APET I COLÓQUIO DE DIREITO CONTÁBIL E TRIBUTÁRIO
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1 APET I COLÓQUIO DE DIREITO CONTÁBIL E TRIBUTÁRIO Questões Controvertidas Jurídico Contábeis PONTOS PARA COMENTÁRIOS: 1. Qual o conceito contábil de receita? Esse conceito é ou pode ser utilizado pela legislação tributária? 2. O art. 195, I, b da CF traz um conceito ou um tipo de receita para fins tributárias? Qual a definição do termo receita utilizado pela Carta Magna? 3. A receita definida na norma contábil é ou pode ser utilizada pela legislação tributária? 4. Existe compatibilidade entre o CPC 47 e o art. 12 do Decreto-lei n 1.598/77, com a redação dada pela Lei n /14? Alegria! Prof. Paulo Henrique Pêgas
2 PONTOS RELEVANTES 1. Os tributos POR DENTRO deveriam ser calculados POR FORA. Temos problemas diversos por conta da multiplicidade de tributos, pois um entra na base do outro. 2. Com tributos cobrados POR DENTRO, é necessário integrar RECEITA com IMPOSTO. Contabilidade moderna e legislação tributária não se comunicam, gerando complexo controle. 3. A decisão do STF (MAR/17) sobre ICMS nas bases de PIS+COFINS foi (é) confusa e vem trazendo insegurança contábil/jurídica nas empresas e projeta relevante desfalque nas contas públicas. 4. A decisão do STF sobre o ICMS ST (OUT/16) praticamente inviabiliza este modelo, transformando-o contabilmente em retenção na fonte. 5. Utilização do CPC nº 47 (IFRS 15) pode trazer conflitos entre tributos estaduais e municipais, pois uma receita tributada pelo ICMS poderia ser exigida pelo ISS (ou o contrário), além do problema temporal. 2
3 PONTOS RELEVANTES 1. Os tributos POR DENTRO deveriam ser calculados POR FORA. Temos problemas diversos por conta da multiplicidade de tributos, pois um entra na base do outro. 3
4 PONTOS RELEVANTES 2. Com tributos cobrados POR DENTRO, é necessário integrar RECEITA com IMPOSTO. Contabilidade moderna e legislação tributária não se comunicam, gerando complexo controle. Venda a prazo de R$ 500 em DEZ/18, com recebimento em DEZ/19 e valor presente de 450, com alíquota de ICMS de 12% teria: DRE - RFB Total Rec. Bruta (-) ICMS 12% (60) - (60) Rec. Líquida Rec. Financ LAIR CONT AJ. FISCAL 50 (50) 440 LAIR FISCAL DRE - CONT Total Rec. Bruta (-) ICMS 12% (54) (6) (60) Rec. Líquida Rec. Financ LAIR CONT AJ. FISCAL 50 (50) 440 LAIR FISCAL 446 (6) 440 4
5 PONTOS RELEVANTES 3. A decisão do STF (MAR/17) sobre ICMS nas bases de PIS+COFINS foi (é) confusa e vem trazendo insegurança contábil/jurídica nas empresas e projeta relevante desfalque nas contas públicas. Cada empresa precificou seus produtos considerando tributo sobre tributo e, na essência, receberá um recurso que não lhe pertence. Admitindo que a venda sem tributos fosse feita por R$ 1 mil, o preço mudaria caso o ICMS fosse retirado nas bases de PIS+COFINS. 5
6 PONTOS RELEVANTES 4. A decisão do STF sobre o ICMS ST (OUT/16) praticamente inviabiliza este modelo, transformando-o contabilmente em retenção na fonte. Se uma empresa industrial vende seu produto por R$ 100, com MVA de 50% e alíquota de 20% de ICMS, com o modelo de ST ela venderá o produto ao comércio por R$ 110, sendo R$ 10 de ICMS ST. A empresa comercial deverá reconhecer a compra da seguinte forma: D - Estoque R$ 80 D - ICMS a Recuperar - Compra R$ 20 D - ICMS a Recuperar (ST) Retido na Fonte R$ 10 C Caixa (ou Fornecedores) R$ 110 O ICMS de R$ 20 será compensado com o ICMS a pagar na apuração mensal, enquanto o ICMS Retido na Fonte (R$ 10) deverá ser ressarcido ou completado, dependendo do preço de venda efetivo. 6
7 PONTOS RELEVANTES 5. Utilização do CPC nº 47 (IFRS 15) pode trazer conflitos entre tributos estaduais e municipais, pois uma receita tributada pelo ICMS poderia ser exigida pelo ISS (ou o contrário), além do problema temporal. 7
8 Paulo Henrique Pêgas Profissional com 32 anos de atuação profissional na área contábil/tributária. Professor do IPEC/RJ, IBMEC, Fipecafi-SP e outras instituições. Autor dos Livros Manual de Contabilidade Tributária (9. ed., GEN-Atlas) e PIS e COFINS (5. ed. GEN- Atlas) e Contabilidade Tributária para Provas e Concursos, (Freitas Bastos), além do livro REFORMA TRIBUTÁRIA JÁ!, publicado pela Editora CRV em ABR/17. phpegas@uol.com.br MUITO OBRIGADO! Na página eletrônica do IPEC você poderá ler: 1. Apresentação completa sobre REFORMA TRIBUTÁRIA (Palestrão). 2. Tributação s/ Lucro e Receita no Brasil: Verdades e Mentiras Maiores Empresas do Brasil tem Metade do PL em Litígios Tributários. 4. Lei nº /14: PERGUNTAS E RESPOSTAS. 5. Comentários sobre a PEC da Reforma Tributária. 6. Outros artigos, trabalhos e entrevistas... Acesse o CANAL DO PÊGAS no Youtube. Vídeos sobre: O Tema REFORMA TRIBUTÁRIA. ICMS nas bases de PIS+COFINS: UM Olhar Contábil Esclarecendo a Questão. Revisão de Tópicos dos Livros Manual e PIS e COFINS. 8
9 O STF E A COBRANÇA DE TRIBUTOS SOBRE TRIBUTOS ICMS, PIS e COFINS são cobrados por dentro. Empresas, primeiro as maiores e depois, as demais, foram a justiça pedindo a retirada do ICMS da base de cálculo das contribuições para PIS/Pasep e COFINS. O STF, depois de mais de uma década de discussão, finalmente se posicionou, em MAR/17, dando ganho de causa às empresas, com repercussão geral. No entanto, até HOJE (ABR/19), não modulou a sua decisão, ou seja, não definiu seu alcance e os seus detalhes. A RFB mantém então a legislação em vigor, cobrando PIS e COFINS sobre o valor total da receita, incluindo o ICMS. Para os casos com decisão judicial favorável o órgão indica (consulta nº 13 de OUT/18) que o valor do ICMS a ser extraído da base será o obtido pela apuração mensal. Veja a simulação, incluindo (ou não) o ICMS nas bases de PIS+COFINS. 9
10 UM OLHAR CONTÁBIL SOBRE A DECISÃO DO STF Admita que a Cia. Z (Lucro Real) precise vender seu produto por R$ Considerando a legislação atual, em vigor, os tributos que devem ser incluídos no preço são: PIS de 1,65% e COFINS de 7,6% ICMS de 18% Então, o preço de venda será obtido da seguinte forma: Tributos (ICMS, PIS e COFINS) = 27,25% Valor do Produto = 72,75% 1.000,00 / 0,7275 = R$ 1.374,57 Preço de Venda BASE DE CÁLCULO : R$ 1.374,57 ICMS 18% R$ 247,42 COFINS 7,6% R$ 104,47 PIS 1,65% R$ 22,68 REC. BRUTA 1.374,57 (-) ICMS (247,42) (-) PIS+COFINS (127,15) REC. LÍQUIDA 1.000,00 10
11 UM OLHAR CONTÁBIL SOBRE A DECISÃO DO STF Supondo que o ICMS não integre as bases de PIS+COFINS, teríamos que calcular primeiro as contribuições e depois o ICMS. Tributos (PIS e COFINS) = 9,25% Valor do Produto (sem ICMS) = 90,75% 1.000,00 / 0,9075 = R$ 1.101,93 ==> BASE PIS e COFINS ICMS = 18% Valor do Produto = 82% 1.101,93 / 0,82 = R$ 1.343,82 Preço de Venda TRIBUTO BC ALIQ. VALOR PIS 1.101,93 1,65% 18,18 COFINS 1.101,93 7,60% 83,75 ICMS 1.343,82 18% 241,89 REC. BRUTA 1.343,82 (-) ICMS (241,89) REC. LÍQ ,93 (-) PIS+COFINS (101,93) REC. LÍQUIDA 1.000,00 11
12 UM OLHAR CONTÁBIL SOBRE A DECISÃO DO STF Na essência, ao desconsiderar o ICMS nas bases de PIS+COFINS, o preço de venda mudaria. Veja como ficaria a tabela (DRE nas duas situações): DRE ICMS NA BASE DE PIS+COFINS DENTRO FORA DIF. RECEITA BRUTA (1) 1.374, ,82 30,75.ICMS - 18% 247,42 241,89 5,53 RECEITA. BRUTA (2) 1.127, ,93 25,22.PIS+COFINS - 9,25% 127,15 101,93 25,22 RECEITA LÍQUIDA 1.000, ,00-12
13 UM OLHAR CONTÁBIL SOBRE A DECISÃO DO STF Art. 166 do CTN (Lei nº 5.172/66). A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la. Portanto, o correto, tecnicamente falando, seria RESSARCIR ao consumidor final pela retirada do ICMS das bases de PIS e COFINS. Como isso torna-se impossível, contabilmente falando, O STF DEVERIA MODULAR A MUDANÇA A PARTIR DE JUL/19 (ou JAN/20), preferencialmente já com nova lei. 13
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