍ n d e s, que. é considerada ponto estratégico em relaçio ~ localização da COPESB.RA: 11 aqui 1o ali surgiu através do povo, porque estou, notando no aspecto geogrifico, Fagundes é o lugar mais sensato pois é mais prsximo i Costiriha. Olha af a ind~stria dando seus e f e i to s a 1 T d e n t r o d a f e i r a 11 d e s se t ama n ho 11 A q u i 1 o a 1 T é a i n d ú s triada pesca, porque eles vêm de Costinha fazer a feira alf, mas.nio querem vir de Costinha fazer fel ~a em Lucena, eles vão fazer em Cabedelo tem cara que vai atrás, bota o balaio, vai faz fei rin~a dele e vai para casa. Gameleira também, então fica Gamelei ra, Ponta de Lucena, Fagundes, Costinha e fica naquela li 1 c 1 a confluên Não podemos desconsiderar a possibi!idade do avan ço na técnica de industrialização do pescado, dada a localização geográfica das comunidades i beira-mar; nem podemos desconsiderar o fato da presença de uma indústria como absorvedora de parte do potencial de mão-de-obra. O que não se justifica é a utilizaçãode!_ ~ês r~~u~~os nàturals ~ humario~i na fo~~~ de e~ptd~açãb tal como é dada. sto, como se o benefício para a comunidade além dos mfse ros 2% do CM arrecadado, fosse o trabalho que a indústria possl (1) Entrevista do Prefeito de Lucena. Dossiê de entrevistas. Pág

107 ~ilfta, pois o consumo dos seus produtos n~o sao &ase da dieta ali mentar na regiio. Constatamos, em pesqutsa de campo, que.. um m1n1mo 1 00 de famflias consome regularmente, no período da caça, a carne de baleia fresca, sendo a c~arque destinada ao interior da Bahia e a melhor carne f~esca exportada para o Japão, onde a Nippon mantim a maior cadeia de pontos comerciais de f~ios,,no Japio. Outra alternativa para o emprego da mão-de-obra dis pontvel poderia ter sido criada com a nstalação da MAGUARY-KBON, que provocou um verdadeiro êxodo rural para poder implantar-se. A~ quirindo, pouco a pouci, as propriedades, o grupo tratou de axtin guir por completo a paisagem construída nas propriedades adquiridas tirando fora nao ss a vegetação ( inclusive de irvore~ frutíferas) como também as habitações e com eles ~eus habitantes. A paisagem que se construiu conta atualmente com a extensa cultura do coco e da soja, e não exige o emprego maciço da mão-de-obra di~ ponfvel no local. Do ponto de vista da contin~idade da paisagem,, temos essas culturas novas, limitadas com o cultivo do abacaxi, da cana-de-açgcar e com ireas residuais de matas de encosta dos valel. Todas essas cult~ras, exceto a cana-de-açúcar, têm no aspecto da absorção de mão-de-obra, um cariter sazonal. sto di margens i di ficuldade~de se estabelecer uma divisão do trabalbo, havendo uma generalização da terminologia utilizada para designar esses traba lhadores. São os tra&alhadore~ braçais q~e se vêem obrigados, na 5Ua luta pela su&sistência, a se sujeitar ao tra~alho que aparecer desaparecendo, dessa forma, a possi&il idade de uma especialização no trabalho. E na atividade canavieira que se concentra o movi

108 mento constante de mio-de-obra. sso nao significa que as 1 o 1 condi ções de tra6alho e a so&reviv~ncia dessa mio-de-obra sejam melho res. A expansio dessa atividade no MunicTpto est~ relacionada oo~ a utilizaçio do solo, 4 nas areas de tabuleiro. Antes pontilhado de peq~enas propried~des, o tabuleiro representava a esterilidade da terra para outras atividades além da agricultura de subsistência. Por essa razao, a instalaçio do habitat sobreviveu tradicionalmen te nesta paisagem, de uma forma conservadora, isto~: como uma reserva dispontvel de mio-de-obra. As ati~idades desenvolviam-se, dando continuidade ao padrio de subsistência. sto, porque, num.primeiro momento, o que interessava ~ra a reproduçio do homem p~ lo consumo imediato da produçio. sso se dava, tanto ao ntvel da t roca d e mercado r i as com os ha b i ta n te s d as pra i as C t roca d e f a r.!_ nha por peixe seco) como ao da comercializaçio f~ita nas fel ras. Com a s d i r e t r i z e s d a p o 1 í t i c a d o P R O- Ã L COO L, q u e co ~ fere financiamento de acordo com a ext~nsio das terras cultivada~ / oficialmente se pe.rpetuam, de outra forma, os tttulos das pr~ pri~dades pela vastidio dos latifúndios. A concretizaçio disso no espaço se dá com uma gama infinita de repercussões que profundamente os antigos moradores dos tabuleiros. A sua marcaram imigr~ çio representa uma mudança descontínua no tempo e no espaço. tempo, porque muda o estágio de cultura; no espaço, porque o espaço tradicional,eta se reflete nio s6 na retirada de No muda fato da populaçio de um sítio, como passa a interferi~ no conjunto das relações s5cio-econsmicas de um contexto muito mais amplo da eco nomia propriamente dita. A cana-de-açúcar, além de dominar as vas ti dões do vale do ParaTba e suas encostas, ocupou o tabuleiro, d~ sempenhando o seu papel "de reprodutora das desigualdades na dis

109 trfbufçio das terra~ e da renda. 102 No tocante ~ forma de aprov~ttamento do solo,sahemos s5 ser possfvel o aprovéitamento para o cultivo da cana,com o uso.de adubos ecorr~tivos de solo, cuja pr~tica emprega mão-de-obra,ma$ desgasta o solo e imp5e o risco de fnfiltração atravis da igua e a poluiçio das nascentes existentes, alim dos efeitos para o solo tra zidos pela monocultura, como por exemplo, ~ rápido desgaste e o ace lerado processo de erosão. Da mesma forma que o Estado participa na manut~nção da COPESBRA, no MunicTpio, participa tambim da transformação ocasi~ nada pelo PRO-ÃLCOOL, com incentivos que ~obrem, no Centro-Sul, 80% -os financiamentos com 17% de juros ao ano, e no Norte-Nordeste,90% 1 dos ffnanctamentos com 15% de juros ao ano. Por um lado, Lucena tem a expansao do seu poteneial de mão-de-o&ra attva, limitada ao sul, pelo estuirio e pelo Municf pfo de Santa Rita; ao oeste, pelo mesmo Municfpio - onde os limites sao apenas polfticos, pois a produção canavi~ira mantim a continui dade espacial na paisagem -, ao norte, s.eus limites com o... mun1c1 piode Rio Tinto representam uma dibil ligação, uma vez que_, a gra.!!. de propriedade - produtiva ou não - está nas mãos do grupo propri~ t ã r i o d a s C a s~a s: P e r na m ó..u c a n a s [1} Bueno, Ricardo. PRO-ALCOOL. Rumo ao Desastre.Ed. Vozes,1980 R.S.

110 1o3 STUAÇÃO DA. POPULAÇÃO POR SEXO E DOHCfLO. EM CTPOS ~. MT-'f.ROFES. J980 LUCENA,E NOS MUN TOTAL STUAÇÃO URBANA Sl"TUAÇÃO URBANA H M TOTAL - H M. Lucena Santa Rita N.S.do Livramento 1.30: Rio Tinto Camurupim : Marcação Sal ema FONTE: Censo Demográfico Dados Distritais/Fundação nstituto Brasil~iro de Geografia e Estatfstica - Rio de Ja neiro - BGE, Considerando que, à medida que novos tr~balhadores, sem qualificação profissional, ingressavam no mercado de trabalho de Lucena, ocorria também uma baixa da remuneração do trabalho. Ob serva-se que o ntvel da produtividade baixou com o aumento da con corr~ncia ao trabalho. Dessa forma, aumentou tam~ém o nfvel 1 do sobemprego, representado pelo desempregado,, pelos semiempregados, como: agricu.!. tores, artesã os, trabalhadores autônomos et c. { 1) "B as1camen. t e, o que o conceito. d e su b empregoprocura refletir e que uma parte da força de trabalho efetivamente empenhada em certos tipos de atividade eco nômica está ociosa durante uma parte do tempo, ou, se está trabalhando, e qua se improdutiva. Tal desperdício de trabal~ e disfarçado na medida em que ã parcela redundant~ da foria de trabalho nao aparece entre aquelas que estio - procurando ocupaçao mas nao a encontram". Hoffman, Helga. Desemprego e subemprego no Brasil. São Paulo, Atica "'li 1,...,.,, Ensaios

111 104 ~.3 - As Convtcções fdeo15gtco-polfitcas sobre a Pesca e suas ;tm plicações nos discursos Os dtscursos que seguem resultam de entrevistas que procuraram captar informações necessárias ao entendimento das tradições entre o processo de evolução da pesca em Lucena e o con com portamento das instituições envolvidas com a atividade pesqueira. Os entrevistad.os sao apresentados na ordem seguinte um Presidente da Colônia de Pescadores de Lucena; um técnico e uma d,1 extensionista do PESCART; dois pesca ores, o Sr. srael e o Zé degoso. Fe A Co.lônia é s.ubjugada à Capitania dos Portos e, ao mesmo tempo, responde a SUDEPE. ful")cionava com dois funcionários gratificados, não efetivos em 1979 e tem jurisdição também a atividade pesqueira no municfpio de Santa Rita e nas suas sobre comu nidades ribeirinhas, como' Forte Velho, Tamb.auzinho e Ribeira, no estuário do rio Parafba. O presidente da Colônia é visto como uma autoridade para o pesc~dor, pois sua função é a de legalizar a atividade da p e s c a _. e i n c e n t i v a r a 1 e g a 1 i z a ç ã o, p e 1 o s b e n e f r. c i os q u e e s t a p ~ de t.razer:. Ao ser indagado se todo pescador de Lucena era matricula do, respondeu: 11 Não, a maior parte é, não todos. Estou trabalhandó (1) O pri~eiro, pela sua condição de pescador que,mesmo migrando para Santos e conhecendo outra real idade, resolveu vdtar para Lucena.O segundo,tamoêm pescador, também mi grou para Santos e,após sucessivos retornos a Lu cena decidiu permanecer em Santos.

112 1 05 so~re isso. Eles pensam que estou fazendo o mal, mas nao estou, es tou fazendo o 6em. Koje o pescador tem dez filhos - aqui no nosso Estado, já em Santos é dtferente, noutro Estado é diferente - dez filhos, ~le e a mulher sao doze e ele~ não ligam para tirar os do cumentos. Entretanto todos tim dtretto ao cart~o do NPS. ~ uma coisa muito importante, a gente &atalha demais, já estou cansado acredito assim, em &atalhar com eles, porque eles vem trazendo 1 brincadeira, uns acham ruim, outros acham melhor e tal. 11 na Poderíamos, no entanto, interpretar de outra manei ra o comportament.o do pescador, face aos -benefícios oferecidos pela e colônia de Pescadores, que propicia a assistincia i sagde, desde que o indivíduo se documente e, dessa forma, documente o Estado so bre a sua existincia e atividade. A colônia pa~a os pescadores re presenta, em primeiro lugar, um papel de controle no desenvolvimeri to da atividade pesqueira. Em segundo lugar, os critérios de reco nhecimento da necessidade de benefíci~s auxil lares (como por exem pio: uma feira para quem nao tem condições temporárias de trabalha~ sâo subjetivos e carrêgados de jutibs dê valor~ Ser matriculado significa; para o pescador, a lização de sua atividade. rsto e o direito de pescar sem ser leg!!_ inco modado pela colônia. A. fi~calização, porem, permite o uso da mão-de-obra do menor que ingressa cedo no mercado de tra&alho, seja por ção familiar na atividade, seja por falta de opções em outras tradi áti v 1 da de s. como resultado do envolvimento da mão-de-obra menor (1) Entrevista com o Presidente da Colônia. Dossii de.entrevistas, pág. 2, 1979.

113 106 de idade numa atividade improdutiva que 1he desgasta muito fisica mente, encontramos um a1to grau de analfabetismo. A visão que o presidente tem da condição do ana1fa 6etis mo, entendido pe1o Estado como um dos empecilhos ao avanço da técnica, é a de que 11 o pescador é o seguinte: tanto faz o cador, como agricultor, e1es não querem estudar, e a tendincia pe~ do Governo i não consentir mais analfabetos no pars. Mas a gente nu ma luta tão grande para que eles aprendam ao menos assinar o nome, que causa até aborrecimento para o presidente, porque nós temos e~ co1a em todas as praias para o pescador, é o MOBRAL. E tem tambim o in.tegrado, para depois 'do MOBRAL ele sair para o ginásio.mas que e1es não querem, querem anarquizar, fazem isso, aqui19 outro e tal, fazem o que não intejess~ 1 Localizada na Co15nia há uma esco1a que tem em média por ano, aproximadamente, trinta matriculados mas dos que iniciam o curso, às vezes, apenas quatro alunos chegam a terminá-lo, numa demonstração de que a escoja não tem prioridade na vida do pescador que, em criança, não freqüentou a escola, por trar muito cedo no mercado de trabalho. Quando adulto, não tem en in centivo pessoal, por não manter nenhuma perspectiva com re1ação as suas condições de traba1ho. A condição de Presidente da _Colônia é obtida mediànteeleicpõ feita pelos pescadores. Essa representaç~o não era constituída, no momento, por um cidadão com as mesmas condições de classe que pudesse a m ter (1} Dossii da entrevista pag. 11. Presidente da Co16nia de pescado. - res.

114 uma perspectiva polftica envolvendo, de fato, as 107 que~ tões que afetam o pescador artesanal. Porém havia.pprpar,.te do mesmo o reconhecimento. da pouca possibilidade do pescador em ser envolvi d o pe 1 as p o 1 f t i c a s d o E s ta d o li... eu garoto me lem~rava que havia muito peixe,um balaio - como chamam - de curvina - comprava a 20 mil o cento,a 20 mi 1 ré i s o c e n to d e cu r vi na grande Então eu acho que a q ui l o a 1 r, todo tempo vai diminuindo tudo, a população tam&ém,vai tudo fraca~ sando. Eu não acredito que seja oútra coisa, porq ue antigamente não existia esses arrastos, era só rede de campanha lá fora e matavamui to peixe. Hoje os arrastos puxam lá de fora e não vem nada. Eu acre dlto que seja o tempo. Agora, existe ta~bém, pode existir, a prod~ çao do peixe, mas h.ouve o desenvolvimento, a ajué;la do Governo para os pescadores, que até hoje estão tendo ajuda, mas é uma ajuda mufto pequenininha~ uma ajuda que eles nem querem saber, porque e les tiram a rede, que esta rede é preciso que eu vã,,ou qua_!_ quer outra pessoa para afiançar. Eles não tem o direito de ti ra r sozinho~ Então todo mundo nãe quer afiançar um pobre pescador, não é? Eu acredito isso també~! 1 Aqui é reconhecida, além da redução da produção pe~ queira, a inexistência da acumulação na atividade para a maioria dos pescadores e o seu descrédito no mundo financeiro - o que tor na as perspectivas de desenvolvimento da atividade desestim~antes para os que a exercem e limitam as e.xpectatlvas de ngresso na ati vídade. Ct l D o s s 1 ê d e e n t r e v i s. t ~ s. P r e s i d e n t e d a Co 1 8 n i a d e P ~ s c a d o r e s Lucena, pãg~ d e

115 A evas.ao ce pescadores. nao se deu de forma a abalar a mio-de-ohra necess~ria ao desenvolvimento da atividade pesque! ra, mas, para isso, houve a participação de novos elementos compo~ tos da populaçio imigrante em Lucena. O lento desenvolvimento da economia pesqueira para os pescadores promoveu, também, a redução da parcela de mão-de obra feminina ~, envolvida na atividade. As mulheres, hbhitualmente, promoviam o processo de salga e da conservaçio do peixe seco. Parte dessa atividade da p~sca, comoa salga do pel xe mi~do,que era feita principalmente por mulheres jovens e ido sas e que diminuiu de import~ncia enquanto atividade, i entendl da pelo Presidente não como atividade em descenso mas como uma evolução da condição de vida na comunidade. A possibilidade da aposentadoria para o trabalha dor mais velho tanto da população masculina quanto da feminina devido a sua condição de antigo agricultor ou pescador, tornou-se, quando concretizada, um meio de manutenção de pessoas jove~s com ocupação de pouco produtividade ou mesmo sem nenhuma ocupaçao que vivem como parentes ou agregados do aposentado. Os períodos de pagamento dessas aposentadorias -p~ gamentos - esses feitos, em grande parte, em João Pessoa -movime~ tam o ritmo da cidade de Lucena. Esse movimento di-se tanto na ci!culação dos transportes quanto no comércio, uma vez que hi des

116 locamentos de pbpulação para a capital do Estado, para a sede 109 do município e também se dá o pagamento das dívidas no comércio local. A diminuição do pescado e a possibilidade de expansao sao. do mercado de t ra ba 1 ho, sobretudo para os ser vfços domésticos, foram orienta-ndo a evolução da a ti FOTO 10 O trabalho de retirar o pescado do sargaço é hoje em dia efetuado p~ los próprios pescadores e ainda por crianças, e já não se desprezam as espécies novas encontradas como.. se fazia anteriormente. Os pontos de pes ca do arr.a~to ficam sempre marcados em terra pela acumulação dos sarga -:- ços. Lucena

117 vidade exercida pela mão-de-obra feminin~. Foi assim. 1 1 o tornando se cada vez mais evidente que a atividade pesqueira não tinha con dições de acompanhar a mudança de função da comunidade. Por outro lado, o envolvimento da comunidade como um todo com a ativi dade pesqueira não deixou de existir e ter muita importincia. Para uma tentativa de solução dos pro&lemas,princl palmente dos de ordem econômica e cultural, a atividade pesqueira em Lucena, através da EMATER, se viu assistida~r unserviço de ex tensão, promovido pelo PESCART - Plano de Assist~ncia i Pesca Ar tesana1; 1 cujas metas eram a assistência na obtençã6 de equipame~ to, na educação e na economia doméstica. Os funcionários do PESCART instalaram-se numa base em Lucena e constavam de uma extensionista social e um técnico "Vou dar uma gera 1, para que voces tenham um conhecimento do desenvolvimento do serviço de extensão. Como e do conhecimento de vocês a EMATER que atualmente é EMATER, era AN CAR, iniciou o exerctcio de extensão rural ~ã 30 anos atrás.então esse serviço começou s5 1 igado ao setor agrfcola, e s5 em é que iniciamos o serviço de extensão pesqueira, dada a necessida de de dar as~istência ao pescador artesanal. f o pescador artesa nal, é o pescador que n5s consideramos um pescador de baixa da. Então,a SUDEPE fez o critério de pescador artesanal e ren pese~ (1) NOTA: O PESCART foi errado em 1~73, mediante convênio firmado entre SUDEPE (Superintendência do besenvolvimento da Pesca) e 1 N e RA/ BN e e.

118 1 1 1 dor industri.a. b.a.s.eada apenas na renda., e nesse caso o setor i ndus triai fica dispensado do nosso tra&alko, haja vista que aqui em Lucena nss temos a tnd~stria da pesca da &ateia, entio nss n~o temos contato, quer dizer, vfnculo nenhum sobre a assistência te~ nica a esse pe~soal. 55 o pescador de baixa renda que esti dentro d o no s s o p 1 a n o d e t r a ó.a 1 ho, d a no s s a a s s t s t ê n c i a o pescador artesanal e o ó.ornem que vive direta mente ligado~ pesca, vive pescarido, tra~alhando e produzindo. Ge ralmente o industrial fica de fora e alguim vai trabalhar para e le, entio nio i o nosso caso. Dentro de no~sos objetivos, de nossas metas, nss temos que atender o setor econ5mico e o setor so cial nss temos metas a atingir dividtd~ e~ assistência ticn! ca, o.cridito rural orientado~ ftnanciamento i feito atra~es do Banco do Brasil pela linha de cridito denominado PROTERRA~ Esse PROTERRA ele vtsa financiamento pa~a agricultores e no caso agora para pescadores, e o juro. i mfnimo possfvel dentro das linhas cridito do Banco, que no momento i de ln%. O ano passado era de de 7%, e ai se divide em investimento e custeio. nvestimento i para em5.arcações de motores, o prazo i de 5 anos. E todo pescante,arm~ dilha de pesca, i custeio e o custeio como irea do pescador ele tem que pagar aqui lo em 1 ano, daf nss enfrentarmos algumas d! fltuldade~ jünto aós p~scadores de baixa renda, inclusive essa li nha de cridito exige garantias reais dos pescadores ou senao, no caso o aval. A nio ter aval ou garantia real jamais o pescador vai ter condições de ter direito a um financiamento 111 (1} Dossii de entrevistas, pig. 59 e 64. Entr~vtsta com o ticnico do PESCART em Lucena. Janeiro de 197g.

119 11 2 Na pritl~a, porém, a asststincla oferecida pelo PESCART com o serviço de extensão ~esquetra não conseguiu atingir, o pescador artesanal. A comunidade pesqueira foi envolvida esse serviço de extensio, mas nio tinha condiç5es nem de se por desen volver apenas por esse estfmulo, nem de acompanlí.ar as propostas pr~ tendidas. A maioria dos pescadores nao se interessava em in formar-se com detalhes sobre o plano de assist~ncia. Pairava sem pre o receio de nio poderem pagar o financiamento e com isso perd~ remo equipamento. Os critérios adotados para selecionar os financia mentos, como avaliar a personalidade do pescador, a sua institucio nalização mediante documentos e aval o~ garantia real, foram o su ficiente para excluir a maioria deles. Quanto i capacidade técnica dos pescadores,não exis te a tradição de pesca do ~lto-mar, mas era justamente para li que deveriam d'irigir-s.e os barc.os motorizados financiados. Essa também era uma dificuldade a ser enfrentada, isto é, a navegaçao com equ! pamento novo, para uma maior duração de tempo de atividade no mar, D.em como a busca de outros pe.squei ros 1, em outros canais. O técni c o d o P E S C A R T ex p 1 i c o u q u e 11 ~ s s e f o i u m d o s c r i t é r i o s q u e nó s t i v e mos de s~lecionar esse pessoal com cuidado, porque inclusive a tu~ ma sente dificuldade dessa introdução de embarcação, em ' virtude (1) Locais de possfveis concentraç5es de determinados peixes.

120 1 1 3 disso. ltas em função dos cursos que nos i.ntroduzimos anteriormente e como também alguns dos pescadore~ de Lucena j~ ttnham tido poss! bilfdade de operar embarcaç5es em alto-mar, em Ca&edelo e em outra p r a i a p o r a í, e n tão, i s s o p o s s i b i 1 i t ou, a g e n t e d e i n t r o d u z i r e s s a s b - li em. a r c a ç o e s. 1 FOTO 1 1 A jangada de pau ou de madeira regionalmente assim de mtnada é um tipo de equipamento que gradativamente foi subst i tú1i ndo,.a jangada de cortiça. Por conta da fac i 1 idade maior em se encontrar material para sua construção. durabilidade dessa embarcação também é maior uma vez que é utl izada material sintético no seu recheio.lucena (1) Entrevist~ com o Técnico do Pescart em Lucena. Dossiê de Entrevistas. Pág A

121 1 1 4 Para o manejo de um equipamento mais sofisticado,c~ mo o harco motortzado, que exige maiores conhecimentos da morfo1o gia marinha, hi a necessidade de saber ler, sa&er matemitica,nece~ sidade essa, surgida também para o acompanhamento de cursos de ma rinharia. "Ja..,... p~nsamento - no~so, quer dizer, EMATER,SUDEPE, e Capitania dar um curso a nfve1 de patrão de pesca, quer dizer, comandante de barco, mas uma das dificuldades que nós encontramo~ inc1usive a Capitania na hora que nós tivermos condiç5es de se1ecl onar esse pessoa1 a ca~itania entra com os recursos, não tem pr~ blema nenhum, inc1usive pagar professores, mas o problema pa1 é justamente a parte cu1tural de cada pescador, que ar princ.!_ esses cursos vão exigir um pouco de matemitica, de português, para que o cara tenha condiç~es de aco~panhar o curso e justamente isso nao está sendo fiei 1 no setor pesquéiro. Hoje, visto que nos trabalha mos com o MOBRAL, procuramos incentivar, abrindo salas de aula por tudo quanto é comunidade do setor pesqueiro, mas mesmo assim nao conseguimos um número. Atua1mente a gente juntando todo o da Parafba, apenas 5 pescadores nós conseguimos com essa litoral condição de receber esses cursos, que nao justifica um investimento para 5 1.pescadores Aqui reaparece a fa1ta de investimento feito no se tor pesqueiro artesanal, resu1tando, inclusive, n.o baixo consumo de serviços, como a educação, e não havendo um investim~nto para a (1) EhtrevJsta com o Técnico do Pescart em Lucena. Dóssiê de Entrevistas. Pág

122 1 1 5 escolarização, Q de~envolvimento da téc~lca fica mais diffcil de reforçar. O tipo de orientação oferecido pelo PESCART, atra vés da e.xtenslonista s.ocial, refere-se a saúde, nutrição educação. Essa orientação decorre da vi são de que 11 os dores aqui tinham uma vida muito rudimentar e precisava sim mais desenvolvido, mais intrufdo, _mas não que não saibam, e pese~ ser com a orientaçio seria bem melhor, facilitava mais a vida, evitarmais as doenças porque aqui a irea i muito contaminada, evitaria a ver minose que e - a principal doença. Sobre o preparo de comida a gente tem dado assim através de reuniões de treinamen~o sobre transforma ç~es de alimentos de indgstria caseira, para eles apro':'eitarem os alimentos que tim disponihilidade aqui na região. Muitas eles nem sabem aproveitar, através de receitas priticas que a vezes ge~ te faz, é b.om para eles aproveitarem.". através desses treina mentos é que estão sendo feitos aqui sohre aproveitamento de ali mentas disponfveis, o consumo dos alimentos ca15ricos, a utilidade &io15gica desses alimentos, então a gente te~ orientado sobre isso coisas que se faz no treinamento, nas reuniões ensinamos 1 organizar uma mesa como servir um convidado, tudo isso dos treinamentos 111 a através PoderTamos dizer que possivelmente esses treinamen tos seriam mais eficazes, se fossem mais o&jetivos e assumissem a (1] Dossii de entrevistas pig 54/57 Extenciohista Social do PESCATT em Lucena. l979.

123 1 1 6 formação d~ mão-de-o~ra prlnclpalmente femlnlna, para os. serviços, necessários ~ manutençio da funçio de balneário em Luc~na. Pois se o mais diftcil é obter a comida diária, necessária à sobrevivê~ eia, soa meio paradoxal a existincia de treinamento sobre o prep~ rode alimentos. Com relação ã saúde, será imposstvel controlar a verminose, enquanto toda a população ur~ana não tiver acesso ã in fra-estrutura urhana. ~a área de saúde, a população daqui e contaminada, toda vermifugada, e principalmente.a esquistóssomose o fndice aqui é altíssimo. Quando eu vim para cá comecei um trabalho integrado. veio a Fundação SESP. tudo isso, como medidas preventivas e também os filtros que a EMATER nos envia anualmente, um numero de 6 fil tro~ para introduzir através de reuni~es para oataque a verminose. Esses filtros são financiados e custam mais ou menos 150 cruzeiros o n~ 5, e o pessoal vai- pagando lentamente, mas sao pessoas que m~ recem confiança aquel~ qué não tem responsabilidade, nao 1 i ga ~ famfl ia, ele bebe, ele pega aquele dinheiro que ganha de uma pe~ caria e não emprega em casa, em heneffcio para a famflia, vai be ber cachaça, então não podemos beneficiar um homem ~esse. Ele tem um procedimento n.ormal, ele pesca sempre, não falta o trabalho,mas coitado quando pega um dinheiro, ele torra atê acabar 111 As medidas paliativas para vencer a contaminação, efetivadas pela Fundação SESP - Serviço Especial de Saúde, foram a instalação de sanitários e óanlieiros de construção pré-molda.da. A baixa qualidade do material empregado, jurtamente com a qual idade do (1) --.Dossiê de Entrevistas.Extensionista Social de Pescart. Janeiro '1979, página 58.

124 1 17 funcionamento de~sas construç~e~, determinou a desativaç~o de muitas delas. num curto praio. Quanto aos filtros de ~gua, esses tiveram uma PªL ticipação limitada da comunidade, uma vez que os critérios de confianç~, para o.. crédito dos mesmos, vao de encontro às prit! cas culturais do pescador. Práticas essas, condicionadas pela sua situação econômica. A legalização da at ividade pesqueira, na verdade, nao consegue sensihilizar a totalfdad~ dos pescadores, pelo fato de que os heneftclos oferecidos não atuam com o incentivo que pretende a instituição. E no caso doa.nalfabetismo, consideradoco mo um empecilho ã modernização da técnica, podemos muito bem tender P,Or que este é levado com descaso. O que acontece na en ver dade, é que ~i um descrédito muito grande das posstveis me lho rias de vida oriundas das instituiç5es do Estado. Uma postura se melhante acontece com os trabalhadores da atividade agrtcola. O fato da. redução n~ produção do pescado tem como tentativa de so lução, por parte das instituiç5es do Estado, a evolução da nica que, associada ã idéia ji formada sobre descaso do pela atividade não motiva a maioria dos pescadores, téc Estado porque se sabe que, sem o aval, nada se consegue. sto aponta para a enorme contradição da ins.tituição entre o que diz e o que faz, ji que os ditos prop5sitos visam a atender o pessoal de &aixa renda. há pois como exigir aval ou garantias de quem nao tem nenhuma Não a cumulação de capital. Ao mesmo te~po, sa&emos da precariedade do serviço da educação nas pequenas ctdades e sttios. O acesso, s e ó em q u e p ú b.1 1 c o e g r a t u i to, r e q u e r t em p o p a r a d e d i c a ç ão 1 s s o

125 1 1 8 i imposstvel para multa~ famflias, cuja so&revivincia.. nao e ga ra~ tida sem um tra~alho incessante e de pouco rendimento. Assim a faltà de instruçio reflete uma condiçio de classe - o que os im p os s i b i 1 i ta d e s e r e m a g r a c i a d o s com o s. ó.e n e f r c j o s q u e a a t i v i d a d e pesqueira rece&e atravis das instftuiçses do Estado. A precariedade da saúde, vi sta como conseqüencia da de s informação.., e outro alvo encontrado pelo Estado, para de s perdiçar recursos: com atividades que são.medidas paliativas para-acom~ nidade pesqueira. t evidente que, no momento em que vive a comuni dade, i discrimin~dora a forma de financiar filtros a uma popul~ çio altamente contaminada com a esquistossomose. Alim de serem me didas paliativas, sao todas permeadas pelo ~onceito discriminador que se tem, sobre uso que o p~scador faz do dinheiro que ~anha do seu próprio trabalho.

126 ===,.. \,_ r, J 1 \ ""\ \ ' } ~J \t:;, t' 1, /,.. ~, 1, ' -! /-- r- ',,_ f-. t. ' ~-=---~ ""' / r-,-- Z -- - ' -, - OCUPAÇAO DO _J MUNCP o DE ~ LUCENA EM 1985 AREA DE STOS ANTGOS 1 COOU E 1"05.lOUL To.5 1 AREA OE STO.$ NOVO.S COCO A3.$0CAOO Á SO..JA o AREA DE EXPANSÃO RECENTE OA 1...,... R O p A~ !:., o ÁREA OE CUl-TURA ANTGA OA CANA-OE ACÚCAR AREA OE RECENTE DO ABACAX /, / \ ' ' AREA OE CUl-TURA. ANTCJA DO ABACAX ""... / 1... "., _,,. -,_., D RESDUAL DA MATA ATl-ANT CA AREA OE CERRADO , o ESCALA. G R A ' C A '' \ - V ' \ 1ooot::::>. =:i;::::;i;o" "i.!::;::i=:<::::>=ºt::::::::::::::::::::::::::::::':oooí:========;= Z~OOO M rros....,1 1 -=- "'~-"- -- 1' n -, '?-~..,';\,... ri --~ /~'\~_-:- r- r,, ' h... ~ \ , ,--:--,r ~--=-- ( ---V~.;~~ ~ f _... --:,_, - -~ _..,. - ~--_..,. s _ - - ' ~ _. ~ -- : ' ,,,! _"::"' ":"'_-:"".., ',,_ - -T -r t.,.. " ' ' ) Í.81"\ ~ ' ) -- - \ _ -,, -., ' ' ' / 1 - \ ' ' " ' ' l -!---', -- -/.,...,,. _- 4,...,.,""' 'p[ ' ,/" eu t_'.;/'- - / ~ -'-- - 'Y _/- - /~,l~,,,,., ~,. e.':...-,',.. ~"Y',~ -; _ ' ---t t. S250. / ' ' /,,_.,,~'7-r--.---~~... l. - 1 ' i ' ,_.. -t t 1 t i.. ' ' t / t. - - ' t --~ --;' t ; L j 1 l ' 'lj L_j_j L_j_-r\ , i-+..n : _:_ - --= -;-..-L - 1 ' t t.. ---' - =-._-::. 1! ~-+;-~_ ~- ~~::._-~ : ,.... -t--~!- ".J ::--:7:_!J.-.-=:-::=_--~ ~ ~.l --r- ~ r-..., ' "' =---=--~ ---= "''----: i. i ; ~ r ' -- '...!.; ( r /,! ''-:>!. o ( / 1 ~ ' J \ \. ' -r 1-,' - l '.- 1 1'94 / "', '.~.' ' \ : ' t 1 _.,_. 1 ' ' ' l r. i t l.: 1 ' 1 + < - t j ' X ---: 1 ~ '. X.. "' )..... : ~ ".... " ~.... ::: :: : ' ' ' ( X ' ' X - X - X ' X X X X X X X X X X X ', ' X X X X X X X ' X X X X X X X '.. X,. X X X X X X X X X '.. + FA:~.~N?~~~:_.: ::t X X X ' '...: :... : X.;, :::.... x GAM L[RA...-. :. r.... : :. -~:....::.~::.::.:._;-~ -... :.....'l.::~-:-: :. : ::>.. ::..-. : 1 - ( ifj -.:"' :..L : : X X x X X ' ~--~-:...:....:.... X (.,""-.: :. i.:.. -.,. - --~:: ::.,': \'.,. ; -- ''-..! 1 k $... 0 G111e :, /... ' \ ' ',',' '9z 111.S. <o \ ::-, ~ _.~,...: -.. : :-..:: ~~~""----~ ~......,,~~-=-:-::..- 1 / : : :, , ~,' :::.::::_-.::: ::.-.:::~-:-.;. _.-...::_.: :. -, :: -.-.:.. :.: :. ""-"' d -- -~--- '"'.'_'.. '.:.,:--!(::_:-:-_-..:-. :-:'.-:- X DÂ t: u''.-.,.. ~. - ', \RO ~-. ~ ~"\ = , ::... -;;e'-~.. -.._.-costnh.6 / ,'-./} -""'- \ _ -~';; '--' -S' --._/ 1 ~ -- --=...,,,..r\. 4, -~,--.,. ~ i \ ~~ --'i;' -:~, ~ 'i,/...'" - } '. - :::;..,.~.,,,,-----Jº... "' ' ~ ( 1 \_ f'~.,,' _!! ', \ \ 1 \ --- \ / \... 1\:1\----..,' %\r,, ~lc - ', ~ ('...,., 2G L~e.!-"õ. r,,, -1 ~'o ~~,,....,..--cã 11EOE\.! "l~ ~'~º --=-11 ~{~~ --,. "' "" 1 \ "' ' 1.. Tt VCUO.._ 1 1 li:... 1 ' 'º, ' 1 \ 1 o 1 "',, 1... ' 1, 1 " l 1 ~ ".. 1._, 1 \, ' /.. LHA DA RESTNGA --\ ' -=.\ -_J ' ~) o o li: ' o li: qooov1as ll,,.t( MU~CPAL c:,~va oe,,.ível LJM re 00 GRUPO CTA8ULEROS PON ro COTADO FAROL ARE& URBANA FAZt:NOA "'º PERMAN(NT[ RO ARCA RECFES.,. NTERMTENTE \ ~1 "1 -, j i ALAGADA 84.RR[1RAS COSTEROS... o # \ CAEDELO 1 1 i ~, \ 1 \ ' \ ' 1 '

127 ''"'""""'-~--,~ - - -~---~- "' -----~-~ '-'-~---- \ ~1<14""':<,f] ' -)..,, "' OCUPAÇ AO o.. - DO MUNCPO DE LUCENA EM 1975 \ 1 l \ \ 1 1. i :.. '\"' l \ : i'\.\;;;,,:.\'.:i.,.s..~,, m ' MATA, < ~~'. " ~,<> a a._. ~... o 1 coco ~ " CANA AGRCULTURA CL 1 OUTRAS CULTURAS) j l l í o. o. t G R A ESCA L A f C A ;:- --::::;;.::::., _:,.:- ---~., - '' \\ ~,.. /, " " R0 00\>1AS 1! /! / t. M T ( /' LM.TE,' / MVN1CPA t. 00 GRUPO 6ARR~.iRA5 (TA 8UL.!ROS COSTEROSl r>onl'c COTACO ' 43 FA R OL ÁRE A URSO.NA ff '»ERMANENTE RO '=<: ''...:::_-~ lnt(rmyen TE { AREA R[(1FES. 1 \! ' ' ' j /, \ ' ' ' \ l_ \ \ \ '- /\,',,. -' --...::....,/ ~ ' /. ' /. i /,, 1 l ( / ) " ;' / 1 / (! ',j{),/, t.', \ ' ' f' \ ' ' ' ", _ ' " ' "' 'f'..,"~;::.., _~., 1 ' ' \ ' ' ',. 4-i - ' "" ' ' " ' ; \j- - '' ". ::1 r_~.,;,:~..... r. / ; ; : i: " ~ ' ~:::: - ~ , '.. :1 -: ': ' 1'._ ~~ t t::..,. :' :: -' - /... ', ' ' '.'.' ', ' ( \,.01,--- ' \ "'-.,, /, ::-;~t~i : :.~ ~-; :;r i:~,: :.. il. HA 01'1 R[STNÇA / _, - ' 1,. '1' ''t4 ~,.,., (, 1', ' ' i,-1 'º < ( ' "',! Á -"~ \ /, l...'. ) ' ( ~ '' ' ', ~- yj ' \" ),..,...,.' " ;' ' / 1,., ( '.,,/ r ) ' / ' '1, CASE OE LO 1,' " ' \, '' '~ \ }! --- '- / ), i '" '-,, ), /~ \ ' 1,,..' o \! < ",,.J -- 1 / ' 1 '. 1 ' ~ ' '

128 CONSDERAÇÕES FNAS No litoral brasileiro, o fenômeno da valorização iin~ blliária promoveu o loteamento da maioria das terras da costa 1 itorâ nea. Nas formas de ocupação anteriores a essa valorização imobi 1 iá - ria encontrava-se muitas vezes uma ocupação voltada para a produçãode subsistência. Quando o sítio era beneficiado pela morfologia 1 ito.. - rânea, essa produção de subsitência era composta também pela ativid~ de pesqueira. Muitas vilas e povoados do litoral, as mais das vezes, localizam-se em propriedades particulares - o que fez com que o des tino das formas de ocupação estivesse sempre atrelado aos interesses dos proprietários, sendo esses interesses viabilizados pelo Estado, condicionando-se dessa forma o desenvolvimento das atividades desenvolvidas nas comunidades e, entre elas, a atividade pesquedra artesa na 1. A medida que, em algumas vilas e povoados, o numero, de pescadores e o envolvimento da população com a pesca assegurou o d e se n v o 1 v i me n to d e s s a a t i v i d a d e e d a s p r ó.p r i a s com u n i d a d e s, f o i c r e s cendo a necessidade do reconhecimento oficial da mesma. Es~e reconhe cimento significou para o pescador uma tentativa de controle por pa~ te do Estado sobre o desenvolvimento da atividade e, a9 mesmo tempo, uma perspectiva de manutenção do pescador como segurado do mesmo. No entanto, o reconhecimento oficjal da atividade nao promoveu o pescador no seu mercado de trabalho.

129 Em Lucena, a atividade pesq~elra 12 o foi atingida ta~to pela produção insuflclente do pescado como pelas condiç~es de repr2 dução do pescador, uma vezquea valorlzação imof>-i"liária alterou suas condiç~es de so&revivência. C~m.relação à ba.ixadovolume da produção pesqueira, três hip~teses poderiam ser levantadas: a primeira seria a de que a pr2 ~ução do pescado hoje ~ insuficiente, porque a população cresceu e o mercado a~mentou; a segunda seria a de que a produção do pescado sofreu esse declfnlo, devido is descargas de vinhoto feitas pelas usinas e destilarias que utilizam o rio Parafba com essa finalidade (isso ocasionaria a morte de microorganismos do estuário do rio Pa r fba~componentes da cadei~ alimentar dos peixesh a terceira, muito considerada por pescadores mais antigos na atividade, seria a que a produção do pescado diminuiu com o uso tnte.nso das redes arrasto, que sucederam i pesca flutuante de campanha. Segundo de de os pescadores, as dimens~es das malhas e o fato de arrastarem tudo o que encontram no fundo seriam os responsáveis pela morte de tes de vários tipos, impedindo assim a reprodução crescente do filho pe~ cado. Podemos considerar que as hip5teses levantadas nao podem, isoladamente, conter argumentos explicativos para a redução do pescado, mas que todos os argumentos são válidos, uma vez que se levem em consideração as condições de tra&alho do pescador, em rel~ ção is técnicas utilizadas e~ sua inserção no me~mado consumidor, num momento do desenvolvimento econ~mico ~rasileiro essencialmente a ' p a r t i r d a década d e Este fato, a 1 i ã s aumentou a dependência lo pescador de outros produtosparaasobrevivência, dificultando a tência ante o pouco e irregular pescado e ante a pouca suósis mobilidade

130 1 2 1 que s.e foi e~tab.elecendo, em relaç~o ao cqntato do h.omero com a natu reza, i medida que a preteni~ ur~anização da ctdade fot restringi~ do e 1 is veze~ destruindo os espaços de livre acesso i comunidade utilizados com fins de sobreviv~ncia. No lttoral norte da Parafba, onde est~o localizados os dois maiores estuários do Estado - o do Mamanguape e o do Parar b~ apenas tris munictpios mantim a atividade pesqueira no principal ngcteo de povoamento: Cabedelo, Luéena e aara da Traição. No to, em Lucena, a pesca não se desenyolve no mesmo estigio que outros núcleos, em relação i técnica e ao nrvel de organização pescadores. Os pescadores em Lucena, na sua maior parte, nao entan nos dos po~ suem a propriedade do equipamento. As suas ha&itaç~es estão local i zad~s em sftios de coqueiros, cujo destrno foi o mesmo de quase to das as propriedades rurais, situadas no litoral, em contato direto com o mar. sto é: a fragmentação das propriedades em loteamentos de lotes urbanos e, ao mesm? tempo, a manutenção e a ampliação de me dias e grandes propriedades que, na maioria do s casos, nao estio em contato direto com o mar. ~om a atividade pesqueira desenvolvendo:se em mol ~es artesanais em Lucena, produziu-se uma transformação na vida do pescador. Por um lado, tornou-se necessiria a integração do pese!_ : ; ~orna 1 viabilização dos projetos do Estado; por outro, criaram-~. se novas condiç~es de cerceament6, quanto ao. acesso do pescador a um ntvel de vida melhor. Na própria forma de organização espacial do momento, podemos constatar que, em Lucena, o loteamento das propri~ dades em lotes urb~nos deu-se de uma forma que reflete a estrati ficação social existente, acrescentando novos elementos i paisagem urban~, com a construção de prédios (casas com arquitetura comum as

131 122 e tdade~ roator~~) e com a implantação de serviços. Esse acriscimo de elementos à paisagem tambim ocorreu.com a nova forma que tomou o esp~ ço para a ocupação destinada aos pescadores e à maioria da populaçãoimigrante na sede do Municrpio. sto, porque a população da comunida de passou por um crescimento rápido, no qual participaram elementos prov~nientes tanto do próprio municrpio como de municrpios vizinhos. Houve também uma maior incidência de aposentados e de mão-de-obra en volvida nos destamatamentos que têm servido para o posterior plantio da cana-de-açucar no municrpio de Lucena. A produção da cana-de~açucar foi o motivo condiii?na~ te do surgimento de Lucena enquanto vila e assegurou o desenvolvimento da comunidade, com a participação d~ atividade pesqueira. Entretan to o desenvolvimento da produção canavieira, no municfpio de Lucena, - orientou a valorização das propriedades, interferindo no mercado de trabalho do municrpi9, e participando, ativamente, tanto no desapare~ cimento dos ecossistemas dos tabuleiros e da Mata Atl~ntica como da poluição e assoreamento do estuário do rio. Parafba. Dessa forma, todo o movimento que ocorreu nas gens do municfpio de Lucena e nos municfpios vizinhos, promovido uma nova forma de organização espacial, repercutiu no mercado de pais~ por tra balho. Pelas potencial idades biológicas estuarinas e pela existência de um estuário localizado muito próximo à praia de Lucena, a manutenção da atividade pesqueira é uma possibilidade viável para a mão - de obra disponrvel na região. Porém, a dificuldade de acesso aos incentl vos. nesse setor de atividade continua a dispersar parte da mão-de obra nela envolvida, introduzindo novos elementos na atividade pesquel ra e envolvendo trabalhadores menores de idade, impossibilitando ou dificultando o seu acesso à escola.

132 123 Toda essas condições demonstram uma tendincia ao futu ro desaparecimento da pesca artesanal em L~cena, a exemplo do que j~ ocorreu a alguns tipos de pesca e de equipamentos, como a pesca de campanha e a pesca com jangada de cortiça. Os pescadores têm acompa - nhado algumas inovações no material utilizado, mas, no que diz respel to tradicional a canoa e a rede -, este tem sido mantido e utilizado, mesmo com a presença dos escassos botes motorizados que conseguem man ter-se em atividade. A influência de pessoas que procuram o lazer é cada vez maior, reforçando em Lucena o destino de balne~rio e distanciando o pescador de uma participação efetiva na própria comunidade. A fig~ ra do pescador bem sucedido em.lucena é um fato raro, pois o principal tipo de pesca desenvolvida - o arrasto - acarreta a concentração da propriedade do equipamento, dado o est~gio de organização em que se encontra o mesmo. Ao retomarmos o processo de ocupaçao do 1 itoral desde a epoca colonial, podemos observar que as condições de produção da população no 1 itoral permitiram o desenvolvimento da atividade pesq~ ra artesanal e de uma tradição que levou à consolidação do aprendizado para a manutenção da mesma. As condições de vida na atividade pesqúeira artesa - nal, gradativamente levaram o trabalhador a participar de um ritmo de consumo incompatfvel com a sua possibilidade de aumentar a produtividade. sto resulta em um dsitanciamento crescente da organização poll tica, e do reconhecimento dos direitos de cidadãos na sociedade.

133 124 Com a "mudança de vento" em Lucena formas do espaço sairam do lugar originando outras f~rmas e retirando o chio dos pes dos pescadores levando-os assim da beira do mar para as terras do ter ra 1.

134 BL OGRAF 1 A ANDRADE, Manuel Correia de "A poluição dos cursos d'água da Região da Mata de Pernambuco" Boletim do nstituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais ANDRADE, Manuel Correia de 11 0 processo de ocupaçao do espaço regional do Nordeste 11 Recife, MNTER SUDENE, 1975 BUENO, Ricardo "PrÕ-Ãlccol 11 Rumo ao Desastre Petrópolis. Vozes,.1980 CARLOS, Ana Fani Alessandri "Reflexões sobre o espaço geográfico 11 Disse~tação.de Mestrado. São Paulo, USP. CARNERO, Simone Dantas "Terra Liberta: Hábitos alimentares em Ponta do Mato 11 Dissertação de Mestrado do Program~ de Pós-Graduação em Antrop~ logia Social da Universidade de Brasília Brasília, 1979 (mimeo.) CARVALHO, Ma. Conceição Vicente 11 0 pescador no 1 i toral do Estado de São Paulo 11 Anais do X Congresso Brasileiro de Geografia, Vol. 111 p. 685

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136 DRESCH, GUGLEMO, VALVERDE, SANTOS, TRlCART Ref lexões sobre a Geograf ia 11 São Paul.o, AGB, 1980 ESTUDOS DA CNBB 11 0 retrocesso na Legislação Previdenci~ria para o pescador arte sana1 11 Março, (mimeo.) FALEROS, Vicente de Paula 11 A Polftica Social do Estado Capitalista: As Funções da Previ - dêncla e Assistência Sociais" São Paulo, Cortez. Editora, 1980 FORMAN, Shepard 11 The Ralf Fishermen 11, Bloomington, ndiana University Press USA, 1970 GUMARÃES, Alberto Passos "Quatro séculos de latifúndio" Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1977 HARNECKER, Marta "Conceitos elementais de material ismo histórico" Sem lugar, sem editor, sem data MADRUGA, A. Moacyr Considerações gerais em torno da temática: Economia Pesqueira do Nordeste" ln: Cadernos de Estudos Regionais, n~ 2, Editora Universitária UFPB, João Pessoa, 1980

137 MADRUGA, A. Moacyr 128 "A questão da baleia - Da Juta. ecológica à exploração humana" in: Cadernos de Estudos Regionais, n~3, Editora Universitária UFPB, João Pessoa, (no prelo) HANDEL, Ernest "niciação à Teoria Econômica Marxista" Porto~ Afrontamento MARTNS, Josi de Sousa "Os camponesese a pojrtica do Brasil". P e t ró p o 1 i s, Vo z e s, MARTNS, José de Sousa "Exploração e Violência". A questão polrtica no campo São Paulo. HUCTEC, 1980 MARX, Karl "ntrodução à crrtica da Economia Polftica 11 in: Contribuição à crrtica da Economia PoJrtica São Paülo, ~artins Fontes, 1977 MELO, Mário Lacerda de 11 0 açucare o homem'.'. Recife, MEC. nstituto. Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, 1975 MONTENEGRO, rmã Nilza "Experiência de Pastoral entre os pescadores da praia de Pitim bu". Pararba, 1976 (mimeo.)

138 MONTENEGRO, 1 rmã N i l za 129 "Experi-ência de Pastoral entre as Pescadeiras de ltapissuma" Pernambuco, 1976 (mimeo.. ) MORAES, Antonio Carlos Robert "Em busca da ontologia do espaço" Território Livre, n~ 1, UPEGE MORAES, Antonio CARLOS ROBERT "Geografia (Pequena História Crítica)" São Paulo, HUCTEC, 1981 MUSSOLN, Gioconda 11 0 cerco da tainha na lha de são Sebastião" in: Revista de Sociologia, col. V 1, n~ 3, São Paulo, 1945 MUSSOLN, Gioconda "Ensaios de Antropologia indígena e caiçara" Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1980 OLVERA, Fra~cisco de "A economia da dependêndia imperfeita" Rio de Janeiro, Graal, 1977 OLVERA; MAMGONAN, MORERA "Debate: Geografia e Realidade" Território Livre, n~ 2, São Paulo, UPEGE PAVA, Melquíades Pinto, e PAVA, Maria Arair Pinto "Situação Econômica Social dos pescadores artesanais do Ceará"

139 ~oletim Social Cearense de Agronomia, n~ 8, fortaleza, PRADO Júnior, Caio "Teoria marxista do conhecimento e método dialético material is ta" Seleção.de textos n~ 6, São Paulo, AGB, 1979 PRADO. Júnior, Caio "Formação do Sras i 1 Contemporâneo" São Paulo, Brasiliense, 1977 PRADO Júnior, Caio "A questão agrária 11 São Paulo, Brasiliense, 1979 QUAN, Massimo "Marxismo e Geografia" Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1979 RAMOS, ~duardo Boechat "C o n t r i b u i ç õ e s p a r a um e s b o ç o t i p o 1 ó g i c o d o p e q u e n o p e s c a d o r m!!. rítimo brasileiro", nstituto Oceanográfico, USP São Paulo,1978 Mimeo. RAMOS, Eduardo Boechat ''Subsídios para uma melhor conceituação do pescador ~rtesanal brasileiro 11 lnstftuto Oceanográfico, (mimeo.) RAMOS, Eduardo Boechat

140 13 1! 1 Al g u roa ~ c o n s i d e r a ç Õ e s s o b r e a L e g i s 1 a ç ão q u e r e g e a a t i v i d a d e profissional do pescador brasileiro" Série Documentos, n~ 7, São Pa~lo, Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, 1977 '.'RELATOR 1 O DO 1 ~ ENCONTRO NAC 1 ONAL DE PASTORAL DOS PESCADORES" o 1 i n d a, M i me o RBERO J~nior, José "Colonização e Monopólio no Nordeste Brasileiro" São Paulo, HUCTEC, ROS, Gilvando Sá Leitão 11 A pesca artesanal como parte do setor de subsistência: sua abor dagem sociológica" in: Rev ist~ Ciência e Cultura, n~ 28, São Paulo, 1975 ROTCHL, Brien 11 A pesca e seus recursos e interesses nacionais" São Paulo, Brasa, 1975 SA Junior, F.rancisco i 1 D esen v o 1 v i m é n t o d a A g r i c u 1 t u r a no r d e s t i na e a f u n ç ão d a s a t i v i dades de subsist~ncia 11, Seleções CEBRAP 1 SAMPAO, Yony e FERRERA, José "Emprego e pobreza rural" Recife, Série Pesquisa n~ 7, Curso de Mestrado em Economia SANTOS; Milton

141 Economia Espacial 132 HUCTEC, São Paulo, 1979 SANTOS, Milton "Por uma Geografia Nova" São Paulo, HUCTEC - EDUSP, 1978 SANTOS, Mi 1 ton "Espaço e Sociedade" Petrópolis, Vozes, 1979 SCHNUETTGEN, Frei Alfredo "Experiência da Pastoral entre os pescadores de ltapissuma" Pernambuco, 1975 (mimeo.) SCHNUETTGEN, Frei Alfredo "Experiência de Pastoral entre os pescadores do Nordeste" Dezembro, 1974, mimeo. SLVA, Armando Corrêa 11 0 e~paço.fora do lugar" São Paulo, HUCTEC, 1978 SLVA, Carlos Roberto de 11 0 setor pesqueiro e sua particip~ção na história econômica re recente do Brasil" Dissertação para o Curso de Mestrado em Engenharia de Produção João. Pessoa, 1978 (manuscrito) SLVA, J.F. Graziano da

142 133 "Estrutura agrária e produção de subsistência na agricultura bra stleira". São Paulo, HUCfTEC, 1978 SNGER, Paul "Desenvolvimento econômico e evolução urbana" São Paulo, Editora Nacional, 1977 SOCEDADE DE DEFESA DO LTORAL BRASLERO "Carta de Princípios". São Paulo, (mimeo.) SUDENE/Secretaria do Planejamento e Coordenação Geral do Estado da Paraíba 11 0 mercado de pescado na grande JoãoPessoa/Paraíba" NA, 1974 SWEEZY, Pau1 M. "Teoria do desenvolvimento capitalista" Rio de Janeiro, Editora, 1976 VÃROS AUTORES "Estrutura Agrária e produção de subsistência na agricultura bra si letra" São Paulo, HUCTEC, 1978 VÃROS AUTORES "Capital e trabalho no campo" Col. Estudos Brasileiros 7, São Paulo, HUCTEC, 1977 WABEL, Leo "Princípios da colonização européia no su1 do Brasil" Revista Brasileira de Geografia, n~ 2, Ano X, AB/JUN

143 A digitalização deste documento foi possível graças ao investimento do Programa de Pós-graduação em Geografia Humana (PPGH-FFLCH-USP) e realizada com recursos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001. Essa ação integra as atividades de comemoração dos 50 anos do PPGH no ano de Para mais informações sobre o PPGH e sua história, visite a página do programa:

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