de frente Na linha Automação e expansão ABAD ENTREVISTA
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- Raíssa Castilho Osório
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1 Na linha Como a automação contribuiu para o desenvolvimento das empresas de distribuição e atacadistas? A automação foi fundamental para o crescimento e fortalecimento do setor. Sem o uso intensivo da tecnologia, distribuidores e atacadistas não teriam alcançado o nível de desenvolvimento no qual estão hoje. O gerenciamento correto e preciso das operações, graças à dis- de frente Automação e expansão ABAD A Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (ABAD) sempre esteve na linha de frente da defesa da automação e do uso do código de barras, tendo participado da Comissão Especial para a Automação das Operações Comerciais (CEAOC), que definiu, em 1983, a criação de mecanismos para incentivar o uso da tecnologia no Brasil. Hoje o setor de atacado e distribuição mostra seu vigor, apresentando crescimento contínuo e melhoria de relacionamento com a indústria e o varejo, com nível crescente de automação em todos os segmentos de mercado. O da entidade, Paulo Pennacchi, ressalta o papel da tecnologia no desenvolvimento do setor, que, no ano passado, alcançou crescimento de 11% em seu faturamento, atingindo um total de R$ 52,8 bilhões em vendas, o equivalente a 4% do PIB brasileiro. Vamos repetir a dose este ano. Só nos primeiros cinco meses já tivemos crescimento real de 11,41%, promete Pennacchi. Às vezes fico tentando lembrar como nós funcionávamos há 20 anos e não consigo imaginar como era possível! Como o representante captava e enviava o pedido sem laptop? Como conseguíamos fazer controle dos estoques de forma a atender o mercado com agilidade e precisão? Hoje a grande maioria dos distribuidores e atacadistas trabalha de forma automatizada desde a captação de pedidos, separação de cargas, controle do estoque e compra, ou seja, o uso do código de barras e da automação é muito forte no setor. 20 Automação EAN BRASIL Setembro/Outubro 2003
2 Nos 20 anos de existência da EAN BRASIL, a automação deixou de ser novidade e tornou-se uma obrigatoriedade para quem quer manter seus negócios saudáveis, eficientes e competitivos, num mercado cada vez mais globalizado. Representantes de quatro importantes associações brasileiras Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (ABAD), Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA), Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) e Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Febrafarma) dão aqui seus depoimentos sobre o papel fundamental e estratégico que o código de barras e a EAN BRASIL tiveram e continuam tendo na evolução da indústria e varejo nacionais. ponibilidade de informações, foi o principal fator de melhoria na qualidade das empresas desse setor, e isso só ocorreu devido ao uso da automação. Fotos: Marcelo VIgneron De que forma o código de barras é utilizado no setor? De forma intensiva e por quase todas as empresas do setor. O código de barras EAN está hoje no produto, na caixa e no palete, formando a base para todo o processo de automação do setor. Mesmo naqueles que ainda não usam o código desde a entrada de mercadorias até a saída, essa tendência já é bem clara, tanto entre atacadistas como entre distribuidores. Foi por meio da EAN BRASIL que as empresas brasileiras tiveram acesso a essa tecnologia de identificação e ao know-how de sua aplicação para benefício de toda a cadeia produtiva. A entidade teve papel fundamental na divulgação do código de barras em todos os setores da economia. No nosso setor, estamos observando forte tendência de expansão da automação para as empresas de menor porte, associada a maior amplitude no uso do código em todos os segmentos. Dessa forma, temos certeza de que em alguns anos o nível de automação do setor será bastante ampliado, abrangendo praticamente todas as empresas e o uso de um número maior de ferramentas tecnológicas. Paulo Pennacchi Setembro/Outubro 2003 Automação EAN BRASIL 21
3 Automação em toda a cadeia Edmundo Klotz ABIA Fundada em 1963 para representar a indústria alimentícia perante os consumidores e órgãos públicos, a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA) expandiu seu papel contribuindo para o crescimento do setor e possibilitando o desenvolvimento de novas formas de relacionamento com o varejo, sendo assim um dos grandes impulsionadores da adoção da automação em toda a cadeia. O setor responde hoje por um faturamento de mais de R$ 130 bilhões, representando 9,6% do PIB brasileiro, emprega cerca de 5 milhões de pessoas em quase 40 mil diferentes empresas. O da ABIA, Edmundo Klotz, fala sobre a história e as perspectivas de evolução da automação dentro desse setor. Ao longo desse período, a automação se tornou ferramenta essencial para o varejo, possibilitando soluções para seu completo funcionamento, desde reposição de estoques, informações contábeis até controles fiscais e operacionais. Como a automação contribuiu para o setor representado pela ABIA? A indústria de alimentos é parceira do varejo no desenvolvimento de soluções e respostas para o adequado abastecimento e reposição de produtos nos pontos-de-venda. A automação nos permitiu atingir um nível superior de qualidade nesse relacionamento. Hoje temos um fluxo de produtos constante, sem interrupção e com permanente aperfeiçoamento de técnicas que objetivam maior produtividade e menor custo. De que forma o código de barras é utilizado pelo setor de alimentos? O código de barras oferece uma gama, cada vez maior, de informações essenciais, tanto para a indústria como para o comércio. No âmbito da indústria de alimentos, as informações agrupadas de forma tecnicamente corretas possibilitam soluções de fluxo de produção em função da previsão de vendas, ajustes adequados na logística de distribuição, além de dados que indicam o posicionamento de um produto. A ABIA, como uma das fundadoras da EAN BRASIL, sente-se recompensada pelos esforços empregados na modernização das relações comerciais da indústria da alimentação com o setor de distribuição no Brasil, nessa trajetória evolutiva dos últimos 20 anos. A expansão dos conceitos inerentes à informática demonstra o constante aprimoramento da automação. A cada dia atingimos melhor performance graças ao uso de informações cada vez mais precisas e conteúdo mais completo. Em nosso setor, a automação ainda não se esgotou. Devido ao dinamismo e à grande necessidade de segurança, tanto na indústria alimentícia como no comércio, ainda vamos receber contribuições notáveis das ferramentas de automação, num processo constante de melhoria. 22 Automação EAN BRASIL Setembro/Outubro 2003
4 Automação facilita a vida do cliente ABRAS Entidade presente no processo de desenvolvimento da automação no país e da fundação da EAN BRASIL, a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) também exerceu papel fundamental como incentivadora do código de barras EAN em todo o país. O, João Carlos de Oliveira, lembra os desafios para implantar uma consciência de automação no Brasil e celebra os frutos desse esforço. A evolução foi tão marcante que nem conseguimos imaginar como era o funcionamento do varejo naquela época. Enfrentamos desafios e colocamos o país num patamar de automação equivalente ao varejo dos países mais modernos. Vencemos a corrida e hoje colhemos os frutos desse trabalho integrado, que uniu fabricantes e o varejo. Como a automação contribuiu para o desenvolvimento do setor supermercadista? Certamente os supermercados só atingiram o atual nível de eficiência graças à automação. Reduzimos processos, diminuímos os custos, ganhamos eficiência e qualidade, temos em mãos informações precisas e seguras. De acordo com o último ranking da ABRAS, 92,6% das lojas pesquisadas em todo o país estão automatizadas. Em 1991 eram apenas 15. Temos muito espaço para usar a automação e precisamos continuar a investir. De que forma o código de barras é utilizado pelos supermercados? A base de todo esse processo de evolução foi o uso do código de barras padronizado. Eficiente e racional, o código é hoje largamente utilizado pelo setor e sua função e importância vêm ganhando peso com a aplicação de diferentes ferramentas de gerenciamento baseadas nas informações do código. Nós nos sentimos orgulhosos de ter participado da trajetória de sucesso da EAN nestes 20 anos. A EAN BRASIL desenvolveu e disseminou as tecnologias de automação a partir do código de barras, propiciando a racionalização dos processos dos supermercados. A evolução vem ocorrendo de forma mais rápida do que nossa imaginação ousa prever. E acho importante frisar dois aspectos da automação. Um, a necessidade de redução de custos com maior eficiência nas operações. Já caminhamos bastante nesse sentido, porém há mais o que ganhar, principalmente nas empresas que automatizaram a frente de loja, mas não a retaguarda. Dois, a capacidade de manutenção do negócio supermercado diante do desenvolvimento do B2B (business-to-business) e do B2C (business-to-consumer). A automação facilita a vida do cliente no supermercado e isso será cada vez mais verdadeiro com a adoção de novas ferramentas. O cliente continuará querendo ir ao supermercado, mesmo que algumas vezes faça a compra pela Internet. João Carlos Oliveira Setembro/Outubro 2003 Automação EAN BRASIL 23
5 Automação, um processo sem fim Lauro Moretto Diretor FEBRAFARMA A Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Febrafarma) foi criada em junho de 2002 com a função de substituir a Associação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Abifarma). A entidade congrega 14 outras que representam cerca de 330 empresas farmacêuticas em operação no Brasil. A missão da Febrafarma é promover uma ação coordenada das entidades que a compõem para estabelecer um diálogo construtivo e permanente com a sociedade e com as autoridades governamentais responsáveis pela área de saúde. O Diretor técnico regulatório da entidade, Lauro Moretto, fala aqui sobre a evolução e as perspectivas de desenvolvimento da automação no setor. Nas duas últimas décadas houve enorme automação e mecanização de processos em todas as áreas, evolução que foi acompanhada pela indústria farmacêutica, trazendo grandes melhorias dos índices de produtividade e aprimoramento de produtos. Hoje vivemos já na era do automático. Os sistemas foram aperfeiçoados de tal forma que a automação está em todos os níveis da produção, até a comercialização. Isso significou também grande avanço em relação à qualidade, já que a automação representa menor chance de erro e de desvio dos parâmetros fundamentais. Como a automação contribuiu para o desenvolvimento do setor farmacêutico? A automação industrial e comercial foi muito importante para o desenvolvimento da indústria farmacêutica porque trouxe melhoria dos produtos e dos processos. E ainda mais porque possibilitou ampliar os índices de produti- vidade. Tanto no nosso setor como em outros, foi possível tirar o trabalhador das atividades mecânicas e colocá-lo em funções que exigem inteligência e qualificação. De que forma o código de barras é utilizado pela indústria farmacêutica? Até 1998, o setor vinha usando o código de acordo com a demanda do varejo. A partir dessa data, com a publicação de uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o código de barras EAN-13 passou a ser compulsório. Sua utilização é importante para agilizar os processos, evitar erros e reduzir custos das operações comerciais. Com a resolução da ANVISA, ele também passou a ser o mecanismo que confere ao produto um selo de identificação impresso e indelével. Hoje o código é usado por toda a indústria e é crescente sua utilização no varejo de medicamentos. A EAN BRASIL foi a entidade responsável por trazer para o país uma metodologia de extrema importância para a automação dos processos de venda e identificação de produtos no varejo, na distribuição e no transporte, com a utilização dos códigos EAN-13 e UCC/EAN-128. Agora, mais uma vez a entidade inova com o lançamento do código RSS, que será fundamental para aumentar a eficiência e segurança na dispensação de produtos em hospitais. No futuro mais próximo, vejo como muito importante o desenvolvimento de ferramentas para caracterizar as embalagens de produtos dispensados em hospitais. Nossa indústria terá um processo de automação crescente, tanto nas operações industriais como no embalamento e na logística. É um processo que não tem fim, pois sua meta é o aperfeiçoamento contínuo, sempre buscando garantir a qualidade dos produtos. Para finalizar, acho, ainda, que a indústria farmacêutica incrementará, nos próximos anos, o uso da robotização, seguindo o caminho da indústria automobilística. 24 Automação EAN BRASIL Setembro/Outubro 2003
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