Efeito do estresse hídrico simulado com PEG (6000) na germinação e vigor de sementes de Physalis peruviana

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1 Efeito do estresse hídrico simulado com PEG (6000) na germinação e vigor de sementes de Physalis peruviana Fernanda Garanhani Rodrigues 1, Patrícia Sousa de Sales Gondim 2, Caíque Palácio Vieira 2, Salviany Françoise Amaral de Lucena 2, Edna Ursulino Alves 2 1 Engenheira Agrônoma e Mestre em Agronomia (nandagaranhani@hotmail.com); 2 Universidade Federal da Paraíba (Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba - CCA-UFPB, DFCA/Sementes- Caixa Postal 02, CEP caiquepalacio5@hotmail.com) RESUMO A disponibilidade hídrica influência diretamente a capacidade de germinação das sementes e constitui-se em um dos pontos mais críticos para estabelecimento das plântulas de Physalis peruviana. Nesse sentido, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a tolerância ao estresse hídrico em diferentes temperaturas na germinação e vigor das sementes de Physalis peruviana L. Os estudos foram conduzidos no Laboratório de Análise de Sementes (LAS), do Centro de Ciências Agrárias, da Universidade Federal da Paraíba (CCA-UFPB), localizado em Areia - PB. Para avaliação do efeito do estresse hídrico foram utilizadas soluções polietileno glicol 6000, nos potencias osmóticos de 0.0 (controle); -0,1; -0,2; -0,4 e -0,5 MPa e as temperaturas de 20, 25, 30 e 35 C, em delineamento experimental inteiramente ao a caso. A característica de índice de velocidade de germinação (IVG) foi afetada na mesma proporção com o aumento da concentração das soluções osmóticas. Nas temperaturas de 20 e 35 C a germinação das sementes de P. peruviana foram reduzidos drasticamente em função do estresse hídrico, classificando-as como tolerantes ao estresse hídrico, em potencias de -0,2 MPa. PALAVRAS CHAVE: Frutífera exótica; vigor; água. ABSTRACT EFFECT OF WATER STRESS SIMULATED WITH PEG (6000) ON THE GERMINATION AND VIGOR OF Physalis peruviana The water availability directly influence the ability of seeds to germinate and constitutes one of the most critical points for seedling establishment Physalis peruviana. In this sense, the present study aimed to evaluate the tolerance to water stress at different temperatures on germination and vigor of Physalis peruviana L. The studies were conducted at the Laboratory of Seed Analysis (LAS), the Center for Agricultural Sciences, University Federal of Paraiba (CCA-UFPB), located in Sand - PB. To evaluate the effect of water stress were used polyethylene glycol 6000 solutions, osmotic potential with 0.0 (control), -0,1, -0,2, -0,4 and -0,5 MPa, and the temperatures of 20, 25, 30 e 35 C, in completely randomized experimental. The characteristic of germination speed index (IVG) was affected in the same proportion with the increase in concentration of osmotic solutions. In temperatures of 20 and 35 C the germination of P. peruviana were drastically reduced due to water stress, classifying them as tolerant to water stress in potential of -0.2 MPa. KEY WORDS: Exotic fruit; force, water.

2 INTRODUÇÃO A Physalis peruviana L. pertence à família Solanaceae, podendo ser facilmente reconhecido devido à morfologia peculiar, principalmente na frutificação, caracterizada pela presença de cálice frutífero inflado, que se expande envolvendo totalmente o fruto (SOARES et al., 2009). No Brasil a espécie é consumida como fruta exótica, enquadrada no grupo de pequenos frutos, com preço elevado em função do alto valor agregado, em decorrência da produção limitada, manejo restrito durante a colheita, exigência em mão-de-obra, cuidados no transporte e armazenagem (PEREIRA, 2007). A água tem importância fundamental nos proccessos que culminam a germinação de sementes e produção da Physalis. O estresse hídrico pode retardar ou reduzir a porcentagem de germinação das sementes de muitas espécies vegetais, uma vez que interfere na embebição e no alongamento celular do embrião (POPINIGIS, 1985). A temperatura pode ser considerada outro fator de influência, tanto no aspecto da germinação total como da velocidade em que a mesma ocorre, além dos processos fisiológicos que determinam todo processo germinativo (CARVALHO e NAKAGAWA, 2012; MARCOS FILHO, 2005). Portanto, a determinação da tolerância das plantas ao estresse hídrico pode ser estimada, em laboratório, através da observação da capacidade germinativa das sementes em tais condições, simulando condições de baixa umidade no substrato com uso de soluções aquosas com diferentes potenciais osmóticos (HARDEGREE e EMMERICH, 1994). Dessa forma, o objetivo avaliar a tolerância ao estresse hídrico em diferentes temperaturas na germinação e vigor das sementes de Physalis peruviana L. MATERIAL E MÉTODOS A pesquisa foi realizada no Laboratório de Análise de Sementes (LAS) do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, Areia - PB. Os frutos de Physalis peruviana foram colhidos entre o período de março a maio de Após a colheita os frutos foram levados para o Laboratório de Análise de Sementes, para proceder ao despolpamento manual e, as sementes maceradas em liquidificador contendo água em baixa velocidade, lavadas em água corrente e postas para secar à sombra por 48 horas.

3 Na simulação do estresse hídrico utilizaram-se soluções osmóticas preparadas com polietileno glicol 6000 (PEG 6000), nas concentrações de 0,0 (controle); -0,1; -0,2; -0,4 e -0,5 MPa, conforme a tabela proposta por Villela et al. (1991), sendo as temperaturas selecionadas as constantes de 20, 25, 30 e 35 C. O teste foi conduzido em germinadores do tipo B.O.D. com fotoperíodo de 12/12 horas de luz e escuro, através de semeadura no método entre papel, organizadas em formato de rolos. A característica avaliada foi o índice de velocidade de germinação (IVG), determinado mediante contagens diárias do número de sementes germinadas, no mesmo horário, do quinto ao vigésimo primeiro dia após a semeadura, segundo a fórmula proposta por Maguire (1962). O delineamento experimental utilizado foi inteiramente ao a caso, em esquema fatorial 5 x 4 (potenciais osmóticos e temperaturas), com quatro repetições. Os dados de porcentagens de germinação foram submetidos à análise de variância, a 5% de probabilidade e à análise de regressão pelo teste F. As análises estatísticas foram realizadas com o auxílio do programa estatístico SISVAR (FERREIRA, 2011). RESULTADOS E DISCUSSÃO Os valores máximos (3,84 e 3,23) avaliados para o vigor do índice de velocidade de germinação (IVG) ocorreram nas temperaturas de 25 C, nas concentrações 0,0 (controle) e -0,1 MPa respectivamente e, na temperatura de 30 C (3,18 e 3,10) nas concentrações de 0,0 (controle) e -0,1 MPa, sendo que a partir dessas concentrações osmóticas houve decréscimo significativo na velocidade de germinação, chegando a valores mínimos (Figura1). Figura 1. Índice de velocidade de germinação (IVG) de sementes de P. peruviana submetidas ao estresse hídrico em diferentes temperaturas

4 Ao contrário dos demais tratamentos, Nas temperaturas de 20 e 35 C as reduções foram mais acentuadas à medida que as concentrações se elevaram até -0,5 MPa, com valores mínimos de (0,28 e 0,33, respectivamente) (Figura 3). Neste sentido verificou-se que com o aumentou do potencial osmótico houve necessidade de mais tempo para as sementes intumescerem e germinarem, logo constatou-se uma menor velocidade de germinação nas temperaturas mais extremas (20 e 35 C). Em trabalhos realizados com sementes para cenoura (Daucus carota L.) a restrição hídrica promoveu redução significativa no índice de velocidade de germinação a partir do potencial -0,3 MPa (SILVA et al., 2011). As atribuições nas reduções da velocidade de germinação, provavelmente se devem a perda de turgescência protoplasmática, a qual provoca distúrbios na fisiologia celular e danos nos sistemas de biomembranas (BRUNI e LEOPOLD, 1992). CONCLUSÃO O vigor das sementes de P. peruviana sofreram mais reduções em função do estresse hídrico nas temperaturas de 20 e 35 C e tolerância em potencias até -0,2 MPa. REFERÊNCIAS CARVALHO, N.M.; NAKAGAWA, J. Sementes: ciência, tecnologia e produção. 5.ed. Jaboticabal: FUNEP, p. BRUNI, F.B.; LEOPOLD, A.C. Cytoplasmic glass formation in maize embryos. Seed Science Research, New York, v.2, n.4, p ,1992. FERREIRA, D.F. SISVAR: Um sistema de análise estatística computador. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v.35, n.6, , HARDEGREE, S.P.; EMMERICH, W.E. Seed germination response to polyethylene glycol solution depth. Seed Science and Technology, Boise, v.22, n.1, p.1-7, MAGUIRE, J.D. Speed of germination-aid in selection and evaluation for seedling emergence and vigor. Crop Science, Madison, v.2, n.1, p ,1962. MARCOS FILHO, J.M. Fisiologia de sementes de plantas cultivadas. Piracicaba: FEALQ, p. PEREIRA, B. Frutas finas. Revista Frutas e Derivados, São Paulo, v.5, n.2, p.14-18, POPINIGIS, F. Fisiologia da semente. 2.ed. Brasília: Agiplan, p.

5 SILVA, M.C.C.; MEDEIROS, A.F.A.; DIAS, D.C.F.S.; ALVARENGA, E.M.; COELHO, F.S.; BRAUN, H. Efeito do estresse hídrico e térmico na germinação e no vigor de sementes de cenoura. IDESIA, Arica, v.29, n.3, p.39-44, SOARES, E.L.C.; VENDRUSCULO, G.S.; VIGNOLI, M.S.; THODE, V.A.; SILVA, J. G.; MENTZ, L.A. Gênero Physalis L. (Solanaceae) no Rio Grande do Sul, Brasil. Pesquisas Botânica: Instituto Anchietano de Pesquisas, São Leopoldo, n.60, p , VILLELA, F.A.; DONI, L.F.; SEQUEIRA, E.L. Tabela de potencial osmótico em função da concentração de polietileno glicol 6000 e da temperatura. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.26, n.11/12, p , 1991.