Infraestrutura Sustentável: Água e Esgoto. José Bonifácio de Sousa Amaral Filho Diretor de Regulação Econômico-Financeira e Mercados
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1 Infraestrutura Sustentável: Água e Esgoto José Bonifácio de Sousa Amaral Filho Diretor de Regulação Econômico-Financeira e Mercados FGV/CERI São Paulo 26 fevereiro 2018
2 ARSESP - Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo Autarquia de regime especial, criada pela Lei estadual nº 1025/2007, regulamentada pelo Decreto nº Sucessora da Comissão de Serviços Públicos de Energia Características do regime jurídico: -Independência decisória -Autonomia administrativa, orçamentária e financeira -Diretores com estabilidade e mandato fixo (5 anos) 2
3 Regular, controlar e fiscalizar, no âmbito do Estado, os serviços de gás canalizado e de saneamento básico de titularidade estadual, preservadas as competências e prerrogativas municipais; Exercer as funções de regulação, controle e fiscalização delegadas pelos demais entes da Federação, especialmente quanto aos serviços públicos de saneamento básico de titularidade municipal e quaisquer serviços e atividades federais de energia. 3
4 Cumprir as diretrizes da legislação nacional e estadual de saneamento; Exercer as funções de fiscalização, controle e regulação, inclusive tarifária, delegadas ao Estado, observada a legislação, o instrumento de delegação e os contratos de outorga celebrados entre o município e o prestador. Fixar tarifas e proceder a seu reajuste e revisão, assegurando o equilíbrio econômico-financeiro e a modicidade tarifária, mediante mecanismos indutores da eficiência e que permitam a apropriação social dos ganhos de produtividade 4
5 Receita do serviço da concessionária é resultante das quantidades faturadas (m3 água e esgoto) e das tarifas por região/categoria/faixa de consumo. Concessionária é auto-suficiente: não recebe subsídios Receita = custos de operação, depreciação/amortização, mais a remuneração do capital aplicado, para garantir o equilíbrio econômico-financeiro da concessão. 5
6 ARSESP regulação da água e esgoto em 284 municípios, por convênios entre os municípios e o Estado SP, sendo: 282 municípios: SABESP (atende 368 municípios, cerca de 28 milhões habitantes) 1 município: SANEAQUA (Mairinque, 48 mil habitantes) 1 município: BRK Ambiental (Sta. Gertrudes, 24 mil hab.) 6
7 Tarifas de Água e Esgoto - 1/12/ Municipio de Santa Gertrudes - SP 14,00 12,00 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 0,00 0 a a a a a 50 acima 50 Resid. Social Residencial Comercial Industrial Público 7
8 Estado de São Paulo: total de 645 municípios SABESP: 368 municípios atendidos no Estado SP ARSESP: regula e fiscaliza 282 municípios atendidos Fixação das tarifas e equilíbrio econômico-financeiro da SABESP é baseada em todos municípios atendidos. Receita dos serviços de água e esgoto cobre os custos operacionais, depreciação e amortização e remunera os investimentos da SABESP. 8
9 Fonte dos dados brutos: Deliberação ARSESP n. 643 de 11/4/2016
10 SABESP - Tarifa Residencial Social em R$/m3, por faixa de consumo e região m3 11 a 20 m3 21 a 30 m3 31 a 50 m3 Acima de 50 m3 1 0 GT-M GT-MN BS e LN Registro Interior Vale Par Fonte dos dados brutos: Deliberação ARSESP n. 643 de 11/4/
11 1600 Consumo de água (m3) e valor mensal (R$) SABESP - R.M.S.P m3 10 m3 20 m3 30 m3 40 m3 50 m3 60 m3 70 m3 80 m3 90 m3 Consumo mensal de água (m3) e valor (R$) SABESP - R.M.S.P. Res. Normal Consumo mensal de água (m3) e valor (R$) SABESP - R.M.S.P. Res. Favela Consumo mensal de água (m3) e valor (R$) SABESP - R.M.S.P. Coml/A.Social Consumo mensal de água (m3) e valor (R$) SABESP - R.M.S.P. Coml/Indl/Publ.s/Contrato 11
12 50,00 Consumo Mensal de Água e Preço por M3 - SABESP - R.M.São Paulo 45,00 40,00 35,00 30,00 25,00 20,00 15,00 10,00 5,00 0, Res. Normal Res. Favela Coml/A.Social Coml/Indl/Publ.s/Contrato 12
13 Tarifas diferenciadas por: Região do Estado: Metropolitana, Baixada Santista e Litoral Norte, Registro, Interior, Vale do Paraíba; Categoria de consumo: Residencial: Normal, Social e Favela Comercial e Entidades de Assistência Social Comercial Normal, Industrial e Pública sem contrato; Pública com contrato Demanda Firme (Grandes usuários > 500 m3 mensais) Faixas de consumo mensal (m³) : 0 10m³; de m³; de m³; acima de 50 m³ 13
14 Estrutura Tarifária- diferenciação: Inter-categorias: Residencial-Comercial-Industrial-Pública Intra-categorias: aspectos sociais (residencial normal, social e favela), regionais, nível de consumo. Alteração da estrutura requer ampla discussão p.ex.: Fim do consumo mínimo faturado de 10 m3/mês? Redução das diferenças entre categorias de tarifas (aproximação das tarifas por categoria)? Ampliação da tarifa social? (Ex. IPVS/SEADE 15% com maior vulnerabilidade) Agência Reguladora para viabilizar políticas públicas 14
15 Perdas As perdas exigem uma produção maior que a demanda, elevando os investimentos e o custo de operação: Perdas reais (vazamentos: razões técnicas) Perdas aparentes (furto, medição a menor, etc.) Mecanismo regulatório: ARSESP estabelece trajetória decrescente das perdas, ao longo do ciclo tarifário, para induzir maior eficiência Questões sociais levam aos furtos: acesso à água pelas populações vulneráveis em áreas irregulares. Reforma urbana: imposto progressivo em terras ociosas. 15
16 BRASIL - Acesso à agua e nível mensal de renda familiar per capita PLANSAB 16
17 BRASIL Perdas de água na distribuição (PLANSAB) 17
18 Oportunidades de expansão e melhoria do serviço de saneamento Universalização do atendimento com água tratada Ampliação da coleta e afastamento de esgoto Ampliação do tratamento de esgoto Mas a progressão do serviço se fará com vetor de custos crescente: a distribuição de água tem menor custo que a coleta e o tratamento. 18
19 Efeitos positivos, sociais e econômicos: Melhoria da saúde e do meio-ambiente Geração de produção, emprego e renda Investimentos estimulam emprego na construção civil, demanda de materiais e equipamentos, serviços de engenharia, com impactos diretos e indiretos; Operação estimula fornecedores de insumos e serviços Financiamento de longo prazo (ex. aplicações dos fundos de previdência) possível concorrência com a necessidade de financiamento da elevada dívida pública... 19
20 Situação desigual dos municípios, segundo porte/região: Municípios menores: basicamente consumo residencial, há maior dificuldade de transferências inter-categorias; Municípios pobres, menor renda per capita: há maior dificuldade de transferência intra-categoria residencial; Solidarizar municípios com diferentes características: municípios maiores, afluentes e com mais riqueza ( doadores ) e municípios mais pobres ( recebedores ) Regiões menos desenvolvidas, com menores níveis de renda: a combinação de municípios pode não ser viável; 20
21 Escolha privada de municípios atrativos (viabilidade econômico-financeira): deixar municípios carentes e regiões inviáveis exigirá maior subsídio do Estado; Necessidade de definir critérios comuns e objetivos, para dar acesso à água e esgoto aos mais pobres e focar uso de recursos; prioridade de política pública Titularidade dos serviços em municípios de regiões metropolitanas operar por convênios envolvendo o Estado e municípios (ex. São Paulo); 21
22 Titularidade apenas municipal pode ser insuficiente, se a viabilidade do serviço ocorrer em níveis agregados Inovação: criar encargo tarifário para financiar P&D no Saneamento (como já ocorre na eletricidade e no gás) ou, então usar recursos com um redutor do Fator X Universalização: Luz para Todos apoiado em encargo setorial (CDE, RGR); possibilidade de criar um fundo de universalização do saneamento, nos mesmos moldes. Diferença: eletricidade já estava quase que totalmente universalizado, menor atendimento residual pode ser financiado sem problemas pelos demais usuários... 22
23 José Bonifácio de Sousa Amaral Filho Diretor de Regulação Econômico-Financeira e Mercados Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo ARSESP Avenida Paulista, º ao 4º andar São Paulo tel. (11)
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