Recursos Humanos em C & T Bolseiros de Investigação Francisco Curado
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- Vítor Coelho Marinho
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1 Recursos Humanos em C & T Bolseiros de Investigação Francisco Curado Encontro SNESup - Porto, 21.FEV.2014
2 Política de Investigação Científica Sistemas de Financiamento Recursos Humanos Estratégia e Políticas Sistemas de Avaliação
3 O problema dos Recursos Humanos Um sistema em que os RECURSOS HUMANOS trabalham maioritariamente em SITUAÇÃO PRECÁRIA NÃO É SUSTENTÁVEL NEM SERÁ COMPETITIVO a MÉDIO PRAZO
4 O problema dos Recursos Humanos
5 O problema dos Recursos Humanos O 1º Sinal de Alarme surge quando, em 2012, as alterações aos Regulamentos de Bolsas FCT e ao EBI impedem os bolseiros de dar aulas. Gera-se o pânico em muitas Instituições do ES e a medida acaba por ser suspensa por um ano.
6 O problema dos Recursos Humanos
7 O problema dos Recursos Humanos A crise recente da C&T, talvez a mais aguda dos últimos anos, (apesar de a doença já ser crónica) verificou-se ao nível dos Recursos Humanos
8 O problema dos Recursos Humanos O problema central dos Recursos Humanos Limitações à contratação de Pessoal Docente e Investigadores Limitações à contratação de Quadros Técnicos para ES e Inv Como se Resolve em Portugal? Com BOLSEIROS!
9 O problema das Bolsas de Investigação Vantagens da utilização de bolseiros Existem para Todo o Tipo de Serviços Trabalho de Investigação de ponta Trabalho Técnico altamente qualificado Docência (não remunerada, obviamente) Secretariado (chama-se Gestão de Ciência e Tecnologia)
10 O problema das Bolsas de Investigação Vantagens adicionais da utilização de bolseiros Sem Custos para o Utilizador Facilmente Descartáveis Para efeitos Estatísticos contam como Emprego Científico
11 O problema das Bolsas de Investigação Problemas da utilização de bolseiros Instabilidade das equipas de investigação Externalização dos custos com pessoal e desresponsabilização das Instituições e U.I. pelas condições sócio-profissionais dos investigadores
12 O problema das Bolsas de Investigação Problemas da utilização de bolseiros Um número alarmante de pessoas a trabalhar durante muitos anos em condições altamente precárias, sem regalias sociais e sem perspectivas de continuidade numa carreira OK, mas isto é temporário e, além do mais, não é problema meu.
13 O problema das Bolsas de Investigação Evolução da Produção Científica Nacional nos últimos 10 a 15 anos Evolução dos Indicadores de Produção Científica Evolução do Número e Tipo de Bolsas de Investigação Qual a Correlação? A avaliação da produção científica dos bolseiros é algo que está por fazer, mas é muito elevada e deve constituir uma parcela maioritária da Produção Científica Nacional
14 O problema das Bolsas de Investigação Em 2013/2014 verifica-se um corte abrupto no número de bolsas de investigação BD e BPD, conjugado com um reduzido número de contratos para Investigadores Doutorados Então, e agora? Agora, há correcções imediatas a fazer mas Há que repensar seriamente a política de recrutamento de pessoal de investigação.
15 O problema das Bolsas de Investigação Pistas para Trabalho Tirar lições do momento difícil que se está a atravessar Existe uma grande unanimidade em torno dos erros que actualmente estão a ser cometidos e das consequências que irão ter no futuro mas isso não chega e pode até ser perigoso. É necessário corrigir os erros das políticas que têm vindo a ser aplicadas desde há vários anos, sobretudo em termos de contratação de RH Sensibilizar toda a Comunidade Científica para a necessidade de mudar para um paradigma de valorização dos RH em linha com as melhores práticas e Recomendações Europeias (Carta Europeia do Investigador e Código de Conduta no Recrutamento de Investigadores) As pessoas supostamente "instaladas" no sistema e que têm maior capacidade de intervir no sentido da mudança devem compreender a vantagem de pugnar por melhores condições para os que se encontram em início de carreira ATENÇÂO: financiar apenas a EXCELÊNCIA é um ERRO
16 O problema das Bolsas de Investigação Pistas para Trabalho Alterar o Estatuto do Bolseiro de Investigação O actual EBI é demasiado permissivo em alguns aspectos e demasiado restritivo noutros, porque todo o modelo é inconsistente: Permite recrutar bolseiros para qualquer tarefa, independentemente de corresponder a formação ou não, inclusivamente em empresas Impõe aos bolseiros um regime de exclusividade que não lhes permite ser empreendedores nem ganhar experiência adicional O sistema de bolsas actual é desumano e socialmente perverso. Criou um exército de pessoas sem regalias sociais presentes e sem uma segurança social adequada no futuro Criou a ilusão de que era possível manter de forma sustentada um sistema de investigação moderno e competitivo a baixo custo
17 O problema das Bolsas de Investigação Duas propostas concretas Painel Consultivo MCTES (2008) & Associação de Bolseiros de Investigação Científica ABIC (2009)
18 PROPOSTA DE PRINCÍPIOS ORIENTADORES DA REVISÃO DO ESTATUTO DO BOLSEIRO DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA (Documento do Painel Consultivo MCTES. Entregue em Maio de 2008) 1. Enquadramento actual Ao abrigo do actual Estatuto do Bolseiro de Investigação e da regulamentação dos concursos de bolsas, estas são atribuídas para actividades de: a) Apoio técnico à investigação e à prestação de serviços diversos de índole técnico-científica; b) Iniciação à Investigação Científica; c) Investigação Científica sob orientação de investigador doutorado; d) Investigação Científica desenvolvida por doutorados; e) Gestão de Ciência e Tecnologia. Assim, o que se verifica actualmente é que a figura da bolsa serve não só para facultar a obtenção de um grau académico avançado ou a actividade com carácter de iniciação ou actualização, mas também para o recrutamento temporário de técnicos (o caso de grande parte das Bolsas de Investigação associadas a projectos), de assistentes administrativos (as Bolsas de Gestão Científica), e de investigadores doutorados (as Bolsas de Pós-doutoramento).
19 PROPOSTA DE PRINCÍPIOS ORIENTADORES DA REVISÃO DO ESTATUTO DO BOLSEIRO DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA 2. Definições Seguindo a Carta Europeia do Investigador entendemos que deve ser estabelecida uma distinção entre: A) Investigadores em início de carreira os que se encontram nos primeiros quatro anos (equivalente a tempo inteiro) da sua actividade de investigação, incluindo o período da formação pela investigação; B) Investigadores experientes os investigadores com, pelo menos, quatro anos de experiência de investigação (equivalente a tempo inteiro), a contar da data de obtenção de um diploma universitário que lhes dê acesso a estudos de doutoramento no país em que foi obtido ou os investigadores titulares de um diploma de doutoramento, independentemente do tempo dispendido para a sua obtenção.
20 PROPOSTA DE PRINCÍPIOS ORIENTADORES DA REVISÃO DO ESTATUTO DO BOLSEIRO DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA Adicionalmente, entendemos que as seguintes actividades devem ser distinguidas: a) Programas de trabalho que visem a obtenção de um grau académico; b) Técnico de Investigação; c) Gestão de Ciência e Tecnologia. Deve ser reconhecido que ao longo de toda a carreira de investigação científica existe sempre uma componente de formação. Assim, deve ser evitada a utilização abusiva do termo formação que tem sido feita para justificar a atribuição de bolsas a investigadores experientes e para financiar o exercício das actividades de técnico de investigação e gestão de ciência e tecnologia, em substituição de outras relações de índole jurídico-laboral.
21 PROPOSTA DE CONTRATAÇÃO DE DOUTORADOS (Associação de Bolseiros de Investigação Científica ABIC. Apresentada ao ministro, Mariano Gago, em Maio de 2009) Um investigador pós-doc deve ser necessariamente financiado com contrato, em vez de uma bolsa. Para os doutorados há menos de 3 anos poderia aceitar-se, num período de transição e de contenção orçamental, modelos de contrato em que os vencimentos líquidos fossem semelhantes aos valores das actuais bolsas de pós-doutoramento. Para os doutorados há mais de 3 anos, o modelo de contratação deverá ser o de Investigador Auxiliar. A proposta foi relativamente bem aceite pela tutela*, mas sempre condicionada pela disponibilidade orçamental. Até hoje, nada foi feito. * Ver : An European partnership to improve the attractiveness of RTD careers and the conditions for mobility of researchers in Europe. Proposed Priority Actions. François Biltgen & José Mariano Gago, 30 April 2009
22 Resumo e Conclusões Recentemente foram tomadas decisões mal ponderadas e cometidos erros graves que podem fazer colapsar uma boa parte da Investigação Científica nacional. A presente crise colocou a descoberto uma situação altamente indesejável em termos de recrutamento de pessoal de investigação, que se arrasta há vários anos. Deve ficar claro que a utilização abusiva e sistemática de Bolseiros de Investigação para responder às necessidades permanentes dos serviços e assegurar o funcionamento das Unidades de Investigação, é um erro.
23 Resumo e Conclusões Dado o aparente consenso existente na Comunidade Científica sobre a gravidade das consequências destes eventos, esta pode ser uma oportunidade para iniciar uma reflexão que leve a alterações significativas do sistema. A opinião pública está mais informada e é muito mais sensível ao problema das condições de trabalho dos investigadores. Existem propostas concretas e razoáveis na gaveta há anos. É importante não desperdiçar esta oportunidade para reflectir e, sobretudo, para tomar medidas.
24 Obrigado
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