Estresse Hídrico Em Sementes De Moringa oleifera Lam.
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1 Estresse Hídrico Em Sementes De Moringa oleifera Lam. Tássia Fernanda Santos Neri Soares (1) ; Fernanda Vieira Santana (2) ; Michelle Conceição Vasconcelos (3) ; Joel Conceição Costa (4) Renata Silva-Mann (5) (1) Estudante de Engenharia Florestal; UFS/Universidade Federal de Sergipe; tassia_nanda@hotmail.com ; (2) Estudante de Engenharia Florestal; UFS/Universidade Federal de Sergipe; nandavst@hotmail.com; (3) Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas, UFS/Universidade Federal de Sergipe; michelle_florestal@hotmail.com; (4) Engenheiro Agrônomo; UFS/Universidade Federal de Sergipe; joelconceicaocosta@yahoo.com.br; (5) Professora/Orientadora; UFS/Universidade Federal de Sergipe; renatamann@hotmail.com. RESUMO A Moringa oleifera Lam. é uma planta adaptada as condições semiáriadas e de crescimento rápido, utilizada na alimentação humana e animal. Suas sementes são ricas em óleo de excelente qualidade utilizado na medicina, indústria de cosméticos e as sementes trituradas podem ser usadas na purificação de água para uso doméstico. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a viabilidade das sementes de moringa submetidas a condições de restrição hídrica induzida em laboratório utilizando soluções de polietilenoglicol (PEG 6.000). O experimento foi realizado no Laboratório de Tecnologia de Sementes da Universidade Federal de Sergipe, empregando restrições de 0,0 MPa, -0,2 MPa, -0,4 MPa, -0,6 MPa e -0,8 MPa com quatro repetições com 25 sementes cada, à 25 ºC. Os resultados foram submetidos à análise de variância e regressão polinomial e determinou-se o percentural de germinação e o Índice de Velocidade de Germinação (IVG) para cada tratamento. Os maiores valores de germinação foram obtidos para a testemunha com 93% seguida pelo tratamento com restrição de -0,2 MPa de 48%, sendo que acima desse potencial não ocorreu germinação. Assim, o potencial de - 0,2 MPa é o limite de restrição tolerado pelas sementes de moringa para sua germinação. Palavras-chave: germinação, polietilenoglicol, tolerância à seca. INTRODUÇÃO A Moringa oleifera Lam. trata-se de uma planta adaptada às condições semiáridas e de uso diversificado com especial destaque na ornamentação de parques e jardins, na alimentação animal, na complementação alimentar humana e na medicina (VIEIRA et al., 2008). A semente madura de moringa contém cerca de 40% óleo. O óleo de moringa é de excelente qualidade, contém cerca 73% de ácido oléico, com características semelhantes às do azeite de oliva para fins de cocção e apresenta tem uso crescente na indústria cosmética e farmacêutica (SILVA & MATOS, 2008). A tolerância das plantas à restrição hídrica é importante para avaliação do seu desempenho em condições de baixa disponibilidade de água. A água está envolvida em diversos processos celulares e na sua ausência pode ocorrer pertubação no metabolismo e destruição da organização estrutural das células e macromoléculas - Resumo Expandido - [648] ISSN:
2 (SUN & LEOPOLD, 1997). As sementes apresentam comportamento variado quanto ao mecanismo de obtenção da umidade, que está ligado, principalmente, ao potencial hídrico celular (BORGES, 1991) e a disponibilidade de água. Para simular as condições de restrição hídrica tem sido utilizadas soluções de polietilenoglicol (PEG 6.000), pois devido seu alto peso molecular não é absorvido pelas sementes, o que não acontece com os elementos minerais (MORAES & MENESES, 2003). O uso de soluções contendo PEG é adequado para condicionar as sementes e para estudar os efeitos do estresse hídrico, porque os resultados obtidos em laboratório se correlacionam com observações de campo (CARNEIRO et al., 1999). O objetivo do presente trabalho foi avaliar o desempenho germinativo das sementes de moringa submetidas à condições de estresse hídrico visando simular o meio natural em condições não favoráveis à germinação. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado no Laboratório de Tecnologia de Sementes da Universidade Federal de Sergipe, em São Cristóvão - SE. Para a realização do teste foram utilizadas sementes de moringa proveniente do município de Aracaju - SE, que foram armazenadas em câmera fria, com temperatura de 6 C a 8 C e umidade relativa de ± 65%. As sementes de moringa foram distribuídas em papel de germinação umedecido com a solução de polietilenoglicol 6.000, nas concentrações indicada para cada tratamento, na proporção de 2,5 vezes o peso do papel e a testemunha umedecida com água destilada. O experimento consistiu de cinco tratamentos: -0,2 MPa, -0,4 MPa, -0,6 MPa, -0,8 MPa e testemunha, sendo usadas para cada um quatro repetições com 25 sementes perfazendo um total de 100 sementes. Os rolos foram colocados em sacos plásticos vedados com fita crepe e identificados, e em seguida acondicionado em incubadora tipo B.O.D. à temperatura de 25 ºC, sob luz contínua. As avaliações foram feitas a cada três dias sendo a primeira realizada no terceiro dia após a semeadura, e os resultados foram expressos em porcentagens de plântulas normais de acordo com as Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 2009). O Índice de Velocidade de Germinação (IVG), foi calculado empregando-se a fórmula de Maguire (1962): IVG = (E1/N1) + (E2/N2) (E6/N6) Em que E1, E2,..., E6 é o número de plântulas emergidas, computada na primeira, segunda,..., sexta contagem; e N1, N2,..., N6 é o número de dias da semeadura à primeira, segunda,..., sexta contagem. Os valores de percentual de germinação e de Índice de Velocidade de Germinação (IVG) para as diferentes concentrações de PEG e da testemunha foram submetidos à análise de variância pelo teste de F a 5% de probabilidade, e análise de regressão com o auxílio do programa SISVAR (FERREIRA, 2008). RESULTADOS E DISCUSSÃO Para o percentual de germinação e IVG, as sementes de moringa apresentaram diferenças significativas em relação as diferentes concentrações de PEG utilizadas, com coeficientes de variação de 20,96 e 18,06%. As sementes de moringa apresentaram melhor desempenho germinativo para a testemunha como 93% de germinação e para a concentração de -0,2 MPa, com 48%. O IVG foi de 3,03 (testemunha) e 0,53 (-0,2MPa). Para concentrações acima de -0,4 MPa não foi observada germinação, sendo que a -0,2 MPa houve redução tanto do percentual de germinação como do IVG (Figura 1). As sementes de moringa formaram plântulas normais a partir do 7º dia de germinação para o tratamento - Resumo Expandido - [649] ISSN:
3 Germinação (%) testemunha e 14º dia para a concentração a -0,2 Mpa. Índice de velocidade de germinação 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 y = 2,821-11,207x + 9,888x 2 R² = 0,9419 0, ,0 MPa - 0,2 MPa - 0,4 MPa - 0,6 MPa - 0,8 MPa Potencial de Restrição (Mpa) y = 94, ,143x + 246,428x 2 R² = 0, ,0 MPa - 0,2 MPa - 0,4 MPa - 0,6 MPa - 0,8 MPa Pontecial de Restrição (Mpa) Figura 1: Percentual de germinação e do índice de velocidade de germinação (IVG) de sementes de Moringa oleifera Lam. submetidas às concentrações de PEG (0,0 MPa, -0,2 MPa, -0,4 MPa, -0,6 MPa e -0,8 MPa). - Resumo Expandido - [650] ISSN:
4 Comportamento similar tem sido observado em sementes de canola que apresentaram germinação acima de 80% quando semeadas diretamente em substrato umedecido com água (SANTOS et al., 2012). No trabalho de Cunhas et al. (2010) com sementes de girassol, o estresse hídrico induzido pelo PEG afetou a germinação principalmente no potencial a -0,45 MPa, cuja taxa de germinação foi de 66,67%. Já para sementes de mamona, para os tratamentos à 0,0 MPa, -0,1 MPa e -1,0 MPa, obteve-se percentual de germinação de 60%, 55% e 30%, respectivamente (SILVA et al., 2009). CONCLUSÕES As sementes de moringa toleram restrição hídrica por polietilenoglicol usando solução de -0,2 MPa, sendo que acima desse potencial a germinação torna-se inviável. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regras para Análise de Sementes. Brasília, BORGES, E. E.L; VASCONCELOS, P. C. S; CARVALHO, D. V.; BORGES, R. C. G. Estudos preliminares sobre o efeito do estresse hídrico na germinação de sementes de jacarandá-da-bahia (dalbergia nigra) e cedro-rosa (cedrela fissilis). Revista Brasileira de Sementes, v. 13, n. 2, p , CARNEIRO, J.W.P.; BRACCINI, A.L.; GUEDES, T.A., AMARAL, D. Influência do estresse hídrico, térmico e do condicionamento osmótico no desempenho germinativo de sementes de cenoura (Daucus carota L). Revista Brasileira de Sementes, v. 21, n. 2, p , CUNHA, J. R. DA; RIBEIRO, L. M. DE; ASEVEDO, K. C. S. DE; MACÊDO, C. E. C. DE; MAIA, J. M.; VOIGT, E. L. Germinação de girassol sob estresse hídrico induzido por PEG In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MAMONA, 4 & SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE OLEAGINOSAS ENERGÉTICAS, 1, 2010, João Pessoa. Inclusão Social e Energia: Anais... Campina grande: Embrapa Algodão, p FERREIRA, D. F. SISVAR: um programa para análises e ensino de estatística. Revista Symposium (Lavras), v. 6, p , MAGUIRE, J. D. Seed of germination-aid in selection and evolution for seedling emergence and vigor. Crop. Science, Madision, v. 2, n. 1, p , MORAES, G. A. F; MENEZES, N.L. Desempenho de sementes de soja sob condições diferentes de potencial osmótico. Ciência Rural, v. 33, n. 2, SANTOS, A. DOS; SCALON, S. DE P. Q.; MASETTO, T. E.; NUNES, D. P. Disponibilidades hídricas do substrato na qualidade fisiológica de sementes de canola com diferentes teores de água. Revista Agrarian, v.5, n.18, p , SILVA, F. J. A.; MATOS, J. E. X. Sobre dispersões de Moringa oleifera para tratamento de água. Revista Tecnologia, v. 29, n. 2, p , Resumo Expandido - [651] ISSN:
5 SILVA, F. F. DA; MARCELO POLO, M.; RODRIGUES, A. C. Efeitos do estresse hídrico induzido durante a germinação da mamona, Ricinus communis (Euphorbiaceae). Boletim Museu Biologia Mello Leitão, 25:31-41, SUN, W. Q.; LEOPOLD, A. C. Cytoplasmic Vitrification and Survival of Anhydrobiotic Organisms. Comparative Biochemistry and Physiology, v. 117A, n. 3, p , Resumo Expandido - [652] ISSN:
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