ASSÉDIO MORAL: Uma Realidade no Local de Trabalho
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- Clara Barateiro Sousa
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1 ASSÉDIO MORAL: Uma Realidade no Local de Trabalho Conferência sobre Assédio Moral: Uma Realidade no Local de Trabalho? Ana Paula Viseu UGT 7 de Março de
2 TIPOLOGIA DO ASSÉDIO Assédio sexual Assédio moral ou psicológico ou mobbing 2
3 Assédio Sexual Conceito Conduta de carácter sexual, recorrente, indesejável, não bem-vindo, não solicitado. Objectivo Intimidar, coagir, humilhar o(a) trabalhador(a) Meio- Físico, Verbal, não verbal, outros 3
4 Assédio Moral «Terror psicológico no trabalho, com comunicação hostil, exercida por uma ou várias pessoas, quase sempre sobre uma pessoa, que se sente encurralada, numa posição débil e na defensiva» Psicólogo sueco H. Leymann «Maus tratos infligidos de maneira reiterada e deliberada a uma pessoa (vítima) por uma pessoa(agressor) que deseja controlá-la» 4
5 «Comportamento irracional repetido dirigido a um trabalhador ou a um grupo, que constituiumriscoparaasaúdeesegurançano local de trabalho» «Mau uso da autoridade ou abuso dessa mesma autoridade, cuja vítima pode ter dificuldade em defender-se» 5
6 «Qualquer comportamento abusivo (gesto, palavra, comportamento, atitude, ) que atente, pela sua sistematização, contra a dignidade ou a integridade psíquica ou física de uma pessoa, pondo em perigo o seu emprego ou degradando o clima de trabalho» - Psiquiatra francesa Marie-France Hirigoyen 6
7 Métodos usados -pode ser exercido por muito tempo - Reputação sujeito(a) a comentários injuriosos atingindo por vezes a família, ridicularizado(a), servindo de chacota publicamente, é excluído(a) das relações sociais de trabalho (por ex: ida ao café, de conversas com colegas) Violência pode haver confronto físico, provocando acidentes ou até assédio sexual. 7
8 Trabalho é lhe dado trabalho em excesso, monótono, repetitivo; trabalho acima ou a baixo das suas qualificações(especialmente se o alvo é a saída do emprego); é desclassificado(a) profissionalmente. Comunicação a informação não chega ao trabalhador(a), não lhe é dirigida a palavra, é ostracizado(a), ameaçado(a), é criticado(a) peloseutrabalhoàfrentedetodos,asuavida privada é comentada, falam com o trabalhador(a) aos gritos, etc. 8
9 Efeitos: imediatos e visíveis O(A) assediado(a) não sabe como enfrentar a situação de assédio Absentismo Baixa auto estima Mudanças bruscas de humor Dificuldade no controlo das reacções emocionais Grande ansiedade Medo acentuado e contínuo Stress 9
10 Efeitos: a longo prazo Problemas psicológicos Baixas prolongadas Afastamento psico-social Sentimento de ameaça Sentimento de fracasso, impotência e frustração Apatia Quadro depressivo grave com tendências paranóicas e suicidas 10
11 Perfil do(a) assediado(a) Mulher Homem Grupo desprotegido Chefias intermédias 11
12 Perfil do(a) assediador(a) Empresa Individual 12
13 Empresa Não existe cultura da empresa Deficiências na organização do trabalho Estruturas autoritárias: deficiência na definição dos papéis e funções de cada um. Limitação ou inexistência de participação dos trabalhadores Baixa comunicação dentro da empresa Ambiente de trabalho muito competitivo 13
14 Individual Chefe contra subordinado: pressão para alcançar objectivos, para obrigar a pedir a transferência, para demissão, etc. Sempre superior hierárquico Mais anos na empresa (entre colegas) Mais idade (pressupõe promoção) 14
15 Consequências do Assédio Custos directos e indirectos Para o(a) trabalhador(a) assediado(a) Para a empresa Para a sociedade 15
16 Para o(a) Trabalhador(a) Físicas aparecimento de diversas patologias psicossomáticas: insónias, desmemoriado(a), dores generalizadas, alterações hormonais. Sociais mais susceptíveis e hipersensíveis à critica, isolamento, agressividade para com os mais próximos, amargura, pouco contacto social. Laborais desmotivado(a), sem vontade de trabalhar, insatisfeito(a), encara o local de trabalho associado ao sofrimento. 16
17 Para a empresa Contribuição para a deterioração do clima laboral Mau ambiente de trabalho Dificuldade na organização do trabalho Problemas com clientes Quebra na produtividade Relações laborais difíceis 17
18 Para a sociedade Impacto negativo no desenvolvimento económico Perda de força de trabalho Custos com a assistência médica Custos nos subsídios Aumento de pensões por invalidez 18
19 Motivações para assédio Competição entre colegas Tentativa de despedimento por parte do empregador Silenciamento caso dos delegados sindicais 19
20 Factores que contribuem para o aparecimento do assédio Emprego precário trabalhadores precários, com contrato a prazo, sem qualquer protecção sindical principais vítimas. Ritmo de trabalho trabalhadores sujeitos a ritmos de trabalho alucinantes para cumprirem prazos estipulados e conseguirem alcançarem objectivos aumenta a tensão Aumento do trabalho feminino as mulheres sofrem mais assédio do que os homens 20
21 Reestruturações das empresas Pressão dos clientes Responsabilidade exagerada dos trabalhadores Excessiva carga horária 21
22 Medidas Preventivas Empresa Melhoria das condições de trabalho Melhoria das condições de atendimento/assistência ao público Formação Informação aos trabalhadores Gestão de carreiras Gestão de conflitos 22
23 Medidas Preventivas Individual Educação/formação Denunciar os casos Não sofrer sozinho(a) Ter orgulho de si mesmo(a) e preservar a auto-estima 23
24 Inquérito Europeu sobre Condições de Trabalho trabalhadores de 15 Estados Membros (2000) 2% (3 milhões) foram objecto de assédio sexual 9% (13 milhões) alvo de acções de intimidação assédio moral 7% foram objecto de discriminação em função da idade, sexo, grupo étnico, deficiência Conclusão: 18% (27 milhões) foram vitímas de violência assédio e discriminação 24
25 15% na Finlândia Diferenças entre países 14% na Suécia e Reino Unido 12% na Holanda 11% Bélgica 5% em Espanha 4% em Portugal e Itália Conclusão: Diferente atitude face a estas questões e ao facto de não ser objecto de debate público 25
26 Assédio sexual sector hoteleiro e de restauração (6%); Violência física praticada por clientes sector da administração pública (6%) e sector do comércio (5%) Assédio moral Administração pública (14%); hotelaria e restauração (13%); no sector de vendas (13%) estando as mulheres (10%) mais expostas do que os homens (8%) 26
27 O que queremos Mais legislação Mais prevenção Mais informação Mais intervenção Mais denúncia Tipificação do assédio moral como um risco de trabalho A implementação do Acordo Quadro da CES 27
28 O que fazer Formaçãopara trabalhadores, empregadores, sindicalistas, negociadores, inspectores conhecer, prevenir, implementar Campanhas de informação para empregadores, trabalhadores, inspectores de trabalho, pessoal médico, advogados detectar, diagnosticar, tratar, defender Estudose Estatísticas conhecimento da dimensão do problema e procura de soluções Campanhas junto dos media 28
29 Sindicatos devem ter capacidade para denunciar situações e ajudar o(a) trabalhador(a) a resolver o seu problema Colocar na mesa da negociação colectiva este problema, com cláusulas de prevenção e de procedimentos, como forma de proteger o(a) trabalhador(a) e também o empregador Exigir o reforço da ACT em meios, para que a fiscalização funcione 29
30 Entidades a que pode e deve Sindicato recorrer ACT -Autoridade para as Condições de Trabalho CITE Comissão para a Igualdade no trabalho e no Emprego CIG Comissão para a Igualdade e Cidadania de Género SOS Mulheres APAV 30
31 Obrigada pela vossa atenção! 31
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