Flaviane Romani Fernandes Supervisora: Profa. Dra. Maria Bernadete Marques Abaurre Campinas, dezembro de 2006.

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1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE ESTUDOS DA LINGUAGEM PROJETO DE PÓS-DOUTORADO: IMPLEMENTAÇÃO RÍTMICA E DOMÍNIOS PROSÓDICOS EM PORTUGUÊS BRASILEIRO E EUROPEU CONTEMPORÂNEOS Flaviane Romani Fernandes Supervisora: Profa. Dra. Maria Bernadete Marques Abaurre Campinas, dezembro de

2 1. RESUMO Este projeto, intitulado Implementação rítmica e domínios prosódicos em português brasileiro e europeu contemporâneos, insere-se no âmbito do projeto temático Comportamento estocástico, fenômenos críticos e identificação de padrões rítmicos nas línguas naturais (processo Fapesp/Pronex 03/ ) e visa à investigação dos domínios prosódicos relevantes no instanciamento do ritmo em português brasileiro (doravante, PB) e português europeu (doravante, PE), no que tange especialmente à implementação de proeminências rítmicas (freqüentemente chamadas de acentos secundários ). Nossa hipótese é a de que a existência de padrões rítmicos diferentes em PB e PE pode estar relacionada ao fato de domínios prosódicos distintos serem privilegiados na implementação das proeminências rítmicas em cada variedade. 2. OBJETIVOS Os objetivos centrais deste projeto de pós-doutorado são: (i) a investigação dos domínios prosódicos privilegiados na implementação do padrão rítmico em PB e em PE, no que diz respeito à implementação das proeminências rítmicas, especificamente; e (ii) a identificação de indícios, no sinal acústico, de fenômenos fonológicos que possam estar relacionados à percepção das proeminências rítmicas em corpora de fala das duas variedades de português. O objetivo (i) refere-se à investigação sistemática da relação entre implementação rítmica e domínios prosódicos em PB e PE. Por sua vez, o objetivo (ii) consiste na análise de parâmetros acústicos do sinal sonoro correspondente aos dados de fala das duas variedades nos quais foram anotadas proeminências rítmicas, conforme a percepção auditiva de colaboradores e membros do projeto temático ao qual se vincula este projeto de pesquisa. 3. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVAS 3.1. Introdução A noção de ritmo e de proeminências rítmicas assumida nesta pesquisa A noção de ritmo assumida nesta pesquisa diz respeito à abordagem do ritmo sob uma perspectiva fonológica (ou seja, baseada em representações abstratas), abordagem esta também adotada no Módulo de Fonologia do projeto temático ao qual se vincula o presente projeto. Do ponto de vista fonético, o ritmo das línguas naturais pode ser percebido como uma repetição de padrões em que elementos fônicos proeminentes ocorrem em alternância com elementos não proeminentes, em intervalos mais ou menos fixos ou isocrônicos (cf. Abaurre, 2003). 2

3 Já do ponto de vista fonológico, o ritmo pode ser abordado em termos de uma gramática abstrata, a qual pressupõe uma concepção não linear do componente fonológico e a definição de uma forma de interação das representações fonológicas com as representações morfossintáticas dos enunciados, mapeados em domínios prosódicos (cf. Selkirk, 1984). Isto significa que o enfoque do ritmo segundo uma gramática abstrata implica abordar a análise da construção de unidades rítmicas, dada pela implementação de proeminências à luz de uma perspectiva mais abstrata, conforme a qual, a construção destas unidades, pressuposta fonologicamente, tem implicações não apenas no nível segmental, mas também em níveis superiores, desempenhando papel importante na marcação dos domínios prosódicos. Parte importante da análise fonológica do ritmo das línguas naturais consiste em explicitar a maneira pela qual os padrões rítmicos abstratos são implementados foneticamente, questão central para este projeto. Dadas estas considerações, uma sentença do português, como a apresentada em (1c), é fonologicamente mapeada em domínios prosódicos, como representado em (1b), e a construção de unidades rítmicas se dá como representado em (1a). Em (1a): a linha 0 corresponde ao nível no qual as sílabas da sentença são parseadas sistematicamente em unidades rítmicas (denominadas fonologicamente de pés (Σ)), formadas cada qual por duas sílabas (σ); a linha 1 corresponde ao nível no qual são assinaladas proeminências às sílabas cabeça (sílaba mais forte) de cada pé; a linha 2 corresponde ao nível no qual, aos pés cabeça de cada palavra prosódica (ω), são atribuídas as proeminências principais de ω; a linha 3 corresponde ao nível no qual são atribuídas as proeminências principais de sintagma fonológico (φ) às palavras prosódicas cabeça de cada φ (a depender da recursividade sintática de cada língua); e, por sua vez, a linha 4 corresponde ao nível no qual é atribuída a proeminência principal do sintagma entoacional (I) ao sintagma fonológico cabeça de I (a depender da recursividade sintática de cada língua). 1 (1) a. x linha 4 x x x x linha 3 x x x x x linha 2 x x x x x x x linha 1 σ (σ σ) (σ σ) σ (σ σ) (σ σ) (σ σ)(σσ)(σσ) linha 0 b. [[(O José)ω]φ [(tomou) ω] φ [(um café)ω(quente)ω] φ [(na ca fete ria)ω]φ ]I c. O José tomou um café quente na cafeteria. Como mostra o esquema de atribuição de proeminências em (1a), em uma língua com recursividade sintática à direita como o português, por default: (i) a proeminência principal do sintagma fonológico (φ) é assinalada à ω mais à direita no domínio de φ; 1 Conferir Nespor & Vogel (1986) para a formação de domínios prosódicos nas línguas em geral e, respectivamente em PE e PB, Mateus (1975) e Bisol (1992) para a formação de Σs, Vigário (2003) e Schwindt (2000, 2001) para a formação de ωs, e Frota (2000) e Tenani (2002) para a formação de φ e I, entre outros. 3

4 e (ii) a proeminência principal do sintagma entoacional é assinalada ao φ mais à direita no domínio de I. Porém, cabe notar que, uma vez que esta representação refere-se a uma construção subjacente (fonológica) dos esquemas rítmicos, a implementação fonética das proeminências pode nem sempre corresponder à construção rítmica subjacente. Por exemplo, na implementação fonética das respectivas proeminências principais às palavras prosódicas (um café)ω e (quente)ω do exemplo dado em (1), é possível haver reajustes, como apagamento ou retração de proeminência, de modo a evitar choques entre proeminências principais de ω no domínio de φ. Como resultado, poderíamos ter realizações não correspondentes às construções rítmicas subjacentes (cf. (1a), linha 2), mas, por exemplo, realizações como [(um café)ω(quente)ω]φ ou [(um café)ω(quente)ω]φ, onde as sílabas em negrito representam sílabas portadoras de proeminência em cada ω. Entre as proeminências que participam da construção de unidades rítmicas, encontram-se os acentos primários e os acentos secundários. O acento primário corresponde à proeminência principal da palavra. Neste projeto, assumimos com Hulst (1997) que o acento primário não é dado metricamente, mas no componente lexical, fazendo parte da informação lexical da palavra. Em português, é sabido que o acento primário recai em uma das três últimas sílabas da palavra. Entretanto, embora o acento primário seja previsível, até certo ponto, por análises métricas até então propostas para este fenômeno em português (cf. Bisol, 1992, 2000; Massini-Cagliari, 1995; Lee, 1994; Wetzels, 1997), nenhuma delas tem sido capaz de predizer satisfatoriamente em qual das três últimas sílabas o acento primário recai, sem lançar mão de um uso extraordinário da extrametricidade lexical ou de estipulações que acomodem as muitas exceções. Isto sugere que pode ser mais econômico assumir que o acento primário faça parte da informação lexical da palavra. A opção que fizemos neste projeto de considerar o acento primário da palavra prosódica como marcado lexicalmente justifica-se pelo fato de que este acento é categórico, e o foco da investigação recairá na implementação variável dos acentos rítmicos. Por sua vez, os acentos secundários referem-se a proeminências diferentes do acento primário da palavra. De acordo com Hulst, o acento primário e o acento secundário são objetos de análises distintas: o acento primário é dado lexicalmente e o acento secundário é atribuído pós-lexicalmente. Para este autor, a estrutura rítmica é dada pela atribuição de acentos secundários, possivelmente marcados frasalmente, ou seja, marcados no nível frasal relevante (domínio prosódico relevante), em termos de pés. Enquanto a atribuição de acentos secundários deriva claramente do ritmo, a atribuição de acento primário não se dá pelo ritmo, mas localmente, no léxico. Isto posto, é possível concluir que, enquanto a implementação dos acentos primários é categórica, uma vez que estes acentos já viriam marcados do léxico, a implementação de acentos secundários não é categórica e pode se dar de maneira variável. Dada a natureza não categórica do acento secundário e de sua implementação variável em 4

5 contraste com a noção categórica e não variável do acento primário, adotaremos o termo proeminência rítmica, ao invés de acento secundário, nesta pesquisa. Em coerência com a adoção de uma perspectiva fonológica do ritmo, em termos de uma gramática abstrata, as proeminências rítmicas também serão aqui abordadas segundo uma perspectiva fonológica. Isto significa admitirmos a possibilidade de a construção das unidades rítmicas na atribuição de acentos secundários não ser implementada foneticamente, ou ainda, ser implementada de maneira diferente da construção fonológica subjacente. Ou seja, para a palavra prosódica na cafeteria, do exemplo em (1), os acentos secundários são assinalados fonologicamente, conforme um padrão binário (cf. algoritmo de atribuição de acentos secundários em PB proposto por Collischonn, 1993, 1994), como apresentado na linha 1, na qual as sílabas na e fé recebem acento secundário. 2 Entretanto, estes acentos podem ambos não ser implementados foneticamente, apenas um deles ser implementado foneticamente, ou ainda serem implementados de maneira diferente do previsto na forma subjacente, a depender, entre outros fatores, do contexto discursivo: 3 respectivamente, (na cafeteria)ω, (na cafeteria)ω e (na cafeteria)ω O ritmo em PB e PE Classificação em grupos rítmicos A classificação das línguas naturais em tipos rítmicos teve início, de modo intuitivo, com Lloyd (1940), que classificava as línguas em dois grupos: machine-gun rhythm e morse code rhythm. Pike (1945) e Abercrombie (1967) intitularam esses dois grupos respectivamente como acentual (o ritmo se estrutura em torno do acento) e silábico (o ritmo se estrutura em torno da sílaba) e adicionaram um terceiro grupo a esses dois, o moraico (o ritmo se estrutura em torno da mora). Até então, esse tipo de classificação, prescindindo de evidência acústica, baseava-se, supostamente, na isocronia entre acentos, ou na isocronia entre sílabas ou moras. Dauer (1983) sugere que a distinção das línguas em grupos acentuais ou silábicos deveria estar ligada a propriedades acústicas e fonológicas. Ramus et al. (1999), considerando a propriedade acústica duração, observam oito línguas consideradas como pertencentes a três tipos rítmicos distintos (acentual, silábico e moraico) e mostram que um conjunto de medidas simples relativas à duração de consoantes e vogais na sentença permite caracterizar as diferentes classes rítmicas. Assim 2 Segundo Collischonn (1993, 1994), o algoritmo de assinalamento de acentos secundários em PB é o seguinte: Construa constituintes binários da direita para a esquerda de cabeça à esquerda (Collischonn, 1994: 48). O domínio de aplicação do algoritmo proposto por Collischonn corresponde, no âmbito da palavra prosódica, às sílabas precedentes à sílaba portadora de acento primário. 3 Conforme Abaurre & Galves (1998), a implementação de proeminência rítmica no início da palavra prosódica em PB pode ocorrer em contextos de ênfase da referida palavra prosódica. 4 Nos exemplos, as sílabas em negrito representam sílabas portadoras de acento primário e as sílabas em negrito e sublinhadas, sílabas portadoras de acento secundário. 5

6 temos as oito línguas agrupadas nas seguintes classes rítmicas: (1) acentual: inglês, polonês, holandês; (2) silábico: italiano, espanhol, catalão, francês; e (3) moraico: japonês. A classificação rítmica de PB e PE tem sido objeto de estudo de muitos autores, desde os anos 80: Abaurre (1981), Cagliari (1981), Major (1981, 1985), Cruz-Ferreira (1983), Cagliari & Abaurre (1986), Carvalho (1989), Mateus et al. (1989), Simões (1991), Massini-Cagliari (1991, 1992, 1995), Barbosa (2000), Frota & Vigário (2000, 2001), Duarte et al. (2001), Frota et al. (2002a, 2002b), entre outros. Conforme os trabalhos de Abaurre (1981), Cagliari (1981), Major (1981, 1985), Cruz-Ferreira (1983), Cagliari & Abaurre (1986), Carvalho (1989), Mateus et al. (1989), Simões (1991) e Massini-Cagliari (1991, 1992, 1995), é possível afirmar que, do ponto de vista fonológico, tanto PB quanto PE pertencem ao grupo acentual e a diferença rítmica entre as duas variedades está na maneira como se dá a implementação do ritmo em cada uma delas. Já nos trabalhos de Frota & Vigário (2001), Duarte et al. (2001) e Frota et al. (2002a, 2002b), baseados no trabalho de Ramus et al. (1999), encontramos afirmações diferentes quanto à classificação rítmica de PB e PE. Frota & Vigário (2001) afirmam que PB e PE possuem ritmos diferentes, porém, ambos pertencem a grupos mistos: enquanto PE apresenta um ritmo misto acentual e silábico, PB apresenta um ritmo misto silábico e moraico. Já, segundo Duarte et al. (2001), PB pertence ao grupo rítmico silábico, assim como também afirma Barbosa (2000) para esta mesma variedade de português, e PE, ao grupo acentual. Por sua vez, os trabalhos de Frota et al. (2002a, 2002b), levando em conta não só medidas de duração dos intervalos vocálicos e consonantais (cf. Ramus et al., 1999), mas também o peso destes parâmetros acústicos na discriminação perceptual e propriedades entoacionais, afirmam que as duas variedades de português pertencem ao grupo silábico e que as diferenças rítmicas entre elas estão mais relacionadas a propriedades entoacionais próprias de cada variedade (cf. também Frota & Vigário, 2000). Ainda que os trabalhos acima apresentados não sejam concordantes quanto ao tipo rítmico a que pertencem PB e PE, em todos eles encontramos referências de que as duas variedades são distintas em termos de propriedades rítmicas e implementação do ritmo As proeminências rítmicas Costuma ser apontada como caracterizadora do ritmo do PB a percepção de proeminências rítmicas seguindo um padrão alternante de sílabas fortes e fracas pelo menos desde 1895, de acordo com Frota & Vigário (2000). Este padrão binário de construção de unidades rítmicas (denominadas fonologicamente de pés) de PB tem sido consistentemente reafirmado nas 6

7 descrições e análises fonológicas posteriores sobre o ritmo subjacente desta variedade (cf. Carvalho, 1989; Collischonn, 1993, 1994; Galves & Abaurre, 1996; Abaurre & Galves 1998; Frota & Vigário, 2000; Sandalo et al., 2006; entre outros). Trabalhos de cunho acústico, como os trabalhos de Gama Rossi (1998), Arantes & Barbosa (2002), Moraes (2003) e Arantes (2005), têm buscado, em correlatos acústicos e com foco na implementação fonética da proeminência rítmica à sílaba percebida como portadora de tal proeminência, evidências para este padrão binário identificado pelas análises fonológicas em PB. No estudo de Gama Rossi (1998) sobre a natureza da proeminência rítmica em PB, são analisadas medidas de duração, qualidade vocálica (F1) e freqüência fundamental (F 0) em palavras variando de duas a três sílabas pré-tônicas (como macacada, palhaçada, palhacinha, cachorrada, cachorrinho e elefantinho ) e contidas em sentenças de um corpus elaborado pela autora com a finalidade inicial de comparação apenas entre medidas de duração de sentenças produzidas por adultos e crianças da faixa etária de quatro anos, ambos falantes nativos de PB. O sub-conjunto de dados utilizados por Gama Rossi no seu estudo sobre acento secundário em PB refere-se exclusivamente a sentenças produzidas pela própria pesquisadora, também falante nativa de PB. Conforme os resultados apresentados por Gama Rossi: 1) a duração não se mostrou como correlato acústico consistente para a presença de uma alternância binária na implementação de proeminências rítmicas, uma vez que os valores de duração normalizados se mostram ascendentes da sílaba inicial até a sílaba portadora de acento primário de palavra; 2) F 0 traz evidências esparsas (estatisticamente significativas para alguns casos) para tal alternância; e 3) a qualidade vocálica traz evidências consistentes em favor da alternância binária. Quanto aos resultados relativos à freqüência fundamental, Gama Rossi encontra resultados estatisticamente significativos quanto à diferença dos valores de F 0 entre a primeira e a segunda sílaba pré-tônicas da palavra cachorrinho. A sílaba ca apresenta valores mais altos de F 0 do que a sílaba cho, resultados estes que a autora associa à evidência para a alternância binária na implementação de proeminência rítmica nesta palavra, sendo ca a sílaba portadora de tal proeminência. No que diz respeito à qualidade vocálica, a mesma autora mostra que nas palavras palhaçada e macacada, os núcleos vocálicos das segundas sílabas pré-tônicas (respectivamente, pa e ma ) possuem valores de F1 que as diferenciam consistentemente, em termos de qualidade vocálica (por fechamento ou por abertura de timbre), dos núcleos vocálicos das sílabas subseqüentes (respectivamente, lha e ca ). Para a autora, estes resultados se configuram em evidência robusta para a alternância binária na implementação de proeminências rítmicas nas sílabas pa e ma das palavras palhaçada e macacada respectivamente. Arantes & Barbosa (2002) verificam o comportamento dos padrões de duração em uma palavra polissilábica como macacada inserida em um conjunto de sentenças-veículo e para a qual se esperava encontrar alternância de duração entre 7

8 unidades portadoras e não portadoras de proeminência. 5 As análises estatísticas aplicadas pelos autores aos dados de duração mostraram a não existência de alternância de duração, na medida em que não foi encontrada diferença significativa entre as durações médias da primeira e da segunda sílaba da palavra. A duração se configurou em um padrão ascendente até a realização do acento principal no grupo acentual, sem que se observasse qualquer padrão alternante. Os resultados apresentados por Arantes & Barbosa parecem indicar que somente a duração não se configura como um correlato suficientemente consistente para a presença de um padrão rítmico binário em PB, construído a partir da implementação de proeminências rítmicas. Dados os resultados destes autores e os resultados apresentados em Gama Rossi (1998), é plausível supor que, no que tange especialmente à atribuição de proeminências rítmicas, a percepção do padrão alternante pode levar em conta não só o parâmetro acústico duração, mas também outros parâmetros acústicos, ou uma combinação entre os parâmetros (como mostra Moraes, 2003), ou ainda parâmetros acústicos relacionados não à sílaba percebida como portadora de proeminência rítmica, mas relacionados a outras sílabas na sua adjacência. Com o objetivo de investigar se a alternância forte/fraco na implementação da proeminência rítmica em PB apresenta um correlato fonético consistente ou se esta alternância é um conceito apenas justificado fonologicamente, sem uma contraparte fonética, Moraes (2003) realiza um estudo perceptual e acústico sobre proeminências rítmicas em PB com base em dados desta variedade de português. No estudo deste autor, foram gravadas sentenças-veículo, lidas por quatro falantes nativos de PB, contendo palavras que variavam de duas a cinco sílabas pré-tônicas (ex.: canibal/canibalismo/canibalizar/canibalização) e quanto à posição no sintagma entoacional: posição final (posição forte, nos termos do autor) e interna (posição fraca, nos termos do autor). Dos dados produzidos foram extraídas medidas acústicas de duração, F 0 e intensidade e, com base nestes mesmos dados, foi realizado um estudo perceptual. No estudo perceptual, dez sujeitos ouviram os conjuntos gravados e foi pedido a eles que apontassem, dentre as sílabas pré-tônicas das palavras, quais sílabas carregavam proeminência rítmica. Os resultados das medições acústicas e do experimento perceptual obtidos por Moraes foram os seguintes: (i) uma proeminência rítmica é percebida regularmente em palavras com mais de uma sílaba pré-tônica; (ii) em palavras de duas a cinco sílabas, há uma tendência forte de identificação de uma única proeminência rítmica por palavra (a primeira mais à esquerda da palavra), bloqueando a realização fonética de uma segunda; (iii) a localização da sílaba percebida como proeminente admite variação, seguindo dois padrões básicos: a proeminência rítmica segue uma alternância binária, ou a proeminência rítmica recai na sílaba inicial da palavra; (iv) o número de sílabas que compõem as palavras interfere na presença de proeminência rítmica, uma vez que 5 A expectativa dos autores de encontrar alternância de duração entre unidades portadoras e não portadoras de proeminências baseia-se em descrições acústicas do acento primário em PB (cf. Moraes, 1984; Massini-Cagliari, 1991). Segundo estas descrições, a duração é o correlato acústico mais robusto na realização do acento primário. 8

9 em palavras curtas (compostas por duas sílabas pré-tônicas) a presença de proeminência rítmica é pouco consistente; (v) a posição da palavra no sintagma entoacional não interfere na manifestação da proeminência rítmica; (vi) embora haja uma clara correspondência entre proeminência rítmica percebida e modificações no sinal acústico, o correlato para proeminência rítmica não é estável, posto que pode ser a freqüência fundamental ou uma combinação de duração e intensidade. Por sua vez, o trabalho de Arantes (2005) tem como um de seus objetivos principais a descrição fonética da proeminência rítmica em PB em termos de correlatos acústicos, como duração, F 0 e configuração formântica. No estudo deste autor são extraídas medidas acústicas de sílabas pré-tônicas em palavras-chave variando de duas a cinco sílabas pré-tônicas (ex.: arataca, arapabaca, colonoscopia, dirigibilidade ) e inseridas em sentenças-veículo produzidas por falantes nativos de PB. Segundo este autor, para o parâmetro duração, seus resultados não dão sustentação para um padrão alternante na implementação de proeminências rítmicas a sílabas pré-tônicas, mas indicam aumento progressivo da duração das sílabas até a realização da sílaba tônica, conforme também afirmam Gama Rossi (1998) e Arantes & Barbosa (2002). Para F 0, Arantes reafirma a inexistência do padrão binário na implementação de proeminências rítmicas. O autor relata uma subida de F 0 na primeira sílaba das palavras compostas por duas sílabas pré-tônicas e uma subida de F 0 também na primeira sílaba das palavras compostas por mais de duas sílabas pré-tônicas, podendo, neste caso, esta subida se estender até a segunda sílaba da palavra. Arantes relaciona a subida de F 0 encontrada em seus dados de PB não a um padrão alternante na implementação de proeminências rítmicas, como faz Gama Rossi (1998), mas à marcação de uma proeminência inicial de palavra. Assim como afirma para o parâmetro duração, Arantes também afirma que a configuração formântica das vogais, nas palavras por ele analisadas, parece ser evidência para o caráter culminativo da construção das proeminências ao longo do grupo acentual. Arantes acrescenta que a abertura diferenciada que possui a primeira vogal da palavra em seus dados é um resultado que se soma às evidências fornecidas pelos resultados de duração e F 0 em favor de uma proeminência inicial de palavra, que se manifesta através de durações maiores na primeira unidade v-v (vogal-vogal) das sentenças-veículo e grandes taxas de variação positiva de F 0 na primeira vogal das palavras-chave. 6 As considerações apresentadas acima quanto à negação da existência de proeminências rítmicas seguindo um padrão binário em PB são feitas levando em conta a implementação fonética e com base em uma análise focada na busca de parâmetros acústicos relacionados à realização fonética de proeminência rítmica percebida em determinada sílaba. Entretanto, cabe notar que a implementação fonética de proeminências rítmicas pode ou não corresponder à construção rítmica subjacente de uma língua. Além disso, é possível que haja pistas no sinal acústico que estejam relacionadas ao padrão subjacentemente binário das 6 A extração de medidas de duração a partir da unidade vogal-vogal (unidade que compreende todos os fones entre dois onsets de vogal consecutivos), também chamada grupo entre p-centers, é baseada na afirmação de que esta unidade é o local de culminância acentual (cf. Vassière, 1983; Barbosa, 1994, 1996; entre outros). 9

10 proeminências rítmicas em PB não de maneira direta, e que essas pistas não se manifestem diretamente na sílaba percebida como portadora de proeminência rítmica, mas em alguma(s) sílaba(s) do contexto adjacente a esta sílaba. Levando em conta estas considerações, o objetivo (ii) deste projeto (nomeadamente, a identificação de indícios, no sinal acústico, de fenômenos fonológicos que possam estar relacionados à percepção das proeminências rítmicas em dados de fala de PB e PE cf. seção 2 deste projeto) se baseia na hipótese de que: (2) A percepção das proeminências rítmicas esteja relacionada a fenômenos fonológicos, cuja aplicação otimizaria a organização rítmica subjacente, como reajustes na cadeia segmental (e.g., reduções e epênteses de núcleos silábicos) e a associações de tons adicionais, concernentes, muitas vezes, não diretamente à sílaba percebida como portadora de proeminência rítmica, mas ao seu entorno, no âmbito da palavra prosódica. Diferentemente de PB, o PE tem sido analisado fonologicamente como uma língua mono-acentual, isto é, desprovida de proeminências rítmicas (cf. Delgado Martins, 1986; Andrade & Laks, 1992; Mateus & Andrade, 1998). Andrade (1997) apresenta uma revisão da história dos estudos sobre o acento no PE e nota que, nestes, a referência a proeminências rítmicas em PE é rara e, quando ocorre, nem sempre é clara ou concordante. Apenas no final da década de 80 surge, com os trabalhos de Andrade & Viana (1988, 1989), a proposta da existência no PE de um ritmo binário que acentua cada sílaba par à esquerda do acento principal de palavra. Por outro lado, trabalhos posteriores, como os de Abaurre & Galves (1998), Frota & Vigário (2000, 2001), Castelo (2004) e Sandalo et al. (2006) trazem evidências de que a construção rítmica binária não é privilegiada em PE. Conforme estes trabalhos, em PE, é privilegiada a construção de unidades rítmicas que apresentam até três elementos (cf. Abaurre & Galves, 1998; Castelo, 2004; Sandalo et al., 2006). Quanto a trabalhos sobre o correlato acústico para a percepção de proeminências rítmicas em PE, até onde sabemos, não há trabalhos que abordem especificamente este assunto. Cabe ainda acrescentar que, como notam Frota & Vigário (2000), Vigário (2003), Castelo (2004) e Sandalo et al. (2006), em PE, é freqüente a atribuição de proeminência rítmica marcando o início proeminente de palavra prosódica e, no domínio do sintagma entoacional, o início proeminente da primeira palavra prosódica (cf. Frota, 2000; Castelo, 2004). Tomando como base as considerações aqui apresentadas sobre a construção subjacente de unidades rítmicas em PB e PE, mais precisamente, a importância da marcação de pés binários na atribuição de proeminências rítmicas em PB e a importância da marcação da primeira palavra prosódica do sintagma entoacional na atribuição de proeminências rítmicas em PE, o objetivo (i) deste projeto (nomeadamente, a investigação dos domínios prosódicos privilegiados na implementação do padrão rítmico em PB e em PE, no que diz respeito à implementação das proeminências rítmicas, especificamente) se baseia na hipótese de que: 10

11 (3) A existência de padrões rítmicos diferentes em PB e PE esteja relacionado ao fato de domínios prosódicos distintos serem privilegiados na atribuição subjacente das proeminências rítmicas em cada variedade: por suposição, o pé ( ) em PB e a palavra prosódica (ω) em PE A investigação do ritmo no âmbito do projeto temático ao qual se vincula este projeto de pós-doutorado O projeto temático Comportamento estocástico, fenômenos críticos e identificação de padrões rítmicos nas línguas naturais (processo Fapesp/Pronex 03/ ), ao qual se vincula este projeto de pesquisa, tem como objetivo crucial a investigação das seguintes questões: 1) a questão da existência ou não de padrões rítmicos nas línguas naturais; 2) a existência de uma tipologia discreta caracterizada por pontos críticos bem definidos, em oposição a um contínuo rítmico; e 3) a existência de marcas do ritmo no sinal acústico da fala e em textos escritos. Os resultados obtidos até o presente momento pelo projeto temático concernem: (a) à discriminação rítmica de PB e PE com base na aplicação de análises probabilísticos a dados codificados de textos escritos destas duas variedades de português (cf. Galves, A. et al., 2004, 2006); (b) à construção de corpora de fala de PB e PE com marcações de proeminências rítmicas percebidas auditivamente e com codificações necessárias para a realização das análises probabilísticas; e (c) ao desenvolvimento de sistemas computacionais de análise probabilística dos dados lingüísticos. Cabe tecermos algumas considerações sobre o resultado apresentado em (a), dada a hipótese de nossa investigação sobre a relação entre implementação de proeminências rítmicas e marcação de domínios prosódicos em PB e PE. Os trabalhos de Galves, A. et al. (2004, 2006), baseados no trabalho de Kleinhenz (1995) e levando em conta a conjectura de que as classes rítmicas das línguas podem ser caracterizadas pelo domínio prosódico relevante, mostram, entre outros resultados, como os domínios prosódicos relevantes na implementação rítmica, conforme refletida em textos escritos de PB e PE contemporâneos, podem ser modelados probabilisticamente. 7 A utilização, por estes autores, de dados provenientes de textos escritos tem como finalidade a busca de marcas do ritmo da fala que mantém reflexos nos textos. Isto porque, se os resultados obtidos a partir deste tipo de dado se mostrarem suficientemente satisfatórios para a discriminação rítmica de PB e PE, evitam-se possíveis complicações na análise, provenientes da variabilidade dos dados de fala (a modalidade escrita é menos variável que a falada), e abre-se a possibilidade de recuperar padrões rítmicos de línguas já não mais faladas, como o português clássico, porém, nas quais 7 O trabalho de Kleinhenz (1995) classifica distintivamente um conjunto de línguas (alemão, chi mwi:ni, francês, holandês e PE) quanto ao domínio prosódico contemplado na aplicação de processos fonológicos referentes a regras segmentais, a foco e fraseamento e ao tipo de estruturação silábica. É plausível admitir que uma tipologia como esta também reflita uma discriminação rítmica das línguas. Isto porque processos fonológicos, como reestruturações silábicas resultantes de epênteses e reduções segmentais (que dizem respeito aos parâmetros regras segmentais e estruturação silábica, apresentados por Kleinhenz) estão relacionados à implementação do ritmo nas línguas. 11

12 ainda se encontram documentos escritos (cf. Galves, C., 1998, 2004). Nos textos de PB e PE contemporâneos utilizados por estes autores, os finais das sentenças são codificados (símbolo 4 ) e as sílabas dos enunciados são codificadas pela presença ou ausência de acento principal de palavra (símbolo 3, se a sílaba portadora de acento primário inicia palavra prosódica, e símbolo 1, se a sílaba portadora de acento primário se encontra no interior de palavra prosódica, e símbolo 0, se a sílaba se encontra no interior de palavra prosódica e não porta acento primário) e pelo fato de iniciarem palavra prosódica (símbolo 2 ). Exemplo: (4) Gosto de filmes do Almodóvar. (Gosto)ω (de filmes)ω (do Almodóvar)ω 3 Gos 0 to 2 de 1 fil 0 mes 2 do 0 Al 0 mo 1 dó 0 var 4 Aplicando análises probabilísticas às seqüências de símbolos obtidos com estas codificações, os autores estimam os padrões ótimos para cada texto. Os principais resultados obtidos a partir da aplicação das análises probabilísticas aos dados são os seguintes: (i) sílabas não acentuadas não discriminam PB e PE; (ii) fronteiras de palavras prosódicas não discriminam PB de PE; e (iii) sílabas acentuadas em posição medial de palavra prosódica discriminam PB e PE. Faz-se necessário ainda testar se a análise probabilística aplicada apenas a dados de textos escritos é capaz de discriminar satisfatoriamente as duas variedades de português ritmicamente, ou seja, se são encontrados os mesmos resultados quando a mesma análise probabilística é aplicada a dados de fala, codificados também quanto à percepção de proeminências rítmicas (acentos secundários), além das demais codificações adotadas para os textos escritos. Uma vez que a implementação de proeminências rítmicas parece desempenhar importante papel na marcação do início proeminente da palavra prosódica em PE, mas não em PB, é possível que o resultado apresentado em (ii) seja afetado na aplicação da análise probabilística a dados de fala. A tarefa de aplicação das análises probabilísticas a dados de fala codificados será sistematicamente executada na próxima etapa de pesquisa do projeto temático Comportamento estocástico, fenômenos críticos e identificação de padrões rítmicos nas línguas naturais Justificativas para este projeto de pós-doutorado Levando em conta as considerações apresentadas, bem como os objetivos que se propõe este projeto de pós-doutorado (cf. seção 2), as justificativas para sua proposta se encontram nas contribuições que ele pode trazer para a investigação de questões centrais do projeto temático Comportamento estocástico, fenômenos críticos e identificação de padrões rítmicos nas línguas naturais (processo Fapesp/Pronex 03/ ) ao qual se vincula, bem como em contribuições de caráter mais amplo, relacionadas ao estudo do ritmo das línguas naturais. 12

13 As contribuições específicas do desenvolvimento do presente projeto para o projeto temático dizem respeito à análise de correlatos no sinal acústico referente a fenômenos fonológicos que possam estar relacionados à percepção de proeminências rítmicas nos corpora de fala codificados mencionados em (b), o que fornecerá elementos para a investigação das questões apresentadas em 1), 2) e 3) cf. seção O presente projeto também contribuirá para o estudo do ritmo nas línguas naturais na medida em que, a partir dos resultados desta pesquisa, será possível estabelecer comparações entre PB, PE e as demais línguas com relação aos fatores a serem aqui abordados (nomeadamente: os correlatos acústicos relacionados a fenômenos fonológicos que possam estar relacionados à percepção de proeminências rítmicas e o domínio prosódico privilegiado na implementação destas proeminências), o que, conseqüentemente, contribuirá para os estudos de tipologia do ritmo das línguas naturais. 4. MATERIAL E METODOLOGIA 4.1. Material O material a ser utilizado no desenvolvimento de nossa pesquisa consiste em um conjunto de dados de fala de PB e PE contemporâneos anotados quanto à percepção de proeminências rítmicas por membros e colaboradores do projeto temático já mencionado. Este conjunto de dados consta de: (i) gravações digitais de leituras da crônica Complicabilizando, de autoria de Ricardo Freire e publicada na revista brasileira semanal, Revista Época, em 25 de setembro de 2003, realizadas por 5 falantes nativos de PB; (ii) gravações digitais de leituras realizadas por 5 falantes nativos de PE de uma versão adaptada da mesma crônica para esta última variedade de português; e (iii) arquivos de texto referentes às leituras realizadas pelos falantes nativos de cada variedade contendo anotações de proeminências rítmicas percebidas auditivamente e codificações necessárias à realização de análises probabilísticas desenvolvidas no âmbito do projeto temático. Uma cópia da crônica Complicabilizando (versão original em PB), bem como uma cópia da sua versão para o PE, seguem no anexo 1 deste projeto. No anexo 2, seguem: (i) as convenções adotadas na tarefa de anotação lingüística e de codificação; e (ii) uma cópia dos arquivos de texto referentes às leituras realizadas pelos falantes nativos de cada variedade, constando das anotações de proeminências rítmicas e das codificações realizadas por membros e colaboradores do projeto temático. Acrescenta-se que poderão ser adicionados mais corpora de fala de PB e PE anotados, caso haja a necessidade de inclusão de mais dados para análise no decorrer do desenvolvimento desta pesquisa Metodologia 13

14 A metodologia a ser empregada na análise dos dados de PB e PE compreende o exame de parâmetros acústicos do sinal sonoro referente a estes dados, tais como: contorno entoacional (freqüência fundamental - F 0), duração e qualidade vocálica, no que concerne ao grau de abertura das vogais (F1). A análise destes parâmetros tem por finalidade a busca por indícios, refletidos no sinal, de fenômenos fonológicos (como associações de tons adicionais ao contorno entoacional e reajustes da cadeia segmental como reduções de núcleos silábicos, as quais afetam tanto a duração, quanto o grau de abertura destes núcleos) ocorridos no entorno da sílaba percebida como portadora de proeminência rítmica. Isto porque supomos que a percepção das proeminências rítmicas esteja relacionada a pistas acústicas referentes a processos fonológicos que ocorrem no entorno da sílaba percebida como portadora de proeminência rítmica para otimizar a organização rítmica subjacente (cf. hipótese em (2), página 9 deste projeto). Para a produção de cada falante de nossos dados, analisaremos, especificamente, os intervalos do sinal acústico correspondentes ao início da palavra prosódica, na qual constam anotações quanto à percepção de proeminências rítmicas, até a sílaba portadora de acento primário desta mesma palavra, uma vez que não há proeminências rítmicas percebidas depois deste acento no domínio da palavra prosódica. Por exemplo, em uma palavra prosódica como (complicabilizar)ω, constante de nossos corpora de PB e PE, o intervalo do sinal acústico a ser analisado corresponde ao início da sílaba com (onset da consoante c [k]) até o final da sílaba li (offset da vogal i [i]), a qual precede imediatamente a sílaba zar, portadora de acento primário. 8 Nestes intervalos selecionados, examinaremos inicialmente: (i) o contorno entoacional, no que se refere à associação de tons; (ii) a duração, bem como a qualidade vocálica (grau de abertura medida pelo valor de F1), dos núcleos vocálicos dos elementos no entorno da sílaba percebida como portadora de proeminência rítmica. Posteriormente, compararemos estes resultados com os resultados dos casos em que a mesma sílaba, no mesmo contexto, não foi percebida como portadora de proeminência. A depender das necessidades apontadas pelo desenvolvimento de nossa pesquisa, outros parâmetros acústicos, como intensidade, poderão ser também incluídos em nossa análise. A análise do contorno entoacional tem como objetivo confirmar ou infirmar a hipótese levantada por Tenani (2002). De acordo com esta autora, um tom H adicional pode ser encontrado associado (não necessariamente alinhado) opcionalmente a uma sílaba pré-tônica não adjacente à tônica em palavras prosódicas com mais de três sílabas pré-tônicas em PB, além do acento tonal associado à sílaba tônica da referida palavra. Tenani faz a hipótese de que, nestes casos, este tom pode estar relacionado à 8 Na palavra prosódica exemplificada: (i) a sílaba em negrito corresponde à sílaba portadora de acento primário; (ii) as sílabas em negrito e sublinhadas correspondem a sílabas percebidas como portadoras de proeminências rítmicas (acentos secundários), conforme anotação de membros e colaboradores do projeto temático ao qual se vincula este projeto; e (iii) os parênteses delimitam as fronteiras inicial e final de palavra prosódica. 14

15 percepção de proeminência rítmica na sílaba à qual o tom H está associado. Caso esta hipótese se confirme, é possível que a freqüência fundamental, no que concerne à associação tonal, se configure como um correlato acústico para a percepção de proeminência rítmica em PB. Em PE, por sua vez, também é notada a associação de um tom H relacionado à percepção de proeminência rítmica (cf. Frota, 1997, 2000; Vigário, 1998). No entanto, cabe notar que o alinhamento de H ocorre de maneiras diferentes nas duas variedades. Em sentenças neutras do PE, um tom H pode ser encontrado alinhado a uma das sílabas encontradas na fronteira esquerda da palavra prosódica, especialmente quando esta é a primeira palavra prosódica do sintagma entoacional (I) (cf. Vigário, 1998; Frota, 2000, 2003). Já em PB, é possível encontrarmos um tom H opcional alinhado à sílaba pré-tônica percebida como portadora de proeminência rítmica (geralmente, segunda sílaba pré-tônica, excetuando casos de ênfase cf. nota 3) ou alinhado ao entorno desta sílaba em palavras prosódicas constituídas por duas ou mais sílabas pré-tônicas, independentemente da posição das palavras no interior do sintagma entoacional (cf. Tenani, 2002; Fernandes, em preparação). Este alinhamento diferente nas duas variedades parece sugerir que enquanto a associação de H dá pistas para a percepção de proeminência rítmica que marca, no geral, o início proeminente de palavra prosódica em posição inicial de I em PE, em PB, a associação de H opcional dá pistas para a percepção de sílabas portadoras de proeminências rítmicas que marcam os pés binários. A análise da duração e da qualidade do núcleo vocálico das sílabas no entorno da sílaba percebida como portadora de proeminência rítmica tem como objetivo investigar se possíveis reestruturações da cadeia segmental refletem a preferência pela atribuição de proeminências rítmicas que marcam uma alternância binária subjacente em PB, mas não em PE, conforme propõem as análises fonológicas já mencionadas no decorrer deste projeto. Conforme notam Abaurre & Galves (1998) e Sandalo et al. (2006), a sílaba imediatamente seguinte à sílaba percebida como portadora de proeminência rítmica pode sofrer redução ou até mesmo a supressão do núcleo silábico, a depender da qualidade vocálica deste núcleo, e das consoantes do contexto. Núcleos vocálicos constituídos por vogais fechadas (como [ ], [i] e [u]) apresentam um menor valor de F1 (cf. Gama Rossi, 1998) e são mais propensos a supressões. Posto isso, investigaremos, no âmbito da palavra prosódica, comparativamente em PB e PE: (i) a relação entre percepção de proeminência rítmica e o valor de F1 de núcleos silábicos no entorno da sílaba percebida como portadora de tal proeminência; e (ii) a relação entre percepção de proeminência rítmica e reduções de duração de segmentos no entorno da sílaba percebida como portadora de proeminência rítmica. Observe a anotação de proeminência rítmica percebida 15

16 para a palavra prosódica disseminada (sublinhado nosso) nos exemplos de PB e PE apresentados respectivamente em (5a) e (5b), bem como as respectivas figuras ilustrativas, (1) e (2), correspondentes à produção da mesma palavra nas duas variedades: 9 (5) a. Em PB:..*.. * *. _. *.. *. *.. *. *. *.. *... *. A doença está tão disseminada que muitos verbos honestos, com currículo de ótimos serviços // +. *.. *. *...*.. *. *.. *.. *.. *. prestados, estão a ponto de cair em desgraça entre as pessoas de ouvidos sensíveis. // // + + // Figura (1): correspondente à representação gráfica do sinal acústico do trecho tão disseminada selecionado da sentença (5a) de PB. Esta figura consta de forma de onda, espectrograma e representação da freqüência fundamental (linha azul), bem como de transcrição de eventos tonais associados ao contorno da freqüência fundamental (1ª camada de anotação) e segmentação do trecho selecionado em sílabas (2ª camada de anotação). b. Em PE:..*.. * * _.. *.. *. *.. *. *. *... *... *. A doença está tão disseminada que muitos verbos honestos, com currículo de óptimos serviços // +. *.. *. *...* *. *. * *.. *.. *. prestados, estão a ponto de cair em desgraça entre pessoas de ouvidos sensíveis. // + + // // 9 Os exemplos em (5a) e (5b) correspondem, respectivamente, a sentenças produzidas por uma falante nativa de PB e uma falante nativa de PE, durante a leitura das respectivas versões da crônica Complicabilizando para cada variedade de português, e anotadas quanto à percepção de proeminências rítmicas por membros e colaboradores do projeto temático ao qual se vincula este projeto. Nos exemplos: * indica sílaba portadora de acento primário de palavra; indica sílaba percebida como portadora de proeminência rítmica (acento secundário);. indica sílaba percebida como desprovida de proeminência rítmica ou acento primário; + indica núcleo vocálico percebido como reduzido ou suprimido; e // indica juntura de frase entoacional indicada por ocorrência de pausa. 16

17 Figura (2): correspondente à representação gráfica do sinal acústico do trecho tão disseminada selecionado da sentença (5b) de PE. Esta figura consta de forma de onda, espectrograma e representação da freqüência fundamental (linha azul), bem como de transcrição de eventos tonais associados ao contorno da freqüência fundamental (1ª camada de anotação) e segmentação do trecho selecionado em sílabas (2ª camada de anotação). Através da observação das figuras acima, nota-se que, na palavra prosódica disseminada, há reduções de núcleos vocálicos diferentes nas duas variedades de português. Em PB, há redução do núcleo vocálico da sílaba di, precedendo a sílaba sse, percebida como portadora de proeminência rítmica, conforme a anotação apresentada em (5a). Já em PE, há redução do núcleo vocálico da sílaba sse, seguinte à sílaba di, percebida como portadora de proeminência rítmica, conforme a anotação apresentada em (5b). Cabe notar também que o nível de F 0 é mais alto nas sílabas sse e di, percebidas como portadoras de proeminência rítmica respectivamente em PB e PE. Estes níveis altos de F 0 correspondem respectivamente ao alinhamento do tom H componente do acento bitonal L*+H associado à sílaba tônica tão em PB e ao alinhamento de um tom adicional H associado à sílaba localizada na fronteira esquerda da palavra prosódica disseminada em PE. Porém, dado que este nível maior de F 0 ocorre no contexto de fricativas, as quais por si só já causam um aumento no nível de F 0, é necessário verificar se, nestes casos, o aumento de F 0 não se deve a fatores microprosódicos. Quanto às reduções, dado que a vogal /i/ de /di/ é mais fechada (o que é refletido em valores menores para F1 desta vogal, cf. Gama Rossi, 1998) que a vogal /e/ de /se/ em /diseminada/, esperaríamos a redução do núcleo vocálico de /di/ tanto em PB, quanto em PE. Porém, isto ocorre em PB, mas não em PE. Supomos que esta diferença entre as duas variedades possa refletir uma construção subjacente do ritmo que privilegie uma 17

18 alternância binária de uma batida fraca e outra forte em PB (disseminada), mas não necessariamente em PE (disseminada). 10 Nesta última variedade, a construção do ritmo, no que concerne à implementação de proeminências rítmicas, privilegia a marcação do início de palavras prosódicas. Como conseqüência, pode haver mais de uma batida fraca entre duas batidas fortes em PE, a depender do número de sílabas entre o acento primário da palavra e a fronteira esquerda da palavra prosódica. Para a realização da análise dos parâmetros acústicos, utilizaremos o programa computacional de análise de fala Praat. 11 A análise de associação tonal à cadeia segmental será realizada com base nos pressupostos teóricos da Fonologia Entoacional (cf. Pierrehumbert, 1980; Beckman & Pierrehumbert, 1986; Pierrehumbert & Beckman, 1988; Ladd, 1996) e também em estudos sobre a associação tonal em PB e PE desenvolvidos neste mesmo quadro teórico (cf., para PB, Cunha, 2000; Frota & Vigário, 2000; Tenani, 2002; Fernandes, a sair; Fernandes, em preparação; e, para PE, Frota, 1997, 2000, 2003; Vigário, 1998; Frota & Vigário, 2000; Fernandes, em preparação; entre outros). 5. FORMA DE ANÁLISE DOS RESULTADOS A forma de análise dos resultados provenientes do desenvolvimento desta pesquisa compreende duas etapas. A primeira etapa consiste na avaliação dos parâmetros acústicos identificados como correlatos de fenômenos fonológicos relacionados à percepção de proeminências rítmicas. Para isto, valer-nos-emos de análises estatísticas (ANOVAS) que confirmem ou não se os parâmetros acústicos relativos aos fenômenos fonológicos investigados (cf. seção 4.2. deste projeto) podem se configurar como estatisticamente significativos para a percepção de proeminências rítmicas nos dados de fala de PB e PE. A segunda etapa consiste na análise dos domínios prosódicos privilegiados na construção de unidades rítmicas percebidas nos dados das duas variedades de português. Tomando como base os pressupostos teóricos da Fonologia Prosódica (cf. Nespor & Vogel, 1986), bem como a literatura sobre a formação de domínios prosódicos em PB (cf. Bisol, 1996 [2005], 2004; Schwindt, 2000, 2001; Tenani, 2002) e PE (cf. Frota, 2000; Vigário, 2003), verificaremos se a hipótese de que as proeminências rítmicas são atribuídas em domínios prosódicos diferentes em PB e PE, nomeadamente, em Σ em PB e em ω em PE, se confirma ou não As sílabas sublinhadas correspondem a sílabas percebidas como portadoras de batida forte. 11 Boersma, P. & Weenink, D. ( ). Praat - doing phonetics by computer, software version (http//: 12 Sobre a marcação de palavra prosódica em PE cabe notar o atual desenvolvimento de uma ferramenta computacional, denominada FreP, capaz de gerar a marcação automática de palavras prosódicas a dados de PE. A ferramenta FreP vem sendo desenvolvida por Marina Vigário, Fernando Martins e Sónia Frota da Universidade de Lisboa (Portugal) no âmbito do projeto Padrões de Frequência na Fonologia do Português - Investigação e Aplicações, processo PTDC/LIN/70367/2006. Caso se mostre relevante no decorrer do desenvolvimento de nossa pesquisa, é possível que a ferramenta FreP seja aplicada aos nossos dados do PE e que a mesma ferramenta seja adaptada e também aplicada aos dados do PB. 18

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