Dia Mundial da Saúde Mental - 10 de Outubro
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- Artur Cunha Oliveira
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1 Não Há Saúde Sem Saúde Mental Dia Mundial da Saúde Mental - 10 de Outubro 1 a 17 de Outubro de 2010 Exposição promovida pelo Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental
2 O QUE É A SAÚDE MENTAL? É sentir-nos bem connosco próprios e na relação com os outros. É sermos capazes de lidar de forma positiva com as adversidades. É termos confiança e não temermos o futuro. A saúde mental e a saúde física são duas vertentes fundamentais e indissociáveis da saúde. Organização Mundial de Saúde (OMS), 2006 O estado de bem-estar no qual o indivíduo realiza as suas capacidades, pode fazer face ao stress normal da vida, trabalhar de forma produtiva e frutífera e contribuir para a comunidade em que se insere. OMS (2001)
3 PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL Há uma necessidade cada vez mais premente de dar a conhecer e de sensibilizar a população para os problemas de saúde. Há necessidade de promover uma campanha nesse sentido, porque as suas perturbações aumentam em flecha no nosso país, tal como nos países mais desenvolvidos. Alguns números são já assustadores: Mais de 20% da população p adulta sofre de algum problema de Saúde Mental em certa altura da sua vida; O número de suicídios nos países da comunidade europeia é igual ou superior ao número de mortos em acidentes de viação; A depressão ocupa o 4º lugar na lista das doenças com mais prejuízos económicos (DALYs). Na progressão actual ocupará o segundo lugar daqui por quinze anos (OMS); As doenças mentais acarretam um custo equivalente a 3 a 4 % do produto nacional bruto na Região Europeia. Mas a atitude geral (mentalidade) mantém-se altamente segregante. O estigma da doença mental e do doente contínua. Hoje ter-se-á de interrogar: Perante uma pessoa doente qual a atitude a tomar? Perante uma pessoa saudável qual a atitude a tomar para que ela não adoeça?
4 PREVENÇÃO EM SAÚDE MENTAL Adequação aos estilos de vida desejáveis, alcançando níveis de compreensão e maturidade para o meio psicossocial em que vive e na área social, compreendendo e resolvendo os conflitos de convivência com os seus semelhantes OMS (1991) A valorização do meio familiar, social e cultural na intervenção ao indivíduo, originaram o modelo biopsicossocial com a sua visão holística do indivíduo.
5 Depressão e comportamentos suicidários constituem duas das maiores preocupações da OMS, sendo a depressão um dos principais factores de incapacidade. OMS (2001) As perturbações mentais são responsáveis por uma média de 31% dos anos vividos com incapacidade, chegando a índices próximos dos 40% na Europa OMS (2001) Estima-se que 90% dos indivíduos que cometem suicídio apresentam perturbação mental, 60% destes estariam deprimidos no momento que o cometeram (Jané-Lopis & Anderson, 2006) Na Europa, 24% da carga das doenças em geral deve-se a perturbações mentais, representando estas 5 das 10 principais causas de incapacidade OMS (2001)
6 ESTIGMA E SAÚDE MENTAL O estigma relacionado com a doença mental provém de um conjunto de falsas crenças originadas pela falta de conhecimento e compreensão dos diferentes tipos de patologias. Os preconceitos estigmatizantes são fruto da ignorância e de uma consciência social moralmente negativa. Este estigma ou preconceito isola o indivíduo em relação aos outros. As pessoas deverão ser julgadas pelos seus méritos próprios, e não pela doença de que sofrem e pelo estigma a ela ligado. Os doentes mentais são pessoas como todas as outras. A estigmatização dos doentes mentais continua a ser uma realidade. As pessoas doentes ou diminuídas confrontam-se com medos e preconceitos que aumentam o seu sofrimento pessoal e agravam a sua exclusão social. Livro Verde sobre a Saúde Mental (2006)
7 O estigma relacionado com a doença mental provém do medo do desconhecido, dum conjunto de falsas crenças que origina a falta de conhecimento e compreensão. Os "Media" podem contribuir muito para erradicar o estigma, promovendo a compreensão e educação do grande público acerca destas doenças, mas também podem ser prejudiciais ao divulgar conceitos errados e negativos, reforçando-o em grande escala. A SOCIEDADE ENCARA AS PESSOAS COM DOENÇA MENTAL COMO: COMO COMBATER: Violentos; Perigosos; Instáveis podendo perder o controlo a qualquer momento; Empregados de baixa qualidade; Indicados para exercerem trabalhos de nível inferior; Pouco inteligentes; Preguiçosos; Imprevisíveis. Valorizar a pessoa com doença mental enquanto membro activo da sociedade; Alterar a imagem social da doença mental (informar e quebrar os mitos); Promover o contacto da comunidade com a pessoa com doença mental; Promover a defesa dos direitos das pessoas com doença mental; Promover igualdade de oportunidades (emprego, escola, ).
8 SINAIS DE ALARME Alteração marcada na maneira de ser Deixou de falar com familiares ou amigos Perdeu a vontade e motivação para as actividades habituais Ansiedade excessiva Tristeza prolongada ou apatia Começou a ficar com medo(s) ou com desconfianças sem motivo Deixou de se alimentar, come às escondidas Perda de peso muito acentuada Dorme mal ou não consegue dormir toda a Ouve vozes que mais ninguém consegue ouvir Tem graves dificuldades de concentração Diz ou escreve coisas que não fazem sentido Abusa de álcool ou drogas Pensar ou falar em suicídio Demasiada irritabilidade, hostilidade ou mesmo comportamento violento Desesperança (sensação de nada valer a pena) Perda de auto-estima Altos e baixos extremos noite Começou a ter ideias estranhas ou bizarras
9 PARA MANTER UMA BOA SAÚDE MENTAL Não se isole, reforce os laços familiares e de amizade. Diversifique os seus interesses. Mantenha-se intelectual e fisicamente activo. Consulte o seu médico ou enfermeiro perante sinais ou sintomas de perturbação emocional. Não seja espectador passivo da vida! CUIDAR SIM EXCLUIR NÃO Direcção Geral de Saúde Todos nós podemos ajudar Apoiando Reabilitando Integrando Não estigmatizando
10 MITOS ASSOCIADOS À DOENÇA MENTAL As pessoas que sofrem de doenças mentais nunca vão recuperar? As doenças mentais tratam-se e a maior parte dos doentes recuperam a saúde. As doenças mentais devem ser encaradas do mesmo modo como se olha para as doenças físicas A doença mental é uma doença rara? As doenças mentais (ansiedade, depressão, esquizofrenia, etc.) podem afectar qualquer pessoa em qualquer época da sua vida. Podem causar mais sofrimento e incapacidade que qualquer outro tipo de problema de saúde. As pessoas com doenças mentais são perigosas e devem ser excluídas da família, da comunidade e da sociedade? Não. Os doentes mentais não representam, perigo acrescido para a família, comunidade ou sociedade, Por esse motivo, devem ser tratados adequadamente e inseridas na comunidade, sem medo ou exclusão. Assim, dentro das suas limitações, poderão levar uma vida normal, feliz e produtiva. A doença mental deve-se à pobreza e/ou pouca inteligência? Em geral a doença mental, tal como outras doenças físicas, pode afectar qualquer pessoa, independentemente da sua idade, emprego ou habilitações escolares A doença mental é causada por fraqueza individual? Estas pessoas não escolhem ficar doentes, trata-se de uma doença e não de uma fraqueza de carácter.
11 COMO GOSTO DE SER TRATADO? (Testemunhos na 1.ª pessoa) Com educação. Sem indiferença, como uma pessoa, com compreensão e tolerância. Com o mínimo de respeito. Com respeito, com educação, com carinho. Com sensibilidade humana, com objectivos concretos, com normalidade. Com respeito pela minha pessoa e pelas minhas decisões. Sem paternalismos. Normalmente sem cuidados especiais, como uma pessoa perfeitamente normal.
12 O QUE É IMPORTANTE PARA O MEU PROCESSO DE REABILITAÇÃO? (Testemunhos na 1.ª pessoa) Ter um emprego, ter apoio social, ganhar motivação e reinserirme a nível social. Trabalhar, ter amigos, ser autónoma. Ser independente dos meus pais. Arranjar emprego, ter a custódia da minha filha, ser independente, sentir-me bem comigo própria, ter o processo da minha casa resolvido. Arranjar um trabalho remunerado para que possa ter uma vida futura descansada. Encontrar um sitio para viver que eu pudesse partilhar com alguém.
13 O QUE É TER UMA DOENÇA MENTAL? (Testemunhos na 1.ª pessoa) É sentir revolta perante o afastamento dos outros. É ser marginalizado por si mesmo. É sentir a exclusão social sem motivo algum. É não tolerar hoje o que ontem era tolerável. É ser desprovido de ideias próprias. É ser incapacitado. É respirarmos profundamente no vazio, esquecendo que poderíamos ter um futuro. É não conseguir realizar hoje o que conseguimos fazer ontem. É ser descriminado pela sociedade. É sofrer de uma doença É fugir de si É ser excluído pelos outros. psíquica que nos limita na nossa liberdade e nos faz sofrer. mesmo, por não ter coragem de enfrentar o mundo. É sentir irritabilidade mesmo que injustificada.
14 DEPARTAMENTO DE PSIQUIATRIA E SAÚDE MENTAL Iniciou a sua actividade assistencial em 1990 como Centro de Saúde Mental do Barreiro/Montijo. Com a sua extinção, nasceu em 1992 o Departamento de Psiquiatria squat a e Saúde Mental. Desde então o Departamento e to procurou pocuousempre e um crescimento sustentado indo de encontro as necessidades das populações. Tem por missão assegurar a promoção da Saúde Mental, melhorando a qualidade de vida dos utentes, tratando, prevenindo as recaídas e promovendo a reabilitação e reinserção comunitária. Presta assistência psiquiátrica às populações dos concelhos do Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete, num total de cerca de 200 mil habitantes.
15 DEPARTAMENTO DE PSIQUIATRIA E SAÚDE MENTAL Tem uma equipa multidisciplinar composta por: 6 psiquiatras; 3 médicos internos da especialidade de Psiquiatria; 27 enfermeiros; 3 psicólogos; 1 terapeuta ocupacional; 1 assistente social; 12 assistentes operacionais e 4 assistentes técnicas.
16 Consulta de Psiquiatria (médica e de enfermagem) Recebe utentes referenciados dos centros de saúde através do médico de família ou encaminhados pelos médicos das diferentes especialidades. d Consulta de Psicologia Clínica Estudo psicológico de indivíduos com objectivos de psicodiagnóstico e de elaboração de projecto terapêutico. ti Realiza intervenções de aconselhamento psicológico individual, conjugal, familiar ou de grupo, de intervenção psicológica e psicoterapêutica. Unidade de Internamento de Agudos Serviço em regime aberto com capacidade para 24 camas. Unidade de Internamento de Curta Duração de Psiquiatria Serviço de observação psiquiátrica transitória, com capacidade para 8 utentes. Urgência Assegura o atendimento psiquiátrico permanente (24horas), inserido na Urgência Geral, e Urgência Interna. Serviço Social Apoio social aos utentes com vista à reintegração social, profissional e residencial em parcerias com outras instituições, como forma a melhorar a qualidade de vida. Terapia Ocupacional Habilita para a ocupação, promove a capacidade de escolher, organizar e desempenhar as ocupações que a pessoa considere significativas, de forma a promover a saúde e o bem-estar.
17 O UTENTE NO CENTRO DA NOSSA ATENÇÃO Consulta de Psiquiatria Serviço Social (médica e de enfermagem) Consulta de Psicologia Clínica Terapia Ocupacional OUTENTE E A FAMÍLIA Internamento de agudos Urgência Unidade de Internamento de Curta Duração de Psiquiatria
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